Judiciário

Pacote anticrime aprovado na Câmara une ideias de Moro e Alexandre de Moraes; entenda

O pacote anticrime aprovado nessa quarta-feira (4) na Câmara dos Deputados deixou de fora alguns pontos do texto original, apresentado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, em fevereiro deste ano. O projeto foi costurado pelos deputados com trechos de outra proposta, elaborada por comissão de juristas coordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018.

A proposta altera o Código Penal e outras leis de segurança pública, como a que trata do registro, posse e comercialização de armas de fogo. Foram retirados do texto aprovado, por exemplo, trechos que Moro considerava essenciais, como o item sobre a prisão após condenação em segunda instância e o excludente de ilicitude.

Veja o que foi mantido ou retirado das duas propostas, por temas:

Tempo máximo de cumprimento da pena

O que previa o texto de Moraes

O projeto encaminhado por Alexandre de Moraes ampliava o limite de tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade de 30 para 40 anos. Segundo o ministro do STF, a justificativa para a elevação é melhoria na expectativa de vida do brasileiro.

O que previa o texto de Moro

Não tratava do tema.

O que a Câmara aprovou

Deputados mantiveram a proposta encaminhada por Moraes.

Presos perigosos em presídios federais

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

Pelo texto do ministro, o prazo de permanência de detentos em regimes federais será de no máximo 3 anos, podendo ser prorrogado por igual período caso o juiz solicite. O texto também previa a gravação dos atendimentos entre o preso e o advogado.

O que a Câmara aprovou

O texto proposto por Moro foi aprovado em grande parte pelos deputados, mas foi excluída a permissão para a gravação das conversas entre detentos e advogados.

Confisco de bens obtidos de forma criminosa

O que previa o texto de Moraes

A ideia da perda de bens obtidos de forma criminosa foi defendida por Moraes em seu texto para crimes envolvendo organizações criminosas, cuja pena mínima é de 3 anos. Pelo texto, só o Ministério Público poderia pedir a perda, ao oferecer a denúncia.

O que previa o texto de Moro

A proposta prevê a perda de bens do acusado resultantes do que foi acrescido em seu patrimônio e não tenha procedência do seu trabalho.

O que a Câmara aprovou

O texto aprovado abrange quase totalmente a proposta de Moraes, determinando a perda de bens obtidos com dinheiro ilícito ou procedente do crime e para condenados a penas maiores de 6 anos.

Arma de uso restrito e crime de homicídio

O que previa o texto de Moraes

O projeto encaminhado pelo ministro do Supremo previa alterar o Código Penal e aumentar a pena do crime de homicídio quando o criminoso usa, na ação, arma de fogo de uso restrito ou proibido. A pena atual é de 6 a 20 anos de prisão. Pela proposta, passa para 12 a 30 anos.

O que previa o texto de Moro

O projeto de Moro previa aumento de pena em crimes cometidos por guardas municipais e agentes de segurança por uso de arma de fogo, sem especificar caso de homicídio, para o acusado que tenha registros criminais anteriores ou tenha sido condenado sem possibilidade de recurso.

O que a Câmara aprovou

O texto votado na Câmara segue a proposta de Moraes e passa para de 12 a 30 anos de prisão a pena para homicídio com uso de arma de fogo.

Prisão em segunda instância

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

A proposta de Moro determinava que a prisão após condenação em segunda instância fosse a regra no processo penal. Isso chegou a ocorrer por entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), sem a legislação prever, mas a decisão foi revista pela própria Corte e deixou de valer. Outro dois projetos com esse mesmo teor tramitam paralelamente na Câmara e no Senado.

O que a Câmara aprovou

O trecho proposto por Moro foi retirado da proposta.

Excludente de ilicitude e legítima defesa

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

A proposta do ministro da Justiça ampliava as situações em que está prevista a isenção de punição quando certos crimes são cometidos. Moro propôs permitir a redução de pena, para qualquer cidadão, quando o “excesso doloso ou culposo” (intencional ou não) for cometido em razão de “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”. Também foram aumentadas as possibilidades de legítima defesa para policiais ou agentes de segurança. Nesses casos, passaria a ser possível livrar o acusado de pena, por exemplo, quando alguém for morto em “conflito armado ou em risco iminente de conflito armado” e para prevenir “injusta e iminente agressão a direito seu ou de outrem”, agressão ou risco de agressão a reféns.

