Denúncia

Vejam como era a farra no Ipem

Reportagem excelente do repórter Isaac Lira para a Tribuna do Norte, mostra um orgão que era a verdadeira casa da mãe Joana. Tem muito mais coisa para aparecer, muitas conversas em OFF mostram que não era só o Ipem que estava “contagiado”. Seria muito bom e a sociedade precisa que o MP não pare essa investigação no Ipem, que siga por outras autarquias e repartições. Segue

Antes de se tornar alvo de  uma operação com nome de música famosa e atrair a atenção de toda a cidade, o Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte teve seus dias marcados pela precariedade. Os fatos hoje estão tipificados como crimes: lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, segundo denúncia do MPE. Antes das visitas da polícia e do Ministério Público, o Ipem teve de conviver com o completo descaso, denominado pelo órgão mantenedor, o Inmentro, de “situação precária” por conta das irregularidades.

A análise conta de sucessivos relatórios de auditoria do Inmetro em 2009 e 2010. Os relatórios são a base da investigação realizada pela Polícia Civil e pelo MPE. Sob posse do MPE e da Justiça, os relatórios não foram divulgados na íntegra em razão do segredo de justiça, mas a reportagem da TRIBUNA DO NORTE teve acesso ao mais recente. Ele narra como a falta de controle no Ipem impediu a aprovação das contas pelo Inmetro, a inexistência de relatório contábil, o misterioso sumiço de processos e documentos e a ausência das informações mais básicas.

Quantas pessoas trabalhavam no Ipem/RN entre 2008 e março de 2010? Quanto o órgão tinha para receber em multas? Quanto foi gasto? O que resta para pagar? Dois anos de auditoria e não foi possível estabelecer os valores reais, pela falta de informações e o desrespeito aos procedimentos legais. Seis processos foram completamente extraviados. É impossível saber em que termos os contratos dessas seis empresas foram assinados, restando unicamente o registro das ordens bancárias de pagamentos. Se os serviços foram ou não prestados, é algo que somente o ex-diretor do Ipem, Rychardson de Macedo pode responder.


As atividades do órgão estavam tão centradas em seu diretor, carecendo de registros ou do conhecimento de outros servidores, que até os processos administrativos para revisão e diminuição de multa eram inexistentes. Tudo era tratado diretamente com Rychardson. O relatório do Inmetro mostra um caso paradigmático. Um posto foi autuado em fevereiro de 2009 em R$ 4 mil. A empresa pediu revisão da multa em 50% e, sem justificativa, a diminuição foi autorizada pela direção. O valor foi pago em cheque sem fundos, que nunca foi compensado.

Outro exemplo de descontrole é a assinatura de linhas telefônicas para celulares. Com um efetivo real estimado em 70 pessoas, o Ipem contava com 120 assinaturas, quase dois celulares para cada funcionário. Apenas nove desses 120 números foram reconhecidos pelos funcionários. Levando-se a sério as informações prestadas pelo órgão, as impressoras trabalhavam em um ritmo impressionante: 78 recargas de toner em dois meses. Mais de R$ 6 mil em cartuchos no mesmo período. Detalhe: o Ipem não tinha impressoras jatos de tinta.

Os desmandos foram situados pela auditoria entre a incompetência e a má fé. O MPE, não teve dúvidas e classificou como atos de suposta corrupção. O resultado disso foi a Operação Pecado Capital.

Relatórios apontam ligações políticas

As gravações telefônicas e os depoimentos colhidos pelo Ministério Público Estadual citam algumas ligações políticas presentes no suposto esquema no Ipem/RN. Até então, nos documentos oficiais divulgados, essas ligações apareciam somente na fala de outras pessoas, mas ainda sem comprovação oficial. Nas páginas do relatório de auditoria do Inmetro, no entanto, os indícios de influência política dentro do Ipem ficam mais claros.

