Política

Líder de grupo terrorista revela plano para matar Bolsonaro; confira ampla reportagem

Em entrevista a VEJA, representante do SSS ameaça presidente, seus familiares e dois ministros

Imagem enviada a VEJA por um dos membros da SSS: os terroristas já praticaram três atentados a bomba em Brasília (./.)

Em 1º setembro do ano passado, ninguém deu atenção a uma mensagem no Facebook que trazia uma ameaça ao então deputado Jair Bolsonaro. O autor escreveu que testaria “a valentia” do então candidato do PSL à Presidência da República quando os dois se encontrassem e que ele “merecia” levar um tiro na cabeça. Ninguém deu atenção à postagem porque ameaças assim quase sempre não passam de bravatas. Ninguém deu atenção porque o autor, um garçom desempregado, também costumava publicar em sua página na rede social textos desconexos e teorias conspiratórias absolutamente sem sentido. Parecia coisa de maluco. Cinco dias depois, no entanto, Adélio Bispo de Oliveira, o autor da mensagem, esfaqueou Bolsonaro em uma passeata em Juiz de Fora (MG). O agressor de fato era um desequilibrado mental, mas o atentado ensinou que ameaças não devem ser subestimadas, por mais improváveis que pareçam.

Há seis meses a Polícia Federal caça, ainda sem sucesso, os integrantes de um grupo terrorista que já praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e anuncia como seu objetivo mais audacioso matar o presidente da República. Nas duas últimas semanas, VEJA entrevistou um dos líderes da Sociedade Secreta Silvestre (SSS), que se apresenta como braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), uma organização internacional que se diz ecoextremista e é investigada por promover ataques a políticos e empresários em vários países. O terrorista identifica-se como “Anhangá”. Por orientação do grupo, o contato foi feito pela deep web, uma espécie de área clandestina da internet que, irrastreável, é utilizada como meio de comunicação por criminosos de várias modalidades.

Anhangá garante que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde o instante em que o presidente foi eleito. Era para ter sido executado no dia da posse, mas o forte esquema de segurança montado pela polícia e pelo Exército acabou fazendo com que o grupo adiasse a ação. “Vistoriamos a área antes. Mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria”, afirma o terrorista. Dias antes da posse, a SSS colocou uma bomba em frente a uma igreja católica distante 50 quilômetros do Palácio do Planalto. O artefato não explodiu por uma falha do detonador. No mesmo dia, a SSS postou um vídeo na internet reivindicando o ataque e revelando detalhes da bomba que só quem a construiu poderia conhecer. Nessa postagem, o grupo também anunciou que o próximo alvo seria o presidente eleito, o que levou as autoridades a sugerir o cancelamento do desfile em carro aberto. “Facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme (…) então seria suicida. Não queríamos isso.” Na ação seriam usados explosivos e armas. “A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família, seus filhos, sua esposa.”

EM VÍDEO – Incêndio de carros do Ibama em Brasília: o grupo gravou as cenas (CBMDF/Divulgação)

Depois disso, em abril, dois carros do Ibama foram incendiados em um posto do órgão em Brasília. Em meio aos escombros, encontraram-se palitos de fósforo, restos de fita adesiva e vestígios de um líquido inflamável. No local, havia pichações com ameaças de morte ao ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. De novo, num vídeo postado na internet clandestina, o grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado e exibiu o material utilizado durante o ataque, oferecendo provas de que era mesmo o autor do crime. De acordo com Anhangá, foi mais um aviso, dessa vez endereçado diretamente a Ricardo Salles. “Salles é um cínico, e não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do ministério que ocupa, a vez dele chegará. (…) É um lobo cuidando de um galinheiro”, diz o extremista, que alerta para a existência de um terceiro alvo no governo: Damares Alves, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. “(Ela) se tornou a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade. O eco-extremismo é extremamente incompatível com o que prega o seu ministério”, diz.

