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UERN, um patrimônio do Rio Grande do Norte

Por Bruno Barreto, diretor da Agência de Comunicação da UERN

Muito se fala sobre a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mas pouco se conhece a respeito da real importância dela na nossa sociedade. E de forma equivocada tem se apresentado valores sobre suas despesas que não são verídicas.

A UERN é uma instituição pública de ensino superior de baixo custo para as finanças do Estado, se analisarmos friamente os números veremos o tamanho do retorno.

Praticamente 100% dos professores da rede pública do Estado que atuam nas regiões do Oeste, Alto Oeste, Vale do Açu São formados na UERN. Isso sem contar que a Universidade está instalada em regiões carentes como a Zona Norte de Natal. São 12.652 alunos, sendo 70% deles de origem humilde beneficiados por cotas sociais. Além disso, 5% das vagas são destinadas para pessoas com deficiência.

Que universidade privada conseguiria se dispor a formar professores de História, Geografia, Matemática, Física e Química? Sem a UERN, uma empresa privada, que, legitimamente, visa o lucro, vai bancar cursos deficitários?

“Ah, mas 30% dos alunos da UERN são de outros Estados”, diria o crítico. Primeiro não são 30%, mas 15% de estudantes de outros Estados. Existem alunos do Ceará e da Paraíba por lá, da mesma forma que existem discentes potiguares na UECE e UEPB. Estamos numa sociedade que permite ao cidadão o direito de se mudar e tentar a vida em outro estado. Sem contar que muitos deles fixam residência nas cidades onde fazem faculdade, foi o que aconteceu comigo, inclusive. Mas tudo isso é caro e o Estado não tem condições de manter, alega o cidadão desinformado que não vai com a cara da UERN. Mais caro é aumentar o déficit de médicos e professores que tanto prejudica a nossa sociedade.

E se compararmos com a UEPB (uma universidade estadual com autonomia financeira), por exemplo, veremos como a UERN não é tão cara como dizem. Num levantamento sobre a folha de pagamento (sem incluir os aposentados) entre 2008 e 2015, identificamos uma universidade estadual no RN com média de R$ 45 milhões a menos que a sua congênere paraibana. Ou seja, a folha de pagamento da UERN é menor do que a da UEPB cerca de R$ 45 milhões por ano.

A folha de 2015 foi de R$ 180 milhões na UERN e R$ 225 milhões na UEPB.

Em 2016, o impacto da UERN foi insignificante no orçamento do Estado. O Governo teve R$ 8.904.481.133,49 em despesas.

Desse montante, R$ 21.514.017,77 foram usados para o custeio da Universidade. Isso representa o modesto percentual de 0,2% das despesas do Rio Grande do Norte. As despesas totais da UERN equivalem a R$ 196.264.881,80, que corresponde a 2,2% do Orçamento Geral do Estado.

Isso sem contar que a UERN nos últimos anos tem captado muitos recursos federais por meio de financiamentos, editais de extensão e emendas da bancada potiguar no Congresso Nacional.

Além disso, a UERN vem crescendo vertiginosamente com a criação de cursos de mestrados e doutorados, inclusive temos um doutorado em Pau dos Ferros na área de Letras.

Já pensou um professor com tamanha qualificação dando aulas numa escola pública numa cidade pequena como Encanto no Alto Oeste Potiguar? A UERN é a inclusão de todas as regiões do Estado no ensino superior.

O custo de um aluno é em média R$ 911 e isso inclui cursos como Odontologia e Medicina, que na esfera privada são os mais caros. Imagine que esses alunos atendem diariamente centenas de pessoas carentes em ambulatórios e clínicas odontológicas mantidas pela Universidade com supervisão dos professores. Num único dia esse investimento mensal já é devolvido aos mais pobres.

Vale salientar que tirando o pagamento dos terceirizados, o custeio mensal de toda UERN é inferior ao de uma única UPA.

Na UERN não há exageros em seu quadro docente. A média nacional para as universidades estaduais é de 14 docentes para cada aluno.

