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Brasileiros estudam drogas psicodélicas para tratar depressão e dependência química, administradas em ambientes clínicos e com supervisão

Foto: BBC News Brasil

“Sou hoje (semanas depois da primeira experiência) um homem mais desamarrado, sobretudo bem mais livre de mim mesmo […] Livrei-me de algumas túnicas da minha fantasia, quase todas depressivas. Despertei certa manhã de domingo, muito mais curioso do universo e muito menos angustiado pela catástrofe humana. Existir ficou um pouco menos difícil.”

O trecho acima é parte de uma série de crônicas em que o escritor Paulo Mendes Campos (1922-1991), um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, relatou suas experiências com o LSD (dietilamida do ácido lisérgico), uma substância psicodélica hoje proibida.

Em 1962, quando participou dos testes, a droga estava sendo explorada e pesquisada pela ciência e pela medicina. Poucos anos depois, o LSD e outras substâncias psicotrópicas foram proibidas e criminalizadas praticamente no mundo todo, interrompendo os estudos científicos sobre o potencial dessas drogas.

Nos últimos anos, no entanto, as pesquisas com as drogas psicotrópicas, também chamadas simplesmente de “psicodélicos”, renasceram como uma possibilidade de tratamento eficaz para patologias que têm se mostrado difíceis de tratar: depressão, ansiedade, dependência química, transtorno de estresse pós-traumático, entre outras. E, mais uma vez, cientistas brasileiros estão na vanguarda dos estudos nessa área.

Médicos, psiquiatras, neurocientistas, psicólogos e terapeutas do país estão pesquisando os efeitos positivos de substâncias sintéticas, como LSD e MDMA, mas também algumas que têm origem na natureza, como ibogaína, psilocibina e ayahuasca.

Nas últimas semanas, a BBC New Brasil conversou com alguns deles para entender o que vem sendo estudado, qual o potencial dos psicodélicos e como eles podem ser usados por pacientes e médicos brasileiros.

MDMA e estresse pós-traumático

Um dos pesquisadores é o neurocientista Eduardo Schenberg, diretor do Instituto Phaneros. Neste ano, ele publicou um estudo sobre uso psiquiátrico de MDMA (metilenodioximetanfetamina), em parceria com uma entidade americana que também pesquisa essas drogas.

O neurocientista Eduardo Schenberg fez um estudo clínico com MDMA. Foto: BBC News Brasil

No mercado ilegal de drogas, o MDMA já teve dezenas de apelidos, como ecstasy e molly, e é usado principalmente por jovens em festas e baladas — também é conhecido como “a droga do amor”, por sua capacidade de gerar empatia.

No tráfico, as substâncias são produzidas sem controle de qualidade: já foram apreendidas centenas de tipos diferentes de ecstasy, grande parte deles sem nenhuma molécula de MDMA.

Já o composto puro, sem acréscimo de elementos que podem fazer mal à saúde, é considerado seguro e não causa grandes efeitos colaterais — no máximo, dor de cabeça e no maxilar, náusea, inquietude e uma angústia temporária.

No ensaio, Schenberg utilizou a droga em três pacientes diagnosticados com transtorno de estresse pós-traumático (Tept), cujo gatilho, em geral, são experiências de violência extrema, como abuso sexual, tiroteios, sequestros, morte repentina na família e, hoje, até a covid-19.

“O transtorno causa um medo paralisante: a pessoa tem pesadelos recorrentes, ataques de pânico, palpitações, desespero, raiva. Para lidar com isso, ela reprime as emoções, pois não consegue falar sobre o trauma. Algumas vivem num estado de anestesiamento, sem propósito. Esse transtorno tem uma taxa alta de suicídios”, diz o neurocientista.

Os três pacientes passaram por uma terapia assistida por drogas psicodélicas de quatro meses. Foram 15 consultas de 90 minutos cada uma, sob supervisão de dois terapeutas, mas em apenas três delas houve uso de MDMA, com quantidade escalonada. Nessas consultas, o paciente ouve música e é estimulado a ficar introspectivo, em contato com seus sentimentos e memórias. Mas ele também pode dialogar com os terapeutas sobre o que está sentindo.

Dois dos participantes ficaram curados do transtorno, segundo o pesquisador. O terceiro melhorou muito, mas ainda precisa continuar se tratando. “Os resultados no Brasil foram espetaculares, muito parecidos com o que vem sendo observado no exterior. As estatísticas mostram que dois terços dos pacientes saem do tratamento curados”, diz.

