Judiciário

Citado por Delcídio, FHC diz que ‘até no tempo de Jesus houve quem errou’

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que até no “tempo de Jesus Cristo houve alguém que fez alguma coisa errada”. O comentário foi feito no dia seguinte à revelação de que o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) afirmou em delação que no governo de FHC houve vários casos de irregularidades na Petrobras “muito semelhantes” aos apurados na Operação Lava Jato.

O tucano evitou falar sobre a denúncia feita pelo parlamentar, mas disse que no governo petista foi instituído um sistema de corrupção.

“Outro dia ouvi que no meu governo, no tempo de Jesus Cristo, houve alguém que fez alguma coisa errada. Sempre ocorreu. O que não tem é a implicação da organização com a bênção do governo”, afirmou o tucano em evento da seguradora Tokio Marine, na manhã desta sexta-feira (16).

FHC afirmou que o país está diante de uma “crise moral muito grande”, com “delações frequentes e a descoberta paulatina de que não se trata de um eventual desvio de conduta”. “É a organização como um sistema, a utilização de funções públicas com objetivos de obter vantagens para os partidos e para si, talvez mais para os partidos”.

Embora também tenha evitado falar das denúncias contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), FHC afirmou que “não dá para negociar com a questão moral, doa a quem doer”.

Aécio também foi citado por Delcídio em um dos termos de sua delação premiada. Segundo o ex-petista, o tucano recebeu propina de Furnas, empresa de economia mista subsidiária da Eletrobras.

O senador relatou ainda um caso na CPI dos Correios, que investigou o mensalão, no qual Aécio teria atrasado o envio de dados do Banco Rural para fazer uma “maquiagem” nas informações.

Depois da acusação, Aécio deve passar a ser investigado formalmente na Lava Jato.

Folha Press

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Judiciário

PGR pede abertura de inquéritos contra Renan, Jader e Delcídio

A Procuradoria-geral da República encaminhou nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos para que sejam abertos dois novos inquéritos para investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) por indícios de lavagem de dinheiro e corrupção. Os casos serão analisados pelo ministro Teori Zavascki, relator das ações sobre o escândalo do petrolão na Corte.

Os dois pedidos de inquérito estão em segredo de Justiça e envolvem também o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado pelos investigadores da Lava Jato como o preposto de Renan Calheiros no esquema de cobrança de propina em contratos fraudados na Petrobras.

Renan Calheiros já responde a outros inquéritos resultantes das investigações da Operação Lava Jato. Em um dos casos que motivou a abertura de investigação contra o presidente do Senado, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa informou às autoridades que Renan recebia dinheiro de empreiteiras contratadas pela estatal, realizava as negociatas em sua própria casa e recolhia propina da Transpetro, subsidiária da Petrobras então controlada por Sergio Machado, seu aliado. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-diretor da Petrobras disse ter sido apadrinhado na Petrobras pelo PP e pelo PMDB e afirmou ter se reunido na casa do senador Romero Jucá (PMDB-RR), na casa Calheiros e também com o deputado Aníbal Gomes para discutir propina.

As diversas referências a Renan nos autos da Lava Jato, incluindo as recentes delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e do lobista Fernando Baiano, demonstram, segundo o Ministério Público, que o peemedebista atuava no esquema de corrupção e fraudes em contratos na Petrobras. A força-tarefa de procuradores questiona as doações eleitorais recebidas pelo senador, apontando que várias empresas estavam envolvidas no esquema de corrupção de parlamentares e que elas utilizavam o sistema de doações eleitorais para camuflar o real objetivo das movimentações de dinheiro: o pagamento de propinas.

Já o lobista Fernando Baiano disse que repassou propina a integrantes do PMDB por conta da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e de contratos de sondas. Em acordo de delação premiada, conforme revelou VEJA, Baiano contou que o esquema de corrupção na área internacional da Petrobras começou em 2006, no governo Lula, e envolveu os senadores Renan Calheiros (PMDB), Delcídio Amaral (PT), Jader Barbalho (PMDB) e o ex-ministro Silas Rondeau, que, após o mensalão, substituiu Dilma Rousseff na pasta de Minas e Energia. Todos negam as acusações.

O presidente do Senado se manifestou sobre a questão por meio de nota:

O Presidente do Senado, Renan Calheiros, reitera que suas relações com as empresas públicas nunca ultrapassaram os limites institucionais. O Senador já prestou os esclarecimentos necessários, mas está à disposição para novas informações, se for o caso. O Senador acrescenta ainda que nunca autorizou, credenciou ou consentiu que seu nome fosse utilizado por terceiros.

Fonte: Veja

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Finanças

Citado por Delcídio, ministro da Justiça José Eduardo Cardozo diz não se lembrar de conversa sobre Cerveró

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse nesta quarta-feira (25) à reportagem que não se lembra de ter conversado com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) sobre o pedido de liberdade de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, preso na Operação Lava Jato.

“Eu converso diariamente sobre questões jurídicas que me são perguntadas por parlamentares. É comum que me perguntem. Mas não me lembro de nenhuma conversa específica sobre esse assunto com Delcídio”, afirma Cardozo.

Em áudio gravado pelo filho de Cerveró e entregue à Procuradoria-Geral da República, Delcídio diz que “conversou com Zé Eduardo” e “muito possivelmente o Marcelo da Turma vai sair”.

Segundo os áudios, Delcídio estava discutindo um possível habeas corpus para Cerveró que deveria ser julgado no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O “Marcelo”, a quem Delcídio se refere, seria o ministro Ribeiro Dantas, que era o relator da Lava Jato no STJ e julgaria o pedido.

O líder do governo no Senado foi preso nesta quarta em Brasília. A operação foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que o senador tentava conturbar as investigações da Lava Jato.

De acordo com Cardozo, o governo “foi surpreendido pelos fatos” e espera que a Justiça “siga seu curso normal”.

“As investigações devem seguir com autonomia”, disse o ministro. “Entendemos que os fatos não atingem a trajetória do governo”, completou.

CITAÇÃO A DILMA

Nos áudios entregues à PRG, Delcídio cita também a presidente Dilma Rousseff, em um contexto sobre a compra da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos.

“Então ele bota assim, a Dilma sabia de todos os movimentos de Passadena”, diz Delcídio em referência a uma suposta fala de Cerveró em sua delação.

Questionado sobre a citação à presidente, Cardozo afirma que Dilma “não tinha as informações do que efetivamente acontecia em Passadena”.

“Outros depoimentos dizem isso [que a presidente não tinha conhecimento de todos os dados da compra da refinaria]. Quem diz o contrário, mente deslavadamente”, completou o ministro.

Folha Press

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *