Geral

Governador de SC é absolvido em tribunal de impeachment e retorna ao cargo

Foto: Governo de Santa Catarina/Divulgação

O tribunal de julgamento absolveu nesta sexta-feira (7) o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), por crime de responsabilidade na compra dos respiradores para pacientes da Covid-19 por R$ 33 milhões. A sessão terminou por volta das 14h30.

Foram 6 votos a favor do impeachment e 4 contrários. Para que ele fosse condenado, seriam necessários pelo menos 7 votos pelo seu afastamento. Com isso, ele acabou absolvido.

O político estava afastado do cargo desde 30 de março, quando o tribunal do impeachment aceitou a denúncia contra ele. Desde então, o governo catarinense era comandado pela vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido).

Como votaram os julgadores

Contra o afastamento definitivo:

Deputado Marcos Vieira (PSDB)
Deputado José Milton Scheffer (PP)
Deputado Valdir Cobalchini (MDB)
Deputado Fabiano da Luz (PT)

A favor do afastamento definitivo

Desembargadora Rosane Portela Wolff (relatora)
Desembargador Luiz Zanelato
Desembargadora Sônia Schmitz
Desembargador Roberto Pacheco
Desembargador Luiz Fornerolli
Deputado Laércio Schuster (PSB)

Como foi a sessão?

A sessão teve início com a leitura dos pontos principais do processo. O presidente do Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC) e do Tribunal Especial de Julgamento, desembargador Ricardo Roesler, fez um resumo das votações.

Os autores da denúncia e o governador afastado optaram por não se manifestar no início da sessão. Com isso, os advogados de acusação e defesa se manifestaram por cerca de 2 horas e meia. Os 10 julgadores, um a um, discutiram o processo (veja as principais falas mais abaixo).

Depois disso, Roesler apresentou um relatório resumido com os argumentos da acusação e defesa, assim como provas, para dar início à votação.

Cada um dos julgadores respondeu, com sim ou não, se Moisés cometeu crime de responsabilidade e se deveria ser condenado com a perda do cargo (veja acima).

Deputado Laércio Schuster (PSB)

“Isso não é grave, é gravíssimo, é um escândalo, um desrespeito com o povo catarinense”, disse o deputado ao votar pela condenação de Moisés.

Deputado Fabiano da Luz (PT)

Deputado Fabiano da Luz (PT) falou brevemente sobre o processo e disse considerar Moisés inocente das acusações.

Desembargadora Rosane Portella Wolff

Sétima a falar, a relatora do processo afirmou que as investigações mostraram que Moisés “não agiu criminalmente em conluio” com os responsáveis pela compra, mas sabia da aquisição.

“Nesse cenário político, o que se analisa é a governabilidade do representado, o seu trato com a coisa pública e a tomada de cautela, ou não, para evitar prejuízo ao erário”, disse.

Deputado Valdir Cobalchini (MDB)

Sexto a falar, o parlamentar ressaltou que não há novas provas no processo que garantam que Moisés cometeu crime na compra. O deputado falou por cerca de 10 minutos e citou a investigação sobre o processo no Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

“Não é crível querer atribuir ao governador do estado crime de responsabilidade”, afirmou.

Desembargador Luiz Zanelato

O desembargador foi o quinto a se manifestar e terceiro a votar pela condenação de Moisés. Na fala, o magistrado afirmou que “o denunciado tinha noção sobre o perigo” na compra com dispensa de licitação, manteve-se omisso. Além disso, lembrou que Santa Catarina ainda sofre as consequências da compra.

“Os autos são fartos e eloquentes a indicar que ele tinha conhecimento do negócio firmado”, afirmou.

Deputado José Milton Scheffer (PP)

O deputado José Milton Scheffer (PP), quarto a falar, indicou que vota pela absolvição de Moisés. Ele citou que;

“[..] Cinco instituições com competência e prática para identificar indícios” de crime já se posicionaram sobre a inocência do governador.

Desembargador Roberto Lucas Pacheco

Terceiro a falar, o desembargador também adiantou o votou pela perda do mandato do governador. Segundo ele, o processo de impeachment mostrou que Moisés sabia da compra irregular dos respiradores.

“Está suficientemente demonstrado que o senhor governador tinha conhecimento da compra irregular que estava sendo efetuada e nada fez para impedir”, disse.

Deputado Marcos Vieira (PSDB)

Segundo a se manifestar, Marcos Vieira (PSDB) também adiantou o voto. Em uma rápida fala, o parlamentar disse que não houve provas para condenar Moisés.

“Não posso, nesse momento em que Santa Catarina vive a sua pior crise sanitária, de uma hora para outra substituir o governador por causa desse suposto crime de omissão que eu não reconheço”, afirmou.

Desembargadora Sônia Schmidt

Primeira a falar, a magistrada repassou os pontos do processo e ressaltou as diferenças entre processos judiciais e políticos. No debate, ela adiantou o voto e pediu a condenação por crime de responsabilidade por entender que não houve fato novo em decisões em outras instâncias que a levassem a mudar de posição.

“Constatada notória ausência de capacidade de gestão, e do bom uso do poder público, do direito e da política, torna-se inarredável o término antecipado do mandato do governante”, disse.

Defesa

Marcos Probst, advogado de Moisés, defendeu que não houve ato ilegal praticado pelo governador. Durante quase 1 hora, ele falou sobre as investigações que apontaram que o político não sabia da compra antecipada dos equipamentos.

“A acusação desrespeita as autoridades de investigação no país. Falar que existem provas robustas de que o governador tinha pleno conhecimento e de que o governador se omitiu é um desserviço para a República”, disse Probst.

Acusação

Durante pouco mais de 1 hora, os advogados Bruno de Oliveira Carreirão, Josué Ledra Leite, Ivo Borchardt, Dulciane Beckhauser Borchardt e Leonardo Borchardt fizeram suas manifestações a favor do impeachment de Moisés.

“Trata-se de infração de natureza política, que indica a perda de legitimidade democrática para permanecer no cargo”, disse Dulciane.

O que aconteceu com os respiradores?

Dos 200 respiradores, apenas 50 chegaram em Santa Catarina e foram confiscados pela Receita Federal por irregularidades nos documentos. Desses, 11 foram aprovados pelo Estado e estão sendo usados, mas nenhum em unidade de terapia intensiva, por não se enquadrarem dentro das exigências solicitadas. O governo ainda tenta notificar a empresa sobre rescisão da compra e ainda não recuperou todo o dinheiro pago a ela.

Segundo pedido de impeachment

Abertura: a representação por crime de responsabilidade que deu origem ao segundo pedido de afastamento foi apresentada em 10 de agosto na Alesc. O texto foi recebido pela casa no dia 3 de setembro, com base em recomendação da Procuradoria Jurídica da assembleia.

Votação em Comissão Especial: em 13 de outubro, a comissão formada por nove deputados aprovou, por unanimidade, o relatório do deputado Valdir Cobalchini (MDB), que deu continuidade ao processo e pediu o arquivamento da denúncia contra a vice-governadora.

Votação em plenário: com 36 votos a favor, 2 contrários e uma abstenção, o plenário da Alesc votou pelo prosseguimento do segundo processo contra Moisés na tarde de 20 de outubro. Eles também arquivaram, definitivamente, o pedido contra a vice-governadora Daniela Reinehr.

Formação do Tribunal de Julgamento: cinco desembargadores foram escolhidos por meio de sorteio em 26 de outubro. Os cinco deputados estaduais foram selecionados por votação em 27 de outubro.

Entrega do relatório do 2º pedido de impeachment: a desembargadora Rosane Portella Wolff, relatora do tribunal de julgamento, entregou em 12 de novembro o parecer sobre a denúncia.

Denúncia aceita: em 26 de março de 2021, o tribunal de julgamento decidiu aceitar parcialmente a denúncia contra o governador, apenas na parte da compra dos respiradores. Com isso, Moisés foi afastado do cargo em 30 de março. A vice-governadora, Daniela Reinehr, assumiu o posto.

Afastamento no primeiro pedido de impeachment

Moisés foi afastado pela primeira vez em 27 de outubro após a denúncia contra ele no primeiro pedido de impeachment ser aceita. Ele foi absolvido no tribunal de julgamento em 27 de novembro e voltou ao posto. Durante o mês em que não esteve no cargo, o estado foi comandando pela vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), já que a parte da denúncia relacionada a ela não foi aceita.

Primeiro pedido de impeachment

O primeiro pedido de impeachment foi aceito pela Alesc em 22 de julho. Na denúncia, parlamentares votaram sobre a aumento salarial dos procuradores do estado.

