Saúde

VACINA COVID: Mundo enfrenta desafio logístico que afeta desde insumos para imunizantes até entregas do e-commerce

Foto: Unplash

Aproximadamente 50 países já iniciaram a vacinação em suas populações, incluindo Estados Unidos, Inglaterra, Israel, Canadá, Costa Rica, Rússia, Grécia, França, entre outros, além do Brasil, que iniciou a vacinação nesta segunda-feira (18).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no domingo (17) o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca. A primeira vacina do país (fora dos estudos clínicos) foi aplicada logo após a liberação da Anvisa, neste domingo, e a imunização no país teve início nesta segunda-feira (18).

Depois que o obstáculo mais complexo, a descoberta de uma vacina, foi superado e em tempo recorde (nunca na história uma vacina foi desenvolvida em prazo tão curto) um outro desafio, deixado de lado por muitos países, se impõe: a logística, processo que organiza desde o transporte da matéria-prima que sai da fábrica para se transformar na vacina, passando pela entrega aos pontos de vacinação e finalmente a aplicação nos cidadãos. O caminho por trás desse processo é complexo e pode afetar outras cadeias de produtos no Brasil e no mundo.

Filinto Jorge Eisenbach Neto, professor de administração da PUC-PR e especialista em logística, acredita que com as vacinas o mundo hoje enfrenta uma dificuldade logística duas vezes maior do que na Segunda Guerra Mundial. “A demanda é muito maior, a urgência é gigante, e precisamos entregar as vacinas em todos os lugares do mundo. O processo de logística é um fluxo contínuo e não pode ter interrupções. Se um trecho do processo sofre atraso ou paralisação todo o resto da cadeia é afetado.”

Esse é o risco ao qual o mundo todo está submetido agora, que afeta as vacinas e também outros tipos de produtos. E é por isso que alguns especialistas chegam a dizer que o mundo pode passar por uma espécie de “apagão logístico”, com várias cadeias de produtos sendo afetadas em uma reação em cascata até chegar ao consumidor final, em função do esforço global na distribuição das vacinas.

Risco de apagão logístico?

Vinícius Picanço, professor de gestão de operações e cadeia de suprimentos do Insper, explica que o transporte de vacinas é feito majoritariamente por dois modais: aéreo e rodoviário. “O aéreo faz o transporte de ‘hub a hub’ [centro a centro], que leva dos polos de fabricação às cidades de regiões centrais de outros países, e é mais rápido; e o rodoviário faz a ‘perna’ doméstica, o trecho dentro de determinado país entre um aeroporto, por exemplo, ou um armazém – onde as vacinas ficam estocadas – até o posto de vacinação”, explica.

Ana Paula Barros, diretora da Mac Logistics, empresa brasileira de operação e gestão de logística internacional, que atua em mais de 20 países, acredita que um apagão logístico pode acontecer justamente devido à falta de oferta de transporte aéreo. “Vai acontecer um colapso logístico, que vai causar falta de produtos, porque a vacina depende do modal aéreo. É a opção mais rápida e toda a disponibilidade de transporte aéreo vai para a vacina, que terá total prioridade sobre outras cargas, interrompendo ou atrasando o fluxo logístico e impactando todos os produtos transportados por via aérea no mundo”, diz.

Ela explica que há uma quantidade limitada de aviões, que não vai aumentar, e não é viável produzir mais aeronaves devido à pressa e aos custos. “Teremos que usar a infraestrutura que o mundo já tem e redirecioná-la para as vacinas no transporte entre países”, afirma.

Eisenbach Neto concorda que um apagão logístico “pode acontecer sem dúvida nenhuma”, mas principalmente pela falta de alinhamento dos processos logísticos da vacina e não pela restrição na oferta de aviões. “Países que já começaram a vacinar enfrentam dificuldades de planejamento, de suprimento e de produção para fazer a distribuição na velocidade que precisamos, com um volume tão alto de imunizante, mantendo as outras cadeias de produtos funcionando ao mesmo tempo”, diz.

Vacinas viajam de avião, produtos via transporte marítimo

Ana Paula, da Mac Logistics, mora em Miami há cincos anos e diz que nos EUA o impacto das vacinas na logística já pode ser sentido. “As entregas de e-commerce estão demorando mais e o FedEx já enviou avisos informando sobre os potenciais atrasos. Por aqui, houve um crash com a sequência de datas: Black Friday, Natal, e logo em seguida a vacina”, afirma.

