Esporte

Presidente da Fifa questiona clubes brasileiros: se faturam tanto, por que os jovens vão embora tão cedo?

Foto: Getty Images

Em sua primeira entrevista coletiva depois de ter sido reeleito presidente da Fifa, Gianni Infantino lançou um questionamento aos clubes sul-americanos, em especial aos brasileiros:

– As receitas dos grandes clubes brasileiros não estão longe dos europeus. Ainda quero saber por que os bons jogadores deixam o Brasil – disse, ao responder a uma pergunta sobre a desigualdade entre os clubes europeus e seus pares da América do Sul.

Minutos mais tarde, o dirigente detalhou seu raciocínio. Para ele, é natural que os melhores jogadores de países como o Brasil atraiam o interesse dos grandes europeus. O problema, disse, é que os países exportadores perdem jogadores para “o segundo, o terceiro e o quarto nível” de clubes para a Europa.

– Se os jogadores vão embora para o Real Madrid, então ok. Mas nem todos vão para o Real Madrid. Então por que não ficam no Flamengo? No Fluminense? No Santos? O garoto que surge num clube brasileiro ou português, se ele fica um pouco mais, se ele tem a chance de jogar um Mundial de Clubes e aí sim ir direto para o Real Madrid.

Embora a arrecadação de clubes brasileiros venha crescendo ininterruptamente nos últimos anos, os times que mais faturam, como Flamengo e Palmeiras, não estariam nem entre os 20 primeiros de um hipotético “ranking mundial de faturamento”. Os demais estariam distantes do top 30.

O discurso de Infantino serve para defender o novo Mundial de Clubes, que será disputado a cada quatro anos por 24 participantes – oito da Europa, seis da América do Sul e fez outros times dos demais continentes. O torneio enfrenta oposição da ECA, a Associação que representa os clubes ricos da Europa.

– O futebol hoje é global, mas todas as receitas vão para o mesmo lugar. O grupo muito pequeno de clubes, eu diria 10, ou nem 10, concentram todas as chances de serem campeões do mundo. Eu quero que 50 clubes possam ter essa chance, e pode ser 25 da Europa, mas os demais do México, do Brasil, dos EUA, da China e de outros lugares – disse Infantino.

Mudanças no calendário

O presidente da Fifa também deu a entender que pode promover mudanças no calendário do futebol mundial nos próximos anos.

– Eu trabalhei 16 anos na Uefa, então passei muito tempo defendendo uma parte do mundo, contra as outras cinco. Aqui na Fifa não temos que reduzir o poder da Europa, mas sim aumentar o poder dos demais continentes. O calendário hoje é muito eurocêntrico.

Globo Esporte

 

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Diversos

Presidente da Fifa cogita extinguir regra do gol fora de casa

A tradicional  regra do gol fora de casa, em confrontos mata-mata, pode ser extinta dentro dos próximos anos. Ao menos é o que indicou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em sua coluna na revista da entidade. O mandatário crê em uma clara vantagem para a equipe que joga o segundo fora de casa o segundo jogo e deixa aberta as possibilidades para mudanças:

” É hora de repensar o sistema. O futebol progrediu desde os anos 60, então a regra dos gols fora de casa precisa ser questionada. Essa regra ainda faz sentido? A ideia vem de uma época quando os jogos fora de casa eram muitas vezes uma grande aventura, com grandes e longas viagens muitas vezes envolvidas na equação. Agora, porém, essa regra beneficia o clube que joga fora de casa a segunda partida de um confronto mata-mata”, comentou, ainda acrescentando:

“Na realidade, ela favorece o clube que joga fora de casa no segundo jogo. Quando o placar está empatado, o time tem mais 30 minutos mais que o oponente para marcar um valioso gol fora. Afinal, no primeiro jogo não há prorrogação”, completou.

A regra está presente nas maiores competições de clubes, como Libertadores e Liga dos Campeões;

Fonte: Futnet

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