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Indústria petrolífera pode ser beneficiada por processo patenteado no RN

Anne Gabriela, professora da UERN, destaca que o desenvolvimento e inovação se deu no processo de síntese e obtenção desses materiais. Foto: Divulgação/UFRN

Cientistas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) receberam a patente do processo de desenvolvimento de nanomateriais aplicáveis na indústria petrolífera, sobretudo para a produção de biocombustíveis e bioaditivos. Contudo, a utilização pode ser mais ampla. É o que destaca a pesquisadora Anne Gabriella Dias Santos, integrante do grupo de inventores.

Segundo ela, o material pode ser utilizado em diferentes aplicações ambientais, como tratamento de efluentes, bem como, na indústria de produção de catalisadores. “A patente foi focada no processo de produção do catalisador, e com as características que o material apresenta, a gama de aplicabilidade é bem ampla. O próprio processo pode ser utilizado para modificar esses catalisadores e adequar-se a alguma situação específica, apresentando-se como outro fator de aumento da área de aplicação”, pontuou.

Um catalisador é uma substância que faz com que uma reação química precise de menor energia para acontecer, ao mesmo tempo em que aumenta a sua velocidade de reação, sem, contudo, participar dela. Por sua vez, os nanomateriais têm uma grande área de superfície específica, o que faz com que tenham propriedades de absorção mais fortes para outras substâncias. Assim, a utilização de nanomateriais como catalisadores é a junção do útil ao agradável: altera a taxa de reação, melhora a eficiência da reação, com excelente seletividade e com temperatura da reação menor.

“Nós usamos uma peneira molecular composta por sílica com a qual, a partir dela, consegue-se a produção de nanomateriais. Esses nanomateriais podem ser utilizados como catalisadores, em várias áreas. O desenvolvimento e inovação se deu no processo de síntese e obtenção desses materiais”, especifica Anne Gabriela, atualmente docente na UERN.

O registro da propriedade do invento foi concedido no mês de fevereiro pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sob a denominação Processo de Obtenção de Niobiosilicatos (Nbs-15) Nanoporosos com ajuste de PH via solução de HCl/KCl. Além de Gabriella, figuram como autores os pesquisadores Luiz Di Souza, Antônio Souza de Araújo e Valter José Fernandes Júnior. Os dois últimos são do Programa de Pós-Graduação de Química da UFRN, unidade onde a tese que deu origem ao pedido foi desenvolvida.

“Depois de tentarmos obter esses materiais por sínteses e métodos convencionais, que já tinham na literatura, e não obter sucesso, veio a ideia de fazer a pesquisa, em conversas com o professor Luiz Di Souza. Fizemos o estudo e chegamos com êxito ao resultado obtido. Então, foi feito todo um apanhado na literatura e visto que não havia nada sobre esse processo de síntese, demos entrada com o pedido de patente”, conta.

Um dos inventores envolvidos, Luiz Di Souza faleceu ano passado, primeira vítima da Covid no RN. Foto: Divulgação/UFRN

As cartas-patentes conferem a propriedade intelectual dos inventos de titularidade da UFRN, para uso aplicado pelos interessados, mediante licenciamento. Como retorno, a Universidade recebe royalties, divididos com os inventores. Daniel Pontes, diretor da Agência de Inovação (AGIR), frisou contudo que o depósito já permite que a tecnologia esteja disponível para o setor produtivo aproveitá-la a fim de melhorar seus processos e fluxos de trabalho.

A proteção das tecnologias desenvolvidas por inventores da UFRN tem como objetivo resguardar os direitos patrimoniais da instituição frente aos investimentos intelectuais e financeiros despendidos durante o seu desenvolvimento, mas também permitir que estes novos produtos e processos sejam licenciados por empresas que possam explorá-los comercialmente, gerando recursos para a instituição na forma de royalties que novamente serão investidos em inovação. Para Anne Gabriella, a obtenção da carta patente representa uma conquista para os pesquisadores, pois dá ânimo para seguir pesquisando e buscando sempre inovar e contribuir para o desenvolvimento da ciência e inovação do Brasil.

Com UFRN

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Diversos

Indústria pesqueira do RN é beneficiada com 17% de redução no valor do diesel

Foto: Aldair Dantas

Governo do RN renova adesão ao Programa de Equalização do Preço do Diesel para Embarcações Pesqueiras, conforme orientado pela Secretaria Especial da Aquicultura e da Pesca da Presidência da República, e estabelece a isenção do ICMS para cerca de seis milhões de litros de diesel que deverão ser adquiridos este ano pela frota cadastrada e aprovada pelo sistema. A cota anual de óleo diesel destinada ao abastecimento das embarcações inseridas no programa foi estabelecida pelo decreto de número 28.699, publicado no dia 24 de janeiro no Diário Oficial do RN.

O combustível distribuído para os 78 barcos beneficiados pelo programa será comercializado com redução de 17% sobre o valor final, por cada litro de diesel. Considerando que o insumo representa cerca de 30% do custo total do barco, a isenção do imposto tem gerado um impacto bastante positivo no faturamento de empresas, cooperativas e proprietários de barcos. A indústria pesqueira, uma das vocações naturais do nosso estado, representou 5,5% das exportações praticadas pelo RN, em 2018.

O programa foi desenvolvido para ampliar o grau de competitividade dos barcos brasileiros que atuam em área internacional, onde o combustível revendido é mais barato do que no Brasil. O presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (SINDIPESCA), Gabriel Calzavara, aponta a renovação do benefício como bastante positiva para o setor, uma vez que a pesca propicia empregos e renda para a população. “Com a equalização do preço do diesel, temos como aumentar o faturamento principalmente na produção que é exportada”, afirmou.

No RN, o governo concede isenção plena do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS), gerando um impacto social ainda maior. Todos os proprietários de barcos pesqueiros podem solicitar o benefício, desde que estejam com as licenças atualizadas. Infelizmente, as embarcações contempladas representam apenas uma parte da frota pesqueira do RN e beneficia principalmente os polos de Natal e Areia Branca.

Como a medida prevê a compra de no mínimo cinco mil litros por vez, esse fato inviabiliza a adesão de cooperativas e colônias de pescadores que não têm estrutura de tanques para armazenamento e bombas para abastecimento. Quanto a isso, o Governo do RN, através da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE) tem buscado recursos junto ao Governo Federal para melhorar as condições dos demais polos pesqueiros do RN. Detalhes sobre o decreto podem ser consultados na versão online do DOE no endereço https://bit.ly/2sU6xBn.

Opinião dos leitores

  1. Essa turma tem esses benefícios, além dos alguns outros, e o peixe, produto servido pela natureza, custa os olhos da cara.
    Sei não, hein!!

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