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Nos meios médico e de enfermagem, em grupos de whatsApp e nos corredores e salas de hospitais públicos e privados da capital e do interior não se fala noutra coisa.
Enquanto o Governo do Estado convoca um chamamento público emergencial para contratar a implantação de um hospital de campanha no estádio Arena das Dunas, uma arena multiuso, no valor de R$ 37 milhões, estruturas da rede estadual de saúde estão subutilizadas por falta de equipamentos e investimentos. Falta o básico.
O Blog do BG recebeu, de mais de uma fonte do setor médico, informações que relata a seguir e expõe, na opinião destes profissionais e especialistas, um erro estratégico grave tanto para o combate à prevenção à pandemia da Covid-19 quanto para o setor da saúde pós-crise provocada pelo novo coronavírus que está assolando o mundo.
O Governo do Estado dispõe de leitos ociosos na rede pública estadual de saúde. O Hospital da Polícia Militar conta com dez leitos de UTI adulta e outros leitos de UTI infantil. E numa situação de emergência poderia contar com mais 30 leitos no Centro Cirúrgico e no CRO do mesmo hospital.
Os investimentos seriam mínimos e os benefícios permanentes para a população depois de superada a pandemia do novo Coronavírus.
Em vez disso, o governo estadual prefere investir R$ 37 milhões de reais em um hospital de campanha numa arena multiuso, que será erguida do zero.
E será desmontado pós-pandemia.
Até agora nenhuma sinalização quanto ao uso do Hospital da Polícia Militar.
Para muitos médicos, a opção do governo do estadual está sendo comparada a uma piada de mau gosto ou a uma ação de caráter midiático, para chamar a atenção da população via veículos de comunicação e redes sociais.
Do mesmo jeito que o HPM, o Hospital Municipal de Natal e o Hospital Gizelda Trigueiro enfrentam problemas por falta de investimentos.
O Gizelda Triigueiro, especializado no tratamento de doenças infectocontagiosas falta máscaras e demais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para proteger os seus bravos profissionais. Não tem igualmente condições de fazer um simples eletrocardiograma na UTI e não tem ar condicionado na ala montada às pressas para atender a pacientes com a Covid-19.
Médicos e pessoal de enfermagem trabalhando com o suor pingando da testa.
Há algo também muito grave acontecendo no Hospital Walfredo Gurgel. Segundo relatos médicos, o Centro de Tratamento de Queimados, resultado de anos de luta de muitos profissionais de saúde, está sendo montado. Os pacientes serão transferidos para a área geral do HWG.
Um médico relatou ao Blog do BG que um paciente queimado precisa de espaço e ambiente limpos, climatizados e em boas condições para receber pessoas com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. Ele observa que, mesmo assim, é alto o índice de infecções entre pacientes queimados.
O Centro de Tratamento de Queimados no Hospital Walfredo Gurgel é o único do Rio Grande do Norte e referência na região Nordeste.
Mesmo assim, o Governo do Estado está desmontando o CTQ. Na expressão de outro médico, a desativação será uma “sentença de morte”.
Os médicos alertam que com todos os problemas que poderiam ser resolvidos com investimentos na rede pública de saúde, pelo menos uma coisa a pandemia da Covid-19 trouxe pelo menos uma mudança de cenário: as mortes, antes restritas aos corredores de hospitais como o Walfredo Gurgel, não permanecerão invisíveis, sem chamar a atenção dos veículos de comunicação.
E fica a pergunta que não quer calar: por que milhões de reais serão investidos para instalar hospitais de campanha em um estádio de futebol e em hotel desativado pela prefeitura em vez de serem gastos para equipar a rede estadual de saúde?
O Blog do BG lembra que, em sã consciência, ninguém pode ser contra a instalação de um hospital de campanha em virtude da gravidade da situação. Mas, perguntamos: não seria mais fácil e menos oneroso investir e ampliar de imediato a estrutura existente dos hospitais públicos, deixando um legado permanente para a população para depois da pandemia?
Em contato com diretores de hospitais privados, esses também confirmaram que ainda tem UTI disponível se o Governo do Estado ou Prefeitura precisassem reserva-las para combater o Covid-19.
Em Natal, por exemplo, o prefeito Álvaro Dias está todo dia na mídia falando do hospital de campanha em um hotel desativado na Via Costeira.
Enquanto isso, na rede básica de saúde da capital falta o básico.
Com a palavra, o Governo do Estado e a Prefeitura do Natal.
BG… você foi simplesmente perfeito. Sem falar também nos sucateados hospitais regionais que poderiam ser melhorados. E uma parte desse valor ser empregado na compra de EPIs.
Parabéns, BG. Você é nossa voz!!!
Uma excelente matéria, o hotel poderia ssr utilizado de forma conjunta, estado/municipio para assim reduzir despesas.
O que vemos no momento atual é a prefeitura de Natal c mais agilidade no enfrentamento do combate.
A SESAP e o governo no embate c várias opiniões e grupos se degladiando por poder.
O RN tem uma estrutura de 24 unidades hospitalares em todo o estado q com um investimento de melhoria na estrutura física e equipamentos poderia reduzir e muito as despesas c implantação de um novo espaço transformado em hospital de campanha, são muitas equipes trabalhando de forma desencontrada sem ouvir a opinião de profissionais e diretores de unidades.
Os profissionais exaustos c a rotina do trabalho e a falta de insumos e epi's para trabalhar de forma segura.
Esperamos q o estado encontre o rumo certo p as suas ações, pq se demorar, o caos será instalado.
Show! O hospital do arena das dunas ficará pronto após o pico da epidemia! Haja eficiência!
Excelente matéria, BG!parabéns!
Vendo alguns comentários, respeito todos, claro! Mas, afirmo que o governo "quer fazer midia", srsr, nao ta pensando em "salvar vidas" muito menos na população.Lembro ainda que a "LEI DO MOMENTO" permiti ele fazer o que "quiser" com celeridade, por tanto não existe isto de uma empresa ou outra receber pelo serviço prestado com 60 dias ou não receber, porque o dinheiro tem, pois, os estados estão recebendo "RIOS" de dinheiro do Governo Federal.
Em casos excepcionais e/ou extremos, todos os meios disponíveis devem ser utilizados. Assim, os Hospitais Militares e Privados podem e devem ser chamados para o front, além dos inúmeros profissionais que puderem ser convocados por diversos meios nas condições possíveis.
Numa guerra, como a que estamos travando, temos que nos unir e usar tudo que estiver ao alcance antes que seja tarde demais.
Lembrando sempre que "É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR!"
Parabéns ao prefeito Álvaro Dias, um gol de placa, um acerto essa ideia de fazer o velho hotel em um hospital de campanha. Já o governo do estado parece "patinar" nas próprias ideias.
É Hospital de campanha, ou Hospital da campanha??? Desde que vi o tipo de investimento naquele Hotel ficou a dúvida. Claro que sabemos da escassez de leitos e UTI (s) aqui no Estado, lógico que queremos a ampliação desses serviços, principalmente nesse terrível momento. Vemos que Estados menores têm recorrido ao exército e as outras forças para instalarem hospitais de campanha nos estádios e em outras locações, acredito que um custo bem menor. Esperamos que em um momento tão delicado nossos governantes de todas as esferas tenham responsabilidade, honestidade e compromisso com a sociedade, afinal de contas estamos falando de vidas.
Não eh bem assim. Sabemos do déficit nas UBS e nos hospitais municipais mas o hospital de campanha era necessário nesse momento de emergência.
O problema chama-se burocracia estatal.
A compra de equipamentos e insumos feita pelo estado demora no mínimo três meses, entre início de demanda e entrega do material, mais uns 60 dias pro fornecedor receber, se correr tudo bem com o processo.
Da forma como o mercado de insumos médicos está volátil ninguém quer fornecer pro estado para receber 60 dias depois, se receber.
Solução, contrato um hospital porteira fechada e a empresa (particular) vai ao mercado sem
Burocracia e adquire os insumos e equipamentos necessários.
Seria mais lógico equipar os hospitais públicos, seria.
Só quero ver quem vai fornecer ao estado numa crise dessas sem ter a certeza de que recebe e de quando recebe.
Parabéns excelente matéria… precisa investir nos hospitais existente . não podemos nos calar e um bem nosso , todos precisamos de hospitais estruturados e não mas um elefante branco ?????? Faz a ação e fica as obras em nossos hospitais # melhora nossos hospitais são 40 milhões no ralo … meu Deus ?
Disse tudo , BG !
???????
Muito estranho !