Em 15 de setembro, a comissão votou por unanimidade por aprovar o relatório e seguir com a denúncia. O alvo, além de Moisés e da vice, também era o ex-secretário de Administração, Jorge Tasca, mas ele pediu exoneração e foi retirado do processo.

Votação do relatório em plenário na Alesc por todos os deputados, o que ocorreu em 17 de setembro. Os deputados escolheram dar prosseguimento ao processo de impeachment.

Após a etapa, foi formado o Tribunal Especial de Julgamento, que afastou Moisés, mas absolveu Reinehr. Em 27 de novembro, Moisés foi absolvido e retornou ao cargo.

G1

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Geral

Licença-paternidade de 20 dias é aprovada na Câmara dos Deputados

Foto: Reprodução

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (4) o projeto que amplia de forma gradual a licença-paternidade no Brasil — hoje de cinco dias — para até 20 dias. A proposta foi aprovada de forma simbólica, com voto contrário apenas do partido Novo, e agora segue para o Senado.

O texto prevê aumento escalonado: 10 dias nos dois primeiros anos de vigência, 15 dias no terceiro e 20 dias a partir do quarto ano, desde que o governo cumpra as metas fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Se não bater a meta, o aumento fica suspenso até o segundo exercício seguinte. O benefício será pago pelo INSS e terá impacto fiscal de R$ 2,6 bilhões já em 2026, podendo chegar a R$ 5,4 bilhões em 2029.

A nova lei também cria o “salário-paternidade”, equivalente ao salário-maternidade, e permite que pais e mães recebam o benefício simultaneamente, desde que estejam afastados do trabalho. A licença poderá ser suspensa se o pai for acusado de violência doméstica ou abandono.

 

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Brasil

Secretário do RJ reage a Lula e cutuca o Planalto: “Não temos medo de investigação”

Foto: Reprodução

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, respondeu nesta terça-feira (4) às críticas do presidente Lula sobre a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que terminou com 121 mortos — quatro deles policiais. Segundo ele, “não há qualquer preocupação com investigação paralela” e o Estado está tranquilo quanto à legalidade da ação.

A fala veio depois de Lula afirmar que o governo federal vai pressionar por uma apuração “independente” sobre o caso, alegando que a operação “tinha ordem de prisão, não de matança”. O comentário causou mal-estar político, já que o governador Cláudio Castro e as forças de segurança do Rio classificaram a ação como a mais bem-sucedida contra o Comando Vermelho, que domina parte das favelas locais.

Santos evitou confronto direto com Lula, dizendo que não comentaria “questões políticas”, mas reforçou que a operação foi acompanhada desde o início pelo Ministério Público, Judiciário e órgãos de controle. “Não temos receio de apuração adicional, até porque ela começou com uma investigação de um ano”.

A operação do dia 28 de outubro foi a mais letal da história do Brasil. Enquanto o Planalto fala em “excessos”, o governo fluminense sustenta que as únicas vítimas inocentes foram os policiais assassinados em serviço.

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Mundo

BBC distorceu fala de Trump para parecer que ele incitou invasão do Capitólio

Foto: Reprodução

A BBC foi flagrada manipulando um discurso de Donald Trump para parecer que o ex-presidente dos Estados Unidos teria incentivado a invasão do Capitólio. A denúncia foi feita pelo jornal britânico The Telegraph, poucos dias antes das eleições americanas de 2024 — o que levanta suspeitas sobre interferência política da emissora.

O programa Panorama, exibido uma semana antes do pleito, apresentou uma versão editada da fala de Trump, cortando o trecho em que ele pedia que seus apoiadores agissem “de forma pacífica e patriótica”.

A manipulação fez soar como se o republicano tivesse convocado a invasão, o que não aconteceu. A farsa veio à tona em um dossiê de 19 páginas sobre o viés ideológico da BBC, elaborado por um ex-integrante do próprio comitê de padrões da emissora.

O documento afirma que o programa fez Trump “dizer” coisas que ele nunca disse, ao juntar frases ditas em momentos diferentes do discurso original.

 

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Política

Trump se solidariza com policiais mortos no RJ e oferece ajuda contra o crime organizado

Foto: Reprodução

Os Estados Unidos enviaram uma carta oficial ao governo do Rio de Janeiro lamentando a morte dos quatro policiais que perderam a vida durante a megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão. O documento, assinado por James Sparks, da Agência de Repressão às Drogas (DEA), foi encaminhado nesta terça-feira (4) ao secretário de Segurança, Victor dos Santos.

