Política

Eleição para a presidência do Senado: quem são os candidatos

Senadores vão escolher quem será o presidente da Casa nos proximos dois anos. Foto: Geraldo Magela / Ag. Senado/ BBC NEWS BRASIL

Nesta sexta-feira (1º), 54 senadores eleitos ou reeleitos em 2018 iniciarão mandatos com duração de oito anos no Senado. Essa longa jornada começará com uma decisão das mais importantes: horas depois da posse, a nova composição da Casa elegerá o presidente que comandará o Senado pelos próximos dois anos. A votação será, a princípio, secreta.

Para ser eleito, o candidato precisa receber no mínimo 41 votos. O presidente do Senado também ocupa o cargo de presidente do Congresso Nacional – ele comanda as sessões conjuntas de deputados e senadores.

Entraram na disputa tanto novatos no Senado quanto nomes conhecidos da política – como o senador Renan Calheiros, que está no quarto mandato e é o candidato oficial do MDB à presidência da Casa.

A presidência do Senado, entretanto, é um cargo de muito poder que não abre “espaço para aventureiros” na visão do cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antonio Teixeira.

“Não há muitas surpresas porque as articulações são definidas (de antemão) e os candidatos fazem campanhas com estratégias de convencimento usando todos os meios possíveis. Há as candidaturas ‘folclóricas’ que participam, mas não têm condição de disputa”, diz ele.

Teixeira lembra que, diferente do deputado, o senador tem mandato de oito anos. As eleições colocam em disputa um terço das cadeiras, ou dois terços – como foi no ano passado. Por isso, o efeito de renovação política é menor. “Os nomes competitivos são dois ou três, e tudo indica que o mais forte é o de Renan, que é quase um senador vitalício.”

Renan já foi presidente da Casa por três períodos e é visto como o provável vencedor na disputa desta sexta.

Teixeira explica que o Senado tem prerrogativas específicas, como a de cassar um Presidente da República ou apreciar e sabatinar indicações de altos cargos do governo. Por isso, a Casa “tem peso fundamental para a governabilidade.”

“Na Câmara, o partido do presidente da República teve uma bancada robusta; no Senado a presença do PSL [partido de Jair Bolsonaro] é pequena.”

O partido de Bolsonaro elegeu a 2ª maior bancada da Câmara, com 52 deputados federais; no Senado, porém, são apenas 4 nomes do PSL.

Carlos Melo, cientista político do Insper, lembra que o Presidente da República “pode muito, mas não pode tudo”, na relação com os congressistas. “O presidente não manda no Congresso. O presidente do Senado preside os trabalhos das sessões, define ordem de votação e quando há projetos que interessam ao Executivo, a tendência do aliado é facilitar.”

Para Melo, normalmente nomes fortes da política costumam ser os favoritos para cargos como este, mas podem acontecer surpresas. “São como balões de ensaio, muita gente se coloca como candidato para depois poder negociar com o outro (o presidente eleito do Senado), faz parte.”

Como será a eleição?

A posse dos novos senadores está marcada para às 15h. Dos 54 senadores que serão empossados, 46 não estavam no Senado no ano anterior. A sessão deve ser rápida porque não haverá discursos de parlamentares.

O único senador a falar deve ser Davi Alcolumbre (DEM-AP) porque é o único integrante da mesa diretora da legislatura anterior que continua no mandato iniciado em 2015. Se ele não estiver presente, quem preside é o senador mais idoso, José Maranhão (MDB-PB).

Haverá um intervalo para o início da eleição, e a expectativa é de que os debates que antecedem a eleição comecem por volta das 18h. Contudo, existe a possibilidade da sessão acabar adiada para o dia seguinte, sábado.

Para ser eleito no primeiro turno, o candidato precisa receber 41 votos no mínimo. Caso contrário, será realizado um segundo turno entre os dois candidatos mais votados.

Em uma terceira reunião são eleitos os demais cargos da mesa: dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes de secretários.

Veja quem são os prováveis candidatos:

(mais…)

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Judiciário

Ministro Luiz Fux remete à Justiça Federal ação popular contra candidatura de Renan Calheiros à Presidência do Senado

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, no exercício da Presidência da Corte, encaminhou para a Justiça Federal uma ação popular, autuada como Petição (PET 8037), em que um cidadão busca impedir a candidatura do senador Renan Calheiros (PMDB/AL) ao cargo de presidente do Senado Federal nas eleições previstas para o próximo dia 1º de fevereiro. O ministro explicou que o julgamento de ações populares não se enquadra entre as competências originárias do STF.

De acordo com o autor da PET, a possibilidade de Renan Calheiros se candidatar ao cargo e, eventualmente, ocupar a Presidência do Congresso Nacional “atenta mortalmente contra a moralidade administrativa, as instituições democráticas, a Pátria e contra o povo dessa nação”. Isso porque, segundo ele, Calheiros responde a investigações criminais perante o STF referentes a possíveis práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O autor pediu a concessão de liminar para suspender qualquer ato que autorizasse a candidatura do senador.

Na decisão, tomada no plantão judicial do Tribunal, o ministro Luiz Fux observou que não há, na petição inicial, indicação de qual norma prevê a competência do STF para apreciação de ações populares, inclusive contra senador da República. “Na verdade, a ação popular ora proposta não se enquadra em nenhuma das hipóteses de competência originária desta Corte, previstas no estrito rol do artigo 102, inciso I, da Constituição Federal”, afirmou. Dessa forma, destacou Fux, o Supremo não pode se manifestar em processos para os quais não detém competência para apreciar.

Ao determinar a remessa dos autos à Justiça Federal, o ministro citou o artigo 5°, caput, e parágrafo 1º, da Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular), que prevê o interesse da União na ação popular quando o réu é mantido por ela, e o artigo 109, inciso I, da Constituição Federal, que prevê a competência da Justiça Federal de primeiro grau apreciar as causas de interesse da União.

STF

 

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Política

Conheça os candidatos à presidência do Senado

A eleição para presidente do Senado acontece nesta quarta-feira (1º) e as inscrições para vaga são permitidas até o início da sessão, previsto para 16h. A tendência é que dois candidatos disputem o cargo: Eunício Oliveira (PMDB-CE), que não lançou oficialmente a candidatura; e José Medeiros (PSD-MT). Conheça um pouco mais sobre cada candidato:

Eunício Oliveira

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Favorito para ficar com a vaga, o peemedebista conta com o apoio de seus correligionários – o PMDB tem 19 senadores – e de partidos da base aliada. Tradicionalmente, o partido com a maior bancada da Casa consegue emplacar o presidente.

Líder do PMDB, Eunício é senador desde 2011. Antes, havia sido deputado federal em três legislaturas (de 1999 a 2010). Na Câmara, ele foi líder do PMDB entre 2003 e 2004 e vice-líder do partido em diversas oportunidades. Em 2004, foi ministro das Comunicações, cargo que ocupou até 2005.

Faltando um dia para as eleições, Eunício ainda não lançou oficialmente a campanha para presidente do Senado. Ou seja, ele ainda não tem uma plataforma e não se pronunciou sobre o que deseja fazer quando assumir o cargo.

José Medeiros

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O anúncio da candidatura de José Medeiros foi feito no dia 19 de janeiro, mesmo dia do acidente que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Naquele dia, Medeiros chamou mais atenção por uma postagem no Twitter do que pelo anúncio da candidatura.

Ele soube, em primeira mão, que Teori poderia estar entre as vítimas do acidente e publicou o seguinte: “Não vou antecipar furo porque não sou jornalista mas o Jornal Nacional hoje trará uma bomba de forte impacto no Brasil, envolvendo STF”. Horas depois, a morte do ministro foi confirmada.

Se o dia do anúncio da candidatura foi bombástico, o mesmo não se pode dizer da candidatura em si. Sem o apoio da maioria dos senadores, Medeiros faz campanha pela democracia. “Um grupo de senadores colocou uma candidatura à presidência do Senado porque só tinha uma. A gente sente que o anseio das ruas é que o Senado seja radicalmente democrático. E para fazer democracia é preciso fazer uma eleição”, afirmou em vídeo publicado na sua página do Facebook.

