Economia

"A poupança continua um bom negócio", diz economista

A política de redução nas taxas básicas de juros chegou esta semana às cadernetas de poupança. Com as novas regras anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff, a remuneração da poupança passará a ser atrelada à taxa Selic. Ou seja, se a taxa Selic, atualmente em 9% ao ano, ficar igual ou menor a 8,5% ao ano, a remuneração da poupança será de 70% da Selic + TR. A mudança, segundo o economista Moisés dos Santos Jardim, novo diretor administrativo da Companhia Hipotecária Brasileira (CHB), é positiva para o consumidor. “O limite de 70% mantém a caderneta de poupança relativamente competitiva. Não é hora de migrar para outras aplicações”, observa. Entretanto, o executivo financeiro, que já dirigiu instituições como o Unibanco, Itaú e Banco Votorantim, chama atenção para o risco de a queda agressiva nas taxas de juros básicas, adotadas pelo governo federal, gerar inflação. “O momento é de sintonia fina. É acertar o timing da continuidade na redução dos juros e a manutenção da economia aquecida, através do crédito e consumo. Se errar neste ajuste fino e gerar mais consumo haverá  inflação, isso para 2013”, alerta o especialista. Confira a entrevista.

A política de redução na taxa de juros básicas, a Selic, chega à caderneta poupança. Quais as repercussões disso? É uma medida realmente necessária ao crescimento da economia?

Existe uma politização da questão da taxa de juros. O governo colocou os bancos na berlinda para, de fato, fazer com que essa redução nas taxa básica chegue ao consumidor. Começou a fazer via bancos públicos, como o Banco do Brasil e Caixa Econômica, e agora atinge os bancos privados. Para o consumidor é ótimo, isso tem que acontecer. Para o país acaba sendo muito bom. Por esse interesse em manter a taxa de juro mais baixa, o governo tinha um problema pela frente que era como chegar a poupança. A poupança com o juro fixo de 0,5% ao ano, criava um piso para a taxa de juro. Qualquer outra aplicação que ele (o governo) reduzisse mais, ficaria rendendo menos que a poupança, o que é um contrassenso. Porque a poupança é a aplicação mais segura que existe, com maio liquidez. Então, não se imagina que seja a que melhor remunera. A poupança tem um remuneração mais baixa, não paga imposto. Acho que essa adequação veio numa hora certa., conduzida de uma forma adequada. Para fugir da politização do tema. Os depósitos, até agora, estão sendo mantidos. A remuneração dos depósitos antigos não sofrem alteração. Estamos falando apenas dos novos depósitos.

Ainda há muitas dúvidas em relação à mudança na regra. Para quem já tem aplicação na poupança, que índice de correção será aplicado para o dinheiro que já estava lá e para os novos depósitos?

Com base no que li, é que todos os depósitos que existiam até essa data seguem com a mesma remuneração, o 0,5% mais T.R. O novo depósito é que pode sofrer essa nova regra. Um saldo que vai estar sendo remunerado, dependendo do dia do seu depósito, por regras diferentes.

Como o Governo vai fazer essa diferenciação? Como separar?

É relativamente simples, faz por data de depósito. O dinheiro que já está lá fica rendendo a taxa que já existia. Certamente deve uma divulgação de regras para a saída desse dinheiro. Eu tinha R$ 10 mil no depósito antigo e vou fazer mais R$ 1 mil no depósito no novo. Esse depósito novo vai render diferente. Mas, no mês seguinte, eu resgato R$ 500 e aí, de onde saíram esses R$ 500? Esta regulamentação não está muito clara ainda, o governo deverá se posicionar em breve sobre isso. A regra a ser adotada deverá ser  a já usada anteriormente, que é a regra da antiguidade, sempre sai do mais antigo dos depósitos.

Caso a queda na taxa Selic continue, isto vai tornar a poupança menos rentável?

Menos rentável que a poupança de hoje, sim. Mas não é de se imaginar a poupança mais rentável que outra aplicação de renda fixa no país. Deve se adequar. Esse limite de 70% da Selic é um limite que ainda mantém a caderneta de poupança relativamente competitiva em relação a outros tipos de aplicação. Lembrando que a poupança é isenta de imposto, nas outras forma terá de 15 a 22% de impostos sobre o rendimento.

O momento é de permanecer na caderneta de poupança ou procurar outro tipo de aplicação financeira?

Não. Eu acho que as outras formas de aplicação ainda vão passar por uma transformação. Fundos de investimentos estão pouco competitivos, sobretudo para o varejo, para as aplicações menores, existem taxas de administração muito altas. Não aconselho essa migração. A poupança continua um bom negócio para o poupador de pequeno porte. É uma boa forma de aplicar seu recurso, devido a liquidez, não incidência de impostos. A redução de taxa das aplicações e não  passara a ser o investimento mais rentável

Apesar da pressão do governo para que as instituições privadas baixem as taxas de juros praticadas, o acesso ainda é restrito. Há muitas exigências, pré-requisitos. Como o senhor avalia a questão?

Por enquanto, os bancos fizeram um movimento de marketing. Mostram uma taxa baixa, mas para o acesso exige que o cliente tenha vários anos de banco, entre outras questões. Essa postura foi uma medida mais defensiva dos bancos.  Se formos comparar o movimento que os bancos estão fazendo  seria o inverso do adotado pelas empresas de telefonia celular, que criam melhores condições para prospectar novos clientes,  captar o cliente do concorrente. Os bancos fazem o contrário dão as melhores condições, flexibilizam, dão taxas mais baixas para os clientes antigos e não existe a concorrência para tomada de clientes de outros bancos. Numa intenção de fazer de manter o controle e não abrir uma guerra de preços.

Qual o risco para os bancos em manter essa postura?

O risco é de inadimplência. Se existe um estímulo de consumo, oferta maior de linhas de crédito, o cliente vai se endividar. E se não mexer na taxa de juros, ele não terá como honrar os compromissos e pagar estas dívidas. Fazer uma oferta maior de crédito, aumentar o consumo e continuar com juros elevados  dá condições para a inadimplência.

A queda nos juros também pode implicar em inadimplência? Uma corrida maior ao endividamento, devido as melhores condições?

Ao contrário, o reflexo deve ser  positivo. Parte da inadimplência ocorre por conta de juros altos. Quanto mais juros eu colocar na dívida do cliente mais dificuldade ele vai ter de pagar. Parte da inadimplência se deve aos juros e na hora que eles baixam, a tendência que ocorra uma queda, que ela puxe essa inadimplência também para baixo.

Essas mudanças devem implicar em refinanciamento de dívidas de imóveis e veículos?

Acho que vai abrir uma janela de oportunidade para que ocorra vários refinanciamentos, sobretudo naqueles mais antigos. Não de imóveis, que ainda tem uma larga participação do sistema de financeiro da habitação. Então  para o grande público não terá grande impacto. Já nos financiamento de automóveis,  sim, nos que estavam chegando aí aos 5 anos. Para estes, devem abrir uma taxa mais baixa, que deve demandar renegociação para que essa taxa de juros caia. Lembrando que a redução de agora incide apenas em transações novas. As operações antigas continuam com suas taxas normais. Para ocorrer uma mudança de taxa é necessário uma renegociação entre banco e cliente. É vantajoso renegociar, mas o banco não vai ter interesse. A posição do banco deverá ser de manter as taxas como estão.

Quais  os possíveis impactos na economia, se a taxa de juros continuar caindo?