Espécie de holding internacional dos chamados ecorradicais, o ITS foi fundado em 2011 no México e afirma ter representantes também na Argentina, Chile, Espanha e Grécia. A organização se diz contra tudo o que leva à devastação do meio ambiente e defende o uso de medidas extremas e atos violentos contra os inimigos da natureza (evidentemente tal discurso não tem coerência alguma). Em maio passado, os ecoterroristas do Chile assumiram a autoria de uma carta-­bomba enviada a um empresário. Dois anos antes, em 2017, um artefato similar foi endereçado ao presidente de uma mineradora, que ficou ferido. No México, o ITS reivindicou a autoria de várias explosões em universidades. Uma delas resultou, em 2016, na morte de um pesquisador. No fim do ano passado, o grupo também se responsabilizou por uma bomba deixada próximo a uma igreja ortodoxa em Atenas.

RECADO – Bomba em frente a uma igreja de Brasília: o primeiro recado da SSS (./Reprodução)

Os terroristas brasileiros vêm sendo monitorados pelas autoridades há algum tempo. Um relatório elaborado pela diretoria de inteligência da PF intitulado “Informações sobre Sociedade Secreta Silvestre” descreve que, em 2017, uma bomba foi deixada na rodoviária de Brasília. O documento, obtido por VEJA, ressalta que a imprensa não noticiou o atentado, mas, mesmo assim, os detalhes foram divulgados num site do grupo chamado Sociedade Secreta Silvestre, traduzidos para diversos idiomas e assinados por uma pessoa identificada como “Anhangá”. Em dezembro, depois da ameaça ao presidente Bolsonaro, a Polícia Federal decidiu pôr no caso os melhores agentes da seção antiterrorismo. Os policiais já seguiram várias pistas. Três suspeitos chegaram a ser presos. Mas os integrantes do grupo ainda não foram identificados. Anhangá provoca: “(Eles) são incompetentes (…). Não somos meros amadores, dominamos técnicas de segurança, de engenharia, de comportamento social. (…) Discutimos internamente com membros de outros países”.

Assim como para outros grupos, a internet exerce um papel importante na organização e divulgação de ideias. Os comunicados e vídeos do grupo terrorista ITS são postados num site chamado Maldición Eco-­extremista, traduzido para diversos idiomas. Foi por meio desse canal que VEJA solicitou uma entrevista com um integrante do ITS-Brasil. Um e-mail criptografado, de um servidor localizado na Suíça, indicou um endereço eletrônico para o qual deveriam ser enviadas as perguntas. Pouco tempo depois, Anhangá apareceu e disse que estava à disposição para esclarecer as dúvidas da reportagem. A partir daí, foi mandado um link de um chat privado, em que as mensagens eram destruídas após 24 horas. Nesse canal, foram feitas três entrevistas, reproduzidas ao longo destas páginas. Em fevereiro de 2019, a rede de televisão francesa TV5Monde utilizou o mesmo caminho para entrevistar o fundador do ITS, que se apresentou como “Xale”. A reportagem informava que o grupo tinha ramificação no Brasil.

EMBOSCADA – Aeroporto de Congonhas: o grupo planejou metralhar um ministro do STF na área de desembarque (Alf Ribeiro/Folhapress)

O máximo que Anhangá (que quer dizer espírito que protege os animais, em tupi-guarani) revela sobre si é que é do sexo masculino, tem entre 20 e 30 anos, está em Brasília e é um radical defensor da natureza. Com as vidas humanas, já não demonstra a mesma preocupação. Segundo ele, o presidente é um “estúpido populista” que “falha com sua segurança” e anda “sem uma proteção adequada”, o que facilita o atentado. Quando isso pode acontecer? “Um ataque a Jair Bolsonaro será sempre uma possibilidade latente.” Por quê? “Bolsonaro e sua administração tem declarado guerra ao meio ambiente.” Já há alguma preparação? “Tentamos sempre adquirir explosivos e armas mais potentes.” Onde? “Estudamos semanalmente nossos alvos.” Pode ser tudo bravata? Até pode, mas as evidências que se tem até agora apontam para o sentido contrário. Num inquérito sigiloso obtido por VEJA, a própria PF destaca que o grupo continua praticando atos criminosos com “extrema gravidade” e mostrando “profusão de ideias violentas e extremistas, além de divulgar ameaças contra a vida do Bolsonaro”. Isso, por si só, já se enquadra em crime de terror (leia mais nesta reportagem).

