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Relatório de inspetores da ONU atesta uso de armas químicas na Síria

 O relatório dos inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado nesta segunda-feira afirma que armas químicas foram usadas num ataque nos arredores de Damasco, no dia 21 de agosto passado.

O documento da ONU não aponta responsáveis pelo uso do gás contra as vítimas. Os EUA e aliados acusam o regime de Bashar al-Assad pelo episódio, mas o ditador sírio nega e acusa os rebeldes que lutam por sua deposição.

O relatório menciona o uso de gás sarin. “Nossa conclusão é que armas químicas foram usadas em grande escala no conflito em andamento entre as partes, também contra civis, incluindo crianças”, diz trecho do relatório.

“Este resultado nos deixa com uma profunda preocupação”, dizem os inspetores.

Os inspetores afirmam que há “evidências claras e convincentes” do uso de gás sarin na região de Ghouta, nos arredores de Damasco. Segundo eles, as provas foram coletadas por meio do material do meio ambiente e amostras químicas e médicas.

De acordo com o relatório, os testes de sangue e urina de 34 vítimas do ataque deram “definitivas evidências” de exposição delas ao gás sarin, reforçando a análise clínica dessas pessoas, que apresentaram perda de consciência, convulsões, irritação nos olhos, entre outras coisas.

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, conversou com os diplomatas do Conselho de Segurança sobre o relatório, que lhe foi entregue pelo seu investigador-chefe para armas químicas, Ake Sellstrom.

Fontes da inteligência americana já haviam confirmado o ataque. Elas dizem que os mortos somam 1.429, sendo 426 crianças.

Ban disse na sexta-feira (13) que o relatório de Sellstrom seria uma confirmação “esmagadora” do uso de armas químicas. Ele também disse que Assad “cometeu muitos crimes contra a humanidade”, embora ele não tenha dito se as forças oficiais ou se rebeldes que lutam contra ele estiveram por trás do ataque.

Também nesta segunda, a Comissão de Inquérito da ONU sobre as violações dos direitos humanos na Síria anunciou que investiga 14 supostos ataques com armas químicas cometidos desde setembro de 2011. “Temos visto os vídeos, dispomos de análises de especialistas militares”, disse o presidente da comissão, o diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.

RESOLUÇÃO

Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido defenderam nesta segunda-feira “fortes” consequências para o governo da Síria caso não cumpra o acordo de entrega das armas químicas. Após uma reunião em Paris, os três governos buscaram um discurso único de que é necessário uma firme resolução da ONU que permita punir o regime.

“Queremos uma forte resolução do Conselho de Segurança da ONU que apoie um plano para o desarmamento com toda autoridade do conselho e que inclua sérias consequências se o plano não for implementado”, afirmou o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.

“Se a diplomacia falhar, a opção militar ainda está na mesa”, disse o secretário de Estado americano, John Kerry.

No sábado (14), depois de três dias de negociação, Estados Unidos e da Rússia anunciaram, em Genebra (Suíça), um plano para que a Síria entregue suas armas químicas.

Há mais de dois anos, rebeldes (na maioria sunitas), lutam para depor o regime de Assad (que é alauita, uma facção do islã xiita). As tropas oficiais contam com o apoio declarado do grupo radical islâmico libanês Hizbullah. Desde o começo do confronto, mais de 120 mil pessoas morreram, de acordo com estimativas da ONU tidas como conservadoras. Milhões de pessoas também foram obrigadas a se refugiar em países vizinhos.

Folha

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Diversos

Síria aceita proposta de colocar armas químicas sob controle internacional

A Síria aceitou nesta terça-feira colocar suas armas químicas sob controle internacional, informou a agência russa Interfax, citando o chanceler sírio, Walid al-Moualem. Mais cedo, Moscou afirmou que estava costurando um plano próprio com Damasco, que seria apresentado em breve a outras nações. A França, por sua vez, levará ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução que define condições para o desarmamento do regime de Bashar al-Assad.

Durante uma coletiva de imprensa em Paris, o chanceler Laurent Fabius afirmou que a resolução, sob o Capítulo 7 da Carta da ONU, cobrindo uma possível ação militar e não militar para restaurar a paz, alerta para consequências “extremamente graves” para a Síria se forem violadas essas condições.

De acordo com o chanceler, a Síria deverá informar o tamanho de seu programa químico e punir o responsável pelos ataques em 21 de agosto, que, segundo o governo americano, mataram mais de 1.400 pessoas, incluindo 400 crianças. Para o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, a aceitação por Damasco da proposta de desarmamento prova que “a pressão internacional tem funcionado”.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, ressalvou nesta terça-feira que a proposta, que foi anunciada por ele na segunda-feira, não era somente russa e surgiu durante contatos com os Estados Unidos. E afirmou que estava trabalhando com a Síria num plano para efetivar a proposta.

– A Rússia está agora em contato com a Síria para trabalhar no desenvolvimento de um plano viável, preciso e concreto – disse Lavrov, acrescentando que o plano será apresentado em breve.

O Globo

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