Diversos

QUALIDADE DE VIDA – Menos trânsito, poluição e violência: bons serviços e economia em alta estimulam migração dos brasileiros para o interior

Foto: Jefferson Coppola/Veja

Fernanda Vasconcelos, 44 anos, terapeuta

“Eu e Danilo aproveitamos o isolamento para dar a nossos filhos mais contato com a natureza no sítio da família. Cultivar uma horta e andar pela mata nos ajudou a atravessar a crise. Percebemos que precisamos de pouco para viver bem e nos mudamos para Bragança Paulista, no interior de São Paulo.”

Migrar é uma atividade tão antiga quanto a própria humanidade, consequência da busca de melhores condições de vida — mais caça e fontes de água na pré-história, mais espaço para fixar comunidades na Antiguidade, mais terra para cultivar e pastorear na Idade Média, mais territórios para ocupar no Novo Mundo, mais segurança e liberdade desde sempre. Ao longo do século XX, os deslocamentos seguiram a trilha aberta na Revolução Industrial: esvaziamento do campo e inchaço das cidades, culminando no aparecimento das megalópoles, capazes de aglomerar milhões de pessoas em uma área relativamente pequena. Como o ser humano é bicho que não se acomoda, nas últimas duas décadas o fluxo começou a se inverter, com as cidades médias atraindo um contingente de moradores urbanos cansados da vida corrida e atentos a economias que emergiam. Agora, veio a pandemia e, também no movimento migratório, seu onipresente efeito se fez sentir. Trabalhando a distância, livres da necessidade de bater o ponto no escritório, milhares de famílias estão pondo o pé na estrada, de mudança para recantos onde mais importante do que ganhar muito dinheiro e ter acesso ao que há de melhor em convívio social e cultura é poder desfrutar uma existência da mais alta qualidade.

O migrante de hoje difere do que já estava indo para o interior no sentido de tratar sua opção não como um sonho, mas como uma realidade que enxerga de olhos bem abertos, firmada na comparação concreta entre o que tinha na metrópole — emprego, restaurantes, escolas de primeira — e o verde e a tranquilidade usufruídos em uma mudança que era para ser temporária e virou definitiva. Seu novo chão se localiza, principalmente, nos municípios situados em um raio de 100 quilômetros ao redor das capitais — cidades com boa oferta de serviços de saúde e educação, razoáveis opções de lazer e um conceito retirado da obsolescência e catapultado à condição de ambição: o ritmo de vida típico do interior. Segundo a mais recente estimativa de população realizada pelo IBGE, a das cidades entre 100 000 e 1 milhão de habitantes vem crescendo na última década a um ritmo até 50% mais rápido do que nas capitais — estas, por outro lado, detentoras de expansão minguada, ou mesmo zero. Atualmente, dois de cada três brasileiros residem em municípios com não mais do que meio milhão de habitantes. “Até 2014, as grandes cidades atraíam muitos trabalhadores por causa da ampla oferta de emprego, mas a crise econômica mudou essa tendência”, explica José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo do IBGE.

Outra manifestação do atrativo pela almejada casa no campo — para morar mesmo, não para passar o fim de semana — está em uma pesquisa realizada pelo Zap+, que congrega os dois maiores portais de imóveis do Brasil, obtida com exclusividade por VEJA. Ela mostra que mais da metade — exatamente 59% — dos moradores de São Paulo e de Belo Horizonte, se tivesse de decidir neste momento sobre ir morar em um lugar menor, diria sim à mudança. No Rio de Janeiro, a disposição é ainda maior: 67%. O casal Fernanda, 44 anos, e Danilo Vasconcelos, 48, integra a turma dos novos migrantes. Por causa da pandemia, saiu de São Paulo e instalou-se com os filhos na casa de campo em Bragança Paulista, a 94 quilômetros de distância. Agora, resolveu que lá é o seu lugar: alugou uma casa ampla em condomínio fechado, matriculou as crianças em uma escola com 30 000 metros quadrados de área verde e planeja se mudar de vez. “Percebi que precisava de pouco para viver bem e que o contato com a natureza era fundamental. Não me vejo mais voltando a morar em São Paulo”, reconhece Fernanda.

João Tucci. Foto: Cristiano Mariz/VEJA

Sai avião, entra arara

João Tucci, 45 anos, analista financeiro

“Há dois anos comecei a questionar a vida em São Paulo, trabalhando doze horas por dia. Conheci a Chapada dos Veadeiros, me encantei, virei gerente de uma pousada e entrei para a ponte aérea. Na pandemia, mudei de vez. Agora, tomo banho de cachoeira, medito e, em vez de aviões, ouço o canto das araras.”

Os motivos citados para a virada de rumo são conhecidos: violência, poluição, trânsito e a brutal desigualdade social exposta nas metrópoles. O arquiteto carioca Hélio Pellegrino, 68 anos, desistiu do Rio de Janeiro e foi buscar a tal felicidade em Búzios, balneário a quase 200 quilômetros de distância. “No Rio, andar pela rua à noite, um dos grandes prazeres do carioca, passou a ser uma roleta-russa. Nunca se sabe quem será a próxima vítima”, critica Pellegrino, que tem assumido menos projetos e aproveita o tempo livre para pintar, tocar piano e violão e fazer caminhadas pela exuberante Praia da Ferradura. O fluxo para cidades menores tem, é claro, reflexo no mercado imobiliário. Na Baixada Santista, a compra e venda de imóveis subiu 31% no terceiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior, contra meros 5% na região metropolitana de São Paulo. Nas cidades no cobiçado raio de 100 quilômetros, área que engloba Sorocaba, Itu, Jundiaí, Bragança Paulista e Atibaia, os negócios cresceram embalados por uma taxa de 25%.

As casas que os migrantes urbanos estão comprando e alugando oferecem duas características imprescindíveis: área verde e cômodos que possam ser adaptados para home office. “Muitas famílias não têm renda para adquirir um imóvel com esse perfil em São Paulo e se mudam para o interior, onde o metro quadrado é bem mais barato”, explica Patricia Ferraz, diretora de relações institucionais do Registro de Imóveis do Brasil, que congrega cartórios de vários estados. “A pandemia escancarou nossa necessidade por espaço, tanto interno quanto externo”, diz Ju Collen, funcionária pública de 46 anos que está prestes a trocar Porto Alegre por Gramado, a 150 quilômetros de distância.

Luiz Soares. Foto: Pedro Silveira/VEJA

Troca de endereço

Luiz Soares, 48 anos, dono de confecção

“Vim para minha casa de veraneio na Praia do Forte para fugir da pandemia, mas me acostumei à rotina de esportes, banhos de mar e acesso aos bons restaurantes locais. Mudei de endereço: moro aqui e só apareço de vez em quando na casa de Salvador. Tenho qualidade de vida e segurança, sem perder o agito.”

Um dos motores econômicos que impulsionam a migração atual é a mudança profunda nas relações de trabalho trazida pela pandemia. A jornada de quem manteve o emprego durante o período de isolamento social caiu 14% e a renda média, em efeito dominó, diminuiu 20%, segundo uma pesquisa da FGV-RJ. Enquanto apertava o cinto, uma leva de brasileiros fez as malas em busca de vida mais simples e ao mesmo tempo de maior qualidade. O que se observa neste movimento é uma inesperada inversão das prioridades das famílias. “Nas classes mais abastadas, com recurso para mudanças radicais, ganhar dinheiro passou a ser menos importante do que aproveitar a vida”, ressalta Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

Helio Pellegrino. Foto: Alex Ferro/VEJA

Adeus, depressão

Hélio Pellegrino, 68 anos, arquiteto

“Morava em uma casa espaçosa no Rio de Janeiro e tinha um escritório de arquitetura bem-sucedido. Mas a violência e a desigualdade social me deixavam cada vez mais deprimido. Quando me instalei na casa de Búzios, vi que era para sempre. Aqui faço o que realmente gosto: pinto, toco violão, namoro e vou à praia.”