Nesse contexto, o MDMA surge como uma possibilidade efetiva de melhorar o transtorno. Hoje, a medicação tradicional consegue tratar apenas sintomas secundários, como ansiedade, depressão e insônia. Já a terapia com MDMA propõe justamente o contrário: ela busca curar o trauma em si.

Mas como ela pode fazer isso?

“O MDMA não causa visões alucinatórias, como outros psicodélicos. Muita gente nem o considera parte dessa classe. Ele funciona como uma espécie de turbo neuroquímico, induzindo a produção de serotonina e dopamina, noradrenalina. No cérebro, ele estimula os neurônios a liberar mais neurotransmissores”, explica Schenberg.

“Basicamente, ele acelera o raciocínio e intensifica as emoções. Quem usa consegue enxergar com muita clareza seus problemas afetivos e suas próprias emoções. A droga tem o poder de reduzir o medo que o paciente de Tept sente o tempo todo, aumentando a capacidade de uma análise profunda do trauma e de outros problemas pessoais”, diz.

Recentemente, os ótimos resultados de pesquisas realizadas nos Estados Unidos fizeram a FDA (autoridade americana de saúde e medicamentos) a permitir uma expansão das pesquisas de tratamentos com ecstasy para transtorno de estresse pós-traumático.

Ayahuasca para depressão

Outro psicodélico em estudo no Brasil é a famosa ayahuasca, um chá produzido com várias plantas originárias da Amazônia e historicamente utilizada em rituais indígenas. No país, a substância também é conhecida por ser o elemento sacramental de algumas religiões, como o Santo Daime e a União do Vegetal — e por causa do uso religioso, ela é não é proibida.

A ayahuasca é rica em DMT (dimetiltriptamina), um poderoso psicoativo. Estudos em universidades brasileiras têm apontado efeitos positivos da substância em tratamentos de depressão crônica e dependência química.

Segundo Dráulio Barros de Araújo, professor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, um dos focos de pesquisa tenta compreender os efeitos da ayahuasca no corpo, como as imagens psicodélicas são representadas no cérebro e quais são as bases neurais da introspecção e da autoanálise de emoções, processo relatado pelos usuários durante o efeito da substância.

Outro caminho é mais terapêutico. “Estamos avaliando os efeitos antidepressivos da ayahuasca fora do contexto religioso. Nosso grupo é o único no mundo a fazer ensaios clínicos com ayahuasca dentro do hospital com pacientes com depressão resistente ao tratamento”, diz Araújo, que comanda uma das equipes pioneiras nos estudos do composto.

Mas de onde vem esse efeito antidepressivo?

Pesquisadores brasileiros avaliaram o sistema imunológico de dois grupos de pacientes com depressão. Uma das turmas tomou ayahuasca, e outra ingeriu um placebo que simulava apenas os efeitos colaterais da droga, como vômitos.

“Hoje, já se sabe que pacientes com depressão apresentam um aumento de marcadores de inflamação, como a proteína C-reativa. Inclusive, há teorias que falam que a depressão é uma doença do sistema imunológico. Depois da sessão, percebemos que os pacientes que beberam ayahuasca diminuíram a concentração da proteína C-reativa, o que não aconteceu com quem recebeu o placebo”, explica Araújo.

Mas há outro ponto importante. Pessoas com depressão normalmente apresentam alteração de uma proteína chamada “fator neurotrófico derivado do cérebro” (BDNF, na sigla em inglês). Esse marcador químico está conectado à neuroplasticidade, ou seja, à capacidade do sistema neural de promover novas sinapses.

“Vimos que pacientes que apresentavam alteração do BDNF tiveram uma melhora para níveis normais depois de tomarem ayahuasca. Além disso, trabalhos de bioquímica molecular no Brasil apontaram que os componentes da ayahuasca podem aumentar os processos de neuroplasticidade, que em pacientes com depressão tendem a se reduzir”, explica Araújo.

Segundo ele, o psicodélico também tem outros resultados mais sutis, como uma tendência de afastar pensamentos repetitivos. “Uma característica comum da depressão são os pensamentos negativos e ruminativos, ou seja, a pessoa sempre volta para eles sem conseguir sair. Aparentemente, a ayahuasca promove uma mudança desse padrão”, diz.