As ameaças contra autoridades de Brasília não envolvem apenas o Executivo. Em março, por determinação do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi instaurado um inquérito para apurar a origem de ataques a magistrados nas redes sociais. Numa primeira fase, os investigadores identificaram pessoas que usavam a internet para difundir notícias falsas e pregar agressões contra os ministros. Foi o caso de um advogado alagoano que publicou uma mensagem em que falava da necessidade de “matar aquele débil mental do irmão mongol do ministro Toffoli”. O irmão do ministro é portador de síndrome de Down. Identificado, o advogado prestou depoimento e disse que tudo não passava de bravata.

Mas não foi apenas isso. VEJA apurou que o inquérito do STF também reuniu evidências de um plano real de ataque contra um ministro da Corte. Os investigadores descobriram que um grupo havia monitorado durante algum tempo a rotina de um dos magistrados, cujo nome é mantido em sigilo, e de sua família, que mora em São Paulo. O objetivo era definir o melhor lugar para uma emboscada, e o local escolhido foi o Aeroporto de Congonhas. Por questões de segurança, autoridades e políticos têm acesso a salas vip em aeroportos. A ideia dos criminosos era cercar o carro do ministro na saída do terminal e metralhá-lo. “Eles diziam que ‘iam abrir fogo’”, revela um magistrado que teve acesso à investigação, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.

Curiosamente, o plano foi discutido em um chat da deep web também frequentado pelos estudantes Guilherme Monteiro e Luiz Henrique de Castro. Para quem não lembra, em março esses dois rapazes invadiram uma escola em Suzano, no interior de São Paulo, executaram cinco alunos e duas funcionárias e depois se mataram. No chat, o grupo que planejava o ataque ao ministro do STF trocava informações com os assassinos da escola. Por orientação da Polícia Federal, os juízes mudaram sua rotina e ampliaram o esquema de segurança. “Esse caso é diferente dos que já encontramos. Não se trata de alguém fazendo um desagravo ou uma bravata pela internet. Eram dois grupos distintos tramando dois ataques. O primeiro aconteceu. Não era brincadeira”, diz o mesmo magistrado. Infelizmente, o terrorismo, que durante tanto tempo não figurou entre as preocupações brasileiras, agora precisa ser levado a sério. Que os responsáveis sejam presos e punidos — antes que cometam as tais atrocidades que prometem.

POSSIBILIDADE LATENTE

A conversa com o representante da SSS foi realizada através de um chat* na deep web. “Anhangá” confirma que o objetivo do grupo é matar o presidente

VEJA

O presidente da República, Jair Bolsonaro, é um dos alvos? Por quê?

Anhangá

Bem, ser um alvo ele é, só é bastante difícil às vezes de elaborar algo para alcançá-lo. Como ele é um estúpido populista às vezes falha com sua segurança e sai aqui em Brasília aleatoriamente sem uma proteção adequada. Ou em outros lugares como no Rio de Janeiro. As motivações carecem de justificativas porque são óbvias. Bolsonaro e sua administração tem declarado guerra ao meio ambiente, a Amazônia especialmente, tem feito de órgãos que teoricamente deveriam proteger a natureza catapultas para negócios danosos, facilitadores de exploração mineira, madeireira, caças, agropecuária, etc.

E isso de maneira intensa e explícita.

Proposital.

É um negacionista da catástrofe climática.

VEJA
Mas vocês ainda avaliam fazer um ataque ao presidente da República?

Anhangá

Um ataque a Jair Bolsonaro será sempre uma possibilidade latente. ITS-México feriu uma senadora mexicana com um livro-bomba, se não estou equivocado. ITS-Chile por pouco não mata o presidente de uma das maiores estatais do país com um pacote-bomba há dois meses, mais ou menos. Estas pessoas do alto escalão não são intocáveis, só é preciso saber das vulnerabilidades. As pessoas pensam que estamos parados, mas estudamos semanalmente nossos alvos, e tentamos sempre adquirir explosivos e armas mais potentes. Se a oportunidade bate em nossa porta Bolsonaro acabará como Luis Donaldo Colosio (político mexicano, morto em atentado em 1994).

*Foi mantida a grafia normal

NA CERIMÔNIA DE POSSE

“Conseguiríamos se tivéssemos tentado”

RECUO – Posse de Bolsonaro: um forte esquema de segurança impediu o ataque (Andre Penner/AP)

VEJA
Em relação à posse presidencial, qual era o plano de atentado?

Anhangá
Dificilmente conseguiríamos acessar a área restrita, havia barreiras e detectores de metal. Não era certo uma vista de longe para disparos, e mesmo que fosse, a área estava bastante vigiada por câmeras e atiradores, seriam deixadas sacolas com explosivos, na verdade iria atingir público, essa é a verdade.

Isso era viável.

Foi um público considerável, e facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme, e era previsível um ataque, então seria suicida.

Não queríamos isso.

E pensamos bem, outros membros de fora aconselharam também.

VEJA
Vocês desistiram, então, por causa da estrutura de segurança do evento?

Anhangá
De certo modo sim.

O risco era grande.

Mas conseguiríamos se tivéssemos tentado.

Só não é certo se sairíamos vivos.

VEJA
O que estava preparado?

Anhangá

Como mencionei, explosivos de extintores de incêndio e uma arma.

VEJA
Qual seria a finalidade da arma?

Anhangá

A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família que desfilaria, seus filhos, sua esposa, o núcleo, mas sabemos que isso dificilmente aconteceria, mas essa era a finalidade. Não sabíamos se teríamos campo de visão para isso.

O MINISTRO DO MEIO AMBIENTE É ALVO

“Um lobo cuidando de um galinheiro”

INIMIGO – Salles e a “destruição” (Ueslei Marcelino/Reuters)

VEJA
Vocês também ameaçaram de morte o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Qual a razão disso?

Anhangá

Salles é um cínico, e não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do ministério que ocupa, a vez dele chegará. Aquele sujeito já chegou a adulterar documentos para beneficiar mineradoras. Tudo o que faz e declara é antagônico ao cargo que ocupa. É um lobo cuidando de um galinheiro.

Ele foi condenado por isso.

É um aliado de empresas, mineradoras e ruralistas.

E não por acaso foi escolhido por Bolsonaro.

A MINISTRA NA MIRA

“A cristã branca que prega o progresso”

VEJA
Por que, além de Bolsonaro, vocês ameaçaram a ministra Damares Alves?

Anhangá

Pelo símbolo que ela se tornou, a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade. Outro motivo é que o eco-extremismo é extremamente incompatível com o que prega o seu ministério, é um choque filosófico.

AS INVESTIGAÇÕES DA PF

“Não somos meros amadores”

VEJA
Por que até hoje a Polícia Federal não descobriu a identidade de vocês?

Anhangá

Porque são incompetentes e porque não somos meros amadores. Aqueles idiotas da Operação Hashtag foram presos enquanto preparávamos quase 10 quilos de explosivo. Não somos meros amadores, dominamos técnicas de segurança, de engenharia, de comportamento social. Pra falar a verdade discutimos internamente com membros de outros países e chegamos a conclusão que das polícias de cada país onde opera ITS a do Brasil é a mais avançada, mas ainda sim não foi capaz.

*de que

Como costumamos dizer, caminhamos com uma lebre, silenciosamente.

Veja

 

Opinião dos leitores

  1. e mesmo nunca ninguem ouviu falar nessa merda de quadrilha e agora ela aparece assim do nada muito estranho muito estranhooooooo!!!!! ai tem ai tem!!!!!

  2. Engraçado que a quadrilha passou tanto tempo no poder e ninguém nunca falou nada… Depois que perderam a boquinha começaram a inventar moda!

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Geral

Militar do Exército é encontrada carbonizada em quartel, no DF; soldado confessou o crime

Imagem: reprodução

A cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25, foi encontrada carbonizada dentro de uma edificação do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, no Setor Militar Urbano, em Brasília, na tarde de sexta-feira (5). O soldado Kelvin Barros da Silva, 21, confessou ter matado a militar.

Segundo o delegado Paulo Noritika, o soldado afirmou que discutiu com a cabo após ela pedir que ele terminasse com a namorada. Ele disse que a vítima sacou a arma, que tentou segurá-la e, durante a luta, pegou a faca militar da cabo e a golpeou no pescoço. Em seguida, jogou álcool no local e ateou fogo.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 16h06 para conter o incêndio e encontrou o corpo carbonizado durante o rescaldo. Maria de Lourdes era saxofonista e estava no Exército havia cinco meses.

O Exército abriu um Inquérito Policial Militar para apurar o caso e informou que Kelvin Barros está preso no Batalhão de Polícia do Exército, e será excluído da corporação. A instituição lamentou a morte e disse prestar apoio à família da vítima.

