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QUALIDADE DE VIDA – Menos trânsito, poluição e violência: bons serviços e economia em alta estimulam migração dos brasileiros para o interior

Foto: Jefferson Coppola/Veja

Fernanda Vasconcelos, 44 anos, terapeuta

“Eu e Danilo aproveitamos o isolamento para dar a nossos filhos mais contato com a natureza no sítio da família. Cultivar uma horta e andar pela mata nos ajudou a atravessar a crise. Percebemos que precisamos de pouco para viver bem e nos mudamos para Bragança Paulista, no interior de São Paulo.”

Migrar é uma atividade tão antiga quanto a própria humanidade, consequência da busca de melhores condições de vida — mais caça e fontes de água na pré-história, mais espaço para fixar comunidades na Antiguidade, mais terra para cultivar e pastorear na Idade Média, mais territórios para ocupar no Novo Mundo, mais segurança e liberdade desde sempre. Ao longo do século XX, os deslocamentos seguiram a trilha aberta na Revolução Industrial: esvaziamento do campo e inchaço das cidades, culminando no aparecimento das megalópoles, capazes de aglomerar milhões de pessoas em uma área relativamente pequena. Como o ser humano é bicho que não se acomoda, nas últimas duas décadas o fluxo começou a se inverter, com as cidades médias atraindo um contingente de moradores urbanos cansados da vida corrida e atentos a economias que emergiam. Agora, veio a pandemia e, também no movimento migratório, seu onipresente efeito se fez sentir. Trabalhando a distância, livres da necessidade de bater o ponto no escritório, milhares de famílias estão pondo o pé na estrada, de mudança para recantos onde mais importante do que ganhar muito dinheiro e ter acesso ao que há de melhor em convívio social e cultura é poder desfrutar uma existência da mais alta qualidade.

O migrante de hoje difere do que já estava indo para o interior no sentido de tratar sua opção não como um sonho, mas como uma realidade que enxerga de olhos bem abertos, firmada na comparação concreta entre o que tinha na metrópole — emprego, restaurantes, escolas de primeira — e o verde e a tranquilidade usufruídos em uma mudança que era para ser temporária e virou definitiva. Seu novo chão se localiza, principalmente, nos municípios situados em um raio de 100 quilômetros ao redor das capitais — cidades com boa oferta de serviços de saúde e educação, razoáveis opções de lazer e um conceito retirado da obsolescência e catapultado à condição de ambição: o ritmo de vida típico do interior. Segundo a mais recente estimativa de população realizada pelo IBGE, a das cidades entre 100 000 e 1 milhão de habitantes vem crescendo na última década a um ritmo até 50% mais rápido do que nas capitais — estas, por outro lado, detentoras de expansão minguada, ou mesmo zero. Atualmente, dois de cada três brasileiros residem em municípios com não mais do que meio milhão de habitantes. “Até 2014, as grandes cidades atraíam muitos trabalhadores por causa da ampla oferta de emprego, mas a crise econômica mudou essa tendência”, explica José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo do IBGE.

Outra manifestação do atrativo pela almejada casa no campo — para morar mesmo, não para passar o fim de semana — está em uma pesquisa realizada pelo Zap+, que congrega os dois maiores portais de imóveis do Brasil, obtida com exclusividade por VEJA. Ela mostra que mais da metade — exatamente 59% — dos moradores de São Paulo e de Belo Horizonte, se tivesse de decidir neste momento sobre ir morar em um lugar menor, diria sim à mudança. No Rio de Janeiro, a disposição é ainda maior: 67%. O casal Fernanda, 44 anos, e Danilo Vasconcelos, 48, integra a turma dos novos migrantes. Por causa da pandemia, saiu de São Paulo e instalou-se com os filhos na casa de campo em Bragança Paulista, a 94 quilômetros de distância. Agora, resolveu que lá é o seu lugar: alugou uma casa ampla em condomínio fechado, matriculou as crianças em uma escola com 30 000 metros quadrados de área verde e planeja se mudar de vez. “Percebi que precisava de pouco para viver bem e que o contato com a natureza era fundamental. Não me vejo mais voltando a morar em São Paulo”, reconhece Fernanda.

