Um dia você conhece a mulher da sua vida. Bonita, formosa. Faz juras de amor eterno. Ficam juntos e ela(isso mesmo, ELA), lhe oferece casa, comida, conforto e roupa lavada. Tudo perfeito. Oito meses depois, mesmo a mulher sendo perfeita, tudo muda. E as juras de fidelidade vão para o espaço. Você simplesmente trai os seus votos de fidelidade.
Mal comparando, é mais ou menos isso que aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Em dezembro do ano passado, os deputados se reuniram e unanimemente – eu repito, unanimemente – aprovaram o fim da reeleição por legislaturas seguidas. A Assembleia estava encerrando um período de nada menos que quatorze anos de reeleições, seis anos com Álvaro Dias e oito anos – quatro mandatos consecutivos – sob o comando de um deputado, no caso Robinson Faria. Quer dizer, em quatorze anos apenas dois presidentes. Grande democracia!!!
Para angariar apoio de outros que, naturalmente, postulam disputar a presidência da Casa, votou-se pelo fim da reeleição, de forma a garantir a alternância no comando da Casa. Tudo perfeito.
Poucos meses, mal iniciada a nova legislatura e empossados novos deputados, começou na Assembleia Legislativa um movimento de bastidores pela volta da reeleição. Assinaturas foram colhidas, almoços foram realizados, conversas foram travadas.
E nem bem voltou do recesso de meio de ano, a Assembleia, muito mais do rapidamente, já aprovou, em primeira discussão, a volta da reeleição.
Aquela que fora abolida em 15 de dezembro de 2010.
Detalhe: tanto para aprovar o fim da reeleição quanto para ressuscitá-la, os deputados precisaram mudar a Constituição Estadual e o Regimento da Assembleia Legislativa.
A aprovação, em primeira discussão, só não contou com o apoio dos deputados Walter Alves, que sonha ser presidente da Casa(vale lembrar que existia um compromisso que ele seria o próximo presidente, passaram por cima), e Fernando Mineiro, do PT. Gustavo Carvalho e Antônio Jácome não estavam presentes à sessão e, portanto, não votaram pela volta da reeleição.
De um total de 24 deputados, a aprovação contou com o apoio de 20, incluindo novos como George Soares, Gustavo Fernandes, Fábio Dantas, Tomba Farias, Agnelo Alves, Dibson Nasser e Hermano Morais.
E antigos como Ricardo Motta, Márcia Maia, Larissa Rosado, Leonardo Nogueira, Raimundo Fernandes, Gesane Marinho, Getúlio Rego, José Dias e Gilson Moura, que estão entre os que aprovaram o fim da reeleição em 15 de dezembro do ano passado.
Como muda de opinião rapidinho a nossa Augusta Assembleia Legislativa.
Por que será, hein?
Comente aqui