Pode agir de duas maneiras. Primeiro é a desejada pelo governo que é o aquecimento da economia, existe uma preocupação que a economia desacelere e a gente não consiga manter um bom ritmo de crescimento e, sem dúvida, com o financiamento e o crédito consegue manter o consumo ativo. E a economia acaba crescendo com isso. Essa é a pretensão do governo. Onde eles estão mirando com essa política. Por outro lado, essa redução de taxas de juros mais agressiva mexe no juro real. E ao mexer no juro real pode  também desincentivar a poupança, desestimular o investimento e com isso gerar um consumo maior que a nossa capacidade e gerar inflação. Essa é a grande preocupação que existe para os próximos anos. Quanto isso pode comprometer a inflação.

Essa redução deve ser limitada? Qual seria esse limite?

Sim, deve haver uma limitação.  Hoje a gente já está falando de um juro real, esse juro nominal de 9% menos a inflação, abaixo de 3% ao ano. Acho que esse já e o limite. Enquanto a inflação ainda estiver girando entre 5,5% e 6% não há mais espaço para baixar taxa de juros. O que deve orientar muito futuras reduções é o comportamento da inflação. Não dá para ficar reduzindo taxa com inflação no nível de 6%, como tivemos no ano passado.

O que deve ser feito para evitar crescimento da inflação?

A inflação vem num movimento de queda. O momento é de sintonia fina. É acertar o timing da continuidade na redução dos juros e a manutenção da economia aquecida através do crédito e consumo. Se errar neste ajuste fino, gerar mais consumo haverá  inflação, isso para 2013. Para 2012, temos um cenário tranquilo. Se comparado ao resto do mundo, o Brasil tem uma economia relativamente tranquila, punjante, crescente, apesar da crise financeira na Europa e nos Estados Unidos. E temos um avanço na renda e no emprego.  A grande preocupação deve ser a indústria. Aparentemente a taxa de câmbio causou a perda da competitividade. O desafio é garantir emprego, retomar esta competitividade, a industria é um setor importante. É importante ter atenção nisso e não baixar ainda o nível de competitividade.

Fonte: Tribuna do Norte

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LEI MAGNITSKY: Eduardo Bolsonaro diz receber com “pesar” retirada de sanções a Moraes

Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), disse receber com “pesar” a notícia de que os Estados Unidos retiraram nesta sexta-feira (12), as sanções da Lei Magnitsky impostas ao ministro Alexandre de Moraes.

“Recebemos com pesar a notícia da mais recente decisão anunciada pelo governo americano. Somos gratos pelo apoio que o presidente Trump demonstrou ao longo dessa trajetória e pela atenção que dedicou à grave crise de liberdades que assola o Brasil.”

“Lamentamos que a sociedade brasileira, diante da janela de oportunidade que teve em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais. A falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual.”

Veja a íntegra da nota abaixo:

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EUA retiram Alexandre de Moraes e esposa da lista de sanções Magnitsky

Foto: Evaristo Sá/AFP

Depois de quase cinco meses designado como alvo de sanções da Lei Global Magnitsky, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes deixou a lista do Ofac (Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA, na sigla em inglês), do Tesouro dos Estados Unidos, no início da tarde de hoje.

Com a decisão, caem todas as restrições financeiras e territoriais ao ministro ligadas à Magnitsky, que o impediam de transitar ou possuir propriedades em território norte-americano ou fazer negócios em dólar ou com entidades dos Estados Unidos.

Acabam também as punições semelhantes aplicadas contra a mulher de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, e ao Lex Instituto de Estudos Jurídicos Ltda., ligado à família do ministro.

Os Estados Unidos não fizeram nenhum anúncio em relação a restrições de vistos que atingem outros ministros do STF.

Moraes era alvo da medida desde de 30 de julho. O governo de Donald Trump o acusava de ser um violador dos direitos humanos por sua atuação como relator no processo da trama golpista que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão e por suas decisões de retirada do ar de conteúdos de usuários baseados nos EUA de redes sociais norte-americanas.

A sanção ao ministro era parte das ações de Washington que levaram a maior crise bilateral entre as nações em mais de 200 anos.

O assunto, porém, estava em revisão nos últimos dias em Washington dada a boa relação que Trump e Lula construíram recentemente e à ordem explícita de Trump a seus auxiliares para que fechem um “acordo” com o Brasil.

 

UOL, Mariana Sanches

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Produção do espetáculo ‘Um presente de Natal’ cancela edição de 2025 por falta de liberação de recursos da Lei de Incentivo Câmara Cascudo

A produção do tradicional espetáculo ‘Um presente de Natal’ comunicou o cancelamento da edição de 2025. A nota assinada pela produtora cultural Diana Fontes cita pesar e indignação com a situação.

Segundo à nota, a decisão ocorreu por motivos alheios à produção e em razão do ‘indeferimento de liberação de recursos essenciais por parte da Lei de Incentivo Câmara Cascudo‘.

A Lei de Incentivo Câmara Cascudo é uma lei estadual que permite que empresas e pessoas físicas incentivem projetos culturais, usando até 2% (ou mais, dependendo da modificação) do ICMS devido para abatimento fiscal, visando fortelecer as produções artísticas e o acesso à cultura no RN, com gestão realizada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult/RN) e Fundação José Augusto (FJA).

Leia a íntegra da nota abaixo:

NOTA DE ESCLARECIMENTO: CANCELAMENTO DO ESPETÁCULO “UM PRESENTE DE NATAL”

O espetáculo “Um presente de Natal”, o auto natalino mais tradicional do Rio Grande do Norte, com 28 anos de história e um profundo significado social e artístico, comunica com indignação e pesar o cancelamento de sua edição de 2025.

A decisão, imposta por fatores alheios à nossa vontade, decorre do indeferimento de liberação de recursos essenciais por parte da Lei de Incentivo Câmara Cascudo, que alega a ausência de disponibilidade para o projeto.

É com tristeza que recebemos esta notícia após meses de trabalho, planejamento e o entusiasmo do anúncio de um retorno ao anfiteatro da UFRN, sob o tema “GRITA NO MUNDO O AMOR”.

O “Um Presente de Natal” é uma mensagem de esperança e união, assinada pelo talento de Claudia Magalhães (texto), Danilo Guanais (música) e Diana Fontes (direção geral). A interrupção desta tradição por falta de sensibilidade e planejamento de recursos é um golpe severo na cultura do nosso Estado. De fato, a nossa cidade e Estado vivem um caos cultural!

A Diana Fontes – Produção Cultural e toda a equipe lamentam profundamente o cancelamento e o impacto negativo causado ao público, parceiros, artistas e jovens estudantes envolvidos, numa parceria iniciada em 2024 e consolidada em 2025, com a UFRN.

Natal/RN, 12 de dezembro de 2025.
Diana Fontes – Produção Cultural

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VÍDEO: Lupi lança “dobradinha dos sonhos” da esquerda: Fátima e Jean Paul para o Senado em 2026


Vídeo: reprodução/Novo Notícias

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, decidiu antecipar o jogo eleitoral no RN e anunciou, nesta sexta-feira (12), que a chapa “dos sonhos” da esquerda para o Senado em 2026 já está definida: Fátima Bezerra (PT) e Jean Paul Prates. O recado foi dado durante anúncio de filiação de Jean Paul ao PDT, em Natal. Lupi deixou claro que a decisão é política do partido — e não necessariamente dos dois nomes citados.

Segundo ele, a velha aliança do PDT com o PT continua firme tanto em Brasília quanto no RN, apesar da rejeição crescente da governadora e do desgaste nacional do governo Lula. Mesmo assim, o dirigente entregou que vai “trabalhar a partir de agora” para emplacar Fátima e Jean Paul no Senado. Ele exaltou o ex-senador, lembrando que ele presidiu a Petrobras e foi parlamentar entre 2019 e 2023, período em que destinou recursos ao Governo do Estado e atuou na pandemia.

