Judiciário

Rodrigo Janot se aposenta do MPF

Uma portaria publicada no DOU desta quinta-feira, 25, determinou a aposentadoria voluntária do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Janot iria se aposentar em 6 de março deste ano, mas adiou sua aposentadoria da Procuradoria-Geral da República por suspeitar que o gabinete de Raquel Dodge conduzia uma investigação sigilosa contra ele.

Fonte: Diário Oficial da União

Investigação

Meses antes, Janot havia enviado dois ofícios para o gabinete da procuradora-Geral perguntando se ele era suspeito em algum procedimento investigativo.

Segundo Janot, o primeiro ofício teria sido enviado porque ele teria sido avisado por antigos aliados na PGR de que haveria investigação. Em resposta a esse documento, o gabinete de Dodge informou que não havia nada contra ele.

Apesar disso, Janot recebeu o que seria o número de um procedimento investigativo criminal (PIC) sigiloso, que teria ele como um dos suspeitos, mas, conforme relatou a um interlocutor, nem sequer sabia se o número era de fato de um processo que tinha ele como alvo.

Janot enviou então um segundo ofício para o gabinete da PGR, pedindo uma “certidão de inteiro teor”, constando se ele era ou não investigado em sigilo.

Migalhas

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Brasileiro vive quase tanto quanto alemão e se aposenta 10 anos antes

Homens e mulheres brasileiros que chegam aos 60 anos têm uma expectativa de vida quase tão grande quanto a dos alemães e maior do que a dos poloneses, mas se aposentam cerca de uma década mais cedo.

Embora o Brasil acompanhe o resto do mundo na tendência de aumento contínuo da longevidade, ainda permite aposentadorias sem idade mínima, enquanto muitas nações ricas e emergentes têm elevado a exigência de idade para se aposentar.

Isso explica porque a realidade brasileira é uma clara exceção quando os dados de sobrevida e idade média de aposentadoria do país são comparados aos dos membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), como mostram os gráficos abaixo.

A comparação leva em conta, no caso brasileiro, a idade média das aposentadorias por tempo de contribuição, consideradas como uma das principais causas de desequilíbrio das contas da Previdência (os dados são de 2017, os mais recentes disponíveis).

A expectativa média de vida da população a partir dos 60 anos é o indicador mais adequado para avaliar a sustentabilidade de regimes previdenciários pois seu cálculo não é distorcido pela idade daqueles que morrem precocemente.

Para ilustrar a importância de ajustar as regras de aposentadoria à luz do avanço da sobrevida, a pesquisadora Ana Amélia Camarano lembra que as mulheres brasileiras que se aposentaram em 2014 —em média com 52,7 anos e após contribuir por 30 anos— ainda tinham pela frente outros 31,7 anos de vida.

“Elas passaram mais tempo aposentadas do que contribuindo para a Previdência”, diz a coordenadora de estudos e pesquisas de igualdade de gênero, raça e gerações do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A pesquisadora observa que, no caso dos homens, entre 1982 e 2014, a expectativa de vida aumentou três anos e meio, mas o tempo que eles passavam trabalhando caiu um ano e meio.

Com o aumento da longevidade, a tendência é que as aposentadorias dos brasileiros durem cada vez mais, caso as regras para o início do benefício não mudem.

A fatia da vida na qual o brasileiro passa aposentado aumentou cerca de 30% em 15 anos.

Em 2002, homens e mulheres que se aposentaram por tempo de contribuição (sem idade mínima) viviam um quinto da vida na aposentadoria (21% e 22%, respectivamente).

Em 2017, a proporção já era de quase 28% para homens e 28,5% para mulheres, segundo trabalho do economista Rogério Nagamine Costanzi, atual subsecretário do Regime Geral de Previdência Social.

O estudo, do qual também participaram os especialistas do Ministério da Economia Alexandre Fernandes, Carolina Fernandes dos Santos e Otavio Sidone, mostra que a aposentadoria ficou ainda mais precoce nesse período: a idade caiu cerca de seis meses para homens e mulheres.

Segundo a maioria dos economistas, a falta de adequação ao maior tempo de sobrevida torna o sistema brasileiro insustentável.

“Não faz sentido a população ficar pagando para uma pessoa ficar 30 anos aposentada”, diz Marcello Estevão, diretor global de macroeconomia do Banco Mundial.

O economista ressalta que, nos casos de algumas categorias de servidores públicos, o benefício equivale a 100% do salário no fim da carreira.

“Além da pressão sobre as contas públicas, isso é uma injustiça, que agrava a desigualdade social”.

Embora uma mudança nas regras das aposentadorias seja considerada urgente, o impacto das rápidas mudanças demográficas vai além da questão previdenciária.

Após décadas de expansão, a parcela da população em idade ativa no país já começa a diminuir. A manutenção dos idosos no mercado de trabalho por mais tempo ajudaria a amenizar o efeito negativo dessa transformação para a produtividade da economia.

“Pesquisas recentes têm mostrado que, ao contrário do que muitos imaginam, não existe uma relação entre idade e produtividade”, diz Estevão.