Com informações de O Globo

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Geral

Lei que proíbe contratação de shows com apologia ao crime para público infantojuvenil é sancionada no RN

Foto: Redes sociais

A chamada “Lei Anti-Oruam”, que proíbe o governo estadual de contratar artistas ou eventos voltados ao público infantojuvenil que promovam apologia ao crime, consumo de drogas ou estímulo a práticas sexuais, entrou em vigor. A lei foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra e publicada no sábado (6).

A regra passa a exigir que todo contrato assinado pelo Estado — direto ou indireto — traga uma cláusula que impeça apresentações com conteúdos inadequados para crianças e adolescentes.

Se houver violação, o contrato será cancelado automaticamente, o responsável pagará multa equivalente ao valor total e ficará impedido de contratar com o governo por cinco anos. As multas irão para a rede estadual de ensino.

A lei também permite que qualquer pessoa ou instituição denuncie possíveis irregularidades à Ouvidoria do Estado ou ao Ministério Público.

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Geral

Direção dos Correios espera aporte do Tesouro de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões em 10 dias e prevê demissão de 15 mil funcionários

Foto: André Coelho/Agência O Globo

Os Correios aguardam um aporte emergencial de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões do Tesouro até 16 de dezembro para garantir folha de pagamento, 13º e fornecedores. A estatal vive a pior crise financeira de sua história e não tem mais tempo para concluir o empréstimo de R$ 20 bilhões negociado com bancos.

As conversas com Citibank, BTG, ABC Brasil, Banco do Brasil, Safra e agora a Caixa não avançaram porque os bancos pediram juros de 136% do CDI, acima dos 120% considerados aceitáveis pelo Tesouro. Sem acordo, o governo passou a admitir o aporte, condicionado ao plano de recuperação.

O Plano de Demissão Voluntária (PDV) foi ampliado e prevê a saída de 15 mil funcionários, fechamento de 1.000 agências, novo plano de cargos e salários, ajustes no plano de saúde, mudanças no Postalis e expansão de serviços para aumentar receita. A execução deve durar até dois anos.

Com a grave situação, os Correios cancelaram o vale-natal de R$ 2,5 mil e afirmam que nenhuma despesa fora do plano será autorizada. O Acordo Coletivo de Trabalho, já prorrogado várias vezes, segue válido até 16 de dezembro, quando a direção se reunirá com sindicatos.

Opinião dos leitores

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Geral

Jogos do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo serão todos à noite

Foto: Marcio Machado/FIFA

A Seleção Brasileira conheceu neste sábado (6) as sedes e horários dos jogos da fase de grupos da Copa do Mundo de 2026. A Fifa divulgou a tabela completa da Copa do Mundo de 2026. Os três primeiros jogos do Brasil serão à noite, considerando o horário de Brasília.

Jogos do Brasil na fase de grupos (horário de Brasília):

  • 13 de junho (sábado, 19h): Brasil x Marrocos – no Metlife Stadium, em Nova Jersey
  • 19 de junho (sexta-feira, 22h): Brasil x Haiti – no Lincoln Financial Field, na Filadélfia
  • 24 de junho (quarta-feira, 19h): Escócia x Brasil – Hard Rock Stadium, em Miami

Se o Brasil avançar na primeira colocação de seu grupo, enfrentará o segundo colocado do Grupo F, que tem Holanda, Japão, Tunísia e mais uma equipe a ser definida, vinda da repescagem europeia (Ucrânia, Suécia, Polônia ou Albânia).

Também foram anunciados neste sábado os horários e locais dos jogos das 48 seleções que vão disputar a Copa do Mundo do próximo ano.

Os dois melhores colocados de cada grupo se classificam direto para o mata-mata, assim como os oito melhores terceiros colocados.

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Geral

Comissão da Câmara dos Deputados aprova pena de até 40 anos para crime de “gerontocídio”

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou a criação do crime de “gerontocídio”, que prevê pena de 20 a 40 anos para homicídios motivados pela idade da vítima (acima de 60 anos). A proposta altera o Código Penal para nomear e dar maior gravidade a crimes contra idosos.

