Economia

Lei Geral da Copa recebe críticas por restringir comércio em torno dos estádios

O projeto da Lei Geral da Copa, encaminhado à Câmara dos Deputados pelo Poder Executivo, ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional e já enfrenta questionamentos sobre a sua constitucionalidade. Um artigo em especial, tem causado preocupação entre entidades de defesa dos interesses de comerciantes, de consumidores e de juristas.

O artigo 11 do texto trata da restrição do comércio de produtos e de publicidade nas áreas em torno dos estádios e principais vias de acesso aos eventos esportivos. O artigo determina que a União, os estados e municípios que sediarem os jogos da Copa devem assegurar que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) tenha exclusividade para “divulgar marcas, distribuir, vender, dar publicidade ou realizar propaganda de produtos e serviços”, além de atividades de comércio de rua nos Locais Oficiais de Competição, nas suas imediações e principais vias de acesso.

O parágrafo único do artigo diz ainda que os limites dessas áreas de exclusividade serão definidos posteriormente pela autoridade competente “considerados os requerimentos da Fifa”.

O trecho foi mantido pelo relator da matéria na Câmara dos Deputados, Vicente Cândido (PT-SP), e recebeu parecer favorável no que se refere à sua constitucionalidade no substitutivo apresentado por ele na comissão especial que analisa o assunto. No entanto, juristas e entidades de defesa do consumidor e dos comerciantes, alegam que a lei irá obrigar os estabelecimentos comerciais que estiverem instalados próximos aos estádios a venderem apenas as marcas patrocinadoras do evento esportivo.

Para o professor de direito constitucional da Universidade de Brasília, Mamede Said, é “inadmissível” que um comerciante seja obrigado a deixar de vender determinadas marcas ou produtos por causa dos jogos da Copa do Mundo. Na opinião dele, o artigo fere o direito à liberdade de exercício de profissão e contraria outras leis já existentes, como o Código de Defesa do Consumidor. “As relações de consumo têm que ser respeitadas”.

O professor defende que algumas exigências polêmicas da Fifa sejam negociadas pela autoridade brasileira sem serem incluídas na lei, porque isso abriria precedentes que podem ser questionados juridicamente depois. Para ele, o ideal seria que o poder público conseguisse uma conciliação, em que todos cedessem, inclusive a Fifa.

Mas, caso um acordo não seja possível e a lei seja aprovada da maneira como está, Said acredita que a saída para os comerciantes será questionar a nova lei juridicamente. “Em relação ao comércio que já está estabelecido, é inviável, descabido que ele tenha que deixar de vender seus produtos. Ele [comerciante] pode até buscar [seu direito] junto ao judiciário”.

Também em busca de um acordo que modifique o artigo, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) aguarda o fim do recesso legislativo, no próximo dia 2 de fevereiro, para procurar a comissão especial da Câmara. O diretor da CNC, Alexandre Sampaio, no entanto, diz que se não houver uma saída de “bom senso”, a solução será questionar a constitucionalidade da lei.

“A princípio, esperamos a volta dos trabalhos legislativos para dialogarmos e dizermos à comissão que somos peremptoriamente contra esse tipo de imposição. É um absurdo nos vergarmos a esse tipo de exigência. Somos totalmente contrários e, se for o caso, vamos questionar isso judicialmente”, declarou em entrevista à Agência Brasil.

Para Sampaio, que também presidente a Federação Nacional de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares, da maneira como está, o texto viola direitos adquiridos historicamente. Ele acredita que o artigo não deixa margem para dúvidas e obrigará os comerciantes a venderem os produtos determinados pela Fifa. “Do jeito que está, ele é totalmente impositivo”.

A insatisfação com a possibilidade de restrição nas vendas e publicidade de produtos e serviços também atinge o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Representantes do instituto chegaram a participar de uma audiência pública na Comissão Especial para discutir a proposta. No entanto, os argumentos contrários a este e outros trechos do projeto apresentados pelo advogado Guilherme Varella, do Idec, não foram considerados pelo relator em seu substitutivo.

Além de considerar que o texto fere o direito de escolha do consumidor, Varella alerta que este e outros artigos do projeto de lei são conflituosos com a legislação brasileira, em especial o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Na opinião dele, isso irá gerar impasses judiciais que só serão resolvidos quando não houver mais como ressarcir o prejuízo causado ao consumidor.

“Você vai ter o CDC dizendo que o consumidor tem direito e a Lei Geral da Copa dizendo que não tem. Isso vai criar um conflito de normas que provavelmente só vai ser resolvido depois que a Copa já tiver acabado. Aí, o prejuízo fica para o consumidor e para o Judiciário brasileiro”, alerta o advogado do Idec.

Varella lembra que em alguns eventos privados, como festivais de música, é comum que só vendam produtos dos patrocinadores, mas diz que o mesmo não pode ocorrer fora do local do evento. “Tudo bem que em eventos particulares se determine os fornecedores. Mas esse artigo diz que não é só nos estádios que vai ser assim. Ele diz, também, que no entorno e nas vias de acesso os produtos devem ser dos patrocinadores”, aponta o advogado. Isso caracteriza, na opinião dele, uma violação “imensurável” dos direitos do consumidor.

E não é só a liberdade de escolha dos cidadãos que preocupa o Idec, mas também o aumento de preços que a restrição pode gerar. Varella explica que a falta de concorrência deverá inflacionar os preços dos produtos que serão vendidos nas imediações dos estádios, o que prejudicará os consumidores de menor poder aquisitivo. “A concentração desse mercado vai fazer com que esses produtos tenham valores muito altos. Os consumidores estrangeiros, que têm maior potencial aquisitivo, não vão sentir tanto os efeitos. Mas o consumidor brasileiro vai ficar excluído”.

Autor do projeto original, o Ministério do Esporte informou por meio de sua assessoria que o texto foi amplamente discutido antes de ser enviado ao Poder Legislativo e que agora está em debate na Câmara. Até a publicação desta reportagem, ninguém do ministério comentou as críticas apontadas.

O relator da matéria na comissão especial, deputado Vicente Cândido, também não quis se pronunciar. Sua assessoria de imprensa informou apenas que ele está negociando um novo substitutivo que deverá ser apresentado nos próximos dias.

Fonte: Agência Brasil

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Política

Pesquisa: governo Lula é desaprovado por 55,1% na cidade de São Paulo

Foto: Anderson Barbosa

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovado por 55,1% dos moradores da cidade de São Paulo, de acordo com levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta quinta-feira (7). Ao mesmo tempo, 41,9% dizem aprovar a gestão do mandatário.

Foram ouvidas 1.020 pessoas na capital paulista entre os dias 2 e 6 de agosto. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

Em relação à rodada anterior, publicada em março, o índice de desaprovação da gestão petista, que era de 58,1%, recuou dentro da margem de erro. Já o nível de aprovação, que marcava 38,2% em março, avançou dentro dos limites da margem de erro.

CNN

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Política

VÍDEO: Impeachment de Moraes ganha força no Senado com 41 assinaturas, diz Rogério Marinho


O senador Rogério Marinho (PL-RN) anunciou nesta quinta-feira (7) que o Senado Federal atingiu as 41 assinaturas necessárias para dar andamento ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Marinho, o avanço é resultado direto da pressão popular. “O Senado ouviu o clamor do povo e alcançamos as 41 assinaturas para abrir o impeachment de Alexandre de Moraes. O Brasil cansou de abusos, censura e perseguição. A resposta veio de onde devia: da democracia viva nas ruas”, afirmou o parlamentar.

Opinião dos leitores

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Política

Oposição consegue 41 assinaturas necessárias para pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes

Foto: Reprodução 

A oposição conseguiu reunir as 41 assinaturas necessárias para protocolar no Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento deve ser formalmente apresentado à Mesa Diretora da Casa nos próximos dias.

Ainda não foram divulgados oficialmente os nomes de todos os senadores que assinaram o requerimento. Até o momento, o ministro não se pronunciou sobre o pedido.

O deputado federal Nikolas Ferreira disse:

“Senador Laércio (PE), acaba de se posicionar pelo Brasil e apoiar o impeachment de Moraes. Portanto, soma-se 41 assinaturas e temos maioria para admissibilidade da denúncia. Resta agora, Alcolumbre receber a denúncia para dar início ao processo de impeachment”.

Ferreira ainda explicou sobre o restante dos processos burocráticos para atender à vontade da oposição de tirar Moraes do poder. A denúncia ainda precisa passar pela avaliação de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, que definirá se dará ou não prosseguimento ao pedido da oposição.