Além de importante para a saúde do regime previdenciário e para o crescimento da economia, a continuação do trabalho na maturidade ajuda os idosos a se sustentarem em um momento da vida em que gastos com saúde disparam.

O cirurgião cardiologista Sérgio Almeida de Oliveira, 82, por exemplo, diz que sua atividade laboral é fundamental para a manutenção de seu padrão de vida e sua saúde física e mental.

Cirurgião cardiologista Sérgio Almeida de Oliveira, 82, diz que trabalhar mantém seu padrão de vida – Karime Xavier/Folhapress

“A vida é uma luta contínua. Se ficamos em casa, a mente regride”, diz ele, que não tem planos para parar de trabalhar.

Para continuar ativo, Oliveira diz estudar, frequentar congressos e manter uma rotina de exercícios físicos, incluindo a prática de golfe.

Corroborando o diagnóstico de pesquisadores, o cirurgião percebe que o contato com sua equipe representa uma troca mutuamente vantajosa. Os mais jovens ganham com sua experiência, e ele se beneficia da maior proximidade deles com novas tecnologias.

Mas, segundo a consultora Denise Mazzaferro, casos de profissionais maduros bem resolvidos como o de Oliveira são exceção. A falta de preparação dos brasileiros para continuar no mercado de trabalho além dos 60 pode se tornar um problema grave, diz.

“Claro que precisamos nos preocupar com a reforma da Previdência, mas ninguém está pensando em como os mais velhos continuarão trabalhando”, diz ela, que é sócia da Angatu IDH, consultoria especializada em programas pós-carreira.

Denise conta que as empresas que a contratam para orientar profissionais próximos da aposentadoria costumam querer focar planejamento financeiro e qualidade de vida. “Quando conversamos com esses profissionais, notamos que eles querem continuar trabalhando, mas não sabem como.”

Para a especialista, são necessários programas de requalificação profissional específicos para trabalhadores maduros e adaptações do mercado de trabalho, como jornadas de trabalho mais flexíveis.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Chega a ser patética, a comparação dos alemães com os Brasileiros em relação a quase todas as esferas, inclusive os salários, O salário mínimo alemão passa de 1.498 euros para os 1.557 euros em 2019. Quem faz esse tipo de comparação deveria se envergonhar!

  2. Que matéria mais descabida. Como se a Alemanha e o Brasil tivessem o mesmo nível socioeconômico. Má intenção define.

  3. São uma comparações sem nexos. Na verdade, parece que se pudessem, proporiam nesta reforma, a diminuição vida longevidade ou o limite de anos de vida dos brasileiros.
    Comparar a qualidade vdd vida de um país de primeiro mundo com o nosso, beira o ridículo.
    Lá paga-se os impostos e se tem o retorno em serviços públicos em favor do povo, aqui pagamos e nada funciona a contento.
    Realmente são estas comparações, que não deveriam ser divulgadas, que nós causa mais revoltas.

  4. Não cabe à Previdência combater desigualdades sociais ou qualquer tipo de distorção no mercado de trabalho do país. Mas as pessoas não conseguem entender isso, como podemos comprovar pelos comentários postados por aqui. A coisa é bem mais simples. Haverá dinheiro para pagar os benefícios? O RN sabidamente possui um déficit previdenciário MENSAL superior a 100 milhões, bancado pelo Tesouro do estado. Por isso tem dificuldades para pagar seus servidores. E a expectativa de vida continua crescendo (ainda bem) enquanto a população envelhece e a quantidade de servidores na ativa diminui em relação aos inativos. Como resolver essas questões. Algo precisa ser feito. E rápido.

  5. Que comparação sem pé e cabeça!!! Quer comparar o padrão de um cidadão alemão comum, com a situação padrão de um brasileiro comum?? Acesso a saúde, educação, segurança, tecnologia, meio de transporte. Tudo nos dois países são idênticos…. O cidadão que escreve uma "reportagem" dessas ou estar com má intenção ou é muito mal informado.

  6. OS SALÁRIOS ATRASADOS DO GOVERNO DO ESTADO SÃO HUMILHAÇÃO, É MUITA HUMILHAÇÃO PROS SERVIDORES DO ESTADO. OS SERVIDORES DO ESTADO NUNCA FORAM TÃO HUMILHADOS POR UM GOVERNO DO ESTADO PELO PT.

    1. Cara, desmonte o palanque. Sou servidor do Estado tbm e estou sofrendo com isso. Porém culpar o governo atual é sacanagem né?! Já pegou com os 2 meses atrasados. Tá correndo atrás pra tentar resolver. Em 3 meses de governo já tem algumas soluções engatilhada. Não seja injusto.

  7. Quer dizer que vc aposenta no outro dia morre assim é bom para o governo .outra coisa vai ver a vida do alemão os seu direitos.

  8. Nos mesmos padrões de vida e de trabalho? Comparação esdrúxula, tendo em vista que nossos trabalhadores são braçais na maioria, muito diferente do médico da matéria.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *