Economia

O que é o ‘cisne verde’, que pode causar a próxima crise financeira mundial

FOTO: BBC NEWS BRASIL

Diferente de outras crises ‘passageiras’, as mudanças climáticas trazem um comprometimento diferente para o futuro

Quando o dinheiro estava correndo fartamente nos corredores de Wall Street e a festa parecia nunca acabar, poucos viram que uma crise financeira brutal estava a caminho. Seus efeitos profundos pelo mundo contam esta história até hoje.

Após a crise de 2008, a urgência em tentar antecipar crises como essa cresceu tanto quanto o medo da reincidência.

Foi nessa época que os economistas começaram a usar o termo “cisne negro” para se referir a eventos fora da curva e que têm um forte impacto negativo ou até catastrófico.

Na semana passada, o Bank for International Settlements (BIS), conhecido como “o banco dos bancos centrais”, com sede na Suíça, publicou o livro The green swan (O cisne verde), um estudo de Patrick Bolton, Morgan Despres, Luiz Pereira da Silva, Frédéric Samama e Romain Svartzma.

A partir do cisne negro, os autores criaram a figura do “cisne verde” para se referir à perspectiva de uma crise financeira causada pelas mudanças climáticas.

“Os cisnes verdes são eventos com potencial extremamente perturbador do ponto de vista financeiro”, resumiu à BBC News Mundo o brasileiro Luiz Pereira da Silva, vice-diretor geral do BIS e co-autor do estudo.

Efeito cascata

O economista explica que eventos climáticos extremos, como os recentes incêndios na Austrália ou furacões no Caribe, aumentaram sua frequência e magnitude, o que traz grandes custos financeiros.

Explicam os prejuízos as interrupções na produção, destruição física de fábricas, aumentos repentinos de preços, entre outros. Pessoas, empresas, países e instituições financeiras podem ser afetados.

“Se houver um efeito cascata na economia, outros setores também sofrerão perdas. Tudo isso pode acabar em uma crise financeira”, diz Pereira da Silva.

A esse cenário são adicionados outros riscos que o especialista chama de “transição”, altamente perigosos.

Isso ocorre quando, por exemplo, há uma mudança abrupta nos regulamentos, como uma proibição repentina da extração de combustíveis fósseis.

Ou se houver uma mudança inesperada na percepção do mercado e, por exemplo, os proprietários de certos ativos financeiros decidirem repentinamente se livrar deles.

Nesse caso, se produz um efeito em cascata: o pânico afeta outros investidores, que acabam se desfazendo de ativos.

Todos esses riscos estão sendo estudados por bancos centrais e reguladores do sistema financeiro, que buscam uma maneira de antecipar ou se prevenir para a chegada de um cisne verde.

Como enfrentar um cisne verde?

A verdade é que, nos círculos financeiros, não há resposta para essa pergunta.

Os autores do livro explicam que os modelos de previsão do passado não foram projetados para incluir as mudanças climáticas.

É por isso que eles convidam outros pesquisadores a desenvolver novas fórmulas considerando isto.

Os autores também alertam que, se uma crise como a de 2008 acontecer de novo, os bancos centrais não terão mais como auxiliar no resgate mundial como naquele tempo — quando tiveram papel vital reduzindo as taxas de juros a níveis historicamente mínimos.

Acontece que, mais de uma década depois, as taxas continuam baixas, o que deixa pouco espaço de manobra para estimular as economias e impulsionar o crescimento.

O livro também afirma que os níveis mínimos de capital acumulado para enfrentar crises, exigidos pelos regras atuais, não seriam suficientes para mitigar os efeitos de um cisne verde no sistema financeiro.

Outros alertas já vieram também de outras partes do mercado.

Larry Fink, diretor executivo do BlackRock, o maior fundo de gerenciamento de ativos do mundo, alertou em meados de janeiro que as mudanças climáticas estão prestes a desencadear uma grande reforma.

“Estamos à beira de uma mudança fundamental no sistema financeiro”, escreveu Fink em sua carta anual aos acionistas.

Ele explica que “as mudanças climáticas se tornaram um fator determinante nas perspectivas de longo prazo das empresas” e prevê que uma realocação significativa de capital ocorrerá “antes do previsto”.

“As mudanças climáticas são quase sempre a principal questão que os clientes em todo o mundo levantam para o BlackRock. Da Europa à Austrália, América do Sul, China, Flórida e Oregon, os investidores perguntam como devem modificar seus portfólios de investimentos”.