No texto, o governo americano reconhece a coragem e o sacrifício dos agentes fluminenses, e se coloca “à disposição para qualquer apoio necessário” no enfrentamento ao tráfico de drogas. “Sabemos que a missão de proteger a sociedade exige coragem, dedicação e sacrifício”, diz o comunicado.

A mensagem foi redigida em Washington e destaca o “valor e a honra” dos policiais mortos em serviço. O gesto reforça a parceria histórica entre Brasil e EUA no combate ao crime organizado e à cooperação entre as forças de segurança.

Enquanto isso, o governo Cláudio Castro pediu oficialmente a Donald Trump que o Comando Vermelho seja incluído na lista de organizações terroristas e sofra sanções da Casa Branca. A proposta, no entanto, enfrenta resistência do governo Lula, que se recusa a classificar facções criminosas como grupos terroristas — posição vista por muitos como leniente diante da escalada da violência no país.

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Política

VÍDEO: CPI do Crime abre com homenagem a policiais mortos e Contarato promete “serviço ao povo”, não espetáculo

Imagens: Reprodução/Instagram

A CPI do Crime Organizado começou nesta terça (4) com um minuto de silêncio em homenagem aos quatro policiais mortos na megaoperação do Rio de Janeiro — um início marcado pela emoção e também por discursos. O senador Fabiano Contarato foi eleito presidente da comissão por 6 votos a 5, superando Hamilton Mourão, que assumiu a vice-presidência.

Logo após a eleição, Contarato afirmou que a CPI “deve prestar um serviço à população brasileira”, não um espetáculo político. E defendeu que o combate ao crime vá além da repressão policial, incluindo políticas públicas para reduzir desigualdade e dar oportunidades aos jovens em áreas carentes — discurso que divide opiniões entre quem cobra mais ação e menos teoria.

O senador disse ainda estar “tranquilo” para conduzir os trabalhos ao lado do relator Alessandro Vieira. Segundo ele, o plano de trabalho e os primeiros requerimentos já foram aprovados, e as próximas oitivas serão definidas “com critério e objetividade”.

A instalação da CPI acontece sob forte cobrança popular por resultados concretos após a operação no Rio, que expôs mais uma vez o avanço do crime organizado e a fragilidade do Estado. A expectativa agora é saber se a comissão vai realmente servir ao povo — como prometeu Contarato — ou cair no velho roteiro das CPIs que terminam em discurso.

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Política

Falas de Lula sobre megaoperação abre espaço para aliados e integrantes do governo baterem na polícia

Foto: Ricardo Stuckert (PR)

O presidente Lula pegou aliados de surpresa ao criticar a megaoperação que deixou mais de 100 mortos no Rio de Janeiro. Internamente, integrantes do PT já avaliam que o discurso abre caminho para que outros aliados e membros do governo também questionem a ação policial.

Em entrevista a jornalistas estrangeiros em Belém, Lula chamou a operação de “matança” e sugeriu que a Polícia Federal investigue as mortes nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo ele, muitas vítimas foram enterradas sem perícia adequada.

A fala do presidente mexeu com a base aliada, que até então vinha adotando cautela por causa do apoio popular à operação, especialmente no Rio. Parlamentares temiam atrito com o governador Cláudio Castro e evitavam críticas públicas.

Agora, dentro do PT, já se comenta que a declaração de Lula pode gerar efeito dominó, liberando aliados e integrantes do governo a criticar publicamente ações policiais, mesmo com a população carioca majoritariamente a favor do combate ao Comando Vermelho.

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Polícia

CONFUSÃO NO JUDICIÁRIO: Líder do Comando Vermelho é preso em SP e liberado pelo tribunal do RJ

Foto: Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro mandou soltar Antonio de Jesus Cabral, 40 anos, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho (CV). Ele havia sido preso em São Paulo no dia 30 de outubro, mas já tinha a prisão preventiva revogada desde agosto de 2022, após habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do RJ, segundo sua defesa, que classifica o episódio como uma “confusão” do Judiciário.