O relator, Luciano Alves (PSD-PR), afirmou que a tipificação torna visível a violência etária, assim como o feminicídio destacou a violência contra mulheres. O autor do projeto, Castro Neto (PSD-PI), reforçou que o aumento das agressões contra idosos exige resposta urgente: o Disque 100 registrou 657 mil denúncias em 2024, e só no 1º semestre de 2025 já houve mais de 72 mil denúncias e 149 mil violações contra idosos.

Ele lembrou ainda que, segundo o IBGE, o Brasil já tem mais idosos do que jovens, o que torna o enfrentamento dessa violência ainda mais crítico. Após aprovação na comissão, o projeto segue para análise da CCJ; se aprovado, vai ao plenário da Câmara e depois ao Senado.

Com informações de CNN Brasil

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Geral

Senado acumula 99 pedidos de impeachment contra ministros do STF desde 2020; Moraes é alvo de mais da metade

Foto: Reuters

O Senado acumula 99 pedidos de impeachment contra ministros do STF desde 2020, período marcado por tensões entre Congresso e Judiciário, especialmente após decisões sobre a pandemia e o inquérito das fake news.

O principal alvo é Alexandre de Moraes, com mais da metade das solicitações. Gilmar Mendes, protagonista da crise mais recente com o Legislativo ao suspender trechos da Lei do Impeachment, é o segundo mais citado.

Pedidos de impeachment por ministro (atuais)

  • Alexandre de Moraes – 56 pedidos

  • Gilmar Mendes – 12 pedidos

  • Flávio Dino – 8 pedidos

  • Kassio Nunes Marques – 2 pedidos

  • André Mendonça – 1 pedido

Ex-ministros também alvo de pedidos

  • Luís Roberto Barroso – 22 pedidos

  • Ricardo Lewandowski – número não especificado

  • Rosa Weber – número não especificado

  • Marco Aurélio Mello – número não especificado

  • Celso de Mello – número não especificado

A liminar de Gilmar Mendes, que suspendeu regras sobre afastamento de ministros, provocou forte reação no Congresso. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, chegou a falar em mudança constitucional.

Pelas normas atuais, qualquer cidadão pode protocolar um pedido de impeachment, mas cabe ao presidente do Senado decidir se ele avança. A oposição bolsonarista tem usado o mecanismo para contestar decisões do STF, especialmente as de Moraes na investigação da tentativa de golpe, que levou à condenação de Jair Bolsonaro.

Com informações de Folha de S. Paulo

Opinião dos leitores

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Geral

Indulto de Natal de Lula excluirá condenados por crimes contra a democracia

Fotos: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O indulto de Natal que Lula deve assinar neste ano deverá seguir o mesmo modelo de 2023 e 2024, mantendo fora do perdão todos os condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Na prática, ficam excluídos o ex-presidente Jair Bolsonaro e os demais envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

A restrição está na minuta aprovada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), que será analisada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na próxima semana. Depois disso, o texto final seguirá para a assinatura de Lula.

No ano passado, o decreto foi publicado em 23 de dezembro.

 

Opinião dos leitores

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Geral

PF apreende vídeo da ‘festa da cueca’ na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela operação Lava Jato

Foto: Arquivo JFPR

A Polícia Federal apreendeu um vídeo chamado “festa da cueca” durante operação realizada nesta quarta-feira (3/12) na 13ª Vara Federal de Curitiba. A gravação, segundo as investigações, era usada para chantagear magistrados em um suposto esquema de direcionamento de sentenças, mostrando servidores da vara em um hotel de luxo com garotas de programa. Os encontros seriam mensais e financiados por escritórios de advocacia.

A ação foi autorizada pelo ministro Dias Toffoli, do STF, para apurar o uso de informações sigilosas na pressão por decisões da vara que atuou na Lava Jato. Os agentes também recolheram processos físicos e documentos antigos, incluindo materiais ligados ao empresário Tony Garcia, ex-informante de Moro, e dados sobre delações do doleiro Alberto Youssef.

O caso se soma ao relatório do CNJ, divulgado em 2024, que apontou possíveis desvios de recursos envolvendo juízes da vara em processos relativos à Petrobras. O documento citava atuação conjunta de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Gabriela Hardt para direcionar R$ 2,5 bilhões a uma entidade privada — acusação que Moro negou à época, chamando o relatório de “ficção”.

