Polícia

Ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo de mandado de prisão na Lava Jato

Foto: Reuters/Jorge Adorno

O ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo de mandado de prisão preventiva em um desdobramento da Lava Jato nesta terça-feira (19). A suspeita é que ele tenha ajudado na fuga de Dario Messer, considerado o doleiro dos doleiros. Messer está preso desde o fim de julho.

A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal fluminense, e Cartes terá o nome inserido na Difusão Vermelha da Interpol — a lista de procurados distribuída em aeroportos do mundo todo.

Até a última atualização desta reportagem, a Polícia Federal havia prendido três pessoas de um total de 19 mandados de prisão.

Myra Athayde, namorada de Dario Messer, presa no Rio;
Najun Azario Flato Turner, doleiro, preso em São Paulo;
Orlando Stedile, preso no Rio.

A Operação Patrón

A operação foi batizada de Patrón e é um desdobramento da Câmbio, Desligo. Em espanhol, a palavra significa “patrão” e é o termo reverencial que Messer se referia a Cartes. O ex-presidente é amigo da família Messer.

Desta vez, a ação tem como alvos pessoas que o ajudaram a fugir ou ocultar seu patrimônio.

A ação visa cumprir 37 mandados judiciais no Rio, em Búzios, em São Paulo e em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai.

16 mandados de prisão preventiva
3 mandados de prisão temporária
18 mandados de busca e apreensão

O G1 não conseguiu contato com as defesas de Cartes e Turner.

Doleiro dos doleiros

Messer estava foragido desde maio de 2018, quando foi deflagrada a Operação Câmbio Desligo. A investigação descobriu que doleiros movimentaram US$ 1,6 bilhões em 52 países.

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou um pedido de liberdade a Messer.

O doleiro responde a inquéritos policiais desde o fim dos anos de 1980. Neste período, movimentou dinheiro de forma suspeita de políticos, empresários e criminosos.

A investigação identificou que ele ocultou US$ 17 milhões em Bahamas e outros US$ 3 milhões pulverizou no Paraguai através de doleiros, casas de câmbio, empresários, políticos e uma advogada.

Cartes deixou o poder em 2018

O ex-presidente paraguaio Horacio Cartes deixou o poder em agosto de 2018 após cinco anos no poder.

O empresário, considerado um dos mais ricos do Paraguai, chegou ao poder em abril de 2013. Sua eleição representou o retorno ao poder do conservador Partido Colorado, que dominou a política local durante 60 anos, incluindo os mais de 30 anos da ditadura de Alfredo Stroessner.

A hegemonia do partido havia sido interrompida em 2008, ano da eleição de Fernando Lugo, deposto do cargo em 2012.

O ex-chefe de estado paraguaio é presidente do Grupo Cartes, um conglomerado de empresas que produzem bebidas, cigarros e charutos, roupas e carnes, além de gerenciar diversos centros médicos.

Ele se associou ao Partido Colorado apenas em 2009. Por isso, quando assumiu a presidência da república, aos 56 anos, ele era considerado novo na política.

Porém, ele já era muito conhecido por sua trajetória empresarial. Após cursar a universidade nos Estados Unidos, ele retornar ao Paraguai para iniciar sua vida no mundo dos negócios, na empresa do pai, Ramón Telmo Cartes Lind.

G1

Opinião dos leitores

  1. Isso eh tudo culpa de Moro! Foi inventar de combater a corrupção dos grandes bandidos do continente… Mas Lulaladrao eh o único inocente viu! Kkk

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