E embora Fink não seja uma autoridade política ou monetária, sua empresa administra ativos avaliados em quase US$ 7 bilhões. Portanto, quando ele fala, é ouvido com atenção.

“Durante os 40 anos de minha carreira em finanças, testemunhei uma série de crises e desafios financeiros: aumento da inflação nos anos 70 e início dos 80; a crise monetária asiática em 1997; a bolha da internet e a crise financeira global”, afirmou.

“Mesmo quando esses episódios duraram muitos anos, eles eram todos de um tipo de curto prazo. É diferente com as mudanças climáticas.”

5 grandes riscos

Em The green swan, os autores identificam cinco tipos de riscos associados às mudanças climáticas que podem contribuir para uma crise financeira. São eles:

Risco do crédito: as mudanças climáticas podem atrapalhar os devedores a honrar seus compromissos. Além disso, a possível depreciação dos ativos utilizados como garantia para os empréstimos também pode contribuir para o aumento dos riscos de crédito.

Risco dos mercados: se houver uma mudança acentuada na percepção de rentabilidade pelos investidores, poderá haver vendas rápidas de ativos (liquidações de preços baixos), o que pode desencadear uma crise financeira.

Risco de liquidez: ele também pode afetar bancos e instituições financeiras não bancárias. Se estes não conseguirem se refinanciar no curto prazo, isto poderia levar a uma crise maior.

Risco operacional: ocorre quando, como resultado de um evento climático extremo, escritórios, redes de computadores ou data centers têm problemas em funcionar.

Risco de cobertura: no setor de seguros, uma quantidade maior de sinistros poderia ser acionada, colocando as empresas do ramo em xeque.

BBC Brasil

 

Opinião dos leitores

    1. Ou será você que está com os neurônios em curto, e por isso está totalmente desconexo de racionalidade?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Educação

Alunos da Maple Bear Natal encerram Hackathon 2025 com apresentações sobre ética nas redes sociais

 

Com criatividade, empatia e consciência digital, os alunos da Maple Bear Natal encerraram nesta quarta-feira (18) a edição 2025 do Hackathon, uma maratona de conhecimento e programação que teve como tema “Convivência e ética no meio digital: como promover a responsabilidade, comunicação consciente e empatia nas redes sociais?”. A última fase do evento aconteceu no auditório da escola, onde os estudantes apresentaram os jogos desenvolvidos ao longo dos últimos dias. Cada grupo foi desafiado a criar, no Scratch, uma solução lúdica para problemas reais vividos na internet.

Em sua sexta edição, o Hackathon da Maple Bear Natal é uma iniciativa pioneira no Nordeste e já se consolidou como parte do calendário pedagógico da instituição. Para a coordenadora pedagógica Luanna Carvalho, os alunos abraçaram a proposta com entusiasmo. “Eles se empenharam demais e internalizaram o tema de forma muito madura. Muitos já passaram por situações difíceis nas redes e trouxeram essas experiências para o jogo como uma forma de transformar e conscientizar”, afirmou. Segundo ela, o desafio permitiu que os jovens refletissem sobre suas atitudes digitais e compreendessem a importância de serem usuários éticos e responsáveis da tecnologia.

Guilherme Barros, de 14 anos, aluno do 8º ano, participou pela quarta vez da maratona e integrou a equipe que desenvolveu o jogo Operação Virtual, sobre como combater o cyberbullying. “Nosso jogo mostra diferentes situações e ensina como agir corretamente para ajudar quem sofre ataques. Isso é algo que acontece muito e é importante sabermos como lidar com isso”, explicou. Para ele, o Hackathon é uma experiência enriquecedora: “Ajuda a gente a colocar nossas ideias em prática, a programar e exercitar a criatividade”.

Para Maria Eduarda Seabra, também aluna do 8º ano, o projeto foi transformador. Sua equipe trabalhou com a ideia de empatia e respeito nas redes sociais. “Muita gente acha que pode falar o que quiser online, mas isso pode machucar os outros. Com esse projeto, eu aprendi a pensar duas vezes antes de escrever alguma coisa. Foi muito importante”, refletiu.

Mais do que um exercício de programação, o Hackathon 2025 reforçou valores essenciais para a formação cidadã dos estudantes em um mundo cada vez mais digital. A proposta está totalmente alinhada à metodologia canadense da Maple Bear Natal, que valoriza o pensamento crítico, a autonomia e a resolução de problemas.

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Chuvas

Natal registra 14 pontos críticos após chuvas intensas; cinco vias estão interditadas

Foto: Magnus Nascimento

Após um dia intenso de chuvas em Natal nesta quarta-feira (18), diversos pontos da capital potiguar alagaram dificultando o acesso em algumas vias. No último Boletim, divulgado pela Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) na noite de hoje, 14 pontos estão em observação, sendo 5 pontos instransitáveis e 9 pontos transitáveis. Confira a lista abaixo:

Transitáveis:

  • Av da Integração próximo a BR 101
  • Rua Pres José Gonçalves, lateral da Pulse, Lagoa Nova
  • Rua Cel Norton Chaves com Rua Djalma Maranhão
  • Rua Adolfo Gordo com Av. Cap Mor Gouveia
  • Av Itapetinga, Próximo à Penitenciária
  • Av Ayrton Senna com Av das Alagoas
  • Rua Almino Afonso, próximo a Igreja Bom Jesus
  • Av Interventor Mário Câmara, Entre a Jerônimo Câmara e a Av. Capitão Mor
    Gouveia

Intransitáveis:

  • Av Pres Sarmento (após o mercado)
  • Av. Solange Nunes próximo a Unimetais
  • Av Lima e Silva, entre a Rua dos Caicó com a Av. Interventor Mário Câmara
  • Rua da Saudade com rua Djalma Maranhão
  • Rua Antônio Freire de Lemos com Rua Marcos Augusto Teixeira – Planalto

Tribuna do Norte

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

VÍDEO: SEGRÉ: “Nenhum dos deputados e senadores do PT votou a favor da CPMI do INSS”

O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, leu em plenário nesta terça-feira (17) o pedido de criação da CPMI que investigará os descontos indevidos em benefícios do INSS.

A comissão, oficialmente criada, será composta por 15 deputados e 15 senadores titulares, com prazo de funcionamento de até 180 dias, embora ainda não tenha data definida para a instalação.

Em entrevista, o comentarista Segre, relatou que nenhum dos parlamentares petistas votou a favor da instalação da cpmi.

Jovem Pan 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Copom eleva Selic a 15%, a 2ª maior taxa real de juros no mundo

Foto: Raphael Ribeiro/ Banco Central

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira 18, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros de 14,75% para 15% ao ano. Trata-se da Selic mais alta desde julho de 2006, no primeiro mandato do presidente Lula (PT).

No comunicado em que anunciou o resultado, o Copom afirmou que, a se confirmar o cenário esperado, tende a interromper o ciclo de alta na próxima reunião, a fim de “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado”.

No encontro do fim de julho, os diretores analisarão se o atual nível da taxa de juros, “considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”

Antes da reunião, o mercado financeiro estava dividido sobre o que o Copom faria. Parte dos analistas projetava a manutenção da taxa, enquanto outra fração previa o aumento de 0,25 ponto percentual.

Esta é a sétima alta seguida no índice. Foi a quarta reunião do colegiado sob o comando de Gabriel Galípolo, sucessor de Roberto Campos Neto.

Na justificativa para o novo aumento, o Copom afirma que o ambiente externo segue adverso e incerto, em função da conjuntura e da política econômica dos Estados Unidos. No front doméstico, diz o Comitê, os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda apresentam “algum dinamismo”, mas observa-se “certa moderação no crescimento”.

“O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, sustenta o comunicado. “O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.”

Segundo o Boletim Focus da última segunda-feira 16, elaborado pelo BC após ouvir instituições financeiras, a estimativa de inflação para 2025 recuou de 5,44% para 5,25%. A meta é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).

Com a Selic em 15% ao ano, o Brasil fecha esta quarta-feira com a segunda maior taxa real de juros no mundo, segundo um monitoramento das consultorias MoneYou e Lev Intelligence.

Para calcular o índice real, leva-se em conta a taxa de juros “a mercado” — ou seja, um referencial do que seriam juros tomados em uma operação real — e a inflação projetada para os 12 meses consecutivos.

O Brasil tem uma taxa real de 9,64%, atrás apenas da Turquia, com 14,44%. Completam o top 10 Rússia, com 7,63%; Argentina, com 6,7%; África do Sul, com 5,54%; Indonésia, com 4,31%; Filipinas, com 4,23%; México, com 3,75%; Colômbia, com 3,69%; e Índia, com 2,66%.

Em tese, quando o Copom decide aumentar a Selic, busca desaquecer a demanda: os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, razão pela qual taxas elevadas também dificultam a expansão da economia.

Ao reduzir a taxa, por outro lado, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Carta Capital 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

STF aprova segurança vitalícia a ex-ministros

Foto: Gustavo Moreno/STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para conceder segurança vitalícia a ministros aposentados da Corte. O julgamento, realizado em plenário virtual, será encerrado nesta quarta-feira (18).