A presidente estadual do PDT, Márcia Maia, tratou a filiação de Jean Paul como um “resgate” do partido no RN, citando o histórico da legenda com nomes como Wilma de Faria. Jean Paul, por sua vez, comemorou o retorno e já anunciou que o PDT vai retomar em 2026 o “Giro pelo RN”, visitando os 167 municípios para fortalecer a esquerda e reconstruir as nominatas federal e estadual.

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STF forma maioria para confirmar perda de mandato de Zambelli

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (12) para confirmar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que decretou a perda automática do mandato da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP).

O julgamento ocorre em plenário virtual, onde os ministros registram os votos no site do STF. Apesar de já estar formada a maioria, a votação permanece aberta das 11h às 18h.

Se manifestaram a favor de referendar a decisão o próprio Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Ainda falta o voto da ministra Cármen Lúcia.

Na decisão individual, agora referendada pela Turma, Moraes afirmou que a Câmara violou a Constituição Federal ao tratar como matéria política um efeito que, segundo o entendimento do Supremo, é automático.

Para o ministro, em casos de condenação criminal com trânsito em julgado, cabe ao Judiciário decretar a perda do mandato, sendo atribuição da Mesa da Câmara apenas declarar a vacância do cargo.

Com informações de g1 e InfoMoney

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CMN autoriza Prefeitura a solicitar empréstimo e aprova mudança na LDO para 2026

O plenário da Câmara Municipal de Natal aprovou, em segunda discussão, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (11), duas matérias relacionadas ao âmbito financeiro da capital Potiguar. Uma autorização para a Prefeitura solicitar empréstimo de 660 milhões do FGTS para obras estruturantes, e modificações na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) para o ano de 2026. Ambas haviam sido votadas na plenária de terça-feira (09). Também foi aprovada, em regime de urgência, um substitutivo, de autoria do vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), ao projeto de lei complementar 16/2025, do Poder Executivo, o qual estabelece diretrizes sobre os procedimentos de execução e prestação de contas das emendas parlamentares impositivas.

A primeira das duas matérias que retornaram à pauta é o projeto de lei complementar 20/2025, enviado pela Prefeitura, o qual permite ao município solicitar um empréstimo no valor de R$ 660 milhões com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. Segundo o vereador Pedro Henrique (PP), a verba tem origem nos programas Pró-Cidade, Pró-Moradia, Pró-Transporte e Saneamento para Todos, e deve ser aplicada em obras financiadas a partir de propostas aprovadas no Programa de Aceleração do Crescimento – Novo PAC, do Governo Federal.

“Esse empréstimo irá garantir programas como o ‘Saneamento para Todos’ para diversas áreas da cidade, posso destacar aqui o Planalto e também posso destacar Ponta Negra. Podemos ressaltar, também, a questão da Orla de Ponta Negra, que serão milhões investidos para que a Orla possa cada vez mais ficar mais atraente, gerando emprego, valorizando turismo para, cada vez mais, a gente aumentar o emprego e renda”, apontou Pedro Henrique.

O parlamentar, que também é o vice-presidente da Comissão de Finanças, Orçamento, Controle e Fiscalização da Câmara, enfatizou, ainda, o trabalho dos vereadores na aprovação do pedido de empréstimo. “Essa votação de hoje não quer dizer que a Prefeitura já conseguiu empréstimo. Quer dizer que essa Casa agora dá autorização para que a Prefeitura possa seguir o caminho, o rito que existe para conseguir a captação desse recurso. O que a gente torce é que a Prefeitura realmente consiga, para que a gente possa ter obras importantes para a cidade e que as pessoas querem, como lagoa de captação, saneamento e assim por diante”.

