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Após 56 anos de casados, homem morre três horas depois da mulher no RS

Foto: Simone Frizzo Salvador/Arquivo Pessoal

Juntos há 56 anos, um casal de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, morreu com três horas de diferença na terça-feira (14).

Pouco depois do meio-dia, Roberto João Frizzo, de 80 anos, recebeu a notícia de que sua companheira de vida, Maria de Lourdes Frizzo, havia morrido. Cerca de 40 minutos depois de ser informado, ele também faleceu.

“Só ouviu, não falou nada. Fechou os olhos e foi se apagando”, disse a filha mais velha do casal, Simone Frizzo Salvador.

Ela morreu às 9h14, e ele partiu às 12h40. O casal deixa três filhas e quatro netos como símbolo da união. Os dois foram velados juntos, e durante a cerimônia tocaram músicas que Roberto gravou para Maria de Lourdes. O casal foi cremado.

“Eles irão juntos até o fim. Depois vamos combinar de jogar as cinzas dos dois em um lugar bem lindo, provavelmente no mar.”

Maria de Lourdes estava com 78 anos e há quase 20 convivia com a doença de Alzheimer. Roberto seguiu ao lado da esposa e por 15 anos cuidou dela, em casa.

Há alguns anos, atendendo um pedido das filhas, o marido aceitou deixar os cuidados da esposa com profissionais e ela foi internada em uma clínica.

Mesmo lutando contra um câncer de próstata com metástases pelo corpo, Roberto seguiu ao lado da mulher e a visitava toda semana.

“Ele queria que ela fosse antes, porque se sentia responsável por ela. Mas queria ir um minuto depois”, conta Simone.

A história do casal enfrentou dificuldades logo no início. Quando se conheceram, Maria de Lourdes estava noiva de outra pessoa. Com ajuda do romantismo das serenatas, ele conquistou a amada.

“Conheceu [ela] em uma festa e se apaixonou. Ele fez uma aposta [com os amigos] de que iria conquistar ela e conseguiu fazer ela desmanchar o noivado. Ela morava com uma tia e [ele] fazia serenatas na frente do quartel”, conta.

Juntos, a música continuou fazendo parte da vida dos dois. Usando as canções para demonstrar seu amor, Roberto gravou três discos e um clipe para esposa.

“Nos reuníamos para cantar. Ele cantava “quiero cantarte mujer” e ela gostava. É uma história linda de amor. Muito triste o final, mas lindo”.

Com uma história de dedicação ao próximo, o casal trabalhava na Cruz Vermelha e participava de atividades na paróquia que eram membros. O velório dos dois foi embalado pelas músicas gravadas por Roberto.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Bonita história desse casamento. O segredo deles deve ter sido o respeito zelo e carinho com os quais cuidavam um do outro.

  2. Se eram Cristãos, a família devia depisitar as cinzas no cemitério, pois jogá-las no mar ou em outro lugar, é bonito em filme, mas mortal pra alma.

  3. Este casal praticou em vida o verdadeiro sentimento do amor, pois até na hora do epílogo de suas vidas foram correspondidos.

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