Para que Moraes seja efetivamente afastado do cargo, o julgamento exigiria os votos de 54 senadores — o equivalente a dois terços da Casa. No momento, os parlamentares bolsonaristas devem pressionar Alcolumbre para que o processo de impeachment dê continuidade, afinal, a decisão cabe a ele.

 

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Geral

VÍDEO: Carregador de celular explode dentro de avião e causa pânico em voo

 

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Vídeo: Reprodução

Uma situação adversa causou pânico em um voo que ia de São Paulo para Amsterdã, na Holanda, nessa quarta-feira (7). Um carregador portável de celular pegou fogo, provocando muito fumaça e medo nos passageiros.

A jornalista brasileira Simone Malagoli estava no voo e compartilhou informações sobre o incidente por meio de suas redes sociais. Segundo ela, “foi um dos voos mais tensos da minha vida, talvez o mais”, escreveu.

Nas imagens compartilhadas pela jornalista, é possível observar o momento em que uma comissária de bordo atravessa o corredor com um pano na cabeça e um extintor de incêndio nas mãos. Os viajantes cobrem os narizes, a fim de não inalar toxinas.

De acordo com Simone Malagoli, que descreveu o episódio nos stories do Instagram, o fogo começou quando a aeronave estava “sobrevoando o oceano”, a cerca de quatro horas de distância do destino.

Metrópoles 

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Cidades

É feriado ou não? Entenda o que se comemora em 7 de agosto no RN

Foto: Flickr MTur Destinos

O dia 7 de agosto é oficialmente reconhecido como o aniversário simbólico do Rio Grande do Norte, por força da Lei Estadual nº 7.831, de 2000. A data faz referência à chegada de caravelas portuguesas ao litoral potiguar em 1501 e à instalação do Marco de Touros — monumento histórico considerado o primeiro registro físico da presença portuguesa em território brasileiro.

O marco foi deixado por uma expedição portuguesa comandada por André Gonçalves e Gaspar de Lemos, que também contava com o cosmógrafo Américo Vespúcio. O objetivo da missão era atestar a posse da coroa portuguesa sobre a terra descoberta. A peça de mármore, com 1,20m de altura, está hoje sob guarda do Museu Câmara Cascudo, em Natal, e conserva inscrições em relevo com o escudo de Portugal e a Cruz da Ordem de Cristo.

Apesar do valor histórico e simbólico, o 7 de agosto não é feriado estadual. O dia foi instituído como data comemorativa, sem previsão de suspensão de expediente nos órgãos públicos. A informação tem gerado dúvidas nas redes sociais, mas o Governo do Estado esclareceu que a data não integra o calendário oficial de feriados, conforme o Decreto nº 34.300, de janeiro de 2025.

A colonização do território potiguar, no entanto, não se consolidou logo após a chegada das caravelas. Nos anos seguintes, o litoral do RN foi alvo de disputas com franceses, que atuavam no contrabando de pau-brasil com o apoio de povos indígenas. A presença portuguesa só se firmou em 1597, com a expulsão dos franceses por uma expedição liderada por Jerônimo de Albuquerque e Mascarenhas Homem.

A proposta que oficializou o aniversário do RN teve como base estudos históricos que defendem que o Marco de Touros antecede o famoso marco de Porto Seguro, na Bahia, consolidando o estado potiguar como o primeiro ponto efetivo de presença portuguesa no Brasil.

Assim, embora a data represente um marco importante para a história do estado, o 7 de agosto não é considerado feriado e o expediente segue normalmente nos órgãos da administração pública.

Portal da Tropical

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Jornalismo

Allan dos Santos chama Tarcísio de “frouxo” e “cúmplice de Moraes”

Foto: Reprodução

O jornalista Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usou suas redes sociais no início desta semana para fazer críticas a Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

No X, Allan escreveu, em 4 de agosto, que o governador paulista deveria ser visto não apenas como “frouxo”, mas como alguém “sob suspeita de traição” ou “cúmplice dos crimes de [Alexandre de] Moraes”, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Frequentemente citado como possível candidato da direita à Presidência da República, Tarcísio tem sido alvo de críticas de bolsonaristas por não se posicionar frontalmente contra Moraes ou contra o Supremo.