O que a Câmara aprovou

A Câmara aprovou manter apenas trecho do projeto de Moro que trata como caso de legítima defesa “o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes”. A mudança amplia, portanto, as situações em que o excludente de ilicitude se aplica. Atualmente tramita no Congresso outro projeto enviado pelo governo sobre excludente de ilicitude que trata exclusivamente de situações de Garantia de Lei e Ordem.

‘Plea bargain’

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

O termo em inglês se refere à possibilidade de o acusado de um crime confessar o que cometeu e poder negociar a pena. Segundo Moro, conforme apresentou em sua proposta, a ideia era diminuir o custo judicial de processos e aumentar a velocidade da tramitação.

O que a Câmara aprovou

O trecho do texto de Moro foi retirado da proposta.

Audiência por videoconferência

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

O projeto do ministro Sergio Moro especificava que, se o réu estivesse preso em outra comarca, a participação dele nas audiências e o interrogatório deveria ser por videoconferência. Além disso, o uso de videoconferência deveria ser solicitado pelo juiz para prevenir custos com deslocamento e escola ou responder a questão de ordem pública.

O que a Câmara aprovou

O trecho foi retirado da proposta após discussão em grupo de trabalho, antes de ir ao plenário.

Banco Nacional de Perfis Balísticos

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

O texto de Moro previa o armazenamento de armas, projéteis e estojos de munição deflagrados em um banco de dados sigilosos a ser gerenciado por uma unidade oficial de perícia criminal. Pelo projeto, os dados serão coletados a partir de crimes e fica vedada sua comercialização. O governo federal deverá regulamentar a criação do banco.

O que a Câmara aprovou

O texto aprovado na Câmara segue na íntegra o texto de Moro.

Cadeia de custódia

O que previa o texto de Moraes

O texto de Alexandre de Moraes cria uma série de regras para a cadeia de custódia, de modo a disciplinar a atuação com os vestígios do crime desde a coleta de material no local até o descarte. A ideia é garantir que as provas estejam sempre à disposição da polícia e da Justiça de forma segura.

O que previa o projeto de Moro

Não tratava do tema.

No que diz respeito à investigação de organizações criminosas com compartilhamento de informações de diferentes equipes, o texto de Moro previa que fosse exigida a demonstração da cadeia de custódia, isto é, conjunto de ações para manter e documentar vestígios coletados em locais onde ocorreram crimes. No entanto, não criava normas sobre como deve ser a cadeia de custódia.

O que a Câmara aprovou

A Câmara seguiu a proposta de Moraes e aprovou alterar o Código de Processo Penal de modo a criar parâmetros e normas para garantir a cadeia de custódia.

Construção de presídios de segurança máxima

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

Propôs a autorização explícita para estados e o Distrito Federal construírem presídios de segurança máxima.

O que a Câmara aprovou

Deputados aprovaram a íntegra da proposta de Moro.

Banco de dados multibiométrico e de impressões digitais

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

O texto de Moro definia que o banco para armazenar dados e subsidiar investigações ficaria subordinado ao Ministério da Justiça. A formação dele, segundo o projeto, deve ser regulamentada pelo governo federal. O cadastro deve incluir ainda, se possível, características de íris, rosto e voz. Nos casos de investigação cível, administrativa e eleitoral, o único compartilhamento de dados possível é o das impressões digitais. Os demais seriam somente para apurações criminais. Permitiria-se, também, a retirada de material de presos provisórios.

O que a Câmara aprovou

Pelo texto da Câmara, a proposta de Moro foi validada praticamente na íntegra.

‘Informante do Bem’

O que previa o texto de Moraes

Não tratava do tema.

O que previa o texto de Moro

O texto de Moro determinava que a administração pública, direta ou indireta, mantenha ouvidorias para garantir que “qualquer pessoa tenha o direito de relatar informações sobre crimes contra a administração pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões lesivas ao interesse público”. A proposta previa direito à preservação da identidade do informante, que pode ser revelada só em caso de interesse público, e garantia a ele isenção de responsabilização civil ou penal sobre o fato relatado.

O que a Câmara aprovou

A Câmara aprovou a maior parte da proposta de Moro tal qual foi formulada, mas deixou de fora dois artigos. Um deles determinava que, caso a divulgação da identidade do informante fosse imprescindível, o autor da denúncia poderia optar entre a revelação da identidade ou a perda do valor probatório do depoimento prestado. A outra estabelecia que, quando mantida a identidade do informante, ninguém poderia ser condenado apenas com base no depoimento prestado.

G1

 

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Geral

Moraes autoriza defesa de Bolsonaro a acessar íntegra das provas sobre ‘trama golpista’

Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta, 30, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus na ação sobre suposta tentativa de golpe de Estado a terem acesso a todos os elementos colhidos na investigação, segundo O Globo.

Na decisão, o ministro também aceitou as testemunhas indicadas pela maioria dos réus.

Com isso, os senadores Hamilton Mourão (Republicanos) e Ciro Nogueira (PP), além de outras pessoas, serão ouvidos em depoimento.

Como mostramos, o advogado Paulo Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para pedir “intervenção do órgão” para garantir “prerrogativas” que estariam sendo sonegadas à defesa.

Pedido da OAB

No início do mês, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, reuniu-se com Moraes para solicitar que as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus por trama golpista tenham acesso completo aos processos aos quais respondem na Corte.

No encontro, Simonetti entregou um documento de quatro páginas ao ministro, no qual defendeu o direito dos advogados dos réus terem acesso à integralidade dos autos e prazos adequados para a realização da ampla defesa.

“O Conselho Federal da OAB não pode deixar de clamar pela defesa das prerrogativas profissionais dos advogados, especialmente quanto ao direito de obter vista de processos”, diz trecho do ofício.

Segundo o presidente da OAB, a usurpação do direito dos advogados acarreta em “prejuízos irreparáveis para a defesa, prejudicando a busca pela verdade material e comprometendo a efetividade da justiça”.

Também assinaram o documento o procurador-geral do Conselho Federal da OAB, Sérgio Leonardo, e o procurador nacional de Defesa das Prerrogativas da entidade, Alex Sarkis.

O Antagonista

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Geral

Haddad promete devolver dinheiro de aposentados

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o governo federal vai devolver os valores desviados de aposentados e pensionistas em um esquema de fraudes no INSS, que pode ter causado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões. Apesar do compromisso com o ressarcimento, Haddad não soube dizer qual será a fórmula de restituição.

Revelado pela Polícia Federal na semana passada, o escândalo teria origem em 2016, se intensificado a partir de 2019 e atingido o ápice entre 2023 e 2024. Conforme as investigações, o esquema contava com a suposta conivência de integrantes da cúpula do INSS e envolvia entidades assistenciais irregulares.

Haddad: “Vamos encontrar o caminho”

“Nós vamos encontrar o caminho para isso, porque essas pessoas foram lesadas. Vamos buscar uma forma de reparação”, disse o ministro, destacando que a estratégia de devolução dos valores “ainda não está formatada”.

Haddad explicou que a equipe econômica aguarda pareceres técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) para estabelecer o procedimento adequado. “Estamos aguardando a CGU e a AGU nos envolverem em uma etapa subsequente para tratar desse assunto. A questão ainda está sob análise da CGU”.

Apesar das milhares de queixas com registros de aposentados e pensionistas, o ministro destacou que há casos pendentes, mas que também poderão passar por contemplação, desde que comprovem a existência de descontos indevidos.

“Existem reclamações feitas ao longo do tempo, que foram devidamente formalizadas. Mas há um número expressivo de aposentados que ainda não oficializaram suas queixas, e que também terão direito ao ressarcimento, desde que demonstrem que os débitos foram indevidos”.

Revista Oeste

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Geral

Pressão aumenta e Lula já cogita demitir Lupi, dizem auxiliares do presidente

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já admitem como real a possibilidade de demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi, em meio à crise provocada por descontos em benefícios do INSS sem a autorização dos aposentados e pensionistas.

Em conversas, o presidente tem demonstrado irritação com o desempenho de Lupi no enfrentamento do problema.

No Palácio do Planalto, a avaliação é que após uma semana de deflagração da crise no INSS, o ministro não conseguiu oferecer soluções para a contenção dos problemas que abalaram a reputação do governo em um momento de recuperação de popularidade do presidente.

Na terça-feira (29), em audiência na Câmara, Lupi defendeu que o INSS não deveria intermediar as relações entre associações para aposentados e beneficiários do instituto. “É mais cômodo [para as associações] o desconto em folha do que ter que ir atrás do aposentado todo mês”, disse.

Para o ministro, nem o credenciamento das entidades associativas deveria ficar com o INSS. “Não sei ainda como encaminhar isso. É uma opinião pessoal. Vou discutir internamente para ver se é opinião majoritária no governo”, explicou.

Um dos exemplos da atual situação de Lupi está no fato de ele não ter apresentado um substituto para o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que deixou o cargo após ordem de Lula.

Nesta quarta-feira (30), Lula nomeou o procurador Gilberto Waller Júnior como novo presidente da instituição por indicação do ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) e apoio do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho.

A informação de que Lula nomearia diretamente o novo presidente, sem a intermediação de Lupi, já havia sido anunciada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, nesta quarta.

Em mais uma demonstração de descontentamento com Lupi, Lula deu carta branca para que Waller adote medidas saneadoras, incluindo mudanças na estrutura do INSS. Pesou para a escolha o perfil técnico, descrito como de “xerife”, do novo presidente da instituição.

Ao longo da semana, colaboradores do presidente foram acumulando críticas a Lupi, desde a manutenção de integrantes da velha estrutura do INSS à resistência a exonerar Stefanutto.

Na manhã da quarta, auxiliares do presidente falavam em sobrevida para o ministro. Mas o cenário mudou. Embora Lupi tenha se defendido com firmeza ao falar à Câmara dos Deputados, integrantes do governo reconhecem um problema administrativo na conduta do ministro e afirmam que hoje uma demissão seria uma decisão política, em resposta a uma omissão do chefe da pasta.

Na audiência, Lupi listou as medidas que tomou sobre o assunto desde que assumiu o cargo, como um pedido de auditoria sobre o assunto e mudanças nas regras de concessão, com a exigência de biometria. As ações, no entanto, não foram capazes de conter o problema.

No entanto, como mostrou a Folha, o governo só tomou medidas para conter o aumento de descontos irregulares após auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), que investigou o tema em 2023.

Auxiliares do presidente têm repetido que não houve, até o momento, provas de envolvimento do ministro no esquema nacional de descontos não autorizados. Lembram ainda que ele é presidente licenciado do PDT, mas o desgaste sofrido com a eclosão da crise fez com que interlocutores do presidente tratem como possível sua exoneração.

A sobrevivência do ministro no governo depende das conversas que o presidente teria a partir desta quarta-feira (30) com os envolvidos nas investigações. Nenhuma audiência constava da agenda oficial, mas o presidente está coletando dados para a tomada de sua decisão.

O governo terá que avaliar o fluxo de informações recebidas pelo ministro e o ritmo de respostas dadas por sua pasta. Um colaborador do presidente lembra que Lupi não era a sua primeira escolha para o cargo, mas, sim, o secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz.

Aliados do presidente enfatizam que a investigação foi uma iniciativa do governo Lula, bem como a adoção de providências para ressarcimento de eventuais vítimas do esquema.

No dia 23 de abril, a PF e a CGU realizaram a operação Sem Desconto, para combater a suposta fraude em descontos de aposentadorias e pensões. Entre 2019 e 2024, a soma dos valores descontados de benefícios do INSS por diversas associações chega a R$ 6,3 bilhões, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal, segundo as investigações.

Segundo a PF, com um único alvo, foram apreendidos vários carros, como uma Ferrari e um Rolls Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões. Com outro, US$ 200 mil e, com um segundo, US$ 150 mil. Também foram apreendidas joias e quadros.