A página 21 da petição do MPE, que pediu a prisão preventiva dos acusados na Operação Pecado Capital, cita Francisnilton Moura e Gilberto Fernandes de Moura como primos do deputado estadual Gilson Moura (PV) alocados no Ipem por indicação. Além de Sayonara Rosado da Costa, filha do desembargador Saraiva Sobrinho, que também consta na lista de funcionários terceirizados do Ipem durante a gestão de Rychardson. Os promotores não fizeram nenhuma consideração acerca dessas ligações em seu pedido. Mas o relatório do Inmetro confirma os nomes.

Eles estão na lista de 53 pessoas contratadas junto à FF Empreendimentos LTDA, empresa de Aécio Fernandes, considerado “testa de ferro” de Rychardson. A FF Empreendimentos foi contratada, numa licitação considerada pelo Ministério Público como fraudulenta, para fornecer mão de obra terceirizada ao Ipem. Coincidentemente, um diálogo entre Rychardson de Macedo Bernardo, ex-diretor do Ipem, e Daniel Vale Bezerra, ex-assessor jurídico do órgão, ambos denunciados pelo Ministério Público, fala sobre uma lista de 53 pessoas indicadas pelo deputado Gilson Moura. O diálogo foi gravado no dia 28 de março desse ano. A lista completa está presente na auditoria do Inmetro.

Além disso, uma possível ligação entre as pessoas que estavam no Ipem à época de Rychardson e a atual gestão do Detran foi cogitada.  Daniel Vale Bezerra, ex-assessor jurídico do Ipem denunciado pelo MPE, prestava serviços ao Detran também como assessor jurídico. Após o início da Operação Pecado capital, o advogado foi afastado da função.

Contudo, um outro personagem surge, ao se analisar a lista de 53 pessoas contratadas através da FF Empreendimentos. Trata-se de Canindé Alves, atual procurador do Detran, e antigo funcionário terceirizado do Ipem. Érico Ferreira, diretor do Detran, confirmou que Daniel Vale prestava serviço terceirizado ao órgão. Mas negou, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, qualquer influência de Rychardson dentro do órgão.

Segundo o relatório do Inmetro, não é possível comprovar o efetivo comparecimento das 53 pessoas no Ipem. O processo de contratação da empresa. foi extraviado. A única informação que se sabe é que o contrato de mão de obra terceirizada entre Ipem e a FF Empreendimento consumiu R$ 364 mil entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010.

Fiscalizações e multas seriam manipuladas

Apesar das supostas fraudes em licitações, contratação de funcionários fantasmas, lavagem de dinheiro e outros crimes investigados pelo Ministério Público, os promotores do Patrimônio Público acreditam que “o grande aporte de recursos era obtido através do pagamento de propina, com conhecimento do grupo próximo ao Diretor Geral (Daniel, Adriano, Aécio e Rhandson), para que os funcionários do Ipem não realizassem fiscalizações nos estabelecimentos ou não aplicassem as multas advindas dos autos de infrações lavrados”. Até então não havia detalhes dessa prática.

Contudo, segundo fontes do Ipem consultadas pela TRIBUNA DO NORTE, relataram como funcionava o esquema. Ainda não há provas suficientes para oferecer a denúncia de corrupção, tanto que esse crime não foi incluído no documento do MPE enviado na última quinta-feira. Mas a existência de “situações fora do comum” é confirmada por qualquer funcionário do órgão com conhecimento de causa.

Um dos principais elos dessa corrente era a não inclusão dos autos no sistema SGI, vinculado ao Inmetro. A partir do sistema, as infrações são compartilhadas com a autarquia federal. O Inmetro estipula inclusive a multa a ser paga. Sem passar pelo SGI, a cobrança da infração ganha ares informais, o que dá margem para distorções. Uma delas é a estimativa do valor da multa por parte do próprio diretor. Essa suposta irregularidade está amplamente documentada pelo MPE. Pelo menos quatro depoimentos fala do procedimento diretamente.

Além disso,  o roteiro de fiscalização era elaborado por Rychardson de Macedo. Nesse ponto, as fontes consultadas pela reportagem dizem que o Ipem “perseguia” postos de combustíveis e supermercados, principalmente. As sucessivas multas eram uma forma de “obrigar” empresários a pagar propina para o posterior “afrouxamento” da fiscalização. “Isso alcançava tanto as bombas de combustíveis quanto sacos de feijão. Havia esquema para atestar que um saco com 800 gramas tinha um quilo, por exemplo. Assim chegava-se à propina”, diz a fonte.

O que é o Ipem

O taxímetro está marcando o preço da corrida de forma justa? O saco de feijão tem realmente um quilo, como anunciado na embalagem? A balança do restaurante self-service calcula o preço de forma correta? Tudo isso é medido e atestado pelo Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte.

O Ipem/RN foi criado em 1991, a partir de um desmembramento do Instituto de Metrologia e Qualidade da Paraíba. Até essa data todos os serviços de medição e qualidade do RN eram “importados” da Paraíba. Com o advento do Ipem, esse serviço passou a ser local. Mas a eficiência sempre foi questionável.

O Ipem até hoje não possui quadro próprio e não há sequer previsão para realizar um concurso público. O seu quadro funcional é formado por cargos comissionados, funcionários públicos cedidos e terceirizados. Eles são os responsáveis por atestar as medidas e a qualidade de boa parte dos produtos e serviços consumidos pelo potiguar, mas a estrutura é pequena, com poucos veículos e funcionários.

As verbas do Ipem são custeadas pelo Inmetro, órgão federal a quem os institutos estaduais estão ligados. O Inmetro custeia inteiramente as atividades do Ipem/RN.

Opinião dos leitores

  1. É o fiel retrato do Rio "Gangue" do Norte, um Estado em que dois ou três grupos políticos incapazes de se fazer sobressair pela honra, pelo trabalho e pelo estudo, e que transformam em um "pequeno Maranhão" esse terreno situado na esquina do Brasil.

     Peço a todos que continuem votando nos mesmo canalhas, familiares dos envolvidos, ou meros parceiros de partido e de pilhagens.  Só assim talvez um diz o rico Brasil sinta verdadeiramente o peso de um país corrupto.

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Mundo

VÍDEO: Tragédia na China: templo milenar vira cinzas em incêndio misterioso

Imagens: Reprodução

Um dos templos mais antigos da China, com mais de 1.500 anos de história, foi tomado pelo fogo na província de Jiangsu, região leste do país. As chamas destruíram parte da estrutura do patrimônio cultural, mas, segundo as autoridades locais, não houve vítimas, segundo informações do South China Morning Post.

Imagens impressionantes circularam nas redes sociais chinesas, como o Douyin (versão local do TikTok), mostrando o momento em que o templo histórico despenca em meio às labaredas. O vídeo viralizou, gerando comoção entre os moradores e defensores da preservação do patrimônio cultural chinês.

O governo informou que o incêndio foi completamente controlado, mas ainda não revelou as causas do fogo nem o tamanho real dos danos. O templo fazia parte das construções religiosas mais antigas de Jiangsu, região conhecida por concentrar monumentos históricos que atravessam séculos de dinastias.

Enquanto o regime comunista chinês tenta minimizar o impacto, o mundo lamenta mais uma perda irreparável para a história e a cultura oriental. Um símbolo espiritual de milênios, agora reduzido a cinzas.

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Geral

VERGONHA POUCA É BOBAGEM: ONU dá puxão de orelha no Brasil e critica segurança e estrutura da COP30

Foto: Aline Massuca/COP30

A ONU não poupou críticas à organização da COP30 no Brasil. Em carta enviada ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e ao governador do Pará, Helder Barbalho, o secretário-executivo da UNFCC, Simon Stiell, exigiu medidas urgentes de segurança e melhorias na infraestrutura do evento. O alerta veio após manifestantes invadirem a Blue Zone, área oficial de negociações, na noite de terça-feira (11).

O episódio expôs falhas graves: delegações reclamam de falta de água nos banheiros e problemas de refrigeração desde o primeiro dia. Segundo a ONU, é necessário reforçar perímetros de segurança e garantir proteção adequada aos participantes. A carta, inicialmente revelada pela Bloomberg e confirmada pela CNN, pediu confirmação de que as medidas seriam implementadas imediatamente.

Em resposta, a Casa Civil explicou que a segurança interna é responsabilidade da UNDSS, órgão da ONU, mas detalhou ações emergenciais: ampliação do perímetro entre as Zonas Azul e Verde, reforço com Força Nacional e Polícia Federal, instalação de gradis e barreiras metálicas, além de climatização extra nas tendas e correções de goteiras e vazamentos. O governo garante que todos os pedidos da ONU vêm sendo atendidos e monitorados diariamente.

O episódio deixa claro que, mesmo para um país sede, organizar um evento global como a COP30 exige atenção máxima. Problemas de logística e segurança podem gerar constrangimento internacional e colocar em xeque a capacidade do Brasil de receber eventos de grande porte.

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Geral

RN À BEIRA DO COLAPSO: 80% dos reservatórios estão pela metade e açudes chegam ao volume morto

Foto: Reprodução

O alerta está ligado: pelo menos 80% dos reservatórios do RN estão com menos da metade da água. Dos 68 açudes monitorados pelo IGARN (Instituto de Gestão das Águas do RN), 54 não passam de 50% da capacidade. Entre eles, as duas maiores barragens do RN: Armando Ribeiro Gonçalves, no Vale do Açu, com 49,09%, e Oiticica, em Jucurutu, com apenas 14,77%. Para efeito de comparação, Armando Ribeiro guarda até 2,4 bilhões de metros cúbicos de água, enquanto Oiticica suporta cerca de 743 milhões m³.

O cenário é crítico no Seridó. O Açude Itans, em Caicó, está praticamente seco, com apenas 0,09% do volume — menos de 65 mil m³ de água. É o chamado volume morto, quando o reservatório mal consegue abastecer a população e a agricultura da região. Um sinal de que a seca no RN não é só preocupação futura: já é realidade.

A estiagem atinge 84% do território potiguar. Dados da EMPARN mostram que, em setembro, 140 dos 167 municípios sofreram algum nível de seca. A categoria mais frequente é Seca Grave, afetando 37,13% das cidades, principalmente no Alto Oeste e no Seridó. Apenas 16% dos municípios escaparam do alerta.

A gravidade levou o Governo do RN a decretar situação de seca em 147 municípios, 88% do estado, por meio do Decreto nº 34.946, publicado no início de outubro. Com níveis de água caindo e chuvas cada vez mais escassas, a situação já é emergência para população e produtores rurais.

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Polícia

Comando Vermelho aterrissa no RN: líderes da facção chegam em Mossoró sob escolta blindada

Foto: Divulgação

Um jato da Polícia Federal pousou no Aeroporto de Aracati (CE) na tarde desta quinta-feira (13) trazendo líderes do Comando Vermelho (CV). Sob escolta rigorosa, os criminosos seguiram até o Presídio Federal de Mossoró (RN) em uma operação marcada pelo mais absoluto sigilo, segundo informações do BNews.

A transferência evitou o Aeroporto Dix-sept Rosado, em Mossoró, que passa por obras, e usou uma rota alternativa para reduzir riscos de interceptação. Por segurança, o número exato de presos transferidos não foi divulgado, mas todos saíram do Complexo Penitenciário de Bangu I, no Rio de Janeiro, e foram redistribuídos para presídios federais em diferentes estados.

Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o sigilo é essencial para proteger equipes, escoltas e população, já que se trata de criminosos de alta periculosidade. O transporte aéreo e terrestre contou com apoio de diversas forças de segurança, garantindo que a operação fosse concluída sem incidentes.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou a ação após autorização do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ao todo, sete líderes do Comando Vermelho foram levados para presídios federais de segurança máxima, incluindo Mossoró (RN) e Catanduvas (PR), no esforço de enfraquecer a comunicação e o comando das facções dentro das prisões estaduais.

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Geral

Ex-presidente do INSS preso pela PF recebia propina de R$ 250 mil de entidade investigada

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ex-presidente do INSS no governo Lula, Alessandro Stefanutto, foi preso nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal durante a quarta fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de propinas e descontos ilegais em benefícios de aposentados.

Segundo a PF, Stefanutto passou a receber R$ 250 mil por mês da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) após assumir o comando do INSS, por indicação do então ministro da Previdência, Carlos Lupi. Antes disso, ele recebia entre R$ 50 mil e R$ 100 mil mensais da entidade, por meio de empresas de fachada.

A investigação aponta que o pagamento das propinas era feito em troca de influência e favorecimento dentro do instituto. Stefanutto foi afastado do cargo em abril, após o início da operação, e demitido por ordem do presidente Lula, apesar de Lupi ter tentado mantê-lo no posto.

Além de Stefanutto, a PF prendeu o diretor da Conafer, Tiago Abraão Ferreira Lopes, e outros dois investigados. O presidente da entidade, Carlos Roberto Ferreira Lopes, segue foragido. Também foram presos Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, o ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios do INSS.

A operação ainda cumpriu mandados contra o ex-ministro José Carlos Oliveira, do governo Bolsonaro, que deverá usar tornozeleira eletrônica, e contra o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), presidente do partido em Minas Gerais.

Com informações de Malu Gaspar, O Globo

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Geral

Relator entrega parecer pedindo a cassação de Brisa Bracchi por emenda ao “Rolê Vermelho”

Foto: Otávio Augusto/Câmara Municipa de Natal

Vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), relator da Comissão Especial Processante, confirmou oficialmente na tarde desta quarta-feira, 13 de novembro, a entrega do relatório final durante reunião da comissão.

A entrega marca o encerramento da etapa de análise técnica da Comissão, instaurada para investigar a destinação de recursos oriundos de emenda impositiva para o evento “Rolé Vermelho: Bolsonaro na Cadeia”, realizado em agosto deste ano. A denúncia foi apresentada pelo vereador Matheus Faustino (UB), sob alegação de que o evento teria assumido caráter político-partidário.

Durante quase três meses de trabalho, a Comissão ouviu gestores, servidores, artistas, produtores culturais e a própria vereadora denunciada, assegurando o pleno contraditório e a ampla defesa. O relatório foi elaborado após avaliação de todos os depoimentos e documentos anexados aos autos, em procedimento conduzido com imparcialidade, transparência e rigor técnico.

O parecer apresentado por Fúlvio Saulo conclui pela configuração de infração político-administrativa e quebra de decoro parlamentar, entendendo que houve violação aos princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade na destinação dos recursos públicos a evento de caráter político.

O relatório destaca que o decoro parlamentar não se confunde com a moralidade íntima ou subjetiva do indivíduo, mas refere-se a atos públicos que possam comprometer a Câmara Municipal.

Diante das provas colhidas, o relator confirma oficialmente seu voto pela cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi. Fúlvio também esclarece que, pelo rito legal, a Comissão tinha apenas duas possibilidades de voto: recomendar a cassação ou rejeitar a denúncia.

“Houve especulação antes da entrega, mas agora o relatório está oficialmente protocolado. Conduzimos todo o processo com serenidade, transparência e respeito à legalidade. O parecer é técnico, baseado nas provas, e meu voto foi pela cassação. A partir de agora, é aguardar a votação na comissão e encaminhar para o Plenário deliberar de forma soberana”, afirmou o relator.