Na 2ª feira (4.ago.2025), Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento das medidas cautelares impostas pela Corte.

O estopim para a decisão do ministro do STF foi a participação indireta do ex-presidente na manifestação realizada no Rio, no domingo (3.ago). O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) colocou Bolsonaro no viva-voz durante o ato.

A manifestação de domingo (3.ago), inclusive, foi mais um motivo para que bolsonaristas criticassem o governador. Tarcísio não participou do ato em defesa de Bolsonaro realizado em São Paulo, porque fez um procedimento médico na mesma data.

Tratava-se de um procedimento minimamente invasivo para retirar nódulos da tireoide. O governador teve alta no mesmo dia e, na 2ª feira (4.ago), cumpriu compromissos em seu gabinete, no Palácio dos Bandeirantes.

No dia seguinte ao decreto de Moraes, Tarcísio divulgou um vídeo dizendo que a prisão de Bolsonaro era um “absurdo”. Sem citar nominalmente o ministro ou a Corte, ele disse: “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?”.

Allan dos Santos, que vive nos EUA, costuma fazer críticas aos ministros do Supremo. Ele teve sua prisão preventiva e extradição decretadas em outubro de 2021 por Moraes.

Na ação, Allan dos Santos é acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação aos crimes de calúnia e difamação. Ele nega ter cometido os crimes e afirma ser alvo de censura.

Diante do pedido de Moraes para que o influenciador digital fosse extraditado e incluído na lista vermelha da Interpol, tanto o órgão norte-americano quanto o Departamento de Estado dos EUA consideraram, em março deste ano, insuficientes os indícios de crimes reunidos pelo STF contra Santos.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Esse é aquele bolsonarista que fez dançinha para os mortos da COVID? aos risos, fumando charuto e bebendo vinho…

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Jornalismo

Professor preso por matar ex-aluna recebeu salário durante 4 anos no RN

Foto: Reprodução

O professor Rubens Ferreira de Paiva Junior, 32, condenado a 18 anos de prisão por matar e enterrar a ex-aluna Letícia Dyrajaya da Silva Leão, 24, no quintal da casa dele, recebeu R$ 174.411 em remunerações do Estado do Rio Grande do Norte pelo exercício do cargo de docente em uma escola estadual em Rio do Fogo, entre agosto de 2021 e julho de 2024, período em que já estava condenado e preso. Nomeado pelo Estado em fevereiro de 2020, o professor de física e robótica só apareceu na unidade para tomar posse, em 12 de março daquele ano, e nunca deu uma única aula.

Rubens foi preso em 27 de maio de 2020, dias após o cometimento do crime, praticado no Jardins, São Gonçalo do Amarante. Ele ficou na cadeia preventivamente até a Justiça proferir a sentença de 18 anos, momento no qual o professor começou a cumprir a execução penal. Entre a condenação por feminicídio e a suspensão salarial se passaram três anos até que o Estado notasse a ausência do servidor.

Considerando o período em que esteve preso preventivamente, Rubens ficou quatro anos e três meses fora do radar do Estado – com remuneração total de R$ 231.958,20, incluindo salários, gratificações natalinas, férias e 13º. A progressão para o regime semiaberto está prevista para o próximo mês de setembro.

O “desaparecimento” de Rubens Ferreira foi comunicado à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), por meio da 5ª Direc, ainda em novembro de 2020 – oito meses após a posse. Em ofício, a direção da Escola Estadual Dom Eugênio Sales avisa que o professor se apresentou para a posse, mas “não compareceu para realizar atividades recorrentes ao planejamento e execução de suas atividades desta instituição de ensino, sendo este o único dia presente na referida escola”.

Quase cinco anos depois, a SEEC deu início ao processo de solicitação de abertura de uma sindicância para apurar a ausência do professor. Em janeiro de 2025, um despacho da pasta reconheceu que não constavam registros da “última alocação e nem de quando o servidor foi alocado pela primeira vez” tampouco havia solicitações de licenças ou afastamentos. O caso foi classificado como “Fora de Exercício” na Secretaria e foi identificado após a conclusão do Censo dos Servidores Públicos da Educação, ao qual Rubens Ferreira evidentemente não respondeu por estar preso.