A medida é analisada a partir de um pedido do ministro aposentado Marco Aurélio Mello, que deixou o STF em 2021. O relator do caso é o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

Barroso disse em seu voto que o cenário atual é mais grave do que em gestões anteriores. Citou o atentado com explosivos ao prédio do STF em novembro de 2024 e ameaças recorrentes a ministros.

Nenhum voto contrário foi registrado. Até o momento, 8 ministros votaram a favor da medida. Confira:

Edson Fachin;
Flávio Dino;
Cristiano Zanin;
Luiz Fux;
André Mendonça;
Gilmar Mendes;
Alexandre de Moraes e
Nunes Marques.

No requerimento, Marco Aurélio afirmou que a proteção não deve ter prazo determinado. Hoje, o plano de segurança do STF prevê proteção a ex-ministros por até 6 anos –3 prorrogáveis por mais 3.

A decisão do STF ocorre em meio a um debate mais amplo sobre os gastos com segurança no Judiciário.

Em 2025, tribunais superiores contrataram agentes privados por quase R$ 129 milhões, sendo R$ 42 milhões apenas com o Supremo. O valor chama atenção porque o STF já conta com uma Polícia Judicial própria.

Poder 360 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

VÍDEO: O climão que Lula causou no G7 ao interromper premiê do Canadá por falha na tradução

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por VEJA (@vejamais)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou um momento um tanto quanto constrangedor nesta terça-feira, 17, na cúpula do G7, que reúne os sete países mais industrializados do mundo, em Kananaskis, no Canadá. O Brasil, que não faz parte do grupo, foi convidado ao encontro. À mesa com outros líderes, como o francês Emmanuel Macron, o petista teve problemas com a tradução simultânea.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, dá o pontapé inicial da reunião e explica: “Nós vamos esperar um minuto pela tradução”. Pouco tempo depois, o premiê pergunta se “funcionou”. A voz de Lula surge com uma reclamação: “Tem que falar aí”, cobrou da equipe de tradução. O canadense, que não entendeu a crítica do petista, pergunta: “Posso ir?”, no sentido de começar o discurso. Ele é, então, interrompido pelo brasileiro, que cobra: “Tem que falar aí, a intérprete tem que falar. Não está saindo (o som)“.

“Manda falar qualquer coisa para ver se o som sai aqui. Não está saindo aqui”, demanda Lula, sob risos de descontração de Carney e de Macron.

Em seguida, o premiê pergunta mais uma vez: “Funcionou? Está funcionando agora com a tradução ou o som? Senhor presidente?”. Lula, que não entende inglês, nem responde o questionamento e fala, de novo, com os intérpretes: “Muito baixo, Sérgio. Muito baixo”. Notando o problema, Carney afirma que o equipamento de Lula será trocado e acrescenta: “Desculpas, senhor presidente”.

Fora da pose

Não é a primeira vez, no entanto, que Lula dá uma escorregada no G7. Ele se distraiu também nesta terça-feira enquanto participava da foto oficial do encontro de líderes do G7, grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo, e precisou ser chamado à atenção para retornar à pose. Ele manteve o foco até ser chamado pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, que já ocupou o cargo de primeiro-ministro de Portugal. Com a premiê da Itália, Giorgia Meloni, no meio, os dois começaram a conversar em frente às câmeras.

O bate-papo durou poucos segundos, já que os outros líderes perceberam a desatenção do brasileiro. Em clima descontraído, Macron e Carney começaram a chamá-lo: “Lula, Lula, Lula”, disseram, sob riso do restante dos governantes, incluindo o premiê britânico, Keir Starmer, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que estava ao lado de Lula, também deu uma risadinha.

Veja 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Lula errado em três guerras

Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR

No jogo de beisebol, quando o rebatedor erra três tentativas de acertar a bola, sofre um strike out e deixa o campo de jogo. Infelizmente isso não ocorre quando um presidente da República se posiciona de forma errada nas três guerras cruciais travadas atualmente por Israel e Ucrânia.

Lula participou do encontro do G7 fora de foco, conversando na hora de tirar foto, causando ruído por causa de falta de tradução e confrontando posições óbvias manifestadas pelo grupo. O petista resumiu em seu perfil no X os posicionamentos manifestados na reunião, e não acertou em nenhum.

“Todos nesta sala sabem que, no conflito na Ucrânia, nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar. Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura”, disse o presidente brasileiro sobre a invasão russa.