João Tucci. Foto: Cristiano Mariz/VEJA

Sai avião, entra arara

João Tucci, 45 anos, analista financeiro

“Há dois anos comecei a questionar a vida em São Paulo, trabalhando doze horas por dia. Conheci a Chapada dos Veadeiros, me encantei, virei gerente de uma pousada e entrei para a ponte aérea. Na pandemia, mudei de vez. Agora, tomo banho de cachoeira, medito e, em vez de aviões, ouço o canto das araras.”

Os motivos citados para a virada de rumo são conhecidos: violência, poluição, trânsito e a brutal desigualdade social exposta nas metrópoles. O arquiteto carioca Hélio Pellegrino, 68 anos, desistiu do Rio de Janeiro e foi buscar a tal felicidade em Búzios, balneário a quase 200 quilômetros de distância. “No Rio, andar pela rua à noite, um dos grandes prazeres do carioca, passou a ser uma roleta-russa. Nunca se sabe quem será a próxima vítima”, critica Pellegrino, que tem assumido menos projetos e aproveita o tempo livre para pintar, tocar piano e violão e fazer caminhadas pela exuberante Praia da Ferradura. O fluxo para cidades menores tem, é claro, reflexo no mercado imobiliário. Na Baixada Santista, a compra e venda de imóveis subiu 31% no terceiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior, contra meros 5% na região metropolitana de São Paulo. Nas cidades no cobiçado raio de 100 quilômetros, área que engloba Sorocaba, Itu, Jundiaí, Bragança Paulista e Atibaia, os negócios cresceram embalados por uma taxa de 25%.

As casas que os migrantes urbanos estão comprando e alugando oferecem duas características imprescindíveis: área verde e cômodos que possam ser adaptados para home office. “Muitas famílias não têm renda para adquirir um imóvel com esse perfil em São Paulo e se mudam para o interior, onde o metro quadrado é bem mais barato”, explica Patricia Ferraz, diretora de relações institucionais do Registro de Imóveis do Brasil, que congrega cartórios de vários estados. “A pandemia escancarou nossa necessidade por espaço, tanto interno quanto externo”, diz Ju Collen, funcionária pública de 46 anos que está prestes a trocar Porto Alegre por Gramado, a 150 quilômetros de distância.

Luiz Soares. Foto: Pedro Silveira/VEJA

Troca de endereço

Luiz Soares, 48 anos, dono de confecção

“Vim para minha casa de veraneio na Praia do Forte para fugir da pandemia, mas me acostumei à rotina de esportes, banhos de mar e acesso aos bons restaurantes locais. Mudei de endereço: moro aqui e só apareço de vez em quando na casa de Salvador. Tenho qualidade de vida e segurança, sem perder o agito.”

Um dos motores econômicos que impulsionam a migração atual é a mudança profunda nas relações de trabalho trazida pela pandemia. A jornada de quem manteve o emprego durante o período de isolamento social caiu 14% e a renda média, em efeito dominó, diminuiu 20%, segundo uma pesquisa da FGV-RJ. Enquanto apertava o cinto, uma leva de brasileiros fez as malas em busca de vida mais simples e ao mesmo tempo de maior qualidade. O que se observa neste movimento é uma inesperada inversão das prioridades das famílias. “Nas classes mais abastadas, com recurso para mudanças radicais, ganhar dinheiro passou a ser menos importante do que aproveitar a vida”, ressalta Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

Helio Pellegrino. Foto: Alex Ferro/VEJA

Adeus, depressão

Hélio Pellegrino, 68 anos, arquiteto

“Morava em uma casa espaçosa no Rio de Janeiro e tinha um escritório de arquitetura bem-sucedido. Mas a violência e a desigualdade social me deixavam cada vez mais deprimido. Quando me instalei na casa de Búzios, vi que era para sempre. Aqui faço o que realmente gosto: pinto, toco violão, namoro e vou à praia.”

