Política

Direita, esquerda, centro, liberal: para onde vai o eventual governo Temer?

19abr2016---o-vice-presidente-michel-temer-fala-em-frente-a-sua-casa-no-bairro-de-pinheiros-zona-oeste-de-sao-paulo-sp-ele-falou-a-jornalistas-que-vai-aguardar-silenciosamente-a-decisao-do-senado-146107888933Foto: Pedro Kirilos-19.abr.2016 / Agência O Globo

Entre reuniões públicas e privadas, o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, monta aquele que, acredita-se, será o seu futuro ministério se a presidente Dilma Rousseff (PT) for afastada pelo processo de impeachment. Se, por um lado, há certo consenso de que uma eventual queda de Dilma será uma dura derrota das esquerdas, por outro, restam algumas dúvidas sobre quais direções e “cores” um governo de Michel Temer pode vir a ter.

A reportagem do UOL consultou economistas e cientistas políticos para saber: Temer representaria uma “saída” à direita?

Os principais pontos de partida para a análise de um eventual governo Temer na área econômica são o programa “Uma Ponte para o Futuro”, lançado em outubro de 2015 pela Fundação Ulysses Guimarães, braço do PMDB comandado por Moreira Franco, “homem forte” de Temer, e as alianças e apoios políticos já anunciados em torno do vice.

O programa “Uma Ponte para o Futuro” prevê medidas como a implementação de uma idade mínima para a aposentadoria, a redução da ação do Estado na economia, a desvinculação das receitas constitucionalmente previstas para gastos em áreas como saúde e educação, a flexibilização de normas trabalhistas e a retomada do processo de concessões. As medidas são criticadas por partidos de esquerda, que as classificam como “neoliberais” e como sendo “de direita”.

No campo político, partidos como PSDB, PSB e legendas do conhecido “centrão” (PP, PR, PTB, entre outras) já manifestaram apoio, ainda que de forma tímida, a um governo Temer. Na última quarta-feira (27), por exemplo, Temer se reuniu com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que anunciou o apoio sinalizando para a participação do partido no governo do PMDB. Nos últimos dias, líderes das bancadas evangélica, da bala e ruralista cobraram apoio de Temer às suas pautas após terem votado, em peso, pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Nesta segunda, o PMDB deve lançar o programa “Travessia Social”, que deve jogar mais luz sobre as propostas do partido para a área social.

Em meio às incertezas sobre o eventual governo do vice-presidente, veja o que os economistas e cientistas políticos ouvidos pelo UOL disseram:

Como será a agenda econômica de Temer?

“Do ponto de vista eminentemente econômico, esse programa [Ponte para o Futuro] traz, sim, uma agenda de cunho mais liberal, que quer reavaliar políticas públicas, avançar em temas como concessão e repensar a ação do Estado na economia pra desfazer esse intervencionismo estatal”, declara Zeina Latiff, economista-chefe da XP Investimentos.

“No campo econômico, o programa do PMDB é liberal, sim. Ele põe o setor privado, e não mais o Estado, como centro de gravidade da economia. Veja que a presidente Dilma defendia o papel do Estado como indutor do crescimento econômico. Essa agenda faz o contrário e põe a iniciativa privada como protagonista”, afirma Carlos Alberto Ramos, professor titular da Faculdade de Economia da UnB (Universidade Nacional de Brasília).

“Se restringirmos a discussão apenas ao plano econômico, podemos classificar esse programa como liberal, mas acho que essa é uma agenda que está além de ser de esquerda ou de direita. É uma agenda que países europeus adotam independentemente dos campos ideológicos”, diz Antônio Carlos Alves dos Santos, economista e professor da PUC-SP.

Politicamente, como classificar o eventual governo Temer?

“A julgar pelas figuras apresentadas até agora como José Serra (PSDB-SP) e Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central), eu colocaria como centro-direita. O aporte do PSDB, que ainda não é garantido, não seria suficiente para dar a esse novo governo um perfil mais à esquerda. Ao mesmo tempo, ele terá o apoio de partidos que têm uma abertura mais à direita”, diz Roberto Romano, professor de ética e filosofia da Unicamp.

“Existem duas possibilidades. A primeira é o governo Temer fazer uma aliança política e programática em torno da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB) complementada pela adesão do chamado ‘centrão’. Aí, teríamos um governo de centro-direita. A outra possibilidade é o PSDB continuar boicotando o eventual governo Temer. Isso levará a uma aliança do governo apenas com o ‘centrão’, que tem partidos mais alinhados à direita. Se isso acontecer, aí poderíamos dizer que teríamos um governo de direita”, afirma José Augusto Guilhon Albuquerque, professor de Ciência Política da USP

“É difícil rotular um possível governo do Temer ideologicamente, mas acho que será de centro-direita. Essa centro-direita vai representar o setor privado, na medida em que ele [Temer] tentará atrair a confiança para os investimentos e isso quer dizer que ele terá que fazer reformas que a esquerda, certamente, vai combater. Essa centro-direita também terá o apoio de segmentos religiosos como a bancada evangélica, embora eu não saiba dizer se o Temer vai atender às demandas dela”, declara David Fleischer, cientista político e professor titular da UnB (Universidade Nacional de Brasília).

UOL

Opinião dos leitores

  1. Jura que vão chegar a presidência…kkkkkk a mortadela virou presunto na mesa do pobre …O povo não quer, e o PT vcs não sabem que capazes de qualquer coisa ?

  2. Coxinhas de todo Brasil fiquem tranquilos, o de vcs esta guardado. Infelizmente vão volta a passar fome. Eu lamento muito, agora fazer o que? São burros mesmo! Até 2018 quando terão mais uma oportunidade com lulalalala.

    1. Procure no fim da AV. Alexandrino de Alencar, existe um Hospital ali, tem Médicos a sua espera, eles tratam de lavagem cerebral, burrice e loucura, vá se tratar!

    2. Não cabral, o Brasil não será rebaixado a situação da Venezuela.
      Os fascistas do PT não vão levar o Brasil a ser uma reedição de Cuba.
      O lado alimentado pelo ódio ao povo, hoje é menos de 8% e logo, logo, será, talvez 2%.
      Quem vai passar fome são os beneficiados pelos cargos públicos e distribuição ilegal de dinheiro público feito pelo PT. Os coxinhas trabalham e produzem, ganham a vida com o fruto de seus trabalhos, não dos desvios e corrupção.
      Que Lula venha para eleição, quando seus discursos mentirosos, falsas promessas, enroladas, e palhaçadas agora terão um entendimento oposto ao que existiam até 2014. Lula perdeu toda credibilidade, ele e o PT vão pagar o preço de tudo que vivemos agora. Em breve o PT será um partido nanico. VIVA A REALIDADE, VIVA A VERDADE, VIVA O BRASIL!

    3. O coxinha do roger vai ficar feliz no brasil colombia narco. Eu lamento, mais para alegria geral do Brasil pesquisas apontam lula com 30%. Marina 22% e somando helicoca, furnas, traidores, trambiqueiros, doria e merenda escolar 17%.

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