Cabral está de volta ao Rio e, segundo o advogado Erlande Nunes, os fatos estão “devidamente esclarecidos”. O criminoso teria ligação com uma quadrilha de hackers que fraudava concursos públicos, oferecendo cursos com acesso a conteúdos sigilosos e causando prejuízo estimado em R$ 70 milhões, conforme o Metrópoles.

Em 2022, ele foi condenado a 14 anos e oito meses por associação criminosa, violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro. Embora a Justiça do Rio tenha expedido mandado de prisão preventiva em julho daquele ano, Cabral respondeu à maior parte do processo em liberdade, até ser reconhecido e preso em São Paulo pelas câmeras do sistema Smart Sampa na Rua 25 de Março.

A prisão paulista, porém, expôs falhas de comunicação entre os tribunais. A Justiça de SP tentou contato com o Rio para confirmar a validade dos mandados, sem sucesso, e acabou mantendo Cabral detido. Ele foi levado ao 8º Distrito Policial, enquanto o Rio de Janeiro lidava com megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 120 mortos e 113 presos.

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Judiciário

FIM DA IMPUNIDADE: Chefe de facção interestadual vai a júri por matar ex-prefeito Neném Borges

Foto: Reprodução

O júri do assassinato do ex-prefeito Neném Borges está marcado para 10 de novembro de 2025, em Natal. O crime chocou São José do Campestre e segue repercutindo na região.

Neném Borges, eleito em 2020 com mais de 60% dos votos, tinha 44 anos quando foi morto a tiros dentro de casa, na madrugada de 18 de abril de 2023. As investigações apontam que o homicídio foi ordenado por Vando Fernandes Gomes, chefe local de uma facção criminosa interestadual.

Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado pelo apoio do prefeito às ações policiais, que incomodava o grupo criminoso. Mesmo preso, o chefe da facção tentava manter o controle do crime na cidade.

Vando Fernandes foi preso em São Paulo e confessou o assassinato.

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Brasil

FIM DA FARRA: Justiça manda 7 líderes do Comando Vermelho para presídios federais

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Justiça do Rio atendeu ao pedido do governador Cláudio Castro e determinou a transferência de sete chefes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. O objetivo é cortar o comando das facções criminosas de dentro das cadeias e retomar o controle da segurança pública.

A decisão foi do juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais, que destacou que a segurança coletiva vale mais que interesses individuais, conforme informações de O Antagonista. A medida busca impedir que os criminosos continuem coordenando crimes, sequestros e barricadas mesmo presos.

Os bandidos transferidos são: Naldinho, Cabeça do Sabão, Criam, Bicinho, My Thor, Choque e Irmão Metralha. Todos estavam no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio, e seguiam ordenando ações criminosas à distância, prejudicando a ordem na cidade.

Dois outros nomes — Wagner Teixeira Carlos e Léo Barrão — ainda dependem de informações da Polícia Civil para a transferência. Já o cabo da Marinha Riam Mota, acusado de operar drones para o CV, segue sob análise judicial.

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Política

Após polêmica sobre “matança”, Lula muda o tom e tenta mostrar serviço na segurança

Foto: Reprodução

Horas depois de criticar a megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos, o presidente Lula mudou o tom e tentou mostrar serviço. Nas redes sociais, o petista divulgou ações do governo federal contra o crime organizado e o tráfico de drogas, afirmando que o país está “quebrando a espinha dorsal das facções”.

A postagem veio logo após Lula chamar a ação no Rio de “matança” e “desastrosa”, declarações que geraram forte reação entre policiais e parlamentares da segurança pública. Agora, o presidente tenta reforçar a imagem de que o Planalto tem “pulso firme” na área, segundo informações do Metrópoles.

Segundo o governo, as operações da Polícia Federal cresceram 80% desde 2022 e já tiraram R$ 19,8 bilhões de organizações criminosas. A PRF, por sua vez, teria apreendido 850 toneladas de drogas em 2024 — um recorde histórico, segundo a gestão petista.

Fotos: Reprodução/Instagram

Nos bastidores, a guinada no discurso é vista como tentativa de conter o desgaste político após as críticas à operação, que contou com apoio de forças estaduais e federais. A fala de Lula foi interpretada como um ataque à polícia, em um momento em que a população cobra mais rigor no combate ao crime.

O presidente também voltou a pressionar o Congresso pela aprovação do PL Antifacção e da PEC da Segurança Pública, propostas que, segundo ele, “completam o ciclo da segurança”.

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