Priscila Miguel, coordenadora adjunta do FGV Celog (Centro de Excelência em Logística e Supply Chain), concorda que cadeias de produtos serão afetadas, mas diz que um “apagão logístico” generalizado está fora de cogitação. “Não veremos um apagão completo, a ponto de as pessoas ficarem sem produtos de primeira necessidade, porque a distribuição das vacinas não vai acontecer em um único momento, então não usaríamos toda a capacidade aérea logística do mundo ao mesmo tempo”, diz.

Priscila lembra que os polos de produção das primeiras vacinas aprovadas pelas agências regulatórias no mundo estão espalhados nos EUA, na Rússia, na China, na Inglaterra, na Índia, entre outros. “A própria produção acontece de forma escalonada”, complementa.

Picanço, do Insper, concorda que é exagero falar em apagão logístico global, mas diz que o assunto é uma “preocupação genuína”, sobretudo em relação a dois segmentos específicos: as cadeias frias e ultrafrias. “As cadeias ultrafrias são as que exigem transporte, armazenamento e manuseio em temperaturas abaixo de 0°C, como as vacinas da Pfizer e da Moderna, e as cadeias frias exigem temperaturas entre 0°C e 10°C, como as vacinas do Butantan e da AstraZeneca. O impacto será maior nas cadeias dessas categorias justamente pela prioridade de embarque que as vacinas têm. Mas o Brasil tem algumas peculiaridades (leia mais abaixo)“, explica.

Sobre a disponibilidade dos aviões, Picanço afirma que mesmo as aeronaves comerciais poderão participar de “forças-tarefas” para transportar as vacinas. “As adaptações para cadeias frias em aviões são conhecidas e aplicáveis porque as temperaturas atingidas durante os voos já são mais baixas, facilitando a acomodação de doses. No caso das ultrafrias, vamos usar mais das frotas já existentes de aviões especializados nesse tipo de transporte, mas imagino que empresas logísticas também farão adaptações quando necessário”, diz.

Outro ponto que deve impedir um colapso logístico, segundo Priscila, é que a maior parte do transporte logístico internacional é feito por vias marítimas, que têm custos inferiores à via aérea. “O transporte aéreo é mais caro e focado em produtos leves e de alto valor agregado, não serve para qualquer carga. O marítimo é o principal modal logístico internacional e como as vacinas não devem ser transportadas por ele, boa parte da distribuição e importação de produtos no mundo não sofrerá impactos. E no Brasil a participação do transporte aéreo na logística é bem pequena”, avalia.

Os dados mais recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que em 2019 a importação, em toneladas, feita por via marítima no Brasil representou 92% das cargas que entraram no país, contra apenas 0,15% pela via aérea. Se considerarmos a participação em valores (US$), a importação pelo modal marítimo representou 71%, enquanto o aéreo chegou a 18%.

Falta de insumos e desafios extras no Brasil

O desafio logístico é global, mas no Brasil os especialistas entendem que a coordenação dos processos logísticos por parte do governo federal pode gerar desafios extras. Atualmente, estão disponíveis 6 milhões de doses da CoronaVac, e há expectativa de que as 2 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, importadas da Índia, cheguem ainda esta semana.

O governo federal ainda não detalhou como fará a logística da vacinação, explicou apenas que essas 6 milhões de doses serão entregues aos estados com a ajuda da Força Aérea Brasileira (FAB) que levará as doses a “pontos focais” definidos por cada unidade federativa.

“O nosso país é internacionalmente conhecido pela logística de vacinas. Nosso programa de vacinação é um dos melhores do mundo, porém ninguém nunca lidou com um volume do tamanho da Covid-19”, afirma Ana Paula. O InfoMoney já mostrou em detalhes como acontece a distribuição das vacinas pelo país e por que o Plano Nacional de Imunização é considerado referência internacional (veja mais aqui).

“Para que o cidadão tome a vacina no posto de saúde, todas as empresas, pessoas, transportes, precisam funcionar em sincronia. E essa é a maior dificuldade no Brasil. Nem sempre, o fornecedor que entrega o frasco cumpre o prazo como o que envia o insumo, ou a seringa, por exemplo. Fora a entrega de cada parte, os insumos para a produção vêm de diferentes partes do mundo e organizar todo esse fluxo é complicado – ainda mais em um país com dimensão continental, com cidades pequenas e distantes dos centros urbanos”, complementa Eisenbach Neto.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (18), Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse, por exemplo, que há uma preocupação sobre a chegada de insumos da China para dar sequência à produção da Coronavac no Brasil. Vale lembrar que a vacina da AstraZeneca/Oxford produzida pela Fiocruz também depende dos insumos vindos da China. “O pedido emergencial da Fiocruz foi referente às 2 milhões de doses produzidas na Índia e eles também dependem de matéria-prima da China para começar a produção. Ainda não começou”, disse Covas também na coletiva.

O professor da PUC-PR diz ainda que o Brasil não tem capacidade plena de transporte refrigerado para atender o volume de distribuição de vacinas. “Não temos caminhões e armazéns refrigerados suficientes para dar conta de tudo. O governo precisa apresentar alternativas. Serão necessárias adaptações em veículos, armazéns e até empresas. Os Correios, por exemplo, poderiam entrar como alternativa. As movimentações entre os grandes centros comerciais não são um problema, porque temos boa infraestrutura, mas saindo dos grandes centros a estrutura vai ficando pior e as dificuldades aumentam – e os Correios estão em todas as cidades”, diz.

Picanço lembra que essas adaptações são possíveis, mas exigem expertise e investimentos das empresas. “Tem como equipar caminhões que não são refrigerados para entregar vacinas, mas os funcionários sabem manusear? Tem equipamentos para transportar sem danificar? Exige mais do que apenas ‘colocar geladeiras’ nos caminhões. E sai caro. Nem toda empresa tem dinheiro para mudar parte de sua frota para uma cadeia refrigerada. Grandes logísticos que atuam por aqui, como FedEx, DHL, UPS, TNT, estão se movimentando nesse sentido para tentar aumentar a capacidade de atendimento de cadeias frias. Mas precisamos esperar para ver o resultado disso”, diz.

Reportagem da revista britânica The Economist ressalta a importância da agilidade na vacinação para conter os níveis de internações e mortes no mundo e afirma que a credibilidade dos governos vem diminuindo com a demora no processo e a má gestão de muitos governos. “A incompetência também desempenhou um papel importante. Embora os países tenham tido meses para se preparar, perderam tempo e cometeram erros. O governo dos EUA não financiou adequadamente os estados para se prepararem para a vacinação antes do ano novo, por exemplo”, critica o texto.

Picanço diz que no caso do Brasil também tivemos tempo de preparação. “O país teve tempo para se preparar logisticamente, então, em tese, era para tudo funcionar nesse primeiro momento e não termos grandes problemas. Mas sempre tivemos tempo para aprender, em todas as fases da pandemia, com a Ásia e Europa, onde tudo aconteceu com meses de antecedência – logística é a mesma coisa – mas olha a nossa situação, o caos em Manaus. De um lado temos a expertise, mas precisamos esperar para ver se conseguiremos colocá-la em prática”, afirma.

Levando em conta o contexto nacional e global, o impacto que a logística da vacina vai causar no Brasil vai ser limitado a atrasos em entregas de mercadorias, matérias-primas, peças e produtos, segundo os especialistas. Entre os setores que devem ser afetados estão o de alimentos, e-commerce, eletroeletrônicos, farmacêutico e setor automobilístico

Segundo Picanço, o Brasil vai sentir os impactos da logística mundial devido ao recebimento de insumos para a vacina do exterior, principalmente da China, da Índia e eventualmente de alguns países europeus. “Esses insumos serão necessários para a produção local e virão, majoritariamente, via aérea. No longo prazo, o Brasil vai ficando mais independente com a produção local, mas ainda dependerá de insumos vindos de fora para a produção completa da vacina. Por isso, os segmentos importados que possuem a cadeia fria ou ultrafria em sua logística vão ser impactados, mas nada generalizado”, diz.

Como consequência, ele cita o setor de alimentos, itens farmacêuticos, que incluem outras vacinas, insumos hospitalares, equipamentos, além de insumos químicos e eletroeletrônicos. “São itens que geralmente são transportados por modal aéreo ao redor e precisam de temperaturas mais baixas. Frutas de maior valor agregado como cerejas e morangos, por exemplo, podem demorar mais para chegar às prateleiras dos mercados, bem como hardwares para a produção de notebooks e computadores, além de alguns sprays para asma ou insumos para terapias de câncer, por exemplo“, diz.