A movimentação interna de averiguação do caso revela que até o dia 9 de junho deste ano, a Secretaria de Educação não sabia que Rubens Ferreira estava sob a gestão do próprio Estado, através da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). “(…) diante de várias diligências e buscas, o servidor (a) se encontra em local desconhecido ou incerto”, diz trecho do despacho, que solicita a citação do professor em Diário Oficial sobre a abertura do processo administrativo.

Dias depois, em 17 de junho deste ano, a citação é publicada em Diário Oficial. “(…) faz saber o servidor Rubens Ferreira de Paiva Junior, que tramita nesta Secretaria, na Comissão Permanente de Sindicância, o Processo Administrativo, que não tendo sido encontrado para citação pessoal, fica citado para todos os atos e efeitos do referido processo, ficando intimado a comparecer a esta Comissão, na Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer, para prestar esclarecimentos concernentes ao referido processo”.

O que diz o Estado

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a titular da SEEC, Socorro Batista, mas a gestora preferiu não gravar entrevista. Em nota, a secretaria confirmou que “o professor Rubens Ferreira de Paiva Júnior teve seus vencimentos suspensos em junho de 2024, após a identificação de sua ausência pelo Censo da Rede Estadual de Ensino — iniciativa da atual gestão voltada ao aprimoramento do controle de pessoal da Secretaria”.

A secretaria reforçou que trabalha para verificar as circunstâncias que contribuíram para a não identificação prévia da situação e para definir as devidas responsabilidades. “O caso reforça a relevância das medidas de transparência, rigor e eficiência implantadas nos últimos anos. O Censo da Rede Estadual é uma ação estratégica, com o objetivo de corrigir distorções históricas e fortalecer os processos administrativos, promovendo um serviço público mais justo, eficiente e comprometido com o interesse da sociedade”, complementa a nota do Estado.

O secretário de Estado da Administração (Sead), Pedro Lopes, explicou que as informações sobre o exercício da profissão não são de competência da pasta. “A folha do Estado é processada no sistema Ergon. A base da informação, tanto a inicial como as alterações dos assentamentos funcionais, é prestada pelos órgãos de origem, cabendo a Sead a implantação e em seguida a elaboração da folha de pagamento mensal. Pela Sead não temos informação se um servidor está trabalhando, se faltou. Tudo isso é processado pelos órgãos de origem e alimentando no Ergon pelos seus respectivos setores de recursos humanos”.

A reportagem da TN também entrou em contato com a defesa que representou Rubens Ferreira no caso do feminicídio, mas a equipe não advoga mais para o professor.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Normal no Brasil, aqui em joão Câmara um feminicida recebe salário a anos e também está preso desde 2019 e até hoje recebe com adicionais tem mais essa.

  2. Só um desgoverno desse para ser negligente e causar prejuizo ao estado. Devia descontar do salario dela.

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Polícia

Operação inédita de combate à criminalidade no RN envolve outros seis estados

Foto: Divulgação

Uma força-tarefa sem precedentes foi deflagrada nesta quinta-feira (7) em oito estados do Nordeste, incluindo o Rio Grande do Norte. Batizada de Operação Nordeste Integrado, a ação reúne mais de 5.900 agentes de segurança pública em uma ofensiva coordenada contra o crime organizado na região.

A mobilização envolve policiais civis, militares, bombeiros e equipes de inteligência dos estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Sergipe. Ao todo, estão sendo cumpridos 510 mandados de prisão e de busca e apreensão ao longo de dois dias de atividades intensificadas nas áreas de divisa entre os estados.

Com foco na repressão a organizações criminosas interestaduais, a operação visa desarticular quadrilhas envolvidas com tráfico de drogas e armas, homicídios, roubos de veículos e cargas, além de outros crimes violentos. O patrulhamento foi reforçado em pontos estratégicos e a atuação das forças policiais é guiada por levantamentos prévios de inteligência e análise de manchas criminais.

A Operação Nordeste Integrado faz parte do Programa Juntos pela Segurança, que busca fortalecer a atuação conjunta entre os estados nordestinos no combate à criminalidade, especialmente em áreas de fronteira, historicamente mais vulneráveis.

As ações seguem em andamento, com expectativa de novos desdobramentos nas próximas horas.