Araújo, entretanto, não enxerga um futuro uso hospitalar da substância, principalmente por causa de seus efeitos colaterais, como náuseas e vômitos. “Acredito mais em um uso clínico da psilocibina, outro psicodélico que tem demonstrado potencial para tratamento de depressão grave”, diz.

A psilocibina é um composto presente em cogumelos alucinógenos. Foto: BBC News Brasil

Psilocibina e dependência química

A psilocibina, substância alucinógena presente em alguns cogumelos, é outro psicodélico em estudo, principalmente nos Estados Unidos. No Brasil, há pesquisas sobre possíveis tratamentos contra depressão e dependência de drogas, como álcool, cigarro e crack.

Um dos estudiosos à frente desse campo é Renato Filev, pesquisador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que também já trabalhou com cannabis e ayahuasca.

Ele explica que, como acontece com outros psicodélicos, a terapia com psilocibina tem potencial de mudar comportamentos repetitivos e problemáticos. “No exterior já há diversos estudos apontando a eficácia de psilocibina nesse tratamento, mas queremos testá-la no Brasil, pois o vício também é um fenômeno social e local”, explica Filev, que está em processo de importação do composto para iniciar sua pesquisa.

Segundo ele, os psicodélicos atuam numa região do córtex relacionada a uma série de sincronizações do ritmo cerebral. Quando o composto “bate” no cérebro, ele dessincroniza esse ritmo, fazendo-o atuar em modo extraordinário.

“Essas mudanças criam condições para uma análise profunda do eu e do sentido de individualidade. Essa experiência muda a forma como o paciente enxerga sua personalidade, seus comportamentos e suas emoções. Quando você está sob esse efeito, acaba aceitando uma segunda opinião sobre você mesmo, algo que não aceitava antes”, afirma.

Nesse sentido, as experiências têm mostrado que, em muitos casos, pessoas que eram dependentes de drogas acabaram perdendo a vontade de usá-las novamente depois de sessões terapêuticas com psilocibina. Mas Filev pondera: “Não é um milagre. Essa interrupção do uso problemático pode ocorrer, mas também pode não acontecer. Por isso as pesquisas científicas são tão importantes. Precisamos responder: ‘por que isso funciona com alguns e com outros não?'”

Ibogaína e abuso de drogas

No campo do tratamento de dependência, algumas clínicas no Brasil já utilizam legalmente uma substância psicodélica, a ibogaína.

Princípio ativo da raiz africana iboga, a substância não é proibida no país, ao contrário do MDMA, psilocibina e LSD — que só podem ser utilizados pela ciência. Mas seu uso também não está regulamentado. Esse limbo jurídico permite que a ibogaína seja manipulada no tratamento de dependência de outras drogas.

Anúncios de clínicas na internet prometem curar o vício do paciente (em álcool ou drogas) com apenas uma sessão de psicoterapia com a substância, procedimento que chega a custar R$ 8 mil.

Um trabalho da Unifesp, comandado pelo cientista Dartiu Xavier da Silveira, analisou o tratamento com ibogaína em 75 pacientes com dependência química. Um ano depois, 72% deles tinham parado de usar drogas.

Assim como outros psicodélicos, não se sabe exatamente como a ibogaína age no cérebro. Mas experimentos já mostraram que ela promove a produção de um hormônio chamado GDNF, que por sua vez estimula um equilíbrio de neurotransmissores.

Os efeitos visuais, bastante intensos e mais fortes que os do LSD, são semelhantes aos de um sonho e por isso são chamados de “onirofrênicos” — e duram de 12 a 15 horas.

“As pessoas normalmente têm muitas visões, lembranças, como se estivessem sonhando acordadas. E quanto maior o efeito psicodélico e místico, maior também será o efeito terapêutico”, explica o psicólogo e pesquisador Bruno Ramos Gomes, que trabalha com pacientes de ibogaína em seu doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp).

Ele explica que psicodélicos causam um efeito chamado de afterglow, uma sensação de bem-estar que persiste mesmo após as experiências visuais e físicas já terem passado. “Em algumas substâncias, como o LSD, o afterglow dura poucos dias. No caso da ibogaína, ele pode ser sentido por meses. Alguns pacientes contam que nunca mais foram os mesmos depois da sessão, e que não sentem mais aquela fissura pela droga que eram dependentes”, diz Gomes.