Metrópoles

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Geral

Turistas passam mal em Pipa e episódio expõe falta de estrutura de primeiros socorros no litoral de Tibau do Sul

A Praia de Pipa, em Tibau do Sul, um dos destinos turísticos mais procurados do Rio Grande do Norte e que recebe diariamente grande fluxo de visitantes, registrou na manhã deste sábado (6) um episódio que evidenciou o despreparo do litoral para atendimento de acidentes e incidentes envolvendo turistas.

Durante passeios de lancha pela região, diversos visitantes relataram queda de pressão, vômitos e mal-estar intenso provocado pelo balanço da maré e pelo deslocamento marítimo. No entanto, o que chamou atenção não foi apenas o número de pessoas atingidas, mas a ausência de suporte mínimo para atendimento emergencial.

Segundo relatos de turistas que acompanhavam a situação, não havia pranchas, cadeiras de rodas ou kits de primeiros socorros disponíveis para auxiliar o deslocamento das vítimas da faixa de areia até áreas em que a ambulância do município pudesse acessar. A assistência, quando realizada, partiu de outros turistas que se sensibilizaram com o episódio e ofereceram ajuda improvisada.

Entre os casos, estava um grupo de mulheres de Pernambuco, que sofreu com os sintomas e precisou de suporte emergencial. Sem equipamentos ou equipes preparadas, o atendimento foi feito de forma improvisada, causando insegurança e constrangimento.

O episódio também expôs o despreparo das companhias que realizam os passeios, bem como a falta de recursos dos fiscais ambientais que atuam naquele litoral, que não dispunham de equipamentos adequados para prestar suporte imediato.

A situação gera preocupação especialmente em um destino cuja economia gira, em grande parte, em torno do turismo e que pratica preços elevados para passeios e serviços.

“É inadmissível que um destino turístico desse porte não ofereça condições básicas de segurança para quem visita a cidade. São situações simples, que podem definir entre uma intercorrência controlada e uma tragédia”, relatou um turista que presenciou o atendimento improvisado.

Diante do ocorrido, fica o alerta para que a Prefeitura de Tibau do Sul e os responsáveis pelas atividades turísticas reforcem protocolos de segurança, capacitação e disponibilidade de equipamentos, assegurando atendimento mínimo, organizado e imediato aos visitantes.

A adoção de kits de primeiros socorros, equipamentos de imobilização e acessibilidade, além de treinamento básico de suporte à vida, são medidas essenciais para prevenir riscos e proteger turistas e trabalhadores.

Pipa é reconhecida internacionalmente por sua beleza e potencial turístico, mas episódios como este expõem fragilidades que podem comprometer a reputação e a segurança dos visitantes.

Espera-se que o poder público e o setor privado tomem providências rápidas e efetivas, garantindo que o turismo local não apenas mova a economia, mas também respeite o bem-estar e a vida de quem o sustenta: os turistas.

Opinião dos leitores

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Geral

Número de feminicídios já passa de mil em 2025, e Brasil tem ao menos três assassinatos de mulheres por dia

Foto: Freepik

O Brasil enfrenta, em 2025, um cenário grave e persistente de violência contra mulheres. De janeiro a outubro, 1.184 mulheres foram assassinadas por feminicídio, número que ainda não inclui os dados de São Paulo e Rio de Janeiro.

O painel do Ministério da Justiça mostra que o país registra, em média, 14 tentativas de feminicídio por dia — e quatro dessas vítimas não sobrevivem. Na prática, o Brasil contabiliza ao menos três mulheres assassinadas diariamente.

A taxa nacional é de 0,67 mortes por 100 mil habitantes. Quando se somam as tentativas, o índice sobe para 1,7 por 100 mil, revelando um problema crônico, segundo especialistas.

A promotora Thais Tarquino, do MPDFT, alerta que a subnotificação e a classificação equivocada de agressões agravam a crise. Muitas tentativas de feminicídio acabam registradas como lesão corporal, crime de pena mais branda, o que reduz a resposta penal e favorece a escalada da violência.

Ela destaca que penas alternativas, falta de prisão preventiva e dificuldades para responsabilizar agressores nos juizados de violência doméstica enfraquecem a proteção das vítimas. “Os índices são inaceitáveis”, resume.

Opinião dos leitores

  1. Vocês perceberam o quanto aumentou o feminicídio no governo de Lula?? Cadê a grande imprensa?

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