Atualmente, o investimento do Estado na UERN, com sua folha de pagamento, representa apenas 4,2% da Folha de Pagamento do Estado. É um montante muito baixo diante do retorno financeiro que ela dá formando médicos, advogados, juízes, promotores, jornalistas, dentistas, professores, economistas, contadores e tantos outros profissionais que só existem no interior do Rio Grande do Norte graças a existência de uma universidade pública e gratuita que já formou mais de 42 mil profissionais que estão contribuindo para o desenvolvimento das cidades potiguares e, portanto, do próprio estado do Rio Grande do Norte.

O retorno que a UERN dá ao Rio Grande do Norte não é só acadêmico, mas principalmente social.

A UERN é um patrimônio.

Opinião dos leitores

  1. Fui informada que há professores médicos em greve há dois meses por salários atrasados, prejudicando aulas de alunos do curso de medicina. Isso procede? Obrigada

  2. Bruno, parsbens pelo texto, precisamos escrrver mais sobre isso. Apenas veja essa medida do número de docentes por alunos, a relação parece estar invertda.

  3. Só quem tem uma mente tacanha, doente e não pensa no social e no coletivo é que afirma ser a UERN um peso para o Estado. A miopia dos insensatos não o deixa ver a realidade. Mossoró e toda a região atendida pela Universidade do Estado não teriam se desenvolvido se dependesse da mentalidade atrasada dos nossos políticos que não veem além da Reta Tabajara.

  4. Caro Manoel, a Uern não é um luxo e privitazar uma Universidade é uma ideia absurda. Venha ao interior do Estado conhecer a Uern e saber o papel social dela. A constituição fala em prioridade ao ensino médio para os estados e não determina que tenha que ser assim. Prioridade é diferente de obrigação. Por essa lógica as escolas estaduais de ensino fundamental deveriam ser fechadas pq a prioridade é dos municípios.

  5. Caro Manoel, a Uern não é um luxo e privitazar uma Universidade é uma ideia absurda. Venha ao interior do Estado conhecer a Uern e saber o papel social dela.

  6. Meu caro "filho de poti" preste atenção que são 4,2% da folha e do orçamento. O impacto da Uern no orçamento é de 2,2%. Além de usar um nome falso tem sérios problemas de interpretação de texto.

  7. A UERN é bom sim, mas o RN não pode bancá-la. Privatizar e logo é o melhor caminho. O Sr. Bruno está cumprindo seu papel de defender mas a maioria da população é consciente do ralo de dinheiro público que é esta instituição que, diga-se de passagem, não faz parte das obrigações estaduais. Ensino superior não cabe aos estados.

  8. A UERN é mais um desses absurdos existentes no Brasil. Vai ver quem está no curso de Medicina da UERN… só classe média alta, estudando de graça sustentados por um Estado miserável, enquanto isso drena recursos que deveriam ser destinados à educação básica. É como se uma família pobre comprasse uma BMW financiada.

    1. Tadeu, 50% das vagas são para alunos de escolas públicas.
      Estude.

  9. Cadê meu comentário sobre a UERN? Não pode haver opinião contrária a matéria?
    Como a EURN sozinha consome quase 5% de toda arrecadação do Estado do RN? Onde isso é pouco?
    Se a UERN sabe das deficiência de professores do ensino público do RN, por que não tomou as providências para acabar com isso, em mais de uma década de existência?
    Comparou a folha de pessoal com a UEPB, que tal comparar com a folha da UFRN? Quem ganha mais, um diretor de curso da UERN ou da UFRN?
    A UERN quer ser maior que a UFRN, só que uma tem orçamento federal e a outro depende dos escassos recursos estaduais, de um dos menores Estados da federação.

  10. Bruno você deu uma aula sobre a nossa UERN e como o dinheiro aplicado nela afeta o nosso povo, principalmente, os mais pobres. Não se conheçe escândalos com o uso do dinheiro público dentro da Uern desde os tempos dos seus fundadores. Que a mesma continue atraindo pessoas como você para o seu quadro de abnegados colaboradores e enchendo de felicidade os lares de Patu até a Zona Norte da Capital.

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