Por outro lado, há relatos de que a ingestão de altas doses de ibogaína tenha causado mortes no exterior, embora o procedimento adequado e controlado por profissionais de saúde não apresente riscos à vida, segundo cientistas. No Brasil, há informação de que um paciente morreu em 2016 depois de beber a substância — ele teria sofrido um ataque cardíaco em uma clínica na cidade de Paulínia, interior de São Paulo.

Recentemente, o uso de ibogaína tem desagradado comunidades terapêuticas ligadas a igrejas. Essas instituições oferecem tratamentos baseados principalmente em abstinência do consumo de entorpecentes, espiritualidade e isolamento. Muitas delas são financiadas pelo poder público, mantendo pacientes internados por meses e até anos.

Em agosto, após reclamação de instituições religiosas, a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred) publicou uma nota técnica alertando para riscos do uso de ibogaína, como “alteração da consciência, morte súbita e problemas cardiovasculares”. Segundo a pasta do governo Jair Bolsonaro, “não há evidências científicas robustas” que comprovem a eficácia do tratamento.

Para Bruno Ramos Gomes, da Unicamp, embora estudos com a droga ainda estejam em andamento, a controvérsia opõe duas visões distintas sobre cuidados com a dependência química. “Enquanto clínicas de ibogaína falam em cura, as comunidades terapêuticas dizem que não existe cura, e que o tratamento deve ser constante”, explica.

Para psiquiatra Luís Fernando Tófoli, a grande indústria farmacêutica não demonstra interesse na venda de psicodélicos por que estes ‘não dão muito retorno financeiro’. Foto: BBC News Brasil

Qual o futuro dos psicodélicos no Brasil?

Enquanto as pesquisas avançam, já é possível vislumbrar possíveis usos medicinais para as drogas psicodélicas no Brasil.

Cientistas acreditam que elas podem ser administradas em psicoterapia, dentro de ambientes clínicos e com supervisão de médicos e outros profissionais de saúde — para isso, mais pesquisas terão de feitas para que esses procedimentos sejam aprovados pela Anvisa.

“Eles não serão remédios que o médico receita, o paciente compra na farmácia e toma em casa”, explica o médico Luís Fernando Tófoli, professor de Psiquiatria da Unicamp, e que já participou de estudos com LSD e ayahuasca.

Dráulio Barros de Araújo, do Instituto do Cérebro, concorda. “Esse uso deve acontecer como ocorre com anestésicos potentes: dentro do contexto hospitalar e sob supervisão médica”, diz.

Já Renato Filev, da Unifesp, acredita que as terapias deveriam ocorrer em ambientes acolhedores. “O indivíduo deve ficar confortável, deitado, em um local que não seja estéril como os hospitais”, afirma.

Para Tófoli, “Eles não dão muito retorno financeiro para as empresas, porque são usados poucas vezes durante um tratamento. Não acho que a grande indústria vá financiar esse setor, mas também não enxergo nenhum movimento para impedi-lo”, diz.

“Também acredito que esses tratamentos não serão massificados, porque usar psicodélico não é uma coisa fácil nem é indicado para todas as pessoas. E também não é todo mundo que está disposto a passar por essa experiência”, explica o psiquiatra.

Repressão da ditadura

A história das pesquisas científicas com psicodélicos no Brasil não começou agora. Os primeiros experimentos são dos anos 1950, e seguiram uma tendência mundial.

Os efeitos do ácido lisérgico foram descobertos em 1943 pelo químico suíço Albert Hofmann, que trabalhava na empresa farmacêutica Sandoz. A companhia, interessada nas possíveis utilidades do composto, enviava doses de LSD a praticamente qualquer pesquisador que quisesse se aventurar.

“O LSD chegou ao Brasil pela via medicinal. É difícil dizer exatamente quando isso ocorreu, mas há referências a estudos feitos já em 1952”, explica o jornalista e historiador Júlio Delmanto, autor do livro História Social do LSD no Brasil (Editora Elefante). A obra relata as primeiras pesquisas com o ácido lisérgico no país, seu uso pioneiro por artistas e por adeptos da contracultura, além do início da repressão policial, a partir da década de 1970.

“Os médicos brasileiros leram pesquisas do exterior, se interessaram pela substância e conseguiram lotes da Sandoz para testar aqui. Eles inicialmente usavam em si mesmos e, depois, fizeram experimentos com outras pessoas, principalmente artistas”, diz Delmanto.