“Ainda, devido à falta de transporte de cadeias frias no Brasil para atender toda demanda, poderemos ver atrasos também em alimentos refrigerados e congelados que passam por proteínas animais, hortaliças e refeições prontas, por exemplo”, complementa Picanço.

No e-commerce os consumidores também poderão ver atrasos de encomendas. “Se hoje a compra chega em três dias passará para sete, por exemplo. Isso pode ficar mais recorrente em todos os segmentos de mercado, de capinhas de celular, a vestuário, a eletrônicos. Como as cadeias coexistem e ‘disputam’ espaço e prioridade, provavelmente os operadores logísticos no Brasil terão maior demanda para as vacinas e isso deve deixar outros produtos (mesmo que não dependam de cadeia fria) com prioridade menor. Isso fatalmente pega (quase) tudo que é comprado online, sem urgência”, explica o professor do Insper.

Eisenbach Neto destaca a indústria no geral, “que utiliza muitos produtos importados, bem como o setor automobilístico, que usa peças vindas de fora”. No setor automobilístico, os efeitos já podem ser sentidos por aqui: os estoques de automóveis nas fábricas e concessionárias estão em seu menor nível da história e um dos motivos é a falta de peças, boa parte delas importadas. Apesar de a maioria das peças vir pelo modal marítimo, parte vem de avião, principalmente se é uma peça que precisa chegar com certa urgência para não parar a produção, segundo Priscila, da FGV.

Ana Paula, da MacLogistics, estima que em menos de dois meses a partir do início da vacinação, esses atrasos já poderão ser sentidos no Brasil.

Não há perigo de desabastecimento

Para Picanço, esses efeitos nos setores citados não serão definitivos e não teremos desabastecimento em massa da população.

“Não há motivo para desespero. As empresas de logística estão aprendendo muito nesse período. O brasileiro tem na memória os problemas do início da pandemia, quando faltou papel higiênico, álcool em gel. Isso foi fruto da demanda alta, mas também do desespero, que causa o chamado ‘efeito chicote’ – são oscilações no número de pedidos, que amplificam os erros de planejamento logístico e posicionamento de estoque. Isso gera custos e atrasos porque é uma demanda surpresa. Isso não se repetirá com a vacinação”, explica.

Infomoney

Opinião dos leitores

    1. O melhor presidente do mundo é Kim Jong Un.
      Lá não tem covid.
      O esquerdista está convidado a se mudar…
      Esquerdismo é doença.
      Em tudo se apegam na tentativa de chegar ao poder.
      Já tem vacina chinesa para o esquerdista.
      Os demais aguardam vacina de Oxford que sai hoje para o Brasil.

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MAIS SOFISTICADO: O novo golpe do Pix que está enganando até pessoas experientes

Foto: depositphotos.com / rafapress

Um novo golpe do Pix está se espalhando rapidamente pelo país e enganando até usuários experientes. A fraude imita processos reais dos bancos, cria um clima de urgência e usa engenharia social para levar a vítima a agir sem pensar.

Como o golpe funciona

Os criminosos enviam mensagens que parecem vir do banco ou da operadora, informando suspeita de fraude, bloqueio temporário ou necessidade de verificação urgente. O contato inclui um link que leva a um site falso, idêntico ao oficial.

Ao acessar a página e inserir dados como senha, CPF, conta ou token, a vítima fornece aos golpistas tudo o que precisam para acessar a conta real e realizar operações via Pix.

Por que o golpe engana até usuários experientes

A fraude combina:

  • clonagem de número, fazendo a mensagem parecer oficial;

  • páginas falsas muito bem produzidas;

  • mensagens com urgência, como “sua conta será bloqueada em 30 minutos”.

Esse conjunto reduz a atenção da vítima e aumenta a chance de erro.

O que acontece após clicar no link

Com os dados capturados, os golpistas podem habilitar o aplicativo em outro aparelho, alterar informações da conta e fazer transferências. Em alguns casos, chegam a fazer chamadas em vídeo fingindo ser atendentes para obter mais dados.

Como identificar que a mensagem é falsa

Mesmo sendo sofisticado, o golpe deixa sinais claros:

  • bancos não pedem senha, token ou dados sensíveis por WhatsApp, SMS ou ligação;

  • links encurtados ou com domínios estranhos;

  • erros de escrita;

  • mensagens enviadas em horários incomuns ou com ameaças de bloqueio imediato.

Como se proteger

  • Não clique em links enviados por mensagens.

  • Acesse sua conta apenas pelo aplicativo oficial.

  • Ative a autenticação em duas etapas.

  • Confirme qualquer alerta diretamente no app do banco ou pela central de atendimento.

A principal defesa é desconfiar de qualquer comunicação com tom de urgência e nunca fornecer dados de segurança fora do aplicativo oficial.

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[VÍDEO] Carlos publica imagens e relata agravamento da saúde de Jair Bolsonaro: ‘condição só piora’

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) publicou nesta sexta-feira (12) um vídeo que, segundo ele, mostra o agravamento do estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na postagem, Carlos afirma que não pretendia tornar público o material, mas decidiu fazê-lo por considerar necessário diante da piora do pai.

No texto que acompanha o vídeo, o vereador relata que Bolsonaro sofre reflexos da facada que sofreu em 2018 e que sua condição “só piora”, exigindo cuidados especiais 24 horas por dia. Ele afirma que a situação registrada nas imagens ocorreu antes da prisão do ex-presidente, mas reflete o que, segundo ele, a família enfrenta diariamente.

Carlos Bolsonaro diz ainda que há episódios “muito mais graves” do que os mostrados no vídeo e alerta para o risco de broncoaspiração devido ao refluxo constante, o que poderia levar à morte. Ele afirma que, sem acompanhamento médico contínuo e ambiente adequado, o ex-presidente estaria diante de uma “tragédia anunciada”.

A publicação ocorre em meio ao debate sobre o estado de saúde de Bolsonaro e o contexto político envolvendo sua prisão e processos em andamento.

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OPERAÇÃO TERRITÓRIO SEGURO: PRF prende dupla armada e impede assalto na BR-226, em Natal

Foto: NUCOM-RN

Dois homens foram presos por porte ilegal de arma de fogo e tentativa de assalto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na noite desta quinta-feira (11), no km 7 da BR-226, em Natal. A ação ocorreu durante a Operação Território Seguro, que reforça o policiamento em áreas estratégicas da capital.

Os indivíduos estavam em um Renault Logan prata que desobedeceu à ordem de parada. Após acompanhamento, o veículo entrou em uma rua sem saída e foi interceptado. No local, os policiais descobriram que o motorista era, na verdade, vítima de um assalto e estava sendo mantido sob ameaça pelos dois passageiros.

Durante a revista, a PRF apreendeu dois revólveres calibre .38, 13 munições e R$ 320 em espécie. Os dois homens foram presos por porte ilegal de arma e tentativa de roubo.

A ocorrência foi encaminhada à 1ª Delegacia de Plantão da Polícia Civil da Zona Sul para os procedimentos cabíveis. A ação integra a Operação Território Seguro, coordenada pelo Ministério da Justiça, que intensifica o patrulhamento preventivo na região metropolitana.

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STF analisa nesta sexta (12) decisão de Moraes que determinou perda de mandato de Zambelli, anulando decisão da Câmara

Fotos: Alejandro Zambrana/Secom/TSE e Mário Agra/Câmara dos Deputados

A Primeira Turma do STF analisa nesta sexta-feira (12) a decisão do ministro Alexandre de Moraes que cassou o mandato da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), revertendo a posição da Câmara, que havia mantido a parlamentar no cargo. O julgamento acontece em plenário virtual, das 11h às 18h.

Moraes anulou a votação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato, ordenando que o presidente da Casa, Hugo Motta, dê posse ao suplente em até 48 horas. Ele afirmou que os deputados não tinham competência para rever a decisão do STF e que a votação que preservou o mandato violou a Constituição.

Na quarta-feira (10), a Câmara rejeitou a cassação: foram 227 votos a favor e 170 contra — número insuficiente para atingir os 257 votos necessários. Com isso, o processo havia sido arquivado.

Carla Zambelli foi condenada em duas ações penais no STF:

  • 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do CNJ;

  • 5 anos e 3 meses por perseguição armada a um apoiador de Lula em 2022.

A deputada está presa na Itália desde junho, após fugir do Brasil. Foi detida nos arredores de Roma e aguarda análise da Justiça italiana sobre o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.

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Prefeitura de Extremoz notifica incorporadora e cobra solução para problemas em loteamento Portal do Sol

Foto: Matheus Zácaro

A Prefeitura de Extremoz notificou a empresa Paiva Empreendimentos, incorporadora responsável pelo Loteamento Portal do Sol, para que realize reparos nas vias e apresente um cronograma de conclusão do conjunto, diante dos recorrentes problemas enfrentados pelos moradores, principalmente relacionados às ruas esburacadas e à infraestrutura viária.

A gestão municipal explica aos moradores que o loteamento Portal do Sol ainda não foi oficialmente entregue ao município, pois não cumpriu os requisitos técnicos e legais exigidos para a incorporação ao patrimônio público. Por essa razão, a Prefeitura esclarece que, legalmente, não pode executar obras estruturais no local, uma vez que toda a responsabilidade permanece com o empreendedor.

A primeira notificação foi emitida no dia 26 de julho, quando o município cobrou a recuperação das ruas e a formalização do cronograma de entrega do loteamento Portal do Sol. Diante da continuidade dos problemas, uma nova notificação foi encaminhada em 19 de novembro, estabelecendo prazo de 48 horas para que a empresa se manifestasse e iniciasse os reparos necessários.

Após as cobranças, equipes técnicas da Prefeitura realizaram vistoria no local e constataram a presença de empresa contratada pela incorporadora executando serviços pontuais de recuperação em vias como a Rua Ariano Suassuna e a Rua Nova Andradina, conforme compromisso assumido pelo proprietário do empreendimento.

Apesar das ações emergenciais, a administração municipal destaca que os problemas no Portal do Sol continuam sendo acompanhados e que por isso foi instaurado auto de infração em desfavor da empresa, atualmente em tramitação técnica e jurídica, podendo resultar em sanções administrativas, incluindo multa.

“Toda a situação ocorre porque o loteamento segue em fase de implantação, não tendo sido entregue oficialmente ao município. Somente após o cumprimento integral das exigências legais a administração poderá assumir a manutenção das vias e demais serviços públicos”, reforça o secretário de meio ambiente e urbanismo, Jair Damasceno.

Enquanto isso, o município intensifica a fiscalização e as cobranças formais à incorporadora, com o objetivo de minimizar os transtornos à população e garantir que as obrigações legais do empreendedor sejam cumpridas.

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VENEZUELA: Guarda Nacional de Maduro cometeu crimes contra humanidade, aponta investigação da ONU

Foto: REUTERS/Isaac Urrutia

A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) da Venezuela cometeu graves violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade ao longo de mais de uma década, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (11) por uma Missão de Apuração de Fatos da ONU.

O documento aponta que a GNB esteve envolvida em detenções arbitrárias, violência sexual, tortura, repressão de protestos e perseguição política sistemática desde 2014, sob o regime de Nicolás Maduro. As vítimas, segundo a ONU, eram escolhidas por serem opositoras — ou percebidas como opositoras — ao governo.

“A repressão coordenada contra críticos do regime persiste há mais de dez anos”, afirmou Marta Valinas, chefe da missão.

O relatório também destaca o papel da GNB na operação “toc-toc”, realizada após as eleições de 2024, quando agentes realizaram batidas repentinas em casas de críticos, atingindo inclusive moradores de áreas pobres.

A publicação ocorre em meio ao aumento da tensão entre Estados Unidos e Venezuela, após o presidente americano, Donald Trump, voltar a mencionar a possibilidade de intervenção militar, sob o argumento de combater o tráfico de drogas. Maduro acusa Washington de tentar derrubá-lo para controlar as reservas de petróleo do país.

Integrantes do regime venezuelano rejeitaram as conclusões, classificando relatórios anteriores da ONU como “repletos de falsidades”.

Com informações de CNN Brasil

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Iluminação natalina e neve artificial encantam população de São Gonçalo no dia da Emancipação Política

A celebração dos 67 anos de Emancipação Política de São Gonçalo do Amarante ganhou um brilho especial na noite desta quinta-feira (11). Pela primeira vez, a praça do Parque das Fontes, no centro da cidade, recebeu uma moderna iluminação natalina e até neve artificial, atraindo uma multidão que aguardava ansiosa pelo acendimento oficial.

O secretário de Serviços Urbanos, Magnus Kebyo, ressaltou a importância do momento para a gestão municipal e para os moradores. “É uma alegria imensa. Com determinação, coragem e muito empenho, nosso prefeito, doutor Jaime, nos apresentou esse projeto de iluminação preparado com grande carinho. Hoje entregamos essa bela decoração natalina para que o povo de São Gonçalo tenha orgulho da sua cidade e receba o Menino Jesus de braços abertos e bem iluminados”, afirmou.

Além do Parque das Fontes e da Praça Senador Dinarte Mariz, outras 30 comunidades também estão recebendo decoração natalina com árvores e presépios. O investimento total é de R$ 2.680.000,00, provenientes da COSIP (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação)

O prefeito Jaime Calado realizou o acendimento das luzes ao lado da primeira-dama e senadora Zenaide Maia, emocionando o público que lotou a praça Prefeito Paulo Emídio de Medeiros. Houve show de fogos e até neve artificial, encantando crianças, jovens e adultos. “Essa iluminação é uma forma concreta de mostrar que a cidade se prepara para receber o Menino Jesus, nosso Salvador. No fim do ano, cresce em nós o desejo de confraternizar, ser solidário, perdoar. E, coincidindo com o aniversário da cidade, vivemos uma dupla emoção. Por isso inauguramos hoje essa linda e moderna iluminação natalina”, declarou o prefeito.

Moradores comemoraram a novidade. “Para mim e para a população é muito importante, porque nunca tivemos algo assim. Estamos vendo isso pela primeira vez, e é uma diversão para todos: crianças, adultos, todo mundo”, disse Lucicleide Melo, moradora do bairro Jardins.

A programação contou com apresentações do Samba do Galo, de Erlon Bezerra e participação especial de Mirelli Lima, embalando a celebração da data histórica e da nova iluminação natalina.

O morador Dartagnam Rodrigo, de Santo Antônio do Potengi, também destacou a iniciativa inédita. “Isso nunca aconteceu aqui. Estamos muito felizes com o que o prefeito Jaime Calado está trazendo para nós e para nossos filhos. É realmente algo inédito. Só temos a agradecer por esse momento tão especial.”

Nas redes sociais, a repercussão do evento foi imediata e ganhou grande alcance, impulsionada pelas imagens da neve artificial e pela beleza da iluminação. Além do prefeito Jaime Calado e da senadora Zenaide Maia, estiveram presentes na solenidade, a deputada estadual Terezinha Maia, o vice-prefeito Flávio Henrique, secretários municipais representados por Mada Calado e vereadores da cidade de São Gonçalo do Amarante.

A iluminação natalina estará acesa todos os dias, mas o espetáculo da neve artificial acontecerá de quinta-feira a domingo pelas próximas semanas.

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VÍDEO: Acusado de assassinar Charlie Kirk faz primeira aparição em tribunal nos EUA

Tyler Robinson, o jovem de 22 anos de Utah acusado de matar Charlie Kirk, compareceu pessoalmente ao tribunal pela primeira vez nesta quinta-feira (11).

Robinson, que até o momento havia sido ouvido apenas por videoconferência ou por áudio, chegou ao tribunal com algemas nos pulsos e tornozelos, mas vestindo camisa social, gravata e calça social.

Tyler Robinson é acusado de homicídio qualificado pelo assassinato a tiros do ativista conservador Charlie Kirk no dia 10 de setembro, no campus da Universidade Utah Valley. Os promotores planejam pedir a pena de morte.

Ao entrar, ele sorriu para os familiares sentados na primeira fila do tribunal. A mãe, que estava sentada ao lado do marido e do irmão de Robinson, se emocionou e enxugou as lágrimas com um lenço de papel.

A equipe jurídica de Robinson e o Gabinete do Xerife do Condado de Utah pediram ao juiz Tony Graf que proibisse câmeras no tribunal. Os advogados de defesa argumentam que a grande repercussão do caso na imprensa pode interferir no direito a um julgamento justo, porque a ampla divulgação de imagens dele algemado e vestindo roupas de presidiário poderia influenciar negativamente futuros jurados.

Até o momento, o juiz proibiu a mídia de filmar ou fotografar Robinson apenas enquanto ele estivesse algemado. A defesa dele luta para limitar mais o acesso da mídia às audiências.

Com informações de g1

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Chegada da Viver Saúde ao mercado potiguar marca ponto de virada para idosos que tinham dificuldade em contratar plano de saúde

A chegada da Viver Saúde ao mercado potiguar, em novembro de 2025, reacendeu um debate que há anos envolve o setor de saúde suplementar: a dificuldade real de idosos contratarem um plano de saúde individual, sem depender de vínculos coletivos ou empresariais. No Rio Grande do Norte, assim como no restante do país, esse público se depara com mensalidades elevadas, reajustes considerados agressivos e poucas modalidades de contratação disponíveis.

Grande parte das operadoras mantém dois formatos predominantes: planos empresariais (PME), vinculados a CNPJ e com exigência mínima de duas vidas, e planos Pessoa Física/Familiar, geralmente mediados por administradoras de benefícios. Essa estrutura acaba por restringir a autonomia de idosos que desejam contratar um plano por iniciativa própria, mesmo quando têm condições financeiras para fazê-lo.

A oferta de um plano individual para pessoas acima de 60 anos, portanto, não apenas ampliou as alternativas do mercado local, como também evidenciou que modelos mais inclusivos são possíveis. A adesão de mais de dez mil beneficiários nos primeiros quinze dias de operação demonstra que havia demanda reprimida por um formato menos restritivo.

A discussão sobre acessibilidade ganha ainda mais relevância diante do que diz a legislação brasileira. O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) e a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98) estabelecem que idosos não podem ser discriminados na contratação de planos, nem sofrer aumentos abusivos motivados pela idade. O Supremo Tribunal Federal (STF) já consolidou entendimento de que reajustes por faixa etária após os 60 anos são ilegais, inclusive em contratos antigos, devendo qualquer variação ser técnica, justificada e não discriminatória. Práticas que elevem a mensalidade de forma abrupta, especialmente quando duplicam o valor, podem ser contestadas judicialmente.

Além disso, a legislação garante outros direitos importantes:
– Proibição de recusa de adesão, independentemente de idade ou doença preexistente;
– Direito a acompanhante em internações hospitalares, salvo contraindicação médica;
– Acesso facilitado e preços reduzidos em atividades culturais, esportivas e de lazer.

Essas determinações reforçam que o mercado deve se ajustar a padrões que respeitem a dignidade e as garantias legais do idoso, e não o contrário.

No campo assistencial, a operadora que estreou no estado adotou uma abordagem baseada na prevenção e em práticas integrativas, incluindo atividades multidisciplinares, ações de promoção da autonomia e incentivo ao envelhecimento ativo. O modelo, centrado no cuidado contínuo, antecede os atendimentos curativos tradicionais e reacende a discussão sobre a viabilidade de oferecer ao idoso uma assistência de qualidade sem recorrer a restrições ou mecanismos que historicamente excluíram esse público.

A movimentação que ocorreu no mercado com a chegada do novo plano reforça uma reflexão pertinente: é possível, sim, oferecer ao idoso uma contratação individual com regras claras, sem abusos e em conformidade com a lei, algo que por muito tempo pareceu distante da realidade brasileira.

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Novo salário mínimo para 2026 deve elevar despesas do governo em R$ 44 bilhões

Foto: rafapress/freepik

O salário mínimo deve chegar a R$ 1.621 em 2026, um aumento de R$ 103 sobre o valor atual de R$ 1.518. Segundo cálculos da equipe econômica incluídos na LDO aprovada pelo Congresso, cada R$ 1 de reajuste gera uma despesa adicional de R$ 429,3 milhões no próximo ano. Assim, o aumento previsto cria um impacto obrigatório de cerca de R$ 44,2 bilhões nas contas do governo.

Esse custo extra ocorre porque o novo valor reajusta benefícios como aposentadorias e pensões do INSS, seguro-desemprego e abono salarial, que não podem ser inferiores ao salário mínimo.

O reajuste de cerca de 6,8% foi confirmado após a divulgação do INPC de novembro, que acumulou alta de 4,18% em 12 meses. O cálculo também leva em conta o crescimento do PIB de 2024, estimado em 3,4%, mas o arcabouço fiscal limita o ganho real a um intervalo entre 0,6% e 2,5%.

A LDO trabalhava com uma projeção um pouco maior, de R$ 1.627, mas o valor oficial ficou abaixo disso. O novo salário mínimo começa a valer em janeiro de 2026, com efeito no pagamento de fevereiro.

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