Geral

Fátima sanciona lei que reconhece como patrimônio cultural imaterial do RN “as práticas tradicionais de saúde popular e cura religiosa das benzedeiras”

Foto: Reprodução/DOE

Está na página 2 do Diário Oficial do Estado(DOE) desta quarta-feira(05) o reconhecimento da governadora Fátima Bezerra a lei número 10.892 como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio Grande do Norte, “os saberes, os conhecimentos e as práticas tradicionais de saúde popular e cura religiosa das benzedeiras”.

“FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica considerado como Patrimônio Cultural Imaterial do
Estado do Rio Grande do Norte, os saberes, os conhecimentos e as práticas tradicionais de saúde popular e cura religiosa das benzedeiras.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação”.

Veja íntegra AQUI.

Opinião dos leitores

  1. Parabéns governadora e demais envolvidos nesse contexto. As benzedeiras é parte da nossa cultura.

  2. Dessa forma, a Governadora e Cipriano, juntos, deverão autorizar que essa categoria atue no tratamento contra o Covid. Porém, o tratamento precoce não pode! Mesmo que tenha sido prescrito por médicos e autorizado pelo paciente.
    Vivas! Aos ramos de pinhão rôxo; folhas de espada de São Jorge e galinho de Arruda.

  3. Tratamento precose. com todo respeito as senhoras de idade benzedeiras, essa governadora é uma incompetente.

  4. Mais uma desse “governo de papel”. Só sabe fazer isso, medidas formais que nada acrescentam de concreto às necessidades do povo. O mundo desabando e o governo de papel só sabe dar nome a rodovia, criar dia da consciência disso ou daquilo, criar patrimônio imaterial. Quero ver a inauguração pelo menos de um ponto de ônibus nesse desgoverno incompetente.

  5. Por isso que Fátima não efetivou no RN nenhuma prática dentro das orientações científicas contra a pandemia, exemplo: negou hospitais de campanha com uti, descaminhou verbas que seriam pra respiradores, escondeu vacinas e negou até onde pode suas entregas e até desativou uti em pleno pico da pandemia, isso entre muitas outras. Ela acreditava que curava covid com rezadeiras. Agora ninguém pode reclamar de seu descaso.

  6. Esse decreto só perde para o decreto que o MINTO iria fazer para MUDAR a bula da cloroquina! Pense num decreto “poderoso”: iria mudar a eficácia de um remédio para servir pra COVID…

    1. O grande problema é querer saber e dar opinião em tudo, tem que ir a MOBRAL mais vezes.

    2. Né isso Afonso! Mas mesmo semi analfabeto e ignorante eu não acredito em toda mentira que sai da boca do MINTO! Mas pessoas letradas como você só podem estar certas em idolatrar a família das rachadinhas… Lulaladrão tem também asseclas apaixonados e “letrados”! Deve ser por isso que o Brasil é o que é: o povo tem político de estimação!

  7. Isto é que é providência em tempos de pandemia. Agora a cura chegou e a economia, depois desse ato, retornará ao patamar de antes do coronavírus. Parabéns, Fátima Bezerra. Agora o RN, no seu governo, decola. Finalmente, a Senhora começou a mostrar serviço.

  8. Se o governo Estadual segurar as vacinas, procurem uma benzedeira. Será que ela quis dar esse recado?

    1. Dessa vez você parece que acertou. Nada de medicação precoce, vá uma curandeira, elas tem comprovação científica.

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Diversos

Benzedeiras surgem em versão redes sociais: jovens, fiéis às lembranças das avós e bisavós, e dão a bênção virtual ou presencial

Mente aberta. A jornalista Isabela benze diariamente os filhos Joaquim e Maria Teresa, de 6 e 3 anos, e quem mais pedir Foto: Daniel Teixeira/Estadão

No Facebook, são quase 17 mil seguidores. No Instagram, mais de 7 mil. No WhatsApp, um plantão tira-dúvidas. Semanalmente, verdadeiros mutirões de benzedores — chamados de “ambulatórios” — coletam nomes de interessados em benzimento. Tudo de forma voluntária. E online.

Criado há quatro anos, o projeto Florescer Bento é uma das iniciativas que querem resgatar a cultura do benzimento, antiga tradição brasileira, resultado do sincretismo de fé católica, rituais indígenas e religiões africanas. É bom esquecer, no entanto, aquele estereótipo das velhinhas em trajes puídos em casebres escuros com dizeres sussurrantes. Na era das redes sociais, as benzedeiras (a maioria é mulher) são jovens, antenadas e conectadas.

Pâmela Souza, a idealizadora do Florescer Bento, tem 26 anos. Tomou contato com o benzimento em 2016. “Me deu um chilique e decidi ir a uma vivência do tema. Desmarquei tudo e fui.” Ela era aluna de Direito e trabalhava como assistente de um juiz. Sonhava seguir a magistratura.

Encantou-se pelo tema, descobriu que em sua família essas raízes estavam presentes – avós, bisavós e tataravós eram benzedeiras. Mudou sua vida, criou uma escola de formação e vive da difusão dos princípios do benzimento – o benzimento, em si, jamais pode ser cobrado. “Meu objetivo é resgatar a arte ancestral do benzimento a curto prazo. A longo prazo, que a tradição familiar seja retomada”, diz. Ela já capacitou 1,6 mil benzedeiros.

Uma dessas benzedeiras da nova geração é a jornalista e terapeuta de hipnose clínica Isabela Barros, de 42 anos. Quando ela deparou com o anúncio, no Facebook, de um curso de formação, reavivou as memórias da avó paterna que vivia em Arapiraca, no interior das Alagoas, e benzia os netos e as pessoas próximas. “Nem entendia o que ela falava, mas me sentia protegida”, recorda. Após o curso, realizado no fim do ano passado, Isabela diz que encontrou um lado seu “muito bonito, forte, que nem sabia que existia”.

“O benzimento é livre. No meu jeito de benzer eu chamo muito santo, essa é a coisa mais católica que eu tenho. Tenho um altarzinho aqui em casa, cheio de santo.” Ela benze diariamente os filhos, Joaquim e Maria Teresa, respectivamente com 6 e 3 anos, e quem mais pedir. Nos planos para o ano que vem está ampliar esse círculo. “Quero participar dos mutirões de benzimento, a distância e presenciais.”

Estalo

Pioneira desse movimento de reinvenção do benzimento, a bióloga e terapeuta holística Jacqueline Naylah, de 37 anos, teve o estalo com a morte da avó, há oito anos. “Eu me perguntei naquele momento onde estavam as benzedeiras. Ela foi a última mulher que benzeu? Quem iria perpetuar o legado de minha avó?”

Naylah começou a pesquisar e, aos poucos, a reproduzir o que a avó fazia. “Comecei a anotar as lembranças dela benzendo, das benzedeiras que vi na infância, o benzimento tem um rito em comum em todas.”

Ela publicou Diário de Uma Benzedeira e Eu Te Benzo: O Legado de Minhas Ancestrais. “Muitos dizem que sou a benzedeira da nova era, conectada com as redes sociais”, acrescenta. “Deus entende nossas necessidades. Se a benzedeira não consegue chegar, eu estou no Facebook, no Instagram. Minha avó recebia em casa, eu posso atender de forma remota.”

Coordenador do curso de História no Mackenzie, o teólogo e historiador Sérgio Ribeiro Santos pondera que o sincretismo religioso está na origem da cultura do benzimento. “O catolicismo chegou aqui com os jesuítas e encontrou-se com a herança indígena, o pajé e os curandeiros. Depois vieram os escravos com suas religiosidades africanas. Tudo isso criou um catolicismo popular em que o benzimento está presente”, explica.

Para ele, o risco de extinção dos benzedores populares pode ser explicado por fatores como a urbanização, a racionalização da religiosidade e o acesso maior à Medicina.

Convivência

A convivência da Igreja Católica com essa tradição costuma ser amistosa. “A rigor, a Igreja não condena os benzimentos. De certa forma até incentiva, como uma forma de oração de uma pessoa para outra”, analisa o vaticanista Filipe Domingues, doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. “O que a Igreja não reconhece é a validade sacramental dessas bênçãos.” As “bênçãos de leigos” não significam que a pessoa esteja abençoando, mas sim “pedindo a bênção de Deus”.

O sociólogo e biólogo Francisco Borba Neto, do Núcleo Fé e Cultura da PUC de São Paulo, ressalta que o gesto da bênção “é uma prática comum no catolicismo”. O problema “é a pretensão de uma ação ‘mágica’ da bênção”. E, diferentemente de ritos afros e indígenas, a Igreja não admite o entorpecimento dos sentidos por parte de quem abençoa – com bebidas alcoólicas ou alucinógenos.

Para a benzedeira Jacqueline Naylah, seus gestos são ecumênicos. “Sou de todas as religiões e ao mesmo tempo de nenhuma delas”, define. “Esta é uma visão muito presente na cultura do benzimento: a maior parte das benzedeiras antigas tinha um altarzinho com Menino Jesus, Oxum, Buda, Jesus Cristo… Lá em cima todos se entendem.”

Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. Preguiça, ignorância, idolatria.
    São rituais holísticos onde são invocadas diversas entidades.
    Basta orar ao Senhor, simples assim…
    A menos que vc não acredite Nele.

  2. Isso é legal!!!
    Sou desse tempo.
    No meu querido interior, tinha essas figuras, benziam com o que chamavam ramo de arruda, hoje não exister mais, faleceram todos.

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