Um estudo do Ipea revelou que quase um quarto das ocupações brasileiras está apto a fazer a transição para o home office e são justamente os ocupantes dessas posições, em boa parte situadas no setor financeiro e de tecnologia, que mais se veem à vontade nestes tempos para mudar de vida. Durante quase duas décadas João Tucci, 45 anos, analista financeiro de uma grande empresa de consultoria, experimentou a rotina extenuante de até doze horas de trabalho por dia. Há cinco anos, em plena crise de identidade, conheceu a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e se apaixonou pelo local. Como em um namoro, ele passou a se revezar entre Alto Paraíso e São Paulo — até a chegada da pandemia desembocar em união estável. Tucci se mudou de vez para a Chapada e de lá presta sua consultoria aos clientes, além de ser gerente de uma pousada. “Continuo a fazer o que gosto, mas agora, em vez de barulho de avião na janela, tenho o canto das araras”, comemora, feliz da vida. Embora ainda esteja em fase de consolidação, o fenômeno já é encarado como uma nova etapa dos deslocamentos internos que a população empreende em épocas distintas.

A engrenagem que movimenta as migrações brasileiras tem uma relação histórica com os efeitos da desigualdade social. Mal as primeiras fábricas começaram a se instalar no país, há quase 100 anos, e milhões de pessoas das regiões mais pobres, principalmente do Norte e Nordeste, pegaram seus poucos pertences, deram adeus à zona rural e foram tentar a vida no Sul maravilha. Assim caminharam os brasileiros até o fim do século XX, quando a meia volta começou. A descentralização da indústria e a expansão das fronteiras agrícolas fizeram o interior ser atraente de novo e suas cidades entraram para o rol das localidades recebedoras de mão de obra, em uma dinâmica classificada de “rotatividade migratória”. No arranjo que se desenvolveu durante a pandemia, uma parcela dos migrantes combina o melhor dos dois mundos: muita gente, em vez de ir embora de vez, optou pela dupla residência. Dono de uma confecção de moda praia, Luiz Soares, 48 anos, morava em Salvador e costumava ir para a casa de veraneio na Praia do Forte, a 85 quilômetros, nos fins de semana e feriados. Para cumprir o isolamento social, acabou se instalando na segunda casa e inverteu a ordem dos endereços. Mantém um pé na capital, para compromissos de trabalho, mas mora mesmo na praia. “Aqui tenho qualidade de vida, conforto e segurança sem perder o agito”, alegra-se.

Ju Collen. Foto: Daniel Marenco/VEJA

Vida espaçosa

Ju Collen, 46 anos, funcionária pública

“Sempre quisemos ter um sítio para relaxar nas horas de folga. O isolamento no apartamento em Porto Alegre mudou nossos planos. Compramos um terreno em Gramado e nossa casa, com uma bela vista da Serra Gaúcha, acaba de ficar pronta, satisfazendo a necessidade de espaço interno e externo.”

Os especialistas antecipam que a migração de pessoas com recursos suficientes para sustentar duas casas deve levar riqueza e alterar de forma relevante o perfil de consumo dos municípios médios e pequenos. Atualmente, as cidades com até 500 000 habitantes concentram 68% da população, 58% do PIB e 237 dos 577 shopping centers em atividade no Brasil. A expectativa é que a proporção seja cada vez maior, à medida que o agronegócio se expanda e a busca de qualidade de vida se amplie — uma aliança que tem tudo para mudar para melhor a cara do interior. “O deslocamento das classes mais abastadas traz novos contornos aos processos migratórios e reflete a inserção do Brasil em um contexto global. O território perde importância, já que o mundo está conectado em rede e as relações ocorrem por meio da tecnologia”, explica Rosana Baeninger, demógrafa e professora do Núcleo de Estudos de População da Unicamp. Nos Estados Unidos, onde as migrações rotativas são vistas há mais tempo, os municípios do entorno dos grandes centros urbanos já apresentam um perfil menos provinciano. “Muitos subúrbios estão se reformando e ganhando contornos mais urbanos, com centros comerciais, restaurantes e boas escolas”, lembra James Hughes, professor de planejamento urbano da Universidade Rutgers, em Nova Jersey.

