Oito bombeiros foram indiciados no Inquérito Policial Militar que investigou a atuação dos militares no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no dia 27 de janeiro deste ano. O documento foi encaminhado nesta quarta-feira (12) para a Brigada Militar em Porto Alegre.
A PM indiciou por inobservância da lei, regulamento ou instrução o capitão Alex da Rocha Camilo, sargento Renan Severo Berleze, sargento Sérgio Roberto Oliveira de Andrades, soldado Marcos Vinícius Lopes Bastide, soldado Gilson Martins Dias, soldado Vagner Guimarães Coelho. Ainda o tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs foi indiciado por condescendência criminosa e o sargento Roberto Flávio da Silveira e Souza indiciado pelo crime de falsidade ideológica.
A Brigada Militar terá 15 dias para analisar o caso e decidir se aceita os indiciamentos. Caso concorde, o processo será encaminhado à Justiça Militar Estadual. O documento tem mais de 7.000 páginas e mais de 600 testemunhas foram ouvidas desde o dia da tragédia.
O inquérito dos bombeiros foi divulgado 12 dias depois da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara de Vereadores de Santa Maria, que investigava irregularidades do poder público que poderiam estar relacionadas à tragédia.
Dois dias antes da CPI, a Justiça do Rio Grande do Sul liberou os quatro acusados pelo incêndio. Os dois sócios da boate (Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann) e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira (Marcelo dos Santos e Luciano Augusto Leão) estavam presos desde o dia seguinte à tragédia. Eles tiveram os passaportes confiscados e a liberdade provisória decretada pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Incêndio
O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro.
O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico — uma espécie de fogo de artifício chamado “sputnik” — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.
A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.
Do R7
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