Saúde

Ministério da Saúde agora diz que isolamento social só será flexibilizado quando rede de saúde estiver estruturada

Foto: Justin Paget/Superinteressante

O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (7) que o isolamento social só será flexibilizado quando a rede de saúde de estados e municípios estiver estruturada – o que significa a necessidade de esses locais terem, em quantidade suficiente, respiradores, equipamentos de proteção individual, testes laboratoriais, profissionais de saúde, leitos de UTI e de internação.

Foi uma referência ao boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira (7) pelo próprio ministério, que sinalizava para a flexibilização do isolamento social a partir da próxima segunda-feira (13) em cidades e estados com metade dos leitos e estrutura da saúde vagos.

Agora, o ministério diz que, mais importante que a data é a estruturação da rede de saúde: “Embora traga uma sinalização de data, 13 de abril, o boletim condiciona qualquer situação de diminuição do isolamento social às medidas de estruturação do sistema”, diz trecho de nota do ministério.

O órgão afirma que não será possível adotar medidas de relaxamento “sem o preparo da rede de atenção à população”. Isso porque o isolamento tem a função de retardar o pico da pandemia, de modo a dar tempo para estados e municípios preparar a assistência aos pacientes.

“As medidas de distanciamento social visam, principalmente, reduzir a velocidade da transmissão do vírus. Ela não impede a transmissão”, informa o ministério. Em entrevista à tarde, o ministro Luiz Mandetta disse que o documento dá “princípios” para a política de saúde sobre o coronavírus.

Medidas de transição

Pelas regras estipuladas no boletim, cidades com mais de 50% da capacidade de atendimento médico disponível podem passar do Distanciamento Social Ampliado (DSA) para uma transição ao Distanciamento Social Seletivo. Veja a diferença entre os dois tipos de isolamento e o bloqueio total (lockdown), de acordo com documento do ministério:

Distanciamento Social Ampliado (DSA): Estratégia que não tem limitações apenas para grupos específicos – todos os setores da sociedade devem permanecer em isolamento.

Distanciamento Social Seletivo (DSS): Apenas alguns grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.

Bloqueio total (lockdown): Nível mais alto de segurança com distanciamento de todos os cidadãos e também um bloqueio total de todas as entradas do perímetro da cidade/estado/país por profissionais de segurança. Ninguém tem permissão de entrar ou sair.
O distanciamento seletivo é feito apenas para algumas pessoas, idosos e pessoas do grupo de risco, com doenças preexistentes. Pessoas mais jovens e sem sintomas de coronavírus podem circular sem problemas. Atualmente, o país pratica o distanciamento ampliado que restringe ao máximo o contato entre as pessoas de qualquer grupo.

Mas o boletim destacou que há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de Covid-19. Os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia.

O Ministério da Saúde não informou a situação de cada região, mas apresentou cinco estados em situação de emergência, em que a incidência da doença está muito acima da taxa nacional (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Distrito Federal), e dois estados em atenção, pouco acima da incidência nacional (Rio Grande do Norte e Roraima). Os demais, que estão abaixo da média nacional, estão em estado de alerta.

As cidades que não apresentarem mais de 50% dos leitos vagos, entre outros critérios médicos, deverão manter o Distanciamento Social Ampliado até a estabilização do sistema de saúde.

“Hoje publicamos informações sobre o Distanciamento Social Ampliado, Distanciamento Social Seletivo, e Bloqueio Total (lockdown). As medidas são temporárias, localizadas e o governo federal está fazendo de tudo para que elas sejam minimizadas ao máximo possível”, disse nesta segunda-feira Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde do ministério, em entrevista a jornalistas.

G1

Opinião dos leitores

  1. Ficou com medo de perder o cargo, que decepção. Ceder aos caprichos do Capetão.
    Quer dizer que boa parte da sociedade vai ter que ser hospitalizada?, Se for pra atingir essa meta que ele fala, ela não vai ser atingida nunca. Isso é uma desculpa pra liberar.

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