As investigações focaram entidades de classe, como associações e sindicatos, que formalizaram Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS.

Esses acordos permitem que elas realizem descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS, desde que autorizados pelos aposentados e pensionistas.

Uma auditoria feita pela CGU identificou que muitas não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários, como descontos em academias, convênios com planos de saúde e auxílio funerário.

Também verificou que 72% não tinham entregue a documentação completa ao INSS. Onze foram alvo de medidas judiciais.

Folha de S.Paulo

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Apoio ao fim da escala 6×1 esbarra em resistência no Congresso

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Protocolada há quase dois meses na Câmara dos Deputados, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que sugere o fim da escala de trabalho 6×1 está parada na Casa e enfrenta resistência de algumas alas do Congresso.

O texto é de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e propõe carga horária semanal de 36 horas, com quatro dias de trabalho e três dias de descanso.

A proposta ainda não recebeu nenhum despacho do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mas deve começar a tramitar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Depois, ainda passa por uma comissão especial antes de ir ao plenário.

Na segunda-feira (28), Hugo Motta afirmou que o projeto deverá entrar em diálogo “nos próximos dias” e defendeu um “tratamento institucional” para a matéria. No entanto, afirmou que não se deve “ficar vendendo sonhos” sobre o texto.

Alas do Congresso acreditam que a matéria não será aprovada se a redação final sugerir três dias de folga e quatro de trabalho semanais. Nos bastidores, deputados do PSOL e do PT já admitem que o projeto sofrerá alterações para enfrentar menos resistência.

“Muitas das vezes temos que medir a viabilidade de toda e qualquer medida. Não dá também para ficar vendendo sonho sabendo que esse sonho não vai se realizar. Isso é, na minha avaliação, uma falta de compromisso com o eleitor”, disse o presidente da Casa durante o evento Macro Day.

A CNN apurou que Hugo Motta ainda não tratou sobre o assunto com o presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA).

Mobilização

A deputada Erika Hilton, autora do projeto, tem impulsionado atos por todo o país nesta quinta-feira (1º), Dia do Trabalhador. Nas redes sociais, a parlamentar tem divulgado manifestações organizadas pelo Movimento Vida Além do Trabalho, que planeja ações em ao menos 12 cidades.

“Neste Dia do Trabalhador, iremos às ruas de todo o Brasil por uma jornada de trabalho digna e pelo fim da escala 6×1. Estaremos lá pelos trabalhadores que não têm direito de viver a própria vida”, escreveu a deputada.

O que diz a proposta

A proposta altera o trecho da Constituição que trata sobre a duração da jornada de trabalho. A legislação atual permite que a jornada possa ter até oito horas diárias e 44 horas semanais, o que equivale a seis dias de trabalho e um dia de folga por semana.

A ideia da PEC é reduzir a jornada para oito horas diárias e 36 horas semanais, o que equivale a quatro dias de trabalho e três de folga por semana. O argumento dos defensores da proposta é de que a jornada prevista em lei atualmente contribui para o desgaste e esgotamento dos trabalhadores.

Entre os grupos contrários à proposta, o argumento é de que a mudança pode atingir os empregadores. Deputados de partidos ligados à centro-direita defendem que alterações na carga horária de trabalho sejam feitas diretamente entre o empregador e o funcionário.

Lula

Em pronunciamento oficial pelo Dia do Trabalhador, nessa quarta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo iria “aprofundar” o debate sobre o fim da escala 6×1. “Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, defendeu.

CNN

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Moraes abusou dos poderes do TSE, afirma Glenn Greenwald

Foto: Carlos Moura/SCO/STF | Edilson Rodrigues/Agência Senado

O jornalista Glenn Greenwald afirmou nesta 4ª feira (30.abr.2025) que o ministro do STF (Alexandre de Moraes) abusou dos poderes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quando estava na presidência do Tribunal.

“Moraes usou TSE não só para assuntos eleitorais. Mas para investigar assuntos pessoais e contra pessoas em protesto contra o STF, sem assuntos eleitorais”, disse Greenwald durante a sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado nesta 4ª feira (30.abr).

O jornalista é o autor das reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo que revelaram áudios sobre um suposto uso da assessoria do TSE por parte de Moraes para realizar investigações informais.

Segundo Greenwald, os ex-assessores de Moraes no Tribunal, responsáveis pelas informações, sabiam que estavam infringindo as regras. Afirmou que os áudios revelavam a preocupação dos ex-funcionários.

“Diziam: ‘Meu Deus, se isso for divulgado, não está certo’ […] Eles queriam esconder o que estava acontecendo”, falou o jornalista durante a sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado nesta 4ª feira (30.abr).

Glenn afirmou que, durante a produção das reportagens, ouvia muitas autoridades criticando ações de Moraes, mas que se recusavam a falar publicamente.

“Percebi que muitas pessoas expressavam críticas a Moraes na forma privada e, quando perguntei se queriam manifestar publicamente, diziam: ‘Não, não é possível”, disse.

O jornalista também afirmou que Moraes criminaliza o jornalismo e usou o cargo para “censurar tudo o que ele queria censurar”.

“Ele usou todas as palavras que usa para criminalizar o jornalismo. Disse que isso foi feito por uma organização criminosa com o objetivo de desestabilizar as instituições brasileiras. […] Ele sempre interpreta qualquer crítica, reportagem, como um crime”, falou.

Moraes havia sido convidado para falar na comissão sobre a suposta solicitação de seu gabinete, de maneira não oficial, de relatórios relacionados à desinformação, especialmente durante as eleições de 2022, mas não compareceu.

Poder 360

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Moraes e Tagliaferro faltam a audiência em comissão do Senado

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não compareceu nesta quinta-feira (30/4) a uma audiência para a qual havia sido convidado no Senado Federal. O convite foi feito por parlamentares de oposição, na Comissão de Segurança Pública, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Também faltou um ex-assessor do ministro a quem são creditadas supostas denúncias contra sua atuação, Eduardo Tagliaferro.

Tagliaferro, porém, informou, por meio de seu advogado, que gostaria de falar em outra data, por videoconferência. Moraes não se manifestou. Como foram convidados, eles não eram obrigados a comparecer ou justificar ausência.

O requerimento que baseou a audiência realizada nesta quinta é de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE). O parlamentar solicitava informações sobre um áudio vazado atribuído a Tagliaferro.

Ao iniciar a reunião, Flávio Bolsonaro citou os convidados para a audiência e, ao falar o nome de Moraes, ressaltou: “Não estou vendo a presença dele aqui”.

Estavam presentes, em maioria, senadores de oposição. Magno Malta descreveu o ministro como “uma figura impoluta e nojenta que afronta esse país”.

Por meio de seu advogado, Tagliaferro sugeriu nova data para comparecer de forma online. O jornalista Glenn Greenwald, autor de uma das reportagens sobre os áudios, compareceu à comissão e defendeu que Moraes “abusou dos poderes do TSE”.

Metrópoles 

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Geral

ART&C está entre as 100 maiores agências do Brasil


O CENP acaba de publicar seu ranking anual com as 100 maiores agências de publicidade do Brasil, e pelo terceiro ano consecutivo a ART&C está presente na lista. A agência é a única do Rio Grande do Norte e da Paraíba a figurar no ranking, que destaca as maiores do país em volume de investimentos de mídia, na 83ª posição.

A conquista coloca a ART&C no ranking onde figuram agências de relevância mundial, como W/McCann, Africa Creative, Almap BBDO e DM9. Uma conquista que representa o momento de expansão da agência, hoje presente em quatro estados (RN, PB, SE e MT), atendendo grandes contas públicas e privadas.

O ranking do CENP (Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário) é medido pelo volume de investimentos em mídia declarados entre janeiro e dezembro de 2024.

Pelo terceiro ano consecutivo, desde 2022, a ART&C, agência mais premiada de todos os tempos no RN, é a única do estado – e da Paraíba – a figurar na seleta lista das 100 maiores do Brasil. Um verdadeiro prêmio para ser comemorado, fruto de um trabalho feito com paixão, excelência e resultados.

Ranking Cenp-Meios 2024

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Brasil

Lula nomeia Gilberto Waller Júnior para presidir o INSS

Foto: Divulgação/CGU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou o procurador federal Gilberto Waller Júnior para o cargo de presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nesta quarta-feira (30/4).

Gilberto Waller irá substituir Alessandro Stefanutto, demitido, na semana passada, depois que uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) contra fraudes no INSS.

O novo presidente do INSS é bacharel em ciências jurídicas e sociais com pós-graduação em combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Na CGU, ele atuou como ouvidor-geral da União, de março de 2016 a janeiro de 2019; corregedor setorial do Ministério da Fazenda, julho a agosto de 2013; corregedor setorial do Ministério dos Transportes, fevereiro de 2009 a julho de 2013; e corregedor setorial do Ministério da Integração Nacional, fevereiro de 2006 a setembro de 2007.

Gilberto Waller foi um dos responsáveis pela implementação da Lei de Acesso à Informação no âmbito da administração pública federal. Atualmente, ocupa o cargo de corregedor da Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia Geral da União (AGU).

Metrópoles 

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Brasil

PGR se manifesta a favor de prisão domiciliar de Fernando Collor

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nesta quarta-feira (30) a favor da concessão de prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando Collor, condenado a oito anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Na manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR citou a idade avançada do ex-presidente e a gravidade do seu estado de saúde como fundamentos para o pedido.  

O procurador-geral, Paulo Gonet, argumentou que manter Collor afastado de casa poderia comprometer medidas de proteção e cuidados exigidos por seu quadro clínico, já comprovado em petições apresentadas ao STF. O caso agora aguarda decisão da Corte. 

“A manutenção do custodiado em prisão domiciliar é medida excepcional e proporcional à sua faixa etária e ao seu quadro de saúde, cuja gravidade foi devidamente comprovada, que poderá ser vulnerado caso mantido afastado de seu lar e do alcance das medidas obrigacionais e protecionistas que deverão ser efetivadas pelo Estado”, afirma o procurador.  

Os advogados pediram a prisão domiciliar do ex-presidente de 75 anos, alegando que Collor sofre com doença de Parkinson, Apneia do Sono Grave e Transtorno Bipolar. 

Na terça (29), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a defesa apresentasse, em até 48 horas, exames médicos realizados entre 2019 e 2022 que indiquem diagnóstico ou tratamento para Doença de Parkinson, além de exames de imagem.  

O ministro também determinou que os documentos médicos apresentados corram sob sigilo, para preservar a intimidade do ex-presidente. Ao receber os documentos, pediu a manifestação da PGR.  

O Supremo condenou o ex-presidente a oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, entendendo que ele recebeu R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014, em troca de apoio político e indicações para a direção da BR Distribuidora, atual Vibra Energia.

A denúncia surgiu no âmbito da Operação Lava Jato, a partir da delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da empreiteira UTC.

Collor foi preso na madrugada de sexta-feira (25) em Maceió, onde já iniciou o cumprimento de pena em sala especial do presídio Baldomero Cavalcante de Oliveira. 

CNN 

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Geral

Bolsonaro deixa a UTI após cirurgia no abdômen

Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star nesta quarta-feira, 30, após ficar 17 dias internado em decorrência de uma cirurgia na região abdominal.

De acordo com membros da equipe médica, Bolsonaro foi transferido para um leito semi-intensivo e ainda não há previsão de alta hospitalar.

Mais cedo, o boletim médico informou que o ex-presidente iniciou uma “dieta líquida”.

“(O paciente) encontra-se estável clinicamente, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada. Apresentou boa aceitação da oferta de água, chá e gelatina e hoje progredirá para dieta líquida. Evolui com melhora progressiva dos movimentos intestinais espontâneos, tendo sido retirada a sonda nasogástrica ontem.”

“O ex-presidente” recebe suporte calórico e nutricional por via oral e parenteral (endovenosa), realizando fisioterapia motora e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa. Necessita ainda de monitorização e vigilância contínua. Permanece com restrição de visitas e sem previsão de alta da UTI“, concluiu.

Esta foi a sexta cirurgia realizada por Bolsonaro desde 2018.

O Antagonista

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