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Webcam, criatividade e máscaras: como a indústria pornô cresceu, mas teve que se adaptar, à Covid

Bastidores de produção da Sexy Hot (Foto: Divulgação)

A indústria de entretenimento adulto está em pleno vapor em meio a pandemia da Covid-19. Após alguns meses parados, atores e produtoras retomaram suas gravações. A pressa tem motivo especial: desde março de 2020, quando foi decretada a pandemia do coronavírus no mundo, sites internacionais como Xvideos, Pornhub e Redtube tiveram um incremento de 11% a 67% de usuários únicos, dependendo do país, e essa é oportunidade única para reviver um setor que foi massacrado pela pirataria na internet. No Brasil, não foi diferente. O Câmera Privê, site de webcams que permite interação entre artistas adultos e o público, foi um dos que viu seus números multiplicarem como vírus nos últimos meses de distanciamento social.

“O Câmera Prive funciona totalmente em ambiente virtual. Nossos modelos e usuários se relacionam cada um em suas casas, utilizando internet e webcam para interagirem. Então, não houve grandes mudanças nesse quadro. Tivemos um crescimento muito grande de novos cadastros de modelos e um fluxo absurdo de novos usuários ativos na plataforma. Aumentamos cerca de 19% a taxa de conversão de novos clientes, o que resulta em centenas de novos usuários ativos todos os dias”, conta Veronica Freitas, coordenadora de marketing da marca.

“Estamos também recebendo dezenas de novos cadastros de modelos semanalmente. Um aumento de 12% em nossa média. De março até o momento, tivemos um aumento de 25% nos acessos a plataforma comparado aos meses de Janeiro/Fevereiro. Temos tido picos de quase 3,5 milhões de acessos diariamente. Tivemos um grande aumento nas vendas de conteúdos premium também (fotos e vídeos de acesso restrito aos usuários que pagam uma taxa), já que houve uma procura muito maior por vídeos, fotos e stories de conteúdo adulto produzido e disponibilizado pelos modelos”, celebra.

Cinthia Farjado, diretora-geral do Grupo Playboy (Foto: Divulgação)

Já no segmento que precisa de cenas gravadas e muita interação com pessoas, o cenário é um pouco diferente. Cinthia Farjado, diretora-geral do Grupo Playboy, responsável pela Sexy Hot Produções, diz que a criação de novos conteúdos teve que ser paralisada a principio e depois reformulada para caber dentro das recomendações da Organização Mundial de Saúde.

“No início da quarentena, em março, suspendemos, por tempo indeterminado, todas as gravações do selo, como uma medida de segurança para todos os membros da equipe. A retomada terá que ser cautelosa. As gravações passarão por protocolos, ainda mais rígidos do que temos hoje, de segurança, saúde e até higiene, de acordo com as recomendações da OMS. No Sexy Hot, já tínhamos como regra a apresentação de exames e uso de camisinha, por exemplo. Alinhada com a temática da quarentena, estreamos no último dia 8 e 15 de agosto, dois episódios do filme Contos da Quarentena, do nosso selo próprio e exclusivo do canal. Seguindo todos os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS), as duas produções foram interpretados pelo casal DreadHot e Alemão, que moram juntos, gravado na casa deles, respeitando ainda mais o decreto”, explica.

“Estamos analisando os roteiros do Sexy Hot Produções, que ainda não foram produzidos, para ver quais adaptações podemos fazer para nos adequarmos ao cenário atual. Gravações remotas, mais lives, entre outras possibilidades que estamos estudando. Ainda não temos previsão da voltar às gravações comuns.”

A necessidade de novos conteúdos também deriva da maior procura. O site Sexy Hot teve um aumento de 64% no volume de visitas somente nos 120 dias logo após a quarentena. Os seus vídeos tiveram um aumento de 104% de visualizações e os usuários consumiram 103% mais vídeo/horas em comparação com o mesmo período anterior.

Iule Karalkovas, gerente da Fever Films – produtora erótica com roupagem mais “cult” -, conta que interrompeu todas as suas atividades presenciais em março, mas que mesmo assim os conteúdos que já tinham sido produzidos tiveram um aumento de mais de 40% no Pornhub, que deixou o acesso gratuito durante a quarentena. No XVideos, o aumento foi de 10% da procura por suas produções.

As gravações foram retomadas no segundo semestre do ano, mas com elenco seleto e medidas como uso de máscara e realização de testes de Covid-19.

“As gravações só foram retomadas em julho, mas com muitas mudanças e precauções. Selecionamos um casting super restrito e com pessoas de confiança, que sabíamos que estavam respeitando o isolamento. Todos foram testados para Covid e fizemos uma verdadeira força tarefa de limpeza e higienização em todo o set de filmagem e também em qualquer coisa que chegava da rua. Para diminuir os riscos, também aumentamos os dias de filmagens, então ficamos 4 dias no mesmo local e ninguém entrava ou saia”, explica ela sobre a produtora, que desde o retorno gravou já três filmes, além de outros conteúdos.

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E a privacidade vai virando artigo de luxo: FBI diz que pode ativar webcam sem que usuário saiba

webcamDe acordo com informações do jornal Washington Post, o FBI pode invadir qualquer computador e ativar sua webcam sem que o usuário perceba. Marcus Thomas, ex-diretor adjunto da Divisão de Tecnologia Operacional do FBI, comentou que é possível fazer isso sem ativar a luz da webcam há muitos anos.

Thomas disse que a tecnologia é usada principalmente para investigações sérias e ligadas ao terrorismo. As informações publicadas pelo jornal cita um incidente em que o FBI rastreou um suspeito chamado de “Mo”, que fez uma série de ameaças para detonar bombas em universidades e aeroportos nos Estados Unidos no ano passado.

A equipe de hackers FBI conseguiu criar um software que é utilizado no Yahoo Mail como o método de entrega do arquivo, e foi projetado para registrar os sites que ele visitou, bem como o paradeiro de seu computador.

Mesmo com os dados adquiridos de Mo, as informações não foram tão úteis, já que a pessoa estava no Irã. Se ele voltar aos Estados Unidos, no entanto, o governo já conta com muitas informações sobre ele.

Essas ações estão relacionadas diretamente ao escândalo recente relacionado à espionagem do governo norte-americano à milhares de usuários na internet. Assunto que também fez com que as gigantes empresas de tecnologia enviassem uma carta formal ao presidente Barack Obama, pedindo uma reforma nos métodos de como essa vigilância é realizada.

R7 via Baboo

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