Saúde

SEIS POR MEIA DÚZIA? Vegetarianos têm risco menor de doenças cardíacas, mas maior chance de sofrer um derrame, diz estudo

Algumas pessoas param de comer carne para proteger a vida dos animais, enquanto outras têm a motivação ambiental, já que a pecuária é uma das responsáveis pelo efeito estufa com o metano liberado pelos gados. Seja qual for o motivo, muitas pessoas estão realizando dietas sem carne (ou com um consumo reduzido, como o reducitarianismo), e é importante saber quais são as consequências para a nossa saúde.

Foi pensando nisso que pesquisadores da Universidade de Oxford realizaram um estudo (publicado no periódico British Medical Journal) com mais de 48 mil adultos desde 1993 e que não tinham histórico de ataque cardíaco, derrame ou angina, doença que estreita as veias e artérias que levam o sangue ao coração. O resultado mostra que os vegetarianos têm um risco menor de desenvolver doenças cardíacas em relação aos que comem carne, mas um risco maior de sofrer um derrame.

“As dietas vegetarianas e veganas aumentaram enormemente em popularidade nos últimos anos”, afirma a pesquisadora Tammy Tong para o jornal britânico The Guardian. “Mas, na verdade, sabemos muito pouco sobre os potenciais benefícios para a saúde ou os riscos dessas dietas”.

Os participantes responderam questões sobre estilo de vida, histórico médico e a sua dieta, permitindo que a equipe classificasse indivíduos como carnívoros, vegetarianos, veganos ou que só eram consumidores de peixe. Algumas dessas perguntas foram feitas novamente em 2010 e os participantes foram reclassificados caso tivessem mudado de dieta. Como o estudo tinha poucos veganos, esses indivíduos foram agrupados com os vegetarianos.

A saúde dos participantes foi acompanhada por prontuários até março de 2016, período em que ocorreram 2.820 casos de doenças cardíacas e 1.072 casos de acidente vascular cerebral (AVC). Os pesquisadores também levaram em consideração fatores como idade, sexo, tabagismo e nível socioeconômico.

Os que comiam peixe tiveram um risco 13% menor de doenças cardíacas do que os comedores de carne, enquanto os vegetarianos tiveram um risco 22% menor. No entanto, os vegetarianos tinham um risco 20% maior de sofrer um derrame do que os carnívoros. Não havia um efeito claro para os comedores de peixe.

Embora o estudo não prove que o consumo de carne ou o vegetarianismo esteja por trás das diferenças de risco, Tong explica que a associação entre uma dieta vegetariana e uma doença cardíaca já foi observada em pesquisas anteriores. “Era provável que o menor risco, tanto em pessoas que comem peixe quanto em vegetarianos, estivesse relacionado ao fato de terem colesterol mais baixo, mas também um IMC menor, pressão arterial mais baixa e também uma taxa mais baixa de diabetes.”

Tong sugeriu que uma razão pela qual os vegetarianos podem ter um risco maior de derrame pode ser devido a níveis mais baixos de colesterol, o que pode aumentar o risco de certos tipos de derrame.

O estudo tem limitações, incluindo o fato de ser baseado em relatos dos próprios participantes e que nem todos os entrevistados responderam às perguntas em 2010. O estudo também envolveu principalmente pessoas brancas que moram no Reino Unido, portanto, não está claro se os resultados se aplicariam às demais populações.

Galileu

 

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Diversos

Vegetarianos são menos saudáveis e mais depressivos, diz estudo

Eles fumam menos, bebem menos, fazem mais exercício e têm alimentação com baixo consumo de gordura saturada e colesterol. Mesmo assim, os vegetarianos são menos saudáveis do que aqueles que comem carne. Pelo menos é o que sugere uma pesquisa controversa da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria.

O estudo utilizou dados do levantamento “Austrian Health Interview Survey”, que comparou hábitos alimentares e estilo de vida de vegetarianos e “carnívoros”. Os pesquisadores concluíram que pessoas que não comem carne são mais propensas a desenvolver câncer, alergias e problemas como depressão e ansiedade. O trabalho, porém, vem sendo criticado por pessoas que o acusam de ter uma ligação com a indústria da carne.

Os 1.320 indivíduos estudados na pesquisa foram separados por idade, sexo, nível sócio-econômico e quantidade de carne ingerida: 330 eram vegetarianos; 330 eram carnívoros que comiam grande quantidade de frutas e legumes; 330 comiam pouca carne; e 330 tinham a carne como alimento principal de sua dieta.

Os pesquisadores constataram que os vegetarianos consumiam menos álcool e tinham menores índices de massa corporal, mas ainda assim apresentavam um estado total de saúde física e mental mais deficiente do que os outros.

Os participantes que comiam menos carne também tinha práticas de saúde menos intensas, afirmaram os pesquisadores. Eles evitavam consultas médicas para check-ups e ações preventivas tais como vacinas.

“Nosso estudo mostrou que os adultos austríacos que consomem uma dieta vegetariana são menos saudáveis ​​(em termos de câncer, alergias e distúrbios de saúde mental), têm uma qualidade de vida menor e também precisam de mais tratamento médico”, escreveram os autores.

Após a publicação do estudo, muitos questionaram o resultado e apontaram uma possível ligação com a indústria da carne. Ao “Austrian Times”, a epidemiologista e coordenadora da pesquisa Nathalie Burkert afirmou: “Nós já nos distanciamos dessa afirmação, pois é uma interpretação errada dos nossos dados”.

“Nós realmente notamos que os vegetarianos sofriam mais com certas condições como asma, câncer e doenças mentais do que as pessoas que comiam carne, mas não podemos dizer qual é a causa e qual é o efeito”, disse Nathalie, que acrescentou: “É preciso que haja um estudo mais aprofundado antes que esta questão possa ser respondida”.

O Globo

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