Segundo ele, as primeiras pesquisas com LSD foram feitas por profissionais de diferentes correntes ideológicas. “Na época, não havia esse estigma contra a substância. Ela atraiu médicos ligados à esquerda, mas também pesquisadores de direita, alguns deles ligados à ditadura militar e a instituições manicomiais”, diz Delmanto.

Mas o LSD e outros psicodélicos foram proibidos no país em meio ao endurecimento da ditadura militar e também ao aumento da repressão às drogas por parte do governo dos Estados Unidos, que associou negativamente o LSD e outros entorpecentes aos movimentos contrários ao presidente Richard Nixon e à guerra do Vietnã.

Os alucinógenos foram importantes para a contracultura e para os hippies, que viam neles uma forma de expandir a consciência, a criatividade e o bem-estar. A proibição, além de criminalizar usuários, traficantes e cientistas, interrompeu as pesquisas por mais de 50 anos.

Curiosamente, um novo decreto sobre drogas no Brasil foi assinado 13 dias depois da promulgação do AI-5, em dezembro de 1968. A nova lei punia com prisão o uso ou a venda de qualquer substância que causasse “dependência química e psíquica”, mas não deixava claro quais drogas se enquadravam neste conceito — ou seja, em tese, beber álcool e fumar cigarro poderia dar prisão na ditadura, embora isso não acontecesse na prática.

Essa controvérsia norteou o primeiro processo criminal por tráfico de LSD no Brasil, de 1970, que foi analisado por Júlio Delmanto em seu livro. A defesa dos acusados — um grupo formado por artistas e estudantes — argumentou que a lei não citava o LSD como causador de dependência (e, de fato, não há provas científicas de que isso ocorra).

Mesmo assim, o juiz Geraldo Gomes condenou os réus, principalmente com base em preceitos morais. “Na sentença, ele criticou mulheres que frequentavam festas à noite e até um dos rapazes do grupo que ‘não morava com os pais’. O juiz estava imbuído de mostrar quais eram os valores morais da sociedade, dando um recado de classe, raça e geração”.

Anos antes da proibição, em 1962, ninguém era preso por usar LSD. O escritor Paulo Mendes Campos foi um dos primeiros brasileiros a participar de experimentos com a droga. Em uma entrevista posterior ao jornal O Pasquim, ele relatou como foram suas viagens lisérgicas:

“Minha experiência foi esplêndida. […] um curso de madureza de autoanálise, me conheci muito melhor. Durante uns dois ou três anos eu me senti com uma segurança muito maior, e vi profundidades minhas horrendas que me levaram a me conhecer melhor. Isso alterou muito a minha vida.”

BBC Brasil

Opinião dos leitores

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Gastronomia

Cordeiro, nhoque e um bom doce, é só gostosura no Papo de Fogão especial do Dia dos Pais

No Papo de Fogão especial pro Dia dos Pais, o Chef Marcílio Cavalcante, do Al’Mar Cucina, em João Pessoa, vai preparar um carré de cordeiro com nhoque frito e fonduta de parmesão que é de comer rezando!E na Dica Rápida, Maria do Rosário, de Caicó, ensina um doce de leite cremoso e natural, do jeitinho que o painho gosta!

SÁBADO
BAND MARANHÃO e PIAUÍ – 8h

PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

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Cultura

VÍDEO: Série que destaca Mossoró Cidade Junina estreia no Globoplay no dia 10 de agosto

 

Foi lançado nesta quinta-feira (07), a série “São Julhão – O Nordeste em Festa”, que estreia na Globoplay no próximo domingo, dia 10 de agosto. A produção destaca o Mossoró Cidade Junina como uma das maiores festas do país. O prefeito Allyson Bezerra participou da cerimônia de lançamento da série em São Paulo/SP.

A série mostra o crescimento do São João de Mossoró, estando hoje entre os maiores do país ao lado de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), que também são abordados na produção. E outros pontos fortes do evento que é a segurança pública, que conta com videomonitoramento e reconhecimento facial.

Mostrou também a Estação das Artes Elizeu Ventania, maior palco da cultura mossoroense, que recebe durante junho shows de artistas nacionais e regionais. A série também mostrará o espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró, que conta a história de resistência do povo mossoroense ao Bando de Lampião; e o Pingo da Mei Dia, maior bloco junino do Brasil.

