Judiciário

À CCJ do Senado, Augusto Aras critica Operação Lava-Jato, defende classe política e diz que não é ‘censor de autoridades’

Foto: Cristiano Mariz/O Globo

Na fala inicial em sua sabatina à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o procurador-geral da República, Augusto Aras, fez críticas à Operação Lava-Jato. Em referência ao seu antecessor, Rodrigo Janot, o atual procurador disse que “poderia distribuir flechadas, criminalizando a política”, mas não o fez. Ele defendeu que “cada político merece dignidade”.

— O modelo das forças-tarefas, com pessoalização, culminou em uma série de irregularidades que vieram à público, tais como os episódios revelados na ‘Vaza Jato’, a frustrada gestão de vultosas quantias arrecadadas em acordo de colaborações e acordos de leniência, por meio de fundos não previstos em lei — disse Aras aos parlamentares.

Ele afirmou ainda que as forças-tarefas tinham “deficiência de institucionalidade, sobretudo em alguns procedimentos de investigação”. Isso, na visão do procurador, culminou em uma lacuna de documentos, o que prejudicou o princípio da impessoalidade.

Aras tem boa aceitação no Senado justamente por suas críticas à Lava Jato. Durante sua gestão, a PGR acabou com as forças-tarefas de Curitiba, São Paulo e do Rio, substituindo-as por um novo modelo, com menor estrutura de apoio. Ele teve embates frequentes com os investigadores da operação, por causa da tentativa de obter cópia das bases de dados sigilosas e do esvaziamento das estruturas.

Com o intuito de rebater críticas de suposta omissão em relação ao governo, o atual procurador-geral afirmou que adotou as medidas cabíveis para apurar uma possível tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF e os atos antidemocráticos, além de apurações envolvendo ministros da Educação, da Saúde e do Meio Ambiente. Ele reforçou que o Ministério Público “não é de governo nem de oposição”, e sim um órgão constitucional.

— Posso citar decisões que não foram concordes com o governo, mas com a Constituição. A manifestação do PGR foi pela obrigatoriedade das vacinas. Foi pela constitucionalidade do inquérito das fake news. Este procurador-geral da República também requereu o inquérito dos atos antidemocráticos e manteve esse inquérito na via da primeira instância porque não foram constatadas ações de parlamentares nos atos referentes a organizações e financiamento. Isso não significa dizer que num futuro próximo parlamentares ou pessoas com prerrogativa de foro não venham a ser investigados — disse.

Ao ser indagado sobre um eventual alinhamento com Bolsonaro, Aras respondeu que não cabe a ele ser “censor” de autoridades, mas sim agir de forma técnica como “fiscal das condutas que exorbitem a legalidade”.

— O procurador já demonstrou que se tivesse alinhamento, o único alinhamento é com esta Carta. Já demonstrou que contraria, sim, posicionamentos de governos, mas também este procurador não é procurador da oposição.

O procurador também declarou que não permitiu que o Ministério Público “quisesse se substituir ao Legislativo, ao Judiciário ou ao Executivo” e defendeu a separação dos Poderes:

— Cumprir a Constituição é compreender a separação dos Poderes, é poder saber que o dever de fiscalizar condutas ilícitas não dá aos membros do Ministério Público nenhum poder inerente aos poderes constituídos, harmônicos e independentes entre si.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi pessoalmente à comissão acompanhar o início da sabatina. Ele sentou ao lado de Alcolumbre na bancada, onde permaneceu por cerca de 20 minutos. O ministro da Cidadania, João Roma, também esteve presente.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Esse sujeito ajudou, junto com o STF, a sepultar a Operação Lava Jato. Faltam homens de CORAGEM, de dignidade neste país. Sobram CANALHAS, ladrões que vivem se lambuzando na lama da corrupção. Como disse certa vez o ex-ministro das Relações Exteriores Oswaldo Aranha, “o Brasil é um deserto de homens e ideias”.

  2. Por esse discurso contra a Lava Jato que o PGR petista amigo íntimo de José Dirceu será reconduzido com folga e agrada tanto aos deputados petistas , como ao centrão como ao MINTO das rachadinhas, afinal, nenhum desses querem saber de ninguém combatendo a corrupção deles né! Parabéns MINTO , essa sua “nova política” é realmente muito diferente do que acontecia na época do PT viu… KKKKKKK

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Política

Bolsonaro diz que problema do Brasil é a classe política; presidente diz que país que tem tudo para dar certo

Bolsonaro disse que Brasil tem tudo para dar certo. Foto: Adriano Machado/Reuters – 11.04.2019

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (20) que o Brasil é um país que tem tudo para dar certo, mas que o problema é a sua classe política, acrescentando que isso precisa ser modificado.

Em evento na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Bolsonaro também disse que gostaria que a imprensa brasileira fosse isenta e voltou a defender a necessidade de uma reforma da Previdência, apontando que pode ser “salgada” para alguns, mas visa combater privilégios.

As declarações do presidente sobre a classe política brasileira vêm num momento em que seu governo coleciona derrotas no Congresso Nacional e no início de uma semana decisiva, em que o Planalto precisará conquistar votos no Parlamento para impedir que medidas provisórias importantes percam validade.

R7, com Reuters

Opinião dos leitores

  1. Interessante que ele é político há 30 anos e tem 3 filhos são políticos. Ainda tentou emplacar ex mulher como política. Mas é claro que os políticos não prestam…

  2. 513 deputados, 81 senadores, será que tem essa força que pensam que tem para querer derrubar um PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
    Estão esquecendo que quem o colocou lá foram mais de 57 milhões de pessoas, portanto não atrapalhem e deixem o homem trabalhar.
    O povo esta vendo, ouvindo e vai chegar a hora do barulho, portanto não menospreze a população. Com multidão ninguém pode é igual a água de uma enchente.

  3. Infelizmente já está tudo sendo armado pelos ratos de Brasília, em pouco tempo será pedido o impeachment do Presidente Bolsonado. O presidente não se encaixa no perfil dos parlamentares, não molhou a mão deles com milhões, não deu cargos, nem ministérios para esses partidos corruptos, ou seja, não joga o jogo sujo desses canalhas. O Brasil nos últimos 30 anos foi governado pelo PMDB e PSDB (nos bastidores), quem comanda os esgotos de Brasília sempre são esses 2 partidos, o PT se juntou com esses canalhas para chegar no poder, quando conseguiu já viu no que deu, vamos pagar por décadas essa conta da corrupção. Já o Jair que é a nossa última esperança está na minha opinião muito maleável, com muita conversa e pouca ação. Vou dar uma dica, Sr. Presidente, caso você queira terminar o seu mandato faça o seguinte, com a ajuda das forças armadas, feche o Congresso, o Senado e principalmente o STF (teríamos uma economia gigantesca), já que eles não nos representam mesmo, traga o COAF para o Ministério da Justiça, deixe Moro trabalhar e verás o resultado. Inclusive deixe investigar seu filho Eduardo sem se meter na conversa (se tiver culpa que seja julgado), e peça para os outros filhos ficarem calados, já que eles falam até demais. O povo já fez sua parte nas ruas e nas urnas, agora chegou a sua hora de agir. Ou você vira MACHO e mostra quem manda no Brasil, ou vai ser engolido por essa corja que nunca pensou no povo brasileiro e sim em seus interesses pessoais. Boa sorte Capitão. Abra o olho. O plano dos malfeitores já está armado e em breve será executado.

  4. É verdade presidente Bolsonaro, mas não desanime, um capitão, um guerreiro feito o Sr, não pode perder a guerra pra esses soldados desonestos, vamos segurar a Jumenta pelas zureia, não abra pra esses congressistas mal feitores de jeito nenhum, o país tem jeito sim, o Sr tem toda razão.
    Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.

    A vante meu Brasil!!

    1. Sabe quantas vezes um presidente que rompeu com o congresso se sustentou no cargo até o fim do mandato? ZERO vezes.

  5. Aqui no RN já tiramos alguns bandidos de cena; até preso foi; no Brasil tem muitos a serem extirpados.

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