Bnews Natal

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Política

Aliados negam acordo de Hugo com a oposição para pautar anistia

Foto: Bruno Spada

Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negam que ele tenha feito acordo com a oposição bolsonarista para pautar o projeto de lei da anistia e a PEC (proposta de emenda à Constituição) de fim do foro privilegiado.

A versão de que se teria avançado para um acordo foi propagada por lideranças bolsonaristas, após Hugo ter conseguido entrar no plenário e abrir a sessão na noite de quarta-feira (6), escoltado pela tropa de choque de líderes e outros parlamentares do Centrão.

Deputados que ficaram ao lado de Hugo ao longo de todo o dia relataram à CNN que não houve nenhuma negociação com o presidente da Casa. O único ponto que teria avançado foi o compromisso estabelecido pelo União Brasil e pelo PP de manterem uma obstrução regimental até discutir as duas pautas.

”Hugo não aceitou discutir nada enquanto não assumisse a Presidência”, disse à CNN um parlamentar da Mesa

CNN

 

Opinião dos leitores

    1. De um lado a mentira e do outro vagabundos, ladrões e otários como você.

    2. Estariam todos na fila da frente da sua casa, objetivando ver sem tem algo que presta, provavelmente não, mais para fazer algo iriamos ajudar vc a ser homem.

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Geral

Lula vai vetar parte das flexibilizações de licenças ambientais aprovadas pelo Congresso

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até esta sexta-feira (8) para dar um desfecho ao projeto que flexibiliza licenças ambientais aprovado pelo Congresso. O prazo é voltado para veto ou sanção do texto.

Conforme apurou o R7, o Planalto decidiu por uma alternativa intermediária e vai aplicar vetos parciais, alcançando apenas uma parte das propostas. A decisão deve ser oficializada pelo governo na data limite, na própria sexta.

Sob reserva, interlocutores próximos a Lula, no Planalto e Congresso, relatam que a previsão é apresentar uma justificativa a cada veto, além de indicar propostas alternativas para compensar o que não for sancionado pelo governo.

Os trechos vetados voltarão automaticamente para análise do Congresso, mas o governo prevê enviar, também, sugestões de modificações ao projeto. Essas alterações devem ser encaminhadas como medida provisória, mas a análise do formato ainda não foi definida.

Licenciamento ambiental

Na prática, o PL flexibiliza processos para emissão de licenças. Dentro das principais mudanças está a modalidade de emissão de autorizações de forma automática, com a LAC (Licença Ambiental por Adesão e Compromisso).

Pela proposta, a modalidade alcança uma série de empreendimentos e dispensaria a necessidade de fiscalização de órgãos ambientais, deixando as fases para um processo autodeclaratório.

O Congresso também estabeleceu uma licença ambiental especial, que pode ser priorizada a partir de decisões políticas. A alteração, na prática, pode facilitar pedidos como o de exploração de petróleo na Amazônia.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem reiterado que, se as mudanças forem confirmadas, o Brasil dificilmente conseguirá reduzir o desmatamento. O projeto é chamado por ambientalistas como PL da Devastação.

“Não consigo imaginar como nós vamos zerar desmatamento em 2030. Já conseguimos bons resultados, reduzimos, nesses dois anos e meio, o desmatamento em 46% na Amazônia, 25% no Cerrado, 77% no Pantanal, e uma redução na média global no país de 32%. Não consigo ver como a gente vai conseguir continuar alcançando esses resultados se o projeto for mantido nas condições em que foi aprovado”, frisou.

A ministra tem encabeçado pedidos ao governo e tem participado de uma série de reuniões no Planalto, defendendo que interesses políticos ou econômicos não devem trazer riscos ao meio ambiente.

“As leis da natureza não mudam em função dos nossos interesses. E tecnicamente, cientificamente, não tem como fazer uma tipologia diferente”, disse, na última semana. “O rio que é contaminado com metal pesado em Minas Gerais é o mesmo que vai ser contaminado no Espírito Santo”, completou.

R7

Opinião dos leitores

  1. Em 2025 houve um aumento no desmatamento na Amazônia, especialmente no primeiro semestre, com destaque para o mês de maio, onde o desmatamento cresceu 92% em comparação ao mesmo período de 2024.

  2. Sem problemas, o Congresso derruba o veto., esse pingunço não tem moral prá nada, só sabe roubar e mentir.

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