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Funcionalismo custa R$ 750,9 bilhões com 11,4 milhões de servidores

FOTO: MARCELLO CASAL JR

O estudo Três Décadas de Evolução do Funcionalismo Público no Brasil (1986-2017), divulgado nesta sexta-feira (6), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que, em 2017, foram gastos R$ 750,9 bilhões com os servidores públicos ativos, o que corresponde a 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) brasileiro.

Segundo a pesquisa, em 32 anos, o funcionalismo público ampliou-se em 123% e o número total de vínculos subiu de 5,1 milhões para 11,4 milhões. De acordo com o Ipea, o mercado de trabalho formal no setor privado teve crescimento de 95% no total de vínculos, no mesmo período.

No entanto, apenas um em cada dez servidores públicos é da esfera federal. O aumento no funcionalismo público está concentrado nos municípios. No período analisado, o número servidores municipais cresceu 276%, de 1,7 milhão para 6,5 milhões, enquanto o aumento foi de 50% na esfera estadual e de 28% na esfera federal, incluindo civis e militares. No caso dos municípios, diz o estudo, 40% das ocupações correspondem aos profissionais dos serviços de educação ou saúde como professores, médicos, enfermeiros e agentes de saúde.

“De 1986 a 2017, o total de vínculos no Poder Executivo – somando todos os níveis federativos – passou de 5 milhões para 11,1 milhões, um aumento de 115%. No Poder Legislativo, o crescimento foi de 436%, de 51 mil para 275 mil vínculos de trabalho. No Poder Judiciário, houve a maior expansão relativa, de 512%. O total de vínculos passou de 59 mil para 363 mil”, aponta o levantamento.

Remuneração

Em 2017, os dados mostram que permanece grande a discrepância na remuneração dos três níveis federativos. Apesar de representarem 60% dos vínculos do setor público, os servidores municipais ganham, em média, três vezes menos que os federais.

No Executivo federal, a remuneração média foi de R$ 4,8 mil em 1986 para R$ 8,5 mil, em 2017. No Executivo estadual, a remuneração média passou de R$ 3,6 mil para R$ 4,6 mil. No Executivo municipal, a remuneração média passou de aproximadamente R$ 2 mil para R$ 2,8 mil.

Na comparação entre os Três Poderes, o Judiciário tem os maiores salários. Em 2017, a remuneração média do Judiciário foi de R$ 12.081; no Legislativo, de R$ R$ 6.025, e no Executivo, de R$ 3.895.

A remuneração do Judiciário federal passou de R$ 7,4 mil em 1986 para R$ 14,1 mil, em 2017. No Judiciário estadual, a remuneração mensal média passou de R$ 5,8 mil para R$ 10,8 mil.

Nos 32 anos de análise da série histórica, as mulheres continuam ganhando menos que os homens, em todos os níveis. “Uma explicação possível para tal situação é que, provavelmente, elas estão predominantemente em ocupações com menor remuneração (uma vez que respondem pela maior parte das vagas nas áreas de saúde e educação). A média salarial dos homens era 17,1% superior à das mulheres em 1986, diferença que subiu para 24,2% em 2017”, diz o estudo do Ipea.

O levantamento mostrou também que houve aumento na escolaridade dos servidores públicos em todos os níveis da administração. Em 2017, 47% dos servidores públicos tinham nível superior completo, bem acima dos 19% com esse nível de escolaridade em 1986.

Atlas

A nova versão do Atlas do Estado Brasileiro também foi divulgada hoje. A plataforma interativa traz dados sobre a estrutura e a remuneração no serviço púbico federal, estadual e municipal do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Todo mundo sabe que a banda podre (os políticos) que vive mamando nas tetas do Estado, juntamente com os marajás do serviço público (Judiciário, MP, Tribunais de Contas, Procuradorias etc), são quem engole a maior fatia do dinheiro público. São sanguessugas insaciáveis! Contudo, é fato também, que existe um verdadeiro inchaço no serviço público com grande parte dos servidores inaptos e/ou incompetentes, isso sem mencionar os famigerados comissionados. Não fosse assim, a prefeitura de Natal não teria três vezes mais servidores do que a prefeitura de Paris! É isso mesmo, Paris, a capital da França tem um terço dos servidores da PMN. É mole?

  2. O investigador errou, e muito feio, ao dizer que é o Judiciário que tem os maiores salários…. Se olharem direitinho, quem tem os maiores salários, e os mantém em caixa-preta, é o Legislativo. Os poderosos Deputados e Senadores usam de seus cargos para esconderem seus vencimentos e gastos de gabinete, além da contabilidade de seus gabinetes em Brasília e outros estados… visse

  3. A perseguição ao funcionário público é o recalque de quem não consegue passar num concurso público, quer ganhar estabilidade no salário e permanência no emprego e nunca conseguiu. Daí preferem destruir o Brasil ao invés de construir. Abaixo estes bandidos egoístas.

  4. O País está sendo desmontado pelos seus governantes maiores e o povo nem está percebendo… nosso caminho é ser uma Venezuela sem Maduro…

  5. Este é o tipo da matéria paga (ou comprada) para perseguir e culpar o funcionário público como sendo o responsável pela desgovernada e desastrosa gestão dos governantes federais, estaduais e municipais. O povo está sendo hipnotizado pelos números e vai ser destruído por estes mesmos números… O plano é simples: exonerar o funcionário público e contratar pessoas comuns, indicadas por políticos e donos de empresas, com salários bem menores mas com custos semelhantes ao funcionário público atual. Haverá enorme lucro e a quebra dos sigilos dos postos de trabalho, beneficiando apenas estes mesmos políticos e donos de empresa. A Democracia vai ser extinta e o Brasil vai pertencer a estes pequenos grupos.

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