Para o vereador Daniel Valença (PT), a autorização para um novo empréstimo pela Prefeitura carece de debate entre o Executivo e o Legislativo municipal. “A gestão Paulinho Freire afirma ter recebido a Prefeitura com um bilhão de reais de rombos e, de outubro para cá, já produziu mais um bilhão de reais em empréstimos. E é daquela maneira, chega um projeto de lei com uma página, duas páginas, o qual na prática não diz nada. Eu quero muito que obras do PAC aconteçam em Natal. Mas, por exemplo, foi por outros meios, e não pelo processo legislativo, que eu descobri que uma das obras previstas não é a conclusão do hospital municipal de Natal, e sim a Via Mangue, margeando o rio Potengi. Algo tão sério, que tem tantos impactos ambientais e sociais, não pode ser votado sem diálogo nesta casa, dessa maneira, como está sendo ao longo desses últimos meses. Por isso, nós somos contra esse novo empréstimo”, enfatizou o vereador.

Mudanças na LDO para 2026

As modificações na Lei de Diretrizes Orçamentárias, propostas pelo PL 921/2025, também avançaram. As alterações recomendadas na matéria destinam-se a garantir uma maior efetividade na execução orçamentária, transparência e responsabilidade fiscal do município, além de se adequarem às novas diretrizes nacionais aplicáveis ao tema. Elas devem ser aplicadas na discussão da Lei Orçamentária Anual para o ano de 2026.

O vereador Kleber Fernandes (Republicanos) explicou o impacto das alterações da LDO para o orçamento da capital. “A Lei de Diretrizes Orçamentárias é um instrumento legal que norteia aquilo que vai ser discutido e aprovado no âmbito da Lei Orçamentária Anual. Ela traz as diretrizes, os encaminhamentos, a regulamentação e os parâmetros legais e orçamentários que serão adotados na LOA, que também já está em processo de discussão e de apresentação de emendas por parte dos vereadores”.

Sobre o encarte das emendas para a LOA de 2026, os vereadores deverão seguir as instruções e procedimentos constantes no substitutivo ao projeto de lei complementar 16/2025, apresentado pelo vereador Fúlvio Saulo, e aprovado em regime de urgência na abertura da sessão. De acordo com Kleber Fernandes, o substitutivo adequa o processo à uma decisão do Supremo Tribunal Federal para trazer mais transparência e controle às emendas parlamentares.

“Nós vemos isso com bons olhos, porque é importante termos instrumentos legais que determinem e deixem claro a forma e os meios de utilização das emendas parlamentares impositivas, assim como assegurar a transparência, a publicidade, a eficiência e a boa utilização desses recursos. Tudo isso para que, não só o Tribunal de Contas e o Ministério Público possam fiscalizar, mas a sociedade como um todo possa acompanhar, possa cobrar. Possa, de fato, identificar em que, como e de que forma estão sendo aplicados os recursos públicos oriundos da destinação de emendas impositivas parlamentares”, ressaltou o vereador.

O plenário aprovou, também, em primeira discussão, o projeto de lei complementar 21/2025, o qual acrescenta e altera dispositivos da legislação de tributação do município de Natal, a lei 3882/1989, e referendou cinco vetos a projetos de lei enviados pelo Executivo.

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Eriko Jácome aparece entre os três mais citados em nova pesquisa para pré-candidatura a deputado estadual


Uma nova pesquisa divulgada na noite desta quinta-feira (12) aponta o vereador Eriko Jácome entre os três nomes mais citados na corrida para a pré-candidatura a deputado estadual no Rio Grande do Norte.

Eriko comentou o resultado com entusiasmo e disse receber a posição com muita gratidão e responsabilidade. “Nunca fui deputado estadual e nem disputei esse cargo, mas fico feliz em ver que o trabalho que fazemos em Natal está sendo reconhecido. Isso me motiva a seguir contribuindo ainda mais pelo nosso estado”, afirmou.

Segundo o vereador, o resultado reforça a percepção de que seu trabalho na capital vem sendo valorizado pela população. Ele também confirmou que coloca seu nome à disposição como pré-candidato a deputado estadual.

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Conexões de ministros com caso do Banco Master desgastam STF e colocam Corte no centro de crise

Foto: Divulgação TSE

Revelações envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Banco Master, alvo de investigação por fraude bilionária, colocaram a Corte sob pressão nas últimas semanas. Documentos obtidos durante a Operação Compliance Zero, conduzida pela Polícia Federal e pelo Banco Central (BC), e reportagens publicadas pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, detalham relações de integrantes do tribunal com a instituição financeira comandada por Daniel Vorcaro.

O caso ganhou novo alcance depois que o ministro Dias Toffoli assumiu o processo que apura fraude na venda de R$ 12,2 bilhões em créditos inexistentes ao Banco de Brasília (BRB) e decretou sigilo total sobre os autos.

Dias Toffoli

Toffoli viajou a Lima, no Peru, para assistir à final da Libertadores no jato de um empresário, acompanhado pelo advogado Augusto Arruda Botelho — defensor de um dos investigados na Operação Compliance Zero. A informação foi revelada por Lauro Jardim, de O Globo.

Horas após o retorno, o ministro assumiu o processo sobre o Master e impôs sigilo integral aos autos — o que Jardim classificou como “sigilo master”.

Depois disso, Toffoli atendeu a um pedido de Botelho para que seu cliente, Luis Antonio Bull, tivesse acesso amplo às provas do caso. Enquanto isso, o público continuou sem acesso ao conteúdo do processo, que ficou estagnado no Supremo.

Alexandre de Moraes

Documentos obtidos no celular de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, mostraram que o escritório de advocacia da esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, firmou contrato com o Master em janeiro de 2024 — quando o banco já estava sob escrutínio do Banco Central.

O acordo previa pagamentos de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos, totalizando R$ 129,6 milhões até 2027, ano em que Moraes deve assumir a presidência do STF.

Mensagens internas encontradas pela PF mostram que Vorcaro considerava os pagamentos ao escritório como prioridade absoluta, afirmando que não poderiam ser atrasados. Com a liquidação do banco, os repasses teriam sido interrompidos, mas estimativas baseadas no período vigente indicam que cerca de R$ 79 milhões foram pagos. Os filhos do ministro, Alexandre e Giuliana, também atuam no escritório.

O contrato previa atuação do escritório perante o Judiciário, Ministério Público, Polícia Judiciária, Banco Central, Receita Federal, PGFN, Cade e Congresso. Questionados por O Globo, BC, Receita, PGFN e Cade não confirmaram nenhuma atuação formal do escritório em nome do Master.

Até agora, o único documento público identificado é uma queixa-crime apresentada em abril de 2024 contra o investidor Vladimir Timmerman, ligada a um litígio envolvendo a Gafisa.

A queda do Banco Master

O Banco Master enfrentava crise de liquidez desde 2023, após crescimento acelerado associado à venda de títulos com rentabilidade acima do mercado. Em março de 2024, o BRB propôs comprar 58% do banco por cerca de R$ 2 bilhões, mantendo Vorcaro no controle — operação considerada atípica por técnicos.

Ao auditar os dados, o Banco Central descobriu que o Master havia vendido ao BRB R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito inexistentes, apresentando contratos fraudados para captar recursos.

A descoberta levou à deflagração da Operação Compliance Zero, que resultou na prisão de Vorcaro e de outros executivos. No mesmo dia, o BC decretou a liquidação do Master e afastou sua diretoria.

Tensão no STF e expectativa sobre a PGR

O processo foi remetido ao STF por decisão de Toffoli. Há expectativa de que o procurador-geral da República, Paulo Gonet — cuja indicação contou com apoio de Moraes — mantenha o caso sob sigilo e no âmbito do Supremo.

Nos bastidores do tribunal, segundo apuração de O Globo, ministros admitem que as revelações afetam a imagem da Corte. O presidente do STF, Edson Fachin, discute a implementação de um novo código de ética.

Enquanto isso, a postura de Toffoli e Moraes mantém o tribunal sob forte pressão pública.

Com informações de O Globo

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Agência Execom ganha prêmio em Portugal com uso de inteligência artificial

A criatividade potiguar atravessou o oceano e voltou para casa trazendo uma medalha de Prata em Portugal no Prêmio Lusófonos da Criatividade, com a campanha “Quando um número vira nome, pode ser tarde demais”, para o DETRAN-RN.

A Agência Execom venceu na categoria Uso de Inteligência Artificial em Filme, marcando um momento histórico: esta foi a primeira edição em que o festival premia oficialmente trabalhos feitos com IA como ferramenta criativa. A Execom esteve lá e abriu caminho, mostrando que quando tecnologia e sensibilidade andam juntas, novas ideias encontram terra à vista.

Além da medalha de Prata conquistada, outras duas campanhas entraram para o shortlist do festival: “Agosto Lilás”, da Prefeitura do Natal, na categoria Filme; e “O trânsito é feito de pessoas”, também do DETRAN-RN, na categoria Design.

PRATA – QUANDO UM NÚMERO VIRA NOME, PODE SER TARDE DEMAIS
CATEGORIA: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Cliente: DETRAN-RN
Direção de Criação: Breno Machado
Head of Digital: Dani Barone
Atendimento: Ismar Paiva
Redação: Breno Machado
Direção de Arte: Rafael Lauro
Produtora de Vídeo: BRoll Films
Aprovação: Daniel Cabral

SHORTLIST – AGOSTO LILÁS
CATEGORIA: FILME

Cliente: Prefeitura do Natal
Direção de Criação: Breno Machado
Atendimento: Lara Silva
Redação: Breno Machado
Direção de Arte: Thalyta Figueiredo
Finalização: Allysson Ygor
Produtora de Vídeo: Prisma Filmes
Aprovação: Criz Vidal

SHORTLIST – O TRÂNSITO É FEITO DE PESSOAS
CATEGORIA: DESIGN

Cliente: DETRAN-RN
Direção de Criação: Breno Machado
Atendimento: Ismar Paiva
Redação: Breno Machado
Direção de Arte: Rafael Lauro
Finalização: Allysson Ygor
Retouch: Camaleão Studio
Aprovação: Daniel Cabral

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Allyson Bezerra e Walter Alves se aproximam visando as eleições de 2026

Foto: reprodução

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e o vice-governador do Rio Grande do Norte, Walter Alves (MDB), avançam na construção de uma possível aliança para as eleições de 2026. As conversas entre ambos não são recentes e incluem encontros anteriores, como o registrado há dois meses em um evento em Portalegre.

Nos últimos dias, as articulações foram reforçadas por interlocutores políticos, entre eles o ex-senador e presidente estadual do União Brasil, José Agripino, que também participa das tratativas. Prefeitos do MDB têm manifestado apoio à candidatura de Allyson Bezerra, movimento considerado relevante para Walter Alves, que é apontado nos bastidores como possível pré-candidato a deputado estadual.

As negociações também envolvem parlamentares da Assembleia Legislativa. Há expectativa de que o deputado Kleber Rodrigues despontará como nome forte para a futura presidência da Casa, apontado como sucessor natural do atual presidente, Ezequiel Ferreira (PSDB) — um ponto que deve influenciar as composições políticas de 2026.

Interlocutores afirmam ainda que Walter Alves não deve assumir o governo em abril, caso a governadora Fátima Bezerra (PT) deixe o cargo para disputar o Senado. Ele também não deve permanecer na chapa petista nas próximas eleições, o que reforça a aproximação com o grupo político de Allyson.

A união entre os dois pode consolidar um bloco robusto em torno de uma eventual candidatura de Allyson Bezerra ao governo. Além do MDB, lideranças como o ex-governador Robinson Faria e o deputado federal João Maia (PP) também estariam alinhadas ao projeto do prefeito de Mossoró.

Embora ainda não tenha oficializado uma pré-candidatura, Allyson já é tratado como potencial candidato ao governo em 2026.

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