Saúde

Vacina universal da gripe (contra qualquer cepa do vírus) está mais próxima do que se imagina, diz Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT)

Vacina: MIT estuda vacina universal contra influenza (Yulia Reznikov/Getty Images)

Uma vacina universal contra o vírus da gripe pode estar mais próxima do que se imagina, segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Em um estudo publicado nessa quarta-feira, 7, pesquisadores do MIT, do Hospital Geral de Massachusetts e da universidade de Harvard afirmaram que “estão trabalhando em estratégias para fazer uma vacina que funcione contra qualquer cepa do vírus”.

A vacina em questão seria capaz de induzir uma resposta imune contra a proteína da influenza — que é raramente mutável, mas normalmente passa despercebida pelo sistema imunológico.

A vacina estudada pelas universidades americanas contém nanopartículas envoltas nas proteínas da gripe a fim de treinar o sistema imunológico para que ele seja capaz de criar anticorpos. Já foram realizados estudos com camundongos, nos quais foi confirmado que a proteção é capaz de induzir uma resposta de anticorpos, o que aumenta as chances de a vacina ser eficaz em testes clínicos com humanos.

Segundo os pesquisadores, a maioria das vacinas contra a gripe tem como base o vírus inativado, encobertos por uma proteína chamada hemaglutinina (HA), responsável por ligar o vírus à célula hospedeira, e, com a vacina, o corpo cria diversos anticorpos para lutar contra a doença. Embora boa parte da HA não seja mutável, a que é pode dificultar uma proteção a longo prazo.

As vacinas atuais também têm mais probabilidade de causarem respostas imunes somente em uma parte da HA, enquanto uma outra é negligenciada. A preferência dos anticorpos tem motivo: a parte qual eles funcionam com maior eficácia é mais acessível do que a outra.

Então, os cientistas desenvolveram um modelo computacional para explorar a proteína do vírus da gripe. O que foi descoberto nas simulações é que, quando uma dose de uma vacina comum da gripe é administra, os receptores das células B — integrantes do sistema imunológico — se unem à HA de uma forma desvantajosa durante o processo de maturação, porque não conseguem atingir a célula inteira.

“Estamos animados com esse trabalho porque ele é um passo pequeno em direção a desenvolver uma vacina da gripe que você só toma uma, ou algumas vezes, e o resultado dos anticorpos tem grandes probabilidades de proteger contra diversas versões da gripe e pandemias relacionadas à ela também”, afirmou Arup K. Chakraborty, professor do MIT.

A ideia dos cientistas com a vacina, então, é mudar o foco do sistema imunológico para que ele consiga atacar todos os pedaços da proteína do vírus, em qualquer mutação que possa ser apresentada.

Exame

Opinião dos leitores

  1. Não quero negócio com vacina. Todos esses tipos de gripe, inclusive a Covid 19, são na realidade ENCOSTOS. Eu vou na Universal, no dia da "fogueira santa", deixo dez contos lá, o pastor tira todos os meus encostos e volto para casa zerado.

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Saúde

Universal: Cientistas estão perto de criar uma vacina que proteja contra todos os tipos de gripe

08_33_58_291_fileCientistas britânicos acreditam ter avançado em pesquisas que podem levar à confecção de uma vacina que proteja contra todos os tipos de gripe.

O vírus influenza, causador da doença, é extremamente mutável, fazendo com que vacinas para as gripes sazonais sejam alteradas constantemente.

Mas novos estudos, publicados na revista científica Nature Medicine, levam a crer que, em breve, será possível fabricar uma vacina universal contra a gripe, que mata entre 250 mil e 500 mil pessoas todos os anos.

O vírus influenza é capaz de mudar as proteínas que brotam de sua superfície tão facilmente quanto trocar de roupas.

No entanto, o material localizado no seu interior é comum a várias de suas mutações, levando os cientistas a acreditar que concentrar no núcleo do vírus pode ser a chave para desenvolver a vacina universal.

Pandemia

Acredita-se que uma parte específica do sistema imunológico, conhecida como células-T, seja capaz de reconhecer as proteínas que habitam o centro do vírus.

Para examinar como essas células-T reagem diante da presença do vírus, pesquisadores do Imperial College, de Londres, analisaram 342 funcionários e estudantes que contraíram gripe suína, que provocou uma pandemia em 2009.

Eles estimam que ter se deparado com a ‘casca’ do novo vírus deve ter sido uma experiência completamente diferente para o sistema imunológico, mas acreditam que o material localizado no seu núcleo não deve ter causado espanto às defesas do corpo humano.

A equipe analisou os níveis de um tipo de células-T no início da infecção dos pacientes analisados e constatou que quanto mais células-T eles tinham, mais amenos eram os sintomas.

Os pesquisadores então isolaram a parte do sistema imunológico que oferecia algum tipo de proteção à pandemia e a parte do vírus que estava sendo atacada, provavelmente comum a várias de suas mutações. O líder da pesquisa, Ajit Lalvani, disse à BBC que ‘esta é a base para uma vacina’.

— Nós agora conhecemos exatamente o subgrupo do sistema imunológico que defende o organismo e identificamos os fragmentos-chave no núcleo do vírus que são atacados. Eles devem ser incluídos em uma vacina. Se este for realmente o caso, estamos a cinco anos de fabricar uma vacina. Temos o conhecimento, sabemos o que tem de estar nela e agora temos de seguir adiante.

Desafios

A futura vacina seria diferente de outras, como a tríplice administrada contra sarampo, rubéola e caxumba, em que o sistema imunológico é induzido a produzir anticorpos para atacar o invasor.

No caso de uma vacina universal contra gripe, o corpo seria estimulado a produzir altos níveis de células-T.

Mas há desafios. Os pesquisadores admitem que pode ser mais difícil desenvolver este tipo de vacina do que os que estimulam a produção de anticorpos.

A grande questão será conseguir que o sistema imunológico produza um número de células-T grande o suficiente para criar uma resposta duradoura.

O professor John Oxford, da Queen Mary University, em Londres, está cético em relação à criação de uma vacina universal.

— Seu efeito não poderá ser tão poderoso. Não vai resolver todos os problemas de pandemias de gripe, mas pode se somar às opções atuais de vacinas. É um longo caminho até que esse estudo seja traduzido em uma vacina que funcione.

BBC Brasil

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