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RN

Prefeito Jaime Calado assina ordem de serviço para pavimentação de ruas no Guajiru

Foto: reprodução

“Esses calçamentos são sementes de progresso para que as pessoas construam suas casas e comércio aqui. Estamos trabalhando no município inteiro. Isso é o que o povo quer: respeito. Nosso mandato tem respeito pelo nosso povo”, afirmou o prefeito Jaime Calado durante a solenidade de assinatura da ordem de serviço para a pavimentação das ruas Valdomiro Teixeira e Dom Matias, na comunidade de Guajiru, na tarde desta sexta-feira (8).

A senadora e primeira-dama Zenaide Maia ressaltou que a pavimentação melhora a mobilidade e a qualidade de vida. “Todos que vêm para ajudar São Gonçalo são bem-vindos. Estamos devolvendo o direito de ir e vir das pessoas. A gestão de Jaime Calado é empenhada com o bem-estar da população”, disse.

A obra prevê a execução de 3.600 metros de calçamento em paralelepípedo. Orçada em R$ 530 mil, será realizada pela empresa Dantas Ribeiro, com recursos provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Sargento Gonçalves.

O chefe de gabinete do deputado Sargento Gonçalves, Ewerthon Rocha, elogiou o empenho da administração municipal. “Quero, em nome do deputado, parabenizar a gestão do prefeito Jaime Calado por estar sempre comprometida com as comunidades. Gestão pública se faz com parcerias, e o prefeito vem cumprindo sua palavra”, afirmou.

Para o líder comunitário Ronaldo Sena, a obra representa a retomada das ações no bairro. “As obras estão retomando com o mandato do prefeito Jaime Calado. Guajiru pode dizer que tem prefeito e uma senadora”, declarou.

O evento contou com a presença de secretários municipais, vereadores e lideranças comunitárias e moradores.

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RN

CREMERN vai apurar fechamento de leitos de UTI no Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes

Foto: reprodução

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CREMERN) anunciou que vai investigar o fechamento de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, em Natal. A medida será conduzida pelo Departamento de Fiscalização do órgão, que fará averiguação da situação no local.

Segundo o conselho, por se tratar de leitos de UTI, cuja assistência é considerada essencial e inadiável, também será comunicada a magistrada responsável pelo processo judicial em andamento que garante o funcionamento dessas unidades, para que sejam adotadas providências diante da gravidade do caso.

O CREMERN lamentou profundamente o fechamento dos leitos e classificou a situação como preocupante, ressaltando que a medida afeta diretamente a assistência à saúde de crianças e adolescentes, exigindo atenção e ação imediata das autoridades competentes.

O fato ocorre em meio a denúncias sobre a falta de medicamentos e insumos básicos em UTIs pediátricas e neonatais do estado.

Blog do BG

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Geral

Prefeita Nilda anuncia programação oficial da Festa do Sabugo 2025

 

Foto: Divulgação

A Festa do Sabugo 2025 vai entrar para a história de Parnamirim como a maior de todos os tempos. Durante os dias 29 e 31/08 a cidade Trampolim da Vitória será o centro cultural do Rio Grande do Norte. E neste ano, a Prefeitura caprichou na programação. Irão subir ao palco artistas do porte de Taty Girl, Márcia Felipe, Mara Pavanelly, Zé Vaqueiro, Pablo, Desejo de Menina, Raí Saia Rodada, Zezo, Luan Estilizado, Thúlio Milionário, dentre outros. A programação foi anunciada nesta sexta-feira (08) pela prefeita Nilda Cruz, durante solenidade realizada no Mercado do Centro. Os shows serão realizados no Parque Aristófanes Fernandes.

 

“A nossa gestão preparou essa programação com muito carinho. São artistas consagrados, que farão ótimas apresentações. Teremos uma grande Festa do Sabugo. Estamos caprichando na organização para garantir conforto e segurança para o público. A nossa cidade está de braços abertos para receber o público”, disse Nilda.

No dia 29/08 (sexta-feira), primeiro dia do evento, o comando da festa ficará sob a responsabilidade de: Márcia Felipe; Mara Pavanelly; Taty Girl; Erikarla; Alana Araújo e Deusa do Forró. Já no sábado (30), a alegria segue com os shows de Zé Vaqueiro; Desejo de Menina; Thúlio Milionário; Pedro Lyan; Lucianno Brilhante e Meirão. O encerramento será em grande estilo no domingo (31) com as apresentações de: Projeto À Vontade com Zezo, Raí Saia Rodada e Luan Estilizado; Pablo; Arnaldinho Neto; Yure Lima e Erick Souza.