Medeiros tem uma curta trajetória no Senado. Ele era suplente do então senador Pedro Taques e chegou à Casa depois que o titular venceu a disputa para o governo de Mato Grosso, em 2015. No ano passado, depois que Temer assumiu a Presidência da República, Medeiros se tornou vice-líder do governo na Casa. Entre as comissões que Medeiros participou está a do impeachment de Dilma Rousseff.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. José Medeiros é um excelente nome, tem formação superior em Direito e Matemática, é Professor e Policial Rodoviário Federal licenciado , natural de Caicó no Seridó Norte-Riograndense,se estabeleceu no MT após transferência ad unidade em q trabalhava na PRF… É ligado à Igreja Presbiteriana do Brasil…
    Pena q não tem a menor chance…

    1. Se não fosse ligado a nenhuma religião, seria uma excelente escolha!

  2. Depois de Renan vem Eunicio é brincadeira. O senado esta mais sujo do que pau de galinheiro e com Eunício a sujeira vai continuar.

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Política

Senadores pedem que Garibaldi dispute a presidência do Senado

(Wilson Dias/Agência Brasil/VEJA)

Eunício Oliveira caminha em velocidade de cruzeiro para se eleger presidente do Senado. Mas há uma turma trabalhando para encontrar um nome disposto a entrar na disputa pela cadeira.

Cristovam Buarque, Lasier Martins e Wilder Moraes procuraram Garibaldi Alves, correligionário de Eunício e presidente do Senado entre 2007 e 2009, para tentar convencê-lo a abraçar a empreitada.

Garibaldi agradeceu, mas disse que não toparia se lançar candidato contra alguém de seu partido e, principalmente, num cenário em que teria poucas chances de vencer.

O grupo, porém, ainda não desistiu da busca…

Radar On-line – Veja

Opinião dos leitores

  1. Eleição e mineração, sabe Garibaldi, só depois da apuração. E como de besta só tem a aparência, ele prefere continuar fuçando o subsolo potiguar, onde é mega latifundiário, em busca de novas jazidas de diamantes.

  2. Imagino um pamonha desses que não sabe nem falar em um dos cargos mais importantes do país, só no Brasil mesmo.

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Judiciário

Partido Rede Sustentabilidade pede ao STF afastamento de Renan da presidência do Senado

O partido Rede Sustentabilidade pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (5) uma liminar (decisão provisória) para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seja afastado do cargo. Para a Rede, Renan Calheiros virou réu e não pode continuar na presidência do Senado em razão de estar na linha sucessória da Presidência da República.

A Rede quer que o ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação que questiona se um réu pode estar na linha sucessória, conceda uma liminar e depois leve o caso para referendo do plenário.

“Com o recebimento da denúncia, passou a existir impedimento incontornável para a permanência do referido Senador na Presidência do Senado Federal, de acordo com a orientação já externada pela maioria dos ministros do STF”, diz o partido.

Na semana passada, o plenário do Supremo decidiu, por oito votos a três, abrir ação penal e tornar Renan réu pelo crime de peculato (apropriação de verba pública). Segundo o STF, há indícios de que Renan fraudou recebimento de empréstimos de uma locadora de veículos para justificar movimentação financeira suficiente para pagar pensão à filha que obteve com a jornalista Mônica Veloso.

E também há indícios de que usou dinheiro da verba indenizatória que deveria ser usada no exercício do cargo de Senador para pagar a locadora, embora não haja nenhum indício de que o serviço foi realmente prestado.

Antes, em novembro, o Supremo começou a julgar ação apresentada pela Rede sobre se um réu pode estar na linha sucessória da Presidência. Para seis ministros, um parlamentar que é alvo de ação penal não pode ser presidente da Câmara ou presidente do Senado porque é inerente ao cargo deles eventualmente ter que assumir a Presidência. O julgamento não foi concluído porque o ministro Dias Toffoli pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso.

No novo pedido de liminar dentro da mesma ação, a Rede afirma que o pedido de vista do ministro Toffoli não impede Marco Aurélio Mello de analisar o pedido de liminar. E lembra que isso já aconteceu em outros casos, de um ministro pedir vista sobre um tema e outro conceder liminar sobre o mesmo tema.

Segundo o partido, o caso deve ser analisado com urgência porque não dará tempo de o STF analisar a questão antes do fim do mandato de Renan Calheiros.

“Se aproxima o recesso de final de ano no STF. Como se sabe, a Corte entrará em recesso no dia 20 de dezembro e só voltará a realizar sessões em fevereiro de 2017. Assim, ainda que o ministro Dias Toffoli solicite prontamente a inclusão do processo em pauta, apresentando seu voto, é altamente improvável que o julgamento da presente ADPF venha a ser finalizado antes do término do mandato do Senador Renan Calheiros, que se encerra em 1º de fevereiro de 2017”, diz a peça.

G1

 

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