Empurradas para as moradias mais amplas do entorno, em vez de se isolarem em minúsculos apartamentos, cerca de 100 000 pessoas acabaram optando de vez por sair de Man­hattan, o bairro mais habitado de Nova York, a meca cosmopolita do planeta, e pelo menos 30 000 foram embora de São Francisco ao longo da pandemia. Em compensação, Santa Maria e Santa Bárbara, nas imediações de Los Angeles, receberam 124% mais moradores neste ano, em comparação com o ano passado. Louisville, na encruzilhada entre Nova York e Chicago, ganhou 113% mais moradores e Buffalo, no estado de Nova York, aumentou sua população em 80%. A fuga da megalópole se repete em países como Japão — Tóquio subtraiu 30 000 habitantes — e Austrália, onde, desde março, 14 000 pessoas deixaram Sidney e 25 000 deram adeus a Melbourne. “Hoje, há uma competição por gente talentosa, criativa e inovadora. As cidades médias têm tudo para se beneficiar com a absorção dessa mão de obra qualificada”, diz Robert Muggah, fundador do Instituto Igarapé e uma das maiores autoridades sobre o tema. Enquanto a humanidade se desloca, o mundo se transforma.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Eu vou morar no Congo, lá é menos perigoso que o Brasil. Tem um ditador lá, mas nada que dê pra notar, aqui nem o presidente manda, tem 11 que determina.

  2. Vou comprar uma bucólica casa em São Gonçalo, Macaíba ou Extremoz. Lá vou viver feliz da vida e dormir com as portas abertas kkkkk

  3. Aqui para onde formos corremos perigo. Praias assaltos, arrastões, tiros, agressões , etc: Nos sítios e fazendas a mesma coisa. Todos trancados , medo, insegurança. E não temos perspectiva de melhoras. Se correr o bicho pega, se parar o bicho come. Lastimável mas é a VERDADE.

  4. Quero ver irem pra Tangará, Acari, Japi, Campo Redondo, Campo Grande, São Rafael, Coronel João Pessoa, Equador e enfrentar uma seca danada kkkkk

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Economia

Correios travam empréstimo de R$ 20 bilhões com juros abusivos de 136% do CDI

Foto Thiara Andrade/Correios

Os Correios suspenderam nesta terça-feira (2) a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com bancos, depois de perceberem que os juros cobrados eram altos demais. A operação previa taxas próximas a 136% do CDI, acima do limite de 120% considerado seguro pelo Tesouro Nacional para empréstimos com garantia da União.

A decisão veio após reunião entre o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, e integrantes do Ministério da Fazenda. Embora os Correios não dependam diretamente da União, o Tesouro avisou que não apoiaria a operação se os custos ultrapassassem o limite de 120% do CDI — índice usado como referência para empréstimos entre instituições financeiras e operações garantidas pelo governo.

A tentativa de crédito fazia parte do Plano de Reestruturação da empresa e havia sido aprovada pelo Conselho de Administração na última sexta-feira (28). Mas a estatal amarga prejuízos bilionários: no primeiro semestre de 2025, o rombo foi de R$ 4,37 bilhões, contra R$ 1,35 bilhão no mesmo período do ano passado. Só no segundo trimestre, o déficit chegou a R$ 2,64 bilhões.

A crise foi tão profunda que levou o ex-presidente dos Correios, Fabiano Silva, a entregar sua renúncia ao Palácio do Planalto em julho. Agora, a empresa precisa encontrar alternativas para equilibrar as contas sem se enforcar com juros abusivos e sem depender demais do governo federal.

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Economia

MPF acusa Petrobras e quer anular licença do pré-sal: “sigiloso e às pressas”

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O Ministério Público Federal entrou com ações civis públicas pedindo a anulação da licença ambiental concedida à Petrobras em setembro, que autoriza ampliar a exploração de petróleo e gás na Etapa 4 do pré-sal, na Bacia de Santos. O MPF acusa a empresa e o Ibama de conduzirem o processo “sigiloso e às pressas”, sem transparência e sem consultar as comunidades tradicionais afetadas no litoral norte de São Paulo e sul do Rio de Janeiro.

Segundo a procuradora Fabiana Schneider, a licença foi emitida em apenas 11 dias, sem qualquer aviso ao Ministério Público ou às comunidades. O MPF quer que União, Ibama, Funai e Incra realizem reuniões de consulta com pescadores, caiçaras, quilombolas e indígenas antes de qualquer novo ato administrativo, e cobra R$ 5 milhões de indenização por danos morais coletivos.

O pedido inclui ainda um Estudo de Impacto Ambiental complementar, considerando os danos sociais e ambientais do projeto, segundo informações da Agência Brasil.

O MPF ressalta que impactos já acontecem, como mudanças nas rotas de peixes e aumento de embarcações, afetando diretamente o “maretório” — conceito que descreve o território de uso das comunidades tradicionais, base para seus costumes e existência.

Para Schneider, a falta de consulta prévia demonstra má-fé de Petrobras e Ibama, que ignoraram acordos feitos desde a primeira etapa do projeto, incluindo estudos do Projeto Povos junto à Fundação Oswaldo Cruz.

A Petrobras defende a legalidade da licença e diz cumprir todas as normas ambientais e de segurança. Em nota, afirmou que o projeto da Etapa 4 é “essencial para a segurança energética do país” e que seguirá investindo até 2030, com pico de produção de 2,7 milhões de barris de óleo por dia em 2028. O Ibama ainda não se manifestou sobre o caso.

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Mundo

Pré-candidato no Peru escapa de ataque a tiros em plena campanha

Foto: Reprodução

O pré-candidato à presidência do Peru, Rafael Belaúnde Llosa, sobreviveu a um ataque a tiros nesta terça-feira (2) enquanto circulava pela província de Cañete, região de Lima. O veículo em que estava foi alvejado ao menos três vezes na cabine, e o político sofreu apenas pequenos cortes causados por estilhaços. A Polícia Nacional confirmou que ele está fora de perigo.

Belaúnde se dirigiu em seguida a uma delegacia para formalizar a denúncia. Lideranças políticas locais condenaram o ataque e exigiram ação rápida das autoridades. Para Gino Costa, ex-ministro do Interior, “a Justiça deve punir os responsáveis com rapidez e rigor”, enquanto Pedro Cateriano, ex-presidente do Conselho de Ministros, classificou o episódio como “um mau início de campanha”.

O político concorre pelo partido Libertad Popular e já ocupou o Ministério de Energia e Minas em 2020, mas deixou o cargo cedo devido à falta de apoio no Parlamento. Neto do ex-presidente Fernando Belaúnde Terry, deposto por um golpe militar nos anos 1960, Rafael Belaúnde enfrenta agora um cenário político tenso, com sucessivas mudanças de governo e eleições gerais marcadas para abril de 2026.

O episódio reforça a instabilidade política no Peru e a violência que ronda campanhas eleitorais no país.

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Política

Lula diz que até a morte é “suave” para agressores de mulheres e critica Justiça

Foto: Reprodução

O presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (2), que “até a morte é suave” para punir agressores de mulheres. A declaração veio após relatos da primeira-dama Janja, que pediu ao marido uma postura “mais dura” no enfrentamento à violência contra mulheres no país.

Lula citou crimes recentes de extrema violência, como o atropelamento de Tainara Souza Santos na Marginal Tietê, em São Paulo, que resultou na amputação das pernas da vítima. O presidente criticou falhas do sistema penal brasileiro e apontou desigualdade no tratamento entre acusados ricos e pobres.

“Se ele tiver dinheiro, fica 2 anos preso e vai pra rua bater noutra mulher. Um pobre desgraçado, que roubou um pão, é preto e não tem nada”, disse.

O petista defendeu ainda que a responsabilidade de educar os filhos para respeitar mulheres não é apenas da escola, mas de toda a sociedade. “Cada um de nós, homens, precisamos ser o professor do outro”, afirmou, destacando a importância de transmitir caráter, dignidade e respeito desde cedo.

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Política

PL suspende apoio a Ciro após atrito na família Bolsonaro

Foto: Reprodução

O Partido Liberal suspendeu o apoio ao ex-ministro Ciro Gomes para o governo do Ceará. A decisão, anunciada nesta terça-feira (2), é consequência de um conflito interno que virou caso público envolvendo Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo informações de O Antagonista.

O partido também vai investigar todos os acertos políticos firmados por Bolsonaro em outros estados desde que entrou em prisão domiciliar. A bronca de Michelle, que prefere o senador Eduardo Girão, atingiu principalmente o deputado federal André Fernandes, que negociava com Ciro Gomes.

Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro criticaram publicamente a ex-primeira-dama, alegando que Fernandes apenas seguia ordens do líder. Uma reunião da cúpula do PL, com Valdemar Costa Neto, Rogério Marinho, Flávio Bolsonaro e André Fernandes, definiu a paralisação das negociações estaduais.

Fernandes explicou que a futura composição política do Ceará será definida em conjunto com a direção nacional do partido, destacando que Michelle não estava a par dos acordos anteriores com Ciro. “O momento exige uma pausa. Vamos repensar e analisar o futuro do Ceará”, afirmou, encerrando temporariamente as articulações.

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Judiciário

Bolsonaro ficará preso até 2033; semiaberto só depois de 6 anos de regime fechado

Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro só deve deixar o regime fechado em 23 de abril de 2033, segundo a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Para o livramento condicional, referente a cinco crimes — incluindo golpe de Estado —, a previsão é ainda mais distante: 13 de março de 2037.

A pena de 27 anos e 3 meses começou a ser cumprida em 25 de novembro, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A Vara considerou, ainda, o período em prisão domiciliar entre 4 de agosto e 22 de novembro de 2025, mesmo que tenha sido em outro processo, abatendo esse tempo do total da pena. O documento, porém, alerta que datas podem mudar e que benefícios como progressão de regime dependem de análise judicial.

Bolsonaro permanece em regime fechado porque o Código Penal exige prisão inicial para condenações acima de oito anos. A defesa tenta converter a pena em domiciliar, alegando risco à vida do ex-presidente devido a problemas de saúde agravados por cirurgias e complicações da facada de 2018.

Semiaberto só no futuro

Caso o pedido seja negado, a progressão ao semiaberto dependerá de critérios objetivos (tempo mínimo de detenção) e subjetivos (comportamento na prisão), exigindo ao menos 25% da pena para crimes com qualificantes de violência, como golpe de Estado e organização criminosa armada.

Mesmo com bom comportamento, estudo e trabalho na prisão, Bolsonaro terá que cumprir pelo menos seis anos e sete meses em regime fechado. O período pode reduzir ligeiramente se alguns crimes forem considerados com menor gravidade, e a defesa ainda deve pedir que o STF desconte o tempo cumprido em prisão domiciliar. Até lá, o ex-presidente vai permanecer atrás das grades.

Opinião dos leitores

  1. A justiça brasileira é falha nisso. Esse homem preso pelos gravissimos crimes que cometeu poderá está entre as pessoas de bem em 6 anos. Isso é um deboche com a população brasileira.

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Economia

Comércio de Natal terá horários especiais no fim de ano; programe-se

Foto: Reprodução

O comércio de Natal vai esticar o expediente nas últimas semanas de dezembro. Shoppings vão funcionar até às 23h nos dias 17 a 20, 22 e 23, e terão horários especiais em domingos, véspera de Natal e Ano Novo.

O comércio de rua também ganha fôlego extra entre 20 e 23 de dezembro, fechando apenas às 19h no dia 24 e às 18h no dia 31.

As mudanças vêm de um Termo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2025-2026, assinado entre o Sindilojas-RN e o Sindicato dos Empregados no Comércio.

O acordo garante que horas extras sejam pagas em até 60 dias e permite que as empresas utilizem banco de horas, desde que autorizado formalmente.

O presidente do Sindilojas-RN, Gilberto Costa, defende o ajuste. “Esse termo harmoniza a operação do comércio nos períodos de maior movimento, respeitando direitos e garantindo segurança jurídica”. Para quem vai às compras, a boa notícia é poder aproveitar mais tempo.

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Política

VÍDEO: Cadu Xavier garante que a situação fiscal do RN em 2025 está “melhor” que anos anteriores

Imagens:  Reprodução/98 FM Natal

O secretário da Fazenda e pré-candidato a governador, Cadu Xavier, afirma que o RN encerra 2025 em “situação melhor” do que nos anos anteriores. Em entrevista à 98 FM Natal, ele disse que o Estado mantém o pagamento da folha e do 13º salário dos servidores em dia, mesmo reconhecendo que fornecedores ainda enfrentam atrasos.

Cadu explicou que dezembro costuma trazer mais arrecadação por causa do Natal, equilibrando as contas. Admitiu que 2025 teve desafios, mas não tão severos quanto 2024, quando a redução do ICMS de 20% para 18% travou a receita estadual nos primeiros meses.

O secretário destacou que, apesar de alguns atrasos com fornecedores, o volume de pendências é menor que no fim de 2024. Para ele, cumprir o calendário de salários desde que a gestão começou é prova de que a situação fiscal do RN melhorou em relação ao “estado completamente quebrado” recebido em 2019, reforçando sua proximidade com a governadora Fátima Bezerra.

Mesmo assim, Cadu alerta que os desafios continuam. Na avaliação dele, o governo encerra 2025 em condições mais favoráveis, com caixa mais organizado e capacidade de honrar compromissos prioritários, embora fornecedores sigam esperando.

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Política

VÍDEO: Trump elogia Lula e acerta papo sobre tarifas e crime organizado: “Eu gosto muito dele”

Imagens: Reprodução/Metrópoles

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não economizou elogios a Lula após uma ligação de 40 minutos nesta terça-feira (2). “Tivemos uma conversa muito boa. Eu gosto dele, muito bom”, declarou Trump, em referência ao presidente brasileiro, depois de discutir tarifas sobre produtos brasileiros e a cooperação contra o crime organizado.

A conversa teve como destaque a retirada de tarifas de 40% sobre carnes bovinas frescas, cacau, café, frutas, vegetais, nozes e fertilizantes brasileiros, decisão anunciada pela Casa Branca em 20 de novembro. Lula comemorou a medida e reforçou que ainda há produtos com tarifas e que o Brasil quer avançar rápido nas negociações, mirando principalmente o setor industrial.

Além do comércio, Lula pediu reforço dos Estados Unidos no combate ao crime organizado internacional. O presidente brasileiro citou operações recentes que sufocaram financeiramente organizações criminosas com ramificações fora do país. Trump se mostrou “totalmente disposto” a apoiar ações conjuntas entre os dois países contra essas redes.

Os dois líderes concordaram em manter conversas frequentes para acompanhar os avanços nos temas discutidos, garantindo que a relação entre Brasil e EUA fique em alta, tanto na economia quanto na segurança.

Opinião dos leitores

  1. Independente da posição, isso é acordo comercial, nine sabe como está a Venezuela e está agindo como se nada tivesse acontecido mesmo apoiando maduro, ele sabe que os EUA está pondo pressão sobre a Venezuela e não quer entrar nessa confusão principalmente com os EUA. Isso é estratégia política, ele está embarcando na melhor opção, em breve o nine irá criticar os EUA

  2. Queria ver a cara do bananinha nessa hora. Com certesa vai falar o mesmo de sempre: É uma estratégia de Trump. Kkkk

  3. 👉Trump diz que qualquer país que trafique drogas para os EUA pode ser atacado👈 👺Será que o cachaça ficou com medo e até esqueceu a soberania que tanto defende? Arregou e ligou para o Trump?

  4. Pronto !! agora o imperialista americano vai ser elogiado,pelos comunistas de iPhone.
    Neste mundo infelizmente, quem manda é o dinheiro.

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Política

Alcolumbre joga sabatina de Messias para escanteio e detona omissão de Lula

Foto: Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, cancelou nesta terça-feira (2) a sabatina de Jorge Messias, indicado de Lula ao STF, e não poupou críticas ao governo federal. Segundo ele, a responsabilidade é exclusiva do Executivo, que não enviou a mensagem oficial de indicação ao Senado. Segundo informações do Metrópoles, uma declaração do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, foi o estopim para a desistência de Alcolumbre.

Conforme aliados, o presidente do Senado se irritou com fala de Wagner, que

Alcolumbre explicou no plenário que havia definido 3 de dezembro para a leitura do parecer do relator e 10 de dezembro para a sabatina e votação. O objetivo era cumprir a atribuição constitucional do Senado ainda em 2025, sem empurrar a decisão para o ano que vem. Mas, segundo ele, o governo Lula “omitido” impediu que o processo seguisse o cronograma.

“A omissão do Executivo é grave e sem precedentes. Isso interfere no cronograma da sabatina e poderia gerar alegações de vício regimental”, disse Alcolumbre, em nota lida aos senadores, sem definir nova data para a votação.

Opinião dos leitores

  1. Lula foi eleito e tem que colocar o candidato que alcumbre quiser no dia em que alcolumbre quiser kkkkk

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