 

Além do aspecto cultural, a prefeita ressaltou a importância do evento para a economia local: “Eventos desse porte movimentam a economia, fazem o dinheiro circular, geram empregos e oportunidades. Do pequeno ambulante ao grande empreendedor todos conseguem faturar. A nova administração de Parnamirim tem o compromisso de trabalhar a cada dia por uma cidade melhor e não abriremos mão dessa missão”, finalizou Nilda.

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Saúde

DENÚNCIA: Falta de insumos coloca em risco crianças internadas em UTIs do RN

Foto: reprodução

Uma denúncia recebida pelo Blog do BG revela um cenário alarmante nas unidades de terapia intensiva (UTIs) pediátricas e neonatais do Rio Grande do Norte. Segundo a fonte, a falta de medicamentos e materiais básicos compromete o atendimento de crianças internadas.

Ainda de acordo com a fonte, “todos os hospitais do estado estão na mesma situação” e que na unidade UTI pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel, “a situação é ainda pior”.

Ela relata que, apesar de haver estrutura física, médicos e equipe de enfermagem qualificados, insumos essenciais — considerados simples e de baixo custo — estão em falta. “Nossas crianças vão morrer sem ao menos ter uma assistência digna”, lamentou.

Também informou que já apresentou denúncia formal ao Ministério Público, mas não obteve retorno. “É incrível que o MP não faça nada. A UTI tem, os profissionais tem, mas o básico não tem”, reforçou.

Blog do BG 

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Geral

Mr. Beef celebra Dia dos Pais com variedade de cortes e acessórios para churrasco em Natal

 

A Mr. Beef, referência em churrasco na capital potiguar, está preparada para tornar o Dia dos Pais ainda mais especial. Localizada em Natal, a loja reúne cortes exclusivos de carnes, churrasqueiras, acessórios de alta qualidade e um atendimento especializado para atender desde os churrasqueiros experientes até aqueles que estão começando a se aventurar na brasa.

A proposta é simples: oferecer tudo o que um bom churrasqueiro procura em um só lugar. Quem já conhece a @mrbeefnatal garante que é impossível sair sem se impressionar com a variedade e a qualidade dos produtos.

Neste Dia dos Pais, a Mr. Beef convida os clientes a presentearem o homem mais importante de suas vidas com itens que transformam qualquer churrasco em uma experiência completa. A loja reforça seu compromisso em unir tradição, sabor e excelência, consolidando-se como ponto de encontro dos apaixonados por churrasco em Natal.

Informações:
Lagoa Mall – Loja 12

R. São José, 2184 – Lagoa Nova, Natal
(84) 9.8200-1212

Peça também pelo nosso APP – Link na BIO @mrbeefnatal

Blog do BG 

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Geral

Vacinação antirrábica segue em Natal neste sábado 9; veja onde vacinar

Foto: reprodução

A vacinação contra a raiva prossegue neste sábado (09) em Natal, com postos fixos abertos e equipes itinerantes fazendo imunização porta a porta em diversos bairros da cidade.

Devem ser vacinados cães e gatos com três meses ou mais que ainda não receberam a dose neste ano e que não estejam em tratamento medicamentoso nos últimos 30 dias.

A vacina é gratuita e única forma eficaz de prevenção contra a raiva, doença infecciosa grave com taxa de letalidade próxima a 100%.

A raiva é transmitida principalmente pela saliva de animais contaminados, geralmente por mordidas, mas também por arranhões ou contato da saliva com mucosas ou feridas abertas na pele.

A campanha começou em 1º de agosto e vai até 30 de setembro. O Dia D da vacinação está marcado para 27 de setembro, com reforço das ações em vários pontos da cidade.

Postos fixos de vacinação – sábado 9:

Zona Norte I (8h às 16h)

  • Unidade de Vigilância de Zoonoses – Av. das Fronteiras, 1526, Conjunto Santa Catarina, Potengi
  • Canário Pet Shop – Av. Mar Mediterrâneo, 872

Zona Sul (8h às 12h)

  • TG Pet Rações – R. Mira Mangue, 600, Planalto
  • Conselho Comunitário de Neópolis – Alameda dos Flamboyants, praça central do Conjunto Neópolis
  • UBS Pirangi – Av. São Miguel dos Caribes, 4650, Neópolis

Vacinação porta a porta – sábado (9), das 8h às 12h:

  • Zona Norte I: Bairro Pajuçara
  • Zona Norte II: Bairro Nossa Senhora da Apresentação
  • Zona Sul: Bairro Planalto
  • Zona Leste: Bairro Rocas
  • Zona Oeste: Bairro Nossa Senhora de Nazaré

A população pode buscar informações e esclarecer dúvidas na Unidade de Vigilância de Zoonoses de Natal.

Agora RN

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Geral

Novo e MP pedem suspensão de sala VIP em aeroporto para ministros do TST


O partido Novo e o Ministério Público de Contas protocolaram nesta sexta, 8, representações solicitando a suspensão imediata da construção de uma sala VIP exclusiva para os 27 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no Aeroporto Internacional de Brasília.

Segundo a Folha de S.Paulo, a Corte, responsável por julgar recursos sobre questões trabalhistas e uniformizar a jurisprudência, gastará mais de 1,5 milhão de reais em dois anos para finalizar e manter o espaço. O TST alega ser uma medida para garantir a segurança dos magistrados.

O subprocurador-geral do Ministério Público de Contas, Lucas Furtado, afirmou que o tribunal não apresentou estudos técnicos que comprovem a existência de riscos à integridade física das autoridades nos embarques e desembarques.

“A utilização de recursos públicos para financiar benefícios exclusivos, como transporte privativo e acompanhamento pessoal em viagens pessoais, não parece atender ao princípio da impessoalidade”, diz.

NOVO e Zema

O partido Novo pediu ao TCU que suspenda preventivamente os contratos, declare a nulidade e responsabilize os gestores.

Além disso, a sigla também solicita que o órgão recomende aos demais entes da administração pública para que “se abstenham de adotar práticas semelhantes, evitando portanto que outros órgãos adotem gastos supérfluos e imorais”.

“Em um momento que o país enfrenta enormes desafios econômicos, gastar mais de R$ 1,5 milhão para oferecer luxo e regalias a membros do judiciário é um privilégio desnecessário e um desrespeito com o cidadão brasileiro”, diz a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), uma das signatárias da representação.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também criticou a iniciativa.

“E essa agora: ministros do TST vão ter uma sala VIP milionária no aeroporto para evitar contato com “pessoas inconvenientes”. Inconveniente é o povo ter que bancar a mordomia de servidor público que se acha rei. Está faltando humildade aos ministros“, escreveu no X.

O Antagonista

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Brasil

Hugo diz que sentimento é de que penas por 8/1 são exageradas

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (8), que há um sentimento entre os parlamentares de que algumas condenações envolvendo os atos criminosos de 8 de janeiro de 2023 foram “exageradas”.

“O que eu vejo é que tem um sentimento na Casa de que, até essas assinaturas foram colocadas acerca do projeto da anistia, que as pessoas não concordam com penas exageradas que foram dadas por crimes não tão graves e que pessoas até hoje estão condenadas e cumprindo pena ainda”, disse Motta.

Segundo o presidente da Casa, entretanto, há um “receio de se fazer uma anistia ampla, geral e irrestrita” por conta de parte dos temas investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) envolvendo a apuração de planos de atos terroristas e de assassinato de autoridades.

“Não vejo que os parlamentares têm interesse de anistiar essas pessoas que fizeram isso. Não acho que esse seja o sentimento da Casa. O sentimento da Casa é muito mais de sensibilidade às pessoas mais humildes, aquelas que participaram do movimento e não cometeram delitos tão graves, tão pesados, e receberam penas elevadas”, detalhou Motta.

Motta afirmou que uma “alternativa legislativa” para os casos de pessoas que não cometeram “delitos tão graves” pode atender a maioria da Casa. Uma iniciativa do tipo, ressaltou Motta, precisará ser debatida e acordada no colégio de líderes para avançar.

“Crimes graves, como planejar a morte de alguém, eu não acho que a Câmara tem ambiente para anistiar isso”, disse.

A anistia para condenadores do 8 de janeiro foi uma das pautas reivindicadas pela bancada na oposição nesta semana durante a ocupação do plenário da Casa. Hugo Motta negou, no entanto, que tenha feito acordos sobre o avanço de propostas para garantir a desocupação da Mesa Diretora.

CNN

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