A posição do petista não é novidade. Como destacou o presidente francês, Emmanuel Macron, durante encontro de Estado com Lula no início do mês, Ucrânia e Rússia “não podem ser tratados em pé de igualdade“ nesse conflito, que foi iniciado pelos russos e só persiste por causa deles.

Gaza
Lula erra também no conflito israelense contra o Hamas, ao dizer o seguinte:

“Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra. Ainda há países ainda que resistem em reconhecer o Estado palestino, o que evidencia sua seletividade na defesa do direito e da justiça.”

Não há matança indiscriminada de mulheres e crianças em Gaza, pelo contrário. As Forças de Defesa de Israel (FDI) alertaram a população civil sobre suas ofensivas ao longo de todo o conflito, mas os terroristas do Hamas usam a população como escudo, exatamente para alimentar discursos como o de Lula.

Irã
Por último, o petista se posicionou de forma equivocada sobre o conflito israelense contra o regime iraniano, que ameaça Israel há anos com a possibilidade de conseguir uma arma nuclear.

“Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”, comentou Lula, atribuindo aos israelenses a iniciativa de atacar o Irã, quando na verdade eles se defendem da ameaça de “desaparecer do mapa”.

É de se notar que, ao mesmo tempo em que toma o lado dos líderes mais autoritários do mundo, Lula siga fazendo seu discurso em defesa da democracia e das instituições no Brasil.

Só acredita quem não está prestando atenção aos parâmetros aplicados pelo petista em relação aos conflitos travados no mundo atualmente.

O Antagonista 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

Trump não confirma ataque ao Irã, mas diz que é tarde para conversas

Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusou nesta quarta-feira (18) a responder perguntas dos repórteres sobre se os EUA planejavam atacar o Irã ou suas instalações nucleares. Trump disse que os iranianos entraram em contato, mas ele sente que “é muito tarde para conversar”.

“Há uma grande diferença entre agora e uma semana atrás”, disse Trump a repórteres do lado de fora da Casa Branca. “Ninguém sabe o que vou fazer.”

O presidente disse que o Irã havia proposto comparecer à Casa Branca para conversas, no entanto, ele não forneceu mais detalhes. Trump descreveu ainda o Irã como totalmente indefeso e sem qualquer defesa aérea.

Os EUA têm fornecido apoio defensivo a Israel desde o início dos ataques com mísseis na semana passada. Mas Trump voltou a usar a palavra “nós” para descrever a ação militar no Irã.

“Nada está terminado até que termine. Sabe, a guerra é muito complexa. Muitas coisas ruins podem acontecer. Muitas reviravoltas são feitas. Então, eu não sei. Eu não diria que já vencemos alguma coisa. Eu diria que, com certeza, fizemos muito progresso”, disse ele.

O presidente sugeriu que o conflito poderia acabar em breve, dizendo em determinado momento que não “sabia por quanto tempo ele ainda vai durar”.

Ele acrescentou: “A próxima semana será muito importante. Talvez menos.”

CNN Brasil 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Tarcísio descarta candidatura presidencial sem apoio de Bolsonaro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), descarta disputar o Palácio do Planalto em 2026 sem o apoio de Jair Bolsonaro (PL).

Nos últimos meses, partidos como MDB e PSD têm defendido que o governador é o único nome de direita como capacidade de atrair apoios de centro.

Segundo relatos feitos , Tarcísio repete que hoje é candidato à reeleição ao governo de São Paulo. E que só disputaria a sucessão presidencial se fosse um pedido de Bolsonaro.

Mesmo diante do cenário de impopularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o entorno do governador reconhece que a disputa presidencial será difícil. E que não haveria espaço para uma terceira via, diante da polarização entre Lula e Bolsonaro. Ou seja, somente um nome com o apoio de Bolsonaro teria capacidade de enfrentar o petista.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que Tarcísio seria um candidato mais difícil de enfrentar do que um familiar de Bolsonaro.

Hoje, Tarcísio tem um nível de rejeição baixo, mas também é pouco conhecido. Por isso, o ideal, na visão de assessores paulistas, é de que Bolsonaro fizesse a escolha até janeiro.

O ex-presidente, no entanto, já sinalizou que não tem pressa para escolher seu substituto, já que está inelegível e com pouca chance de reverter a sua situação eleitoral.

Assim, caso Bolsonaro deixe a escolha para o segundo bimestre de 2026, Tarcísio já avisou que disputará a reeleição, uma vez que ele precisaria deixar o governo de São Paulo até abril.

CNN Brasil 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *