Polêmica

“Acho que não causa nada, isso aí tudo é figura de retórica”, diz Mourão, sobre Bolsonaro defender ‘pólvora’ para evitar sanções

Foto: Guilherme Mazui

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (11) que é “figura de retórica” a defesa feita pelo presidente Jair Bolsonaro de uso de “pólvora” quando a diplomacia e a “saliva” não são suficientes para lidar com ameaças de sanções comerciais ao país devido às queimadas e ao desmatamento da Amazônia.

A afirmação de Bolsonaro, feita durante discurso na terça (10), no Palácio do Planalto, faz referência a uma declaração do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que, ainda como candidato, disse que o Brasil pode enfrentar “consequências econômicas significativas” se não parar de “destruir” a floresta.

Bolsonaro, porém, não citou o nome de Biden ao fazer a declaração na terça. O brasileiro torceu publicamente pela reeleição do presidente dos EUA, Donald Trump, e até o momento não se pronunciou sobre a vitória de Biden.

“Acho que não causa nada, isso aí tudo é figura de retórica”, disse Mourão ao ser questionado por jornalistas se a declaração de Bolsonaro pode trazer consequências ao Brasil.

“Vamos aguardar, dê tempo ao tempo”, completou o vice-presidente.

Segundo Mourão, Bolsonaro se referiu “aforismo antigo que tem aí que diz que, quando acaba a diplomacia, entram os canhões”.

Pólvora

Na terça, Bolsonaro participava de uma cerimônia no Palácio do Planalto sobre um plano do governo para incentivar o turismo quando, ao se referir à Amazônia, afirmou que “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora.”

Bolsonaro, sem citar o nome de Biden, declarou:

“Assistimos há pouco aí um grande candidato a chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem o que nós temos.”

Ainda no discurso durante a cerimônia da terça, Bolsonaro afirmou que o Brasil tem que “deixar de ser um país de maricas” e enfrentar a pandemia de Covid-19 de “peito aberto”.

Já Biden fez a declaração sobre a Amazônia durante debate com o adversário Donald Trump, candidato à reeleição, durante a campanha eleitoral. Biden afirmou:

“O Brasil, a floresta tropical do Brasil, está sendo demolida, está sendo destruída. Mais carbono é absorvido naquela floresta tropical do que cada pedacinho de carbono que é emitido nos Estados Unidos. Em vez de fazer algo a respeito… Eu estaria me reunindo e garantindo que os países do mundo venham com US$ 20 bilhões e digam: ‘Aqui estão US$ 20 bilhões. Pare, pare de derrubar a floresta, e, se não fizer isso, você terá consequências econômicas significativas’.”

O presidente eleito dos Estados Unidos não foi o único a se referir a possíveis sanções econômicas ao Brasil em resposta ao aumento do desmatamento e das queimadas no país, que é alvo de críticas internacionais.

Em setembro, países europeus divulgaram uma carta em que cobram do governo Bolsonaro ações para controlar a destruição da floresta amazônica e alertam para o risco de boicote a produtos brasileiros.

A política ambiental do governo também tem dificultado a concretização do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

Vacina

Mourão também declarou nesta quarta que não se deve “politizar” o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus, o que “infelizmente” já ocorreu.

“O que não pode é politizar. Infelizmente, vocês sabem, né, essa questão está toda politizada e fica ‘ah, é do lado A, é do lado B’. Acho que isso não é bom”, disse Mourão.

O vice-presidente não quis comentar se Bolsonaro contribui para politizar o tema. Na terça, Bolsonaro comemorou a suspensão temporária dos testes da CoronaVac, desenvolvida no Brasil pela empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Saúde de São Paulo.

O episódio foi mais um na série de disputas entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Bolsonaro e Doria divergem desde o início do ano sobre as medidas contra a pandemia e se tornaram adversários políticos declarados.

G1

Opinião dos leitores

  1. Inteligente é o ladrão de 4 dedos, tomava a cachaça dele e falava o que queria e ninquem falava nada, e roubando o Brasil inteiro e os bobos dos brasileiros pensando que tinha um presidente honesto e intelectual…essa mídia PTsicopata são doentes pq o Bolsonaro tirou o poder das roubalheiras, como fez com a toda poderosa Globo, que tinha seus reportes , atores e atrizes ganhando uma fortuna de reias e a população com o bolsa esmola e salário mínimo de 1mil reais, eita mídia asquerosa

  2. Esse cara não é o Messias mas é muito estudado, Índio brabo, duro e no aumentativo! Pena que faz parte da conspiração maçônica-globalista…

  3. Vamos mandar os Minions e seus filhos para o combate…quero ver eles gritarem mito com as balas roçando nas orelhas, enquanto ele e os 01,02, 03 e 04 estão tomando cerveja e rindo dos idiotas que votaram neles.

  4. Mourão, Sempre utilizando palavras inteligentes e sensatas, já o outro só fala besteira. É uma fossa ambulante.

  5. Faço minhas as palavras do General Santos Cruz , do alto da sua seriedade, em contraponto a toda essa molecagem do Presidente : “vergonha sem classificação, falta de noção e desrespeito pela saúde dos cidadãos”.
    Para bom entendedor, meia palavra basta.

  6. Pronto…
    Agora o Bolsonaro vai Dizer que o Mourao se juntou com essa tal de Retórica para tirar ele do poder…
    Já ligou pra o Olavo perguntando se essa tal de Retórica não é aliado de Maduro…

  7. O Primeiro Pelotão já está ensaiando seu canto de guerra (usar a melodia da música do Airton Senna):
    -Vai dar merda, vai dar merda! Vai dar merda vai dar merda vai! Vai da merda vaaaaaai!! Vai dar merda, vai dar merda!

  8. Tomem cuidado porque vão ter dificuldades em encontrar pessoas para defender esse paíszinho. Vou dá uma dica, coloca primeiro o judiciário, legislativo e militares a frente do combate, depois que não sobrar nenhum aí vocês chamam meia dúzia de babacas que ainda vão se acharem por defender essa porc……

  9. A derrota de Trump deixou o nosso presidente desconcertado, ele morria de amores pelo EUA, agora vai elege – la como inimiga?. Presidente governe como um diplomata e pense antes de falar para não prejudicar o nosso amado Brasil

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