Educação

IBGE: Onze milhões de brasileiros com mais de 15 anos não sabiam ler e escrever em 2019

Escolas estão fechadas por conta do coronavírus Foto: BRENNO CARVALHO / Agência O Globo

Onze milhões de brasileiros com mais de 15 anos não sabiam ler e escrever em 2019. O número corresponde a 6,6% dessa população, apenas 0,17 pontos percentuais menor do que o ano anterior. Os dados são da Pnad Contínua Educação 2019, divulgadas nesta quarta-feira pelo IBGE.

É considerado alfabetizado quem consegue ler e escrever um bilhete simples. O Brasil estipulou como meta do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, que a taxa de analfabetismo de brasileiros com mais de 15 anos teria que ser de 6,5% em 2015.

Ou seja, mantendo o ritmo de queda (de 0,2 pontos percentuais ao ano), o país só deve atingir em 2020 a meta estabelecida para cinco anos antes. Além disso, levaria 33 anos para zerar o analfabetismo de brasileiros com mais de 15 anos — o PNE estabelece essa meta para 2024, o último ano de vigência do plano.

— É importante destacar que, dessas 11 milhões de pessoas analfabetas, 6,2 milhões estão no Nordeste — salienta Adriana Beringuy, analista da pesquisa.

Na região, 13,9% das pessoas com mais de 15 anos não sabem ler ou escrever. Essa taxa é quatro vezes maior do que no Sul e Sudeste. Além disso, de 2018 para 2019, a sequência de quedas foi interrompida com um leve acréscimo. No ano anterior, era de 13,87%.

Ainda segundo a Pnad Contínua 2019, cerca de um a cada quatro (27%) negros com mais de 60 anos é analfabeto. O índice entre idosos brancos é de um a cada dez (9,5%). Considerando a população de mais de 15 anos, a diferença entre brancos e negros cai um pouco, mas segue alta: 8,9% contra 3,6%.

“Para a erradicação até 2024, os desafios são diversos entre as regiões, seja devido à tendência de estabilização das taxas no Centro-Sul do País, seja pelo nível mais elevado das taxas no Norte e no Nordeste”, informa o texto da pesquisa.

Como O GLOBO revelou em dezembro, o Ministério da Educação (MEC) fez, em 2019, o menor gasto da década com a educação de jovens e adultos, principal estratégia para aumentar a escolarização da população que abandonou os estudos na idade escolar. Os dados são do Sistema Integrado de Operações (Siop).

A pasta só gastou R$ 16,6 milhões na área neste ano, o que corresponde a 22% do previsto (R$ 74 milhões). Para se ter uma ideia, em 2012 o montante chegou a R$ 1,6 bilhões (em valores corrigidos) — 115 vezes maior do que neste ano.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. E muitos concluem um curso universitário sem saber interpretar um parágrafo. Faz parte da lógica Gramsciana: queremos formar militantes de esquerda, e não engenheiros, físicos, psicólogos, médicos, etc. Quem perde é o país, que continua patinando no atraso.

  2. Pelos comentários anteriores percebe-se o conhecimento sobre o tema. Sabe-se que esse é um problema crônico que vai além da sala de aula e envolve, principalmente, questões sociais.
    Não podemos negar os problemas existentes no sistema educacional brasileiro, mas há uma luta pela sobrevivência sem precedentes no cotidianos de milhões de pessoas que não estudam porque precisam trabalhar de qualquer modo e em qualquer coisa para sobreviver. Muitos que frequentam a escola, ali estão porque essa lhes garante a única refeição do dia e o ensino é relevado a segundo plano, pois não há horizonte ou esperança no seio familiar. Se não se valoriza o trabalho do professor, a escola acaba por ser um depósito em que as famílias deixam os filhos, mas não cobram resultados, basta apenas saber que estão em lugar seguro. Por outro lado há uma briga eterna para que migalhas cheguem até as escolas para que tenham condições mínimas de funcionamento. Contratar professores e pessoal de apoio, assim como remunerá-los corretamente, equipar as escolas com internet de qualidade, climatizá-las, implantar bibliotecas e laboratórios são apenas promessas que se renovam a cada quatro anos. Lembrando bem, SEGURANÇA, SAÚDE E EDUCAÇÃO sempre são os temas das campanhas políticas, mas esse não é o caso de Natal. Na capital potiguar, os gestores e legisladores lambem os beiços para aprovarem e executarem projetos para diminuírem as despesas com serviços essenciais. Desse modo, sobram recursos para a realização de grandes eventos festivos que favorecem artistas nacionais, embora os artistas locais fiquem com as migalhas jogadas ao vento. Garantir avanços na educação básica pública é algo a ser discutido seriamente e que envolva todos os setores da sociedade, emtodas as instâncias e esferas.

  3. Esses adolescentes são produto da era PT
    Cadê o produto de investimento de educação do PT? Só firula e enganação de LULA LADRÃO e DILMA POSTE!
    ISSO também se repete no governo FATÃO BOKU'S..

    1. Claro. Antes dele asssumir os filhos de pedreiros estavam fazendo PhD em Física Nuclear.
      Foi Dilma sair que eles desaprenderam tudo.

    2. Quando Bolsonaro vai sair ????? Quero voltar a roubar !!!!!!

    3. É culpa de Haddad que ficou em segundo lugar nas eleições.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *