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‘Ilegal e inconstitucional’: o que dizem os alvos da operação contra fake news

Foto: Reprodução/Twitter

A operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (27), referente à investigação sobre notícias falsas conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apura ameaças a ministros da Corte, teve como alvo uma série de políticos, principalmente entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Entre os investigados estão os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Daniel Silveira (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Felipe Barros (PSL-PR), Geraldo Junio do Amaral (PSL-MG) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), além dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Paulo Gil Diniz (PSL-SP).

No Twitter, Zambelli afirmou que a operação é “ilegal e inconstitucional” e deve ser repudiada por quem respeita a legislação brasileira.

“Toda pessoa que respeite a lei tem a OBRIGAÇÃO DE REPUDIAR essas buscas no âmbito de um inquérito ILEGAL E INCONSTITUCIONAL, sem fato determinado e já arquivado pela PGR” escreveu a deputada na conta que mantém na rede social.

“Se você aplaude a ação ilegal contra seu adversário, não adianta reclamar quando ela se voltar contra você”, completou.

Em uma segunda publicação na mesma rede, ela afirmou que os brasileiros vivem em “estado de exceção”.

“Está na hora do Sr. @davialcolumbre cumprir seu dever constitucional e analisar com carinho os pedidos de impeachment contra o responsável por esse absurdo”, escreveu, citando o presidente do Senado, David Alcolumbre, e se referindo ao ministro Alexandre de Moraes, que autorizou os mandados e comanda o inquérito no STF.

À CNN, Garcia disse “repudiar a ação e atitude” do ministro Alexandre de Moraes. Já no Twitter, ele chamou de perseguição a operação. “Polícia Federal no meu gabinete: a perseguição do inquérito inconstitucional 4.781 estabelecido pela ditatoga com o intuito de criminalizar a liberdade de expressão e a atividade parlamentar”, escreveu na rede social.

“A Polícia Federal está neste momento no gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL) para apreender computadores, suspeitos de terem sido utilizados para disparar informações falsas (fakenews), durante o horário de expediente, por funcionários públicos, com dinheiro público. Dentro de um ano e meio de mandato, essa é a segunda vez que a PF aprende máquinas do gabinete desse deputado para investigar essa relação com o disparo de fakenews”, afirmou o PSL, em nota.

Os agentes da PF cumprem 11 mandados de busca e aprensão na cidade de São Paulo, 3 em Araraquara, no interior de SP, 6 no Rio de Janeiro, 3 em Brasília, 3 no Paraná, 3 em Santa Catarina e 1 no Mato Grosso.

O inquérito, que corre em sigilo, foi aberto no dia 14 de março de 2019 pelo presidente do STF, Dias Toffoli, com a intenção de investigar a existência de uma rede de produção e propagação de fake news.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, determinou que os deputados que são investigados no inquérito que apura fake news e ameaças a integrantes da corte sejam ouvidos pela Polícia Federal em até dez dias.

A assessoria do deputado Filipe Barros informou que ele não foi notificado nem no gabinete em Brasília, nem em sua residência em Londrina sobre depoimento que supostamente deve prestar.

Roberto Jefferson

O ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, também foi alvo da operação. À CNN, Jefferson disse que a PF estava em sua casa em Comendador Levy Gasparian, município do Rio de Janeiro já próximo de Juiz de Fora, Minas Gerais, para cumprir mandado de busca e apreensão, mas deixou o local sem levar nada.

Segundo Jefferson, os agentes da PF foram educados, muito gentis e informaram que estavam atrás de um fuzil não cadastrado, o mesmo que Jefferson teria publicado em uma foto nas redes sociais. Os policiais federais também estiveram na casa da ex-mulher de Jefferson, no interior do estado, por volta das 6h da manhã.

O ex-deputado informou que nada foi apreendido em sua casa e de sua ex-mulher e que armas que ele possui são todas públicas.

Questionado sobre ataques de políticos ao STF, Jefferson disse que isso vai continuar, infelizmente. Em suas redes sociais há ainda menções sarcásticas contra a ministra Cármen Lúcia.

Outros alvos

Fora do campo político, a PF foi atrás do empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, do blogueiro Allan dos Santos, do músico e humorista Rey Biannchi, do youtuber Enzo Leonardo Suzin Momenti e da ativista bolsonarista Sara Winter.

A ativista Sara Winter confirmou no Twitter que os agentes da PF estiveram em sua casa no começo da manhã. Ela chamou o ministro Moares de covarde e disse que ele não a calaria.

“Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável”, escreveu na conta que mantém na rede social.

O humorista Rey Biannchi usou a mesma rede social para dizer que não ficou com medo da operação. “Sou honrado, íntegro e a Verdade está ao meu lado”, escreveu no Twitter.

Em outra mensagem publicada na mesma rede, ele afirmou que a operação era uma tentativa de coagi-lo.

CNN Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. O stf JÁ PERDEU O SENTIDO DA PALAVRA. ESTÃO SE PREOCUPANDO COM PICUINHAS E DEIXANDO AS MAIS IMPORTANTES DE LADO, Q SÓ E SOMENTE ELE, O stf PODERIA DECIDIR.

  2. Relembrar Millôr nunca é demais: "O Brasil é o único país do mundo em que ratos põem a culpa no queijo". Foi assim ontem com a quadrilha petralha, é assim hoje com a milícia bolsotralha. E daí?

  3. investigar FAKE NEWS ? pelo amor de Deus , coloquem a policia Federal pra prender traficantes, ladrões de bancos, políticos corruptos, mas perder tempo com FAKE NEWS ? , tenha santa paciência, tanta coisa mais importante pra investigar.

    1. Quem cria fake News é bandido também. Os que propagam, algumas vezes, são só burros mesmo.

  4. Quando um juiz (Moro) combina com a parte Ministerio Publico Federal(Dalagnol) como vai ser o processo contra um ex presidente, outra parte(Lula), tudo vira normal. Vale pra todos, o fim do devido processo legal. Todos.

    1. Imagine vc sofrer uma ação policial, sem saber do que tá sendo acusado, ou que a especulável acusação nem crime é; onde quem inventa a lei incriminadora, prende, acusa e julga é a mesma pessoa. Tá achando bunitim pq não é contra vc, né?

    1. Até ontem tinha sido Bolsonaro que mandou retaliar os investigados, e hoje quem mandou?

  5. Moro é cirúrgico em desmoronar castelos e palácios. Bem que o Intercept falava. Mas ninguém acreditava. A turma de Coritiba está produzindo provas, indícios e convicções. O ex-juiz e ex-ministro é FODA! Chupa que é de uva, e não de Lula.

    1. Até o momento em que vc for devassado por emitir opiniões.
      Mas basta ficar quietinho.

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