Um estudo do Ipea revelou que quase um quarto das ocupações brasileiras está apto a fazer a transição para o home office e são justamente os ocupantes dessas posições, em boa parte situadas no setor financeiro e de tecnologia, que mais se veem à vontade nestes tempos para mudar de vida. Durante quase duas décadas João Tucci, 45 anos, analista financeiro de uma grande empresa de consultoria, experimentou a rotina extenuante de até doze horas de trabalho por dia. Há cinco anos, em plena crise de identidade, conheceu a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e se apaixonou pelo local. Como em um namoro, ele passou a se revezar entre Alto Paraíso e São Paulo — até a chegada da pandemia desembocar em união estável. Tucci se mudou de vez para a Chapada e de lá presta sua consultoria aos clientes, além de ser gerente de uma pousada. “Continuo a fazer o que gosto, mas agora, em vez de barulho de avião na janela, tenho o canto das araras”, comemora, feliz da vida. Embora ainda esteja em fase de consolidação, o fenômeno já é encarado como uma nova etapa dos deslocamentos internos que a população empreende em épocas distintas.

A engrenagem que movimenta as migrações brasileiras tem uma relação histórica com os efeitos da desigualdade social. Mal as primeiras fábricas começaram a se instalar no país, há quase 100 anos, e milhões de pessoas das regiões mais pobres, principalmente do Norte e Nordeste, pegaram seus poucos pertences, deram adeus à zona rural e foram tentar a vida no Sul maravilha. Assim caminharam os brasileiros até o fim do século XX, quando a meia volta começou. A descentralização da indústria e a expansão das fronteiras agrícolas fizeram o interior ser atraente de novo e suas cidades entraram para o rol das localidades recebedoras de mão de obra, em uma dinâmica classificada de “rotatividade migratória”. No arranjo que se desenvolveu durante a pandemia, uma parcela dos migrantes combina o melhor dos dois mundos: muita gente, em vez de ir embora de vez, optou pela dupla residência. Dono de uma confecção de moda praia, Luiz Soares, 48 anos, morava em Salvador e costumava ir para a casa de veraneio na Praia do Forte, a 85 quilômetros, nos fins de semana e feriados. Para cumprir o isolamento social, acabou se instalando na segunda casa e inverteu a ordem dos endereços. Mantém um pé na capital, para compromissos de trabalho, mas mora mesmo na praia. “Aqui tenho qualidade de vida, conforto e segurança sem perder o agito”, alegra-se.

Ju Collen. Foto: Daniel Marenco/VEJA

Vida espaçosa

Ju Collen, 46 anos, funcionária pública

“Sempre quisemos ter um sítio para relaxar nas horas de folga. O isolamento no apartamento em Porto Alegre mudou nossos planos. Compramos um terreno em Gramado e nossa casa, com uma bela vista da Serra Gaúcha, acaba de ficar pronta, satisfazendo a necessidade de espaço interno e externo.”

Os especialistas antecipam que a migração de pessoas com recursos suficientes para sustentar duas casas deve levar riqueza e alterar de forma relevante o perfil de consumo dos municípios médios e pequenos. Atualmente, as cidades com até 500 000 habitantes concentram 68% da população, 58% do PIB e 237 dos 577 shopping centers em atividade no Brasil. A expectativa é que a proporção seja cada vez maior, à medida que o agronegócio se expanda e a busca de qualidade de vida se amplie — uma aliança que tem tudo para mudar para melhor a cara do interior. “O deslocamento das classes mais abastadas traz novos contornos aos processos migratórios e reflete a inserção do Brasil em um contexto global. O território perde importância, já que o mundo está conectado em rede e as relações ocorrem por meio da tecnologia”, explica Rosana Baeninger, demógrafa e professora do Núcleo de Estudos de População da Unicamp. Nos Estados Unidos, onde as migrações rotativas são vistas há mais tempo, os municípios do entorno dos grandes centros urbanos já apresentam um perfil menos provinciano. “Muitos subúrbios estão se reformando e ganhando contornos mais urbanos, com centros comerciais, restaurantes e boas escolas”, lembra James Hughes, professor de planejamento urbano da Universidade Rutgers, em Nova Jersey.