Com a entrega formal do documento, a comissão irá votar na próxima segunda-feira o relatório e o processo seguirá para a Presidência da Câmara Municipal de Natal, que deverá marcar a sessão de julgamento, conforme prevê o Regimento Interno.

Com informações de 96 FM Natal

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Geral

SEM ACORDO: Greve dos servidores administrativos da saúde do RN chega ao 24º dia

Foto: Divulgação/Sindsaúde-RN

Servidores do setor administrativo da saúde estadual decidiram manter a greve, que já dura 24 dias, após nova assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (13) no auditório do Sindicato dos Bancários, em Natal.

A categoria avaliou o resultado da reunião do dia anterior (12) com o Comitê de Eficiência e Gestão do Governo do Estado, conduzido pela governadora Fátima Bezerra (PT), mas considerou que não houve avanços significativos nas negociações.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde/RN), o governo não apresentou propostas concretas para pontos centrais da pauta, como reajuste salarial, ampliação da carga horária, pagamento de horas extras e garantia de alimentação nos hospitais públicos. Diante disso, os servidores decidiram continuar mobilizados até que o Executivo apresente respostas efetivas às demandas históricas da categoria.

A paralisação, iniciada em 20 de outubro, busca ainda a criação de um vale-alimentação, atualização das gratificações — congeladas há mais de 20 anos, segundo o sindicato — e uma jornada de trabalho mais equilibrada. O movimento, de acordo com o Sindsaúde, segue firme, com unidade e resistência, em defesa da valorização profissional, de melhores condições de trabalho e do respeito aos direitos dos servidores.

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Geral

PF mirou “núcleo político” em nova fase de operação contra fraudes no INSS

Foto: reprodução/CNN

A PF (Polícia Federal) mirou, nesta quinta-feira (13), o “núcleo político” no esquema desvendado na operação “Sem Desconto”, que apura fraudes bilionárias nos descontos associativos de aposentados e pensionistas.

O ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Alessandro Stefanutto foi preso preventivamente. Indicação política, ele foi afastado do cargo e pediu demissão em abril, na primeira fase da ação da PF.

Além dele, a PF prendeu dois ex-integrantes da antiga cúpula de Stefanutto: André Felix Fidelis e Virgílio Oliveira Filho. E cumpriu mandados de buscas contra dois deputados e um ex-ministro da Previdência.

Fidelis era diretor de Benefícios, responsável pelos pagamentos investigados. E Oliveira Filho era procurador-geral do INSS.

A PF, no inquérito sob sigilo, destaca atuação das três autoridades da autarquia – junto a outros dois – que estariam supostamente envolvidas no esquema.

A investigação diz que Stefanutto autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos em resposta a um pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o que contrariou procedimentos previstos e um parecer inicial da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS. A defesa dele declarou que a prisão é ilegal e ele sempre colaborou com a PF.

André Felix, mesmo em meio a denúncias, assinou pelo menos sete novos termos de cooperação com entidades associativas em 2024. Ele também compareceu à uma festa de entidade investigada por descontos indevidos, segundo a PF.

A PF aponta indícios de relações financeiras entre entidades associativas e pessoas ou empresas ligadas a ele. Seu filho, Eric Douglas Martins Fidelis, é advogado e teria relação com entidades investigadas, atuando em causas contra o INSS e desfrutando de “bom trânsito” com entidades que mantêm acordos para descontos.

Virgilio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho ratificou um entendimento técnico que levou ao desbloqueio em lote de benefícios para descontos associativos a pedido da Contag.

Inicialmente, houve um parecer contrário a esse desbloqueio em lote, mas o procedimento foi assumido por ele, alegando baixa complexidade jurídica. Sua companheira e a empresa dela receberam valores milionários de empresas ligadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, preso em setembro.

A PF também cumpriu medidas contra o ex-ministro José Carlos Oliveira, que ocupou o Ministério da Previdência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele foi alvo de busca e apreensão e terá de usar tornozeleira eletrônica, apurou a CNN.

O deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o deputado estadual do Maranhão Edson Araújo (PSB) também foram alvo de mandados de busca e apreensão.

“Reitero que nunca tive qualquer vínculo com o INSS, seus dirigentes ou decisões administrativas. Sobre a Conafer, reafirmo o que já disse em plenário: não tenho relação ilícita com a entidade e nunca participei de sua gestão”, declarou Pettersen.

Na casa de Edson Araújo (PSB), a PF apreendeu maços de dinheiro em espécie em um cofre. Os agentes vão investigar a origem das cédulas. O parlamentar não foi encontrado para comentar a operação.

O cumprimento das 63 medidas de buscas e 10 de prisão foi determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e realizado pela PF, em mais uma fase da Operação Sem Desconto, sobre fraudes no INSS.

“Núcleo financeiro”

Na fase anterior da operação, a PF mirou o “núcleo financeiro” e prendeu Camilo Antunes, chamado de “Careca do INSS”. O empresário Maurício Camisotti também teve prisão decretada e cumprida.

O advogado Nelson Wilians foi alvo de buscas em endereços de Brasília e São Paulo.

A PF apreendeu mais de R$ 2 milhões em bens, com apreensões de esculturas, carros e motos de luxo, além de quadros.

CNN Brasil

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Geral

Cosern diz que cobrança de ICMS em faturas de consumidores com energia solar é devida e está prevista em lei federal e estadual

Ulrike Leone/Getty ImagesFoto: Ulrike Leone/Getty Images

A Neoenergia Cosern informou nesta quinta-feira (13) em nota à imprensa que cobrança de imposto alvo de diversas reclamações por muitos clientes classificados como micro e minigeração distribuída, como paineis solares, é devida e está amparada em lei federal (14.300/2022) e também em lei estadual (6.968/1996).

De acordo com a empresa, apesar de gerar energia em suas instalações, o cliente ainda está conectado à rede e utiliza o serviço da distribuidora. Esses consumidores possuem desconto da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição), uma vez que o valor é subsidiado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A isenção de ICMS, por força da Lei Estadual, não se aplica a esse desconto. O desconto é aplicado na tarifa, mas não na cobrança do imposto, explica a Cosern.

Leia a íntegra da nota:

Opinião dos leitores

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Geral

Carbone Summit reúne grandes nomes do empreendedorismo em Natal

O maior evento de conexões empreendedoras do Nordeste já tem data marcada. O Carbone Summit acontece no dia 20 de novembro, no Boulevard Recepções, em Natal, reunindo alguns dos nomes mais influentes do empreendedorismo nacional. Promovido pela Carbone Educação, em parceria com a Aqua Coco, o encontro promete uma verdadeira imersão em conteúdo, networking estratégico e geração de negócios.

Entre os palestrantes confirmados estão Alfredo Soares, fundador da G4 Educação e uma das maiores referências do país em vendas e aceleração de negócios; João Pedro Motta, conselheiro da V4 Company e mentor do G4, especialista em estratégias de crescimento; e Glauber Gentil, CEO da Gentil Negócios, destaque na gestão empresarial potiguar.

A Carbone Educação se consolida como o maior grupo de empreendedores do Rio Grande do Norte, com atuação em mais de 40 segmentos, 160 empresas associadas e mais de 5 mil empregos gerados direta e indiretamente. A instituição se destaca por fortalecer o ecossistema empresarial potiguar por meio de conexões, capacitações e experiências que impulsionam o desenvolvimento regional.

O Carbone Summit será um ponto de encontro para quem busca inovar, aprender e se conectar com profissionais e marcas que estão transformando o mercado. Com palestras, painéis e oportunidades de negócios, o evento reforça o protagonismo do Rio Grande do Norte no cenário empreendedor do país.

As inscrições estão abertas no site carboneeducacao.com.br — e você é nosso convidado para viver essa experiência que pode transformar seus resultados, sua visão de negócios e seus próximos passos.

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