Empurradas para as moradias mais amplas do entorno, em vez de se isolarem em minúsculos apartamentos, cerca de 100 000 pessoas acabaram optando de vez por sair de Man­hattan, o bairro mais habitado de Nova York, a meca cosmopolita do planeta, e pelo menos 30 000 foram embora de São Francisco ao longo da pandemia. Em compensação, Santa Maria e Santa Bárbara, nas imediações de Los Angeles, receberam 124% mais moradores neste ano, em comparação com o ano passado. Louisville, na encruzilhada entre Nova York e Chicago, ganhou 113% mais moradores e Buffalo, no estado de Nova York, aumentou sua população em 80%. A fuga da megalópole se repete em países como Japão — Tóquio subtraiu 30 000 habitantes — e Austrália, onde, desde março, 14 000 pessoas deixaram Sidney e 25 000 deram adeus a Melbourne. “Hoje, há uma competição por gente talentosa, criativa e inovadora. As cidades médias têm tudo para se beneficiar com a absorção dessa mão de obra qualificada”, diz Robert Muggah, fundador do Instituto Igarapé e uma das maiores autoridades sobre o tema. Enquanto a humanidade se desloca, o mundo se transforma.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Eu vou morar no Congo, lá é menos perigoso que o Brasil. Tem um ditador lá, mas nada que dê pra notar, aqui nem o presidente manda, tem 11 que determina.

  2. Vou comprar uma bucólica casa em São Gonçalo, Macaíba ou Extremoz. Lá vou viver feliz da vida e dormir com as portas abertas kkkkk

  3. Aqui para onde formos corremos perigo. Praias assaltos, arrastões, tiros, agressões , etc: Nos sítios e fazendas a mesma coisa. Todos trancados , medo, insegurança. E não temos perspectiva de melhoras. Se correr o bicho pega, se parar o bicho come. Lastimável mas é a VERDADE.

  4. Quero ver irem pra Tangará, Acari, Japi, Campo Redondo, Campo Grande, São Rafael, Coronel João Pessoa, Equador e enfrentar uma seca danada kkkkk

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Geral

Exportações do Brasil para os EUA caem 25% nos três primeiros meses após tarifaço

Foto: Dado Galdieri/Bloomberg

As exportações do Brasil para os Estados Unidos caíram 25% nos três primeiros meses após Donald Trump aplicar tarifas de 50% sobre a importação de diversos produtos brasileiros.

A sobretaxa entrou em vigor no dia 6 de agosto.

Somando agosto, setembro e outubro de 2024, o Brasil exportou US$ 10,2 bilhões ao mercado americano, contra US$ 7,6 bilhões nos mesmos meses de 2025 – efeito direto do tarifaço.

Entre os principais produtos brasileiros afetados pelas tarifas, estão:

  • Açúcares e melaços: queda de 78,7%
  • Tabaco: queda de 70,6%
  • Carne bovina: queda de 53,6%
  • Café não torrado: queda de 16,6%

Outros produtos que não estão incluídos na sobretaxa, como petróleo e minério de ferro, também registraram quedas superiores a 20%, por questões de mercado e de demanda.

As exportações para a China, por outro lado, registraram alta de 26% na soma de agosto, setembro e outubro. Foram US$ 27,1 bilhões em vendas aos chineses em 2025, ante US$ 21,5 bilhões no mesmo período de 2024.

Grande parte dessa alta foi puxada pela venda de soja aos chineses.

No caso da carne bovina, um dos produtos mais afetados pelo tarifaço, as vendas a Pequim quase dobraram, passando de US$ 1,79 bilhão em 2024 para US$ 2,97 bilhão em 2025 nesse período.

A venda de café não torrado para a China – embora ainda pouco expressiva – teve um salto de 335%, chegando a US$ 125 milhões no período.

No caso da carne bovina, o México também ajudou a sustentar a balança do setor, com alta de 174% nas vendas nos três meses.

Já no caso dos açúcares e melaços, países árabes e do Sudeste Asiático contribuíram para manter o desempenho do setor relativamente estável.

CNN Brasil

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Gastos com bônus de produtividade para servidores do INSS batem recorde e chegam a R$ 161 milhões

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os gastos do INSS com bônus de produtividade para servidores atingiram R$ 161,5 milhões em 2024, o maior valor desde a criação do programa, em 2019. O benefício paga um valor extra por processo concluído para acelerar a análise de pedidos.

Apesar do aumento de despesas, o efeito do bônus na produtividade caiu: o ganho médio era de 45% em 2019 e caiu para 12% em 2024 — o pior desempenho da série. No fim de 2024, a fila do INSS voltou a crescer e chegou a 1,8 milhão de pedidos.

O valor do bônus é de R$ 68 por processo, podendo render até R$ 17 mil por mês. Alguns servidores receberam valores excepcionais por ganhos retroativos, chegando a R$ 99 mil em um mês.

O programa foi suspenso em outubro de 2024 por falta de verba e será retomado com um aporte de R$ 287 milhões do governo, destinado ao pagamento dos bônus e à manutenção de serviços como a Central 135.

Desde 2019, o INSS já gastou R$ 600 milhões com o programa (corrigido pela inflação).
Especialistas afirmam que o bônus ajuda a reduzir a fila, mas pode prejudicar a qualidade das análises e defendem novos concursos. O INSS perdeu 49% do seu quadro de servidores entre 2014 e 2024.

Com informações de Folhapress

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Lula diz que não há “solução mágica para acabar com criminalidade”

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que não há “solução mágica para acabar com criminalidade”, e que a saída para o problema está em “reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas”.

A declaração ocorreu, neste domingo (9), durante participação do petista na 4ª Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), na Colômbia.

Na ocasião, Lula defendeu que a segurança é um dever do Estado e um direito humano fundamental. “Não existe solução mágica para acabar com a criminalidade”, disse.

“É preciso reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas. O alcance transnacional do crime coloca à prova nossa capacidade de cooperação”, afirmou o petista.

Lula ressaltou também que a “democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvazia os espaços públicos, destrói famílias e desestrutura negócios”.

A fala do presidente da República sobre segurança ocorreu pouco após ele citar “ameaça do uso da força militar” na América Latina e na Caribe. A declaração se dá em meio à escalada de tensão entre Estados Unidos e Venezuela.

“Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional”, disse Lula.

O discurso do petista ainda tratou da “crise do projeto de integração da América Latina” e que a região está deixando de cultivar a vocação de cooperação.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Se tivesse um presidente e um judiciário de vergonha e sem perseguição que se preocupasse com o povo , a crimicriminalidade não estaria como está!

  2. Lula não tem as mínimas condições de continuar na presidência, ele estar esclerosado.

  3. Dê carta branca a Bolsonaro.
    Mande ele acabar com a criminalidade.
    Ou então ao Salvadorenho Buquelle.

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Investigação conclui que adolescente de 14 anos que matou padrasto a facadas no interior do RN era vítima de maus-tratos

Foto: PC/ASSECOM

A Polícia Civil concluiu a investigação sobre o adolescente de 14 anos suspeito de matar o padrasto a facadas em São Miguel, no Alto Oeste potiguar. O crime ocorreu em 5 de outubro.

O jovem confessou o crime, dizendo ter usado uma faca para ferir o padrasto, de 32 anos, que chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Após fugir, o adolescente se apresentou à polícia em 8 de outubro e prestou depoimento. Ele não foi apreendido porque não estava mais em situação de flagrante.

Inicialmente, o adolescente alegou que o motivo do crime teria sido uma brincadeira feita pelo padrasto. Porém, relatório do Conselho Tutelar revelou que o jovem sofria maus-tratos desde os 2 anos, com violência física e psicológica dentro de casa.

Segundo a Polícia Civil, o adolescente vivia em extrema vulnerabilidade e apresentava sinais de trauma.

O caso foi encaminhado à Justiça, que decidirá se ele será internado em um centro socioeducativo.

Com informações de g1-RN

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Geral

[VÍDEO] TRAGÉDIA: Menina de 12 anos fica órfã após mãe, ex-cozinheira da PM, se recusar a envenenar policiais a pedido de faccionados

Uma menina de 12 anos presenciou o assassinato da mãe, Antônia Ione Rodrigues da Silva, conhecida como Bira, em Saboeiro (CE). A mulher, de 45 anos, havia se recusado a envenenar a comida servida a policiais militares após ser pressionada por uma facção criminosa. Como retaliação, foi morta dentro de casa a tiros e facadas diante dos filhos.

A Polícia Civil confirmou que a recusa motivou o crime. Três suspeitos — dois homens e um adolescente — foram detidos, e as investigações continuam. A criança agora vive com o avô, de 81 anos, que enfrenta dificuldades para sustentá-la, enquanto o caso gera comoção e alerta sobre o avanço da violência no interior do Ceará.

Canal Paulo Mathias

Opinião dos leitores

  1. Situação muito triste 😢, fico me perguntando como ainda tem gente que defende uma raça dessa, e ainda por cima pedindo a extinção da Polícia, triste realidade desse Brasil véi…

    1. A defesa começa pelo o presidente e toda a sua quadrilha. Eu não vi nenhuma declaração de indignação dele, dos seus pares, dos direitos dos “humanos”, dos ministros do stf, da impressa… Enfim, se fosse a polícia que tivesse eliminado do cpf de algum do CV, já estariam gritando mundo a fora para o fim da PM, que uma vítima da sociedade foi morta cruelmente… Agora vamos aguardar quanto tempo esses marginais vão ficar presos… Acho que na maravilhosa audiência de custódia, serão soltos para continuarem cometendo suas atrocidades livremente.

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Geral

Sem citar Trump ou Venezuela, Lula diz que “uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina”

Foto: Reprodução/CanalGov

O presidente Lula (PT) afirmou hoje que a América Latina é uma “região de paz”, em discurso na Celac-UE, na Colômbia. Lula fez um breve discurso na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia. O presidente está em Santa Marta, na Colômbia. Ele faz um bate e volta, saindo de Belém e voltando ao Brasil no mesmo dia.

“A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o Direito Internacional”, disse Lula.

O Caribe vive um momento de tensão. Recentemente, os Estados Unidos enviaram tropas terrestres, submarinos e navios militares à região.

O governo de Donald Trump bombardeou embarcações que disseram ser de narcotraficantes. A justificativa norte-americana é combater rotas de narcotráfico que abastecem os EUA. Cerca de 70 pessoas já morreram.

Além disso, Washington retirou a Colômbia da lista de países aliados na luta contra as drogas. Também impôs sanções econômicas contra Petro e seus familiares, por considerar que ele não faz o suficiente para combater o narcotráfico.

Lula não citou diretamente Trump, Colômbia ou a Venezuela na Celac. Disse que “não existe solução mágica para acabar com a criminalidade”. “É preciso reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas”, afirmou.

Com informações de UOL

Opinião dos leitores

  1. A diferença é que hoje tem um presidente forte nos Estados Unidos.
    Só isso Lula.
    O cara impõe respeito.
    Em consideração a Trump, muitos lideres mundiais faltaram a tua festa em Belém do Pará.
    Entendeu ou quer que desenhe?
    FORA LULA.

  2. Faz tempo senhor Senil, basta olhar as facções neste pais, ou você acha que eles agem com baladeiras. Estamos sob regras de forças paramilitares faz tempo, somente a esquerda não enxerga, aliás só enxerga pelo olho que nada vê.

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ENEM 2025: “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira” é o tema da redação

Foto: g1

A prova de redação no primeiro dia do Enem 2025 (Exame Nacional do Ensino Médio) teve como tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, revelou o ministro Camilo Santana em suas redes sociais.

A produção do texto faz parte do primeiro dia de provas, que conta também com questionário de linguagens, língua estrangeira e ciências humanas.

A segunda etapa acontece no próximo domingo (16), quando os participantes responderão questões de matemática e ciências da natureza.

Confira o tema da redação do Enem em outros anos

  • Enem 2024 – “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”
  • Enem 2023 – “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”
  • Enem 2022 – “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”
  • Enem 2021 – “Invisibilidade e Registro Civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”
  • Enem 2020 – “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”, na versão impressa; e “O desafio de diminuir a desigualdade entre regiões no Brasil”, na digital.
  • Enem 2019 – “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”
  • Enem 2018 – “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”
  • Enem 2017 – “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”
  • Enem 2016 – “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”
  • Enem 2015 – “A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira”
  • Enem 2014 – “Publicidade infantil em questão no Brasil”

Com informações de g1

Opinião dos leitores

  1. Agora é só aguardar a choradeira habitual dos bolsonaristas alegando que preocupação com idoso é coisa de esquerdista….

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Geral

Primeira Turma do STF forma maioria para tornar réu Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE

Foto: reprodução

Com votos de Moraes, Dino e Zanin, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria de votos neste domingo (9) para tornar réu Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele é acusado de agir contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos antidemocráticos.

A Procuradoria-Geral da República denunciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional; coação no curso do processo; obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Tagliaferro está na Itália, onde o Brasil iniciou um processo de extradição contra ele.

Os ministros julgam no plenário virtual a acusação da PGR e os votos podem ser inseridos até sexta-feira (14) no sistema eletrônico.

Votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Ainda falta o voto da ministra Carmen Lúcia.

A Procuradoria afirmou ao Supremo que Tagliaferro vazou à imprensa e tornou públicos diálogos sobre assuntos sigilosos, que manteve com servidores do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral na condição de assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.

“[Fez isso] para atender a interesses ilícitos de organização criminosa responsável por disseminar notícias fictícias contra a higidez do sistema eletrônico de votação e a atuação do STF e TSE”, disse a PGR.

Na avaliação de Paulo Gonet, os índicios reunidos pela Polícia Federal (PF) indicam que ele atuou para atender interesses pessoais e ainda de um grupo que age contra a democracia. Nas redes sociais, Tagliaferro tem destacado apoio de bolsonaristas.

“Os elementos não deixam dúvida de que o denunciado, alinhado às condutas da organização criminosa responsável pela tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, bem como à divulgação de informações falsas, revelou informações confidenciais que obteve em razão do cargo ocupado, com o fim de obstruir investigações e favorecer interesse próprio e alheio”, afirmou o procurador.

g1

Opinião dos leitores

  1. Assessor do ministro denuncia o ministro e é julgado pelo proprio ministro, que não se declara suspeito…rpz…acho que tem algo errado…

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Geral

Way Drive revoluciona transporte por aplicativo no RN e PB e lança modelo inédito de assinatura de R$ 20 para motoristas

Em 45 dias de operação, o Way Drive, aplicativo de mobilidade urbana com DNA potiguar, alcançou a marca de 40 mil usuários em 12 cidades, no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

Com a marca da inovação, o app lança agora um modelo de adesão inédito no Brasil: o Way Drive Plus. Os motoristas pagam uma assinatura mensal de R$ 20,00 e rodam o mês inteiro com TAXA ZERO, ficando com 100% do valor das corridas.

“É o primeiro modelo de assinatura para motoristas do País. Se o motorista ganha mais, ele atende melhor o passageiro, e todo mundo sai ganhando”, diz Alan Mota, CFO do WayDrive.

O WayDrive está presente em: Assu, Caicó, Currais Novos, Santa Cruz, Macaíba, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Parnamirim, Mossoró, Natal e João Pessoa (PB).

Com suporte humano e foco na valorização do motorista, o WayDrive já é considerado o aplicativo de mobilidade com o crescimento mais rápido no RN.

“Checamos antecedentes criminais dos nossos parceiros e buscamos oferecer um serviço eficiente, seguro e com preço justo para passageiros e motoristas”, pontua Alan Mota.

Esse é o link oficial para baixar o app WayDrive! 📲 Quem quiser começar a rodar ou usar o app, é só acessar:
https://linktr.ee/waydrive?utm_source=linktree_profile_share

Opinião dos leitores

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Geral

ENEM 2025: Mais de 113 mil inscritos são esperados para o primeiro dia de provas no RN

Foto: divulgação/FTD

Mais de 113,2 mil candidatos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 são esperados nos locais de prova no Rio Grande do Norte, neste domingo (9), primeiro dia de aplicação.

O número é quase 11% maior que o de inscritos em 2024, quando 102.090 pessoas se inscreveram para participar da prova no estado.

Segundo a Secretaria de Segurança do RN, o estado conta com 314 locais de provas distribuídos em 41 municípios potiguares – 10 cidades ficam na região metropolitana de Natal.

O Enem será aplicado em 9 e 16 de novembro em todo o país – com exceção de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, onde as provas serão em 30 de novembro e 7 de dezembro.

Neste domingo (9), a prova é composta por 90 questões objetivas (dividas entre Linguagens e Ciências Humanas) e uma redação.

Nos dois domingos de aplicação, os portões abrem ao meio-dia e fecham às 13h – e, depois desse horário, nenhuma entrada será permitida. A prova começa às 13h30. O Enem segue o horário oficial de Brasília.

No próximo domingo (16), serão mais 90 questões (Matemática e Ciências da Natureza).

No primeiro dia de Enem (9), os candidatos têm até as 19h para realizar a prova, totalizando 5 horas e 30 minutos de duração. Já no segundo dia (16), a prova vai até as 18h30, em um máximo de 5 horas de duração.

A saída da sala é permitida a partir das 15h30, mas sem o caderno de questões. Só é possível deixar a sala com o caderno em mãos faltando 30 minutos para o fim do exame: portanto, após as 18h30 no primeiro dia e após as 18h no segundo.

Horários de aplicação (no fuso de Brasília)

  • Portões abrem às: 12h
  • Portões fecham às: 13h
  • Prova começa às: 13h30
  • Aplicação da prova no 1º dia (09/11) acaba às: 19h
  • Aplicação da prova no 2º dia (16/11) acaba às: 18h30

Transporte gratuito em Natal

A prefeitura de Natal anunciou a gratuidade do transporte público para estudantes nos dias do Enem. Para isso, o estudante deve apresentar a Carteira de Identificação Estudantil (CIE) ou o cartão de inscrição do Enem nos ônibus.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) também divulgou os horários de operação do transporte público da capital. A operação conta com 717 viagens distribuídas em 37 linhas de transporte público.

Inscritos

Do total de inscrições neste ano, mais de 33,7 mil foram feitas em Natal, capital do estado. Já Mossoró, no Oeste potiguar, teve 11,5 mil inscritos.

Parnamirim, na Grande Natal, é a terceira cidade com mais participantes no estado: pouco mais de 7,4 mil. Pau dos Ferros, no Alto Oeste, tem 4,2 mil.

Juntas, as quatro cidades somam mais da metade do total de inscritos no estado.

As mulheres são maioria entre os participantes previstos no Rio Grande do Norte. O estado tem 66 mil candidatas, cerca de 58,34% do total dos inscritos.

Do total de candidatos, 31.445 são de estudantes que estão terminando o ensino médio em 2025 – cerca de 27% do total. A maioria, porém, já concluiu o ensino médio. São 58.892 pessoas.

Outras 21,3 mil pessoas são estudantes que estão no ensino médio, mas não devem concluir o ensino médio em 2025. São os chamados treineiros, que fazem a prova como preparação para os anos seguintes.

Outros 1,4 mil disseram que nem concluíram nem estão cursando o ensino médio.

g1-RN

Opinião dos leitores

  1. Na Paraíba foram 142 mil inscritos no Enem. Veja q diferença para o RN. Estamos lascados na educação.

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