Judiciário

Lula, Palocci e Paulo Bernardo viram réus acusados de receber propina da Odebrecht

FOTO: ANDRE PENNER AP

O juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público e tornou réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo e o empresário Marcelo Odebrecht.

Lula, Palocci e Paulo Bernardo são suspeitos de terem recebido propina da construtora Odebrecht em troca de favores políticos. Segundo a acusação, a empreiteira prometeu a Lula, em 2010, R$ 64 milhões para ser favorecida em decisões do governo. De acordo com o Ministério Público Federal, o dinheiro teria sido colocado à disposição do PT.

A denúncia afirma que uma das contrapartidas solicitadas pela Odebrecht seria interferência política para elevar para R$ 1 bilhão um empréstimo concedido a Angola pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Após a concessão do empréstimo, a construtora brasileira, que havia sido contratada pelo país africano, captou parte dos valores obtidos junto ao BNDES. A liberação do financiamento foi assinada por Paulo Bernardo, que, à época, era ministro do Planejamento.

A TV Globo teve acesso à decisão que tornou Lula, Palocci, Paulo Bernardo e Marcelo Odebrecht reús. No despacho assinado nesta quarta (5), o juiz destacou que “a peça acusatória está jurídica e formalmente apta e descritiva” e, inclusive, contém vídeos, mensagens de e-mails, planilhas, relatórios policiais e outros documentos.

Veja abaixo os crimes a que cada um vai responder na ação penal:

1) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (à época Presidente da República), PAULO BERNARDO (à época Ministro de Estado) e ANTÔNIO PALOCCI FILHO (ex-Ministro de Estado), teriam praticado, em 2010, o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do Código Penal (com a causa de aumento de pena do art. 327, § 2o do Código Penal), pela aceitação de promessa e recebimento de 40 milhões de dólares (64 milhões de reais) em contrapartida ao aumento da linha de crédito para financiamento da exportação de bens e serviços Brasil e Angola em benefício do ODEBRECHT, cuja autorização pelo Governo Brasileiro (a Angola) teria sido à época de 1 bilhão de dólares.

2) MARCELO BAHIA ODEBRECHT, em 2010, teria praticado o crime de corrupção pela promessa e pagamento dos mesmos quarenta milhões de dólares (64 milhões de reais) em contrapartida ao aumento de crédito Brasil-Angola a que alude o item anterior.

3) ERNESTO SÁ VIEIRA BAIARDI e LUIZ ANTÔNIO MAMERI (aditamento à denúncia), em 2010, teriam, juntamente com MARCELO BAHIA ODEBRECHT, praticado o crime de corrupção pela promessa e pagamento desses quarenta milhões de dólares (64 milhões de reais) em contrapartida ao aumento de crédito Brasil-Angola a que alude o item 1.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Eu não canso de informar a vcs, q réu é somente o acusado condenado após os trâmites processuais.
    Enqto não há condenação, não tem q se falar em réu. Há denunciado, acusado, requerido, promovido, mas NÃO RÉU.
    Deixem de quererem ficarem imitando a globo. Eles TB estão errados.

  2. Melhor seria se devolvesse o dinheiro que roubou. Seria a pena ideal para todo corrupto, não excluindo a cadeia, claro.

  3. Por enquanto ainda faltam sete processos para serem julgados contra o encantador de jumentos e alienados cognitivos, os coitados não dão mais nem um pio para defender seu bandido-mor de estimação…??????

  4. Se f…deu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Vai apodrecer no xilindró…Que sirva de lição pra todos esses corruptos que dilapidaram nosso país!!!!!!

  5. Lula e a fina flor do PT envolvidos em mais uma falcatrua… Quem diria hein… Qualquer um que não tenha bandido de estimação, creio eu.

  6. Mentira! Lula – a alma mais sebosa, digo honesta deste país será processado novamente?? Não acredito! Isso é góipi!

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Finanças

Delator diz que começou a receber propina de forma 'pessoal' em 1997 e 'institucionalizada' em 2003

2015-797783928-2015031058239.jpg_20150310Ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco chega ao Congresso – Givaldo Barbosa / Agência O Globo

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou na CPI da Petrobras que recebeu propina de forma pessoal a partir de 1997 (governo Fernando Henrique) e que a partir de 2003 (governo Lula) o pagamento foi de forma “institucionalizada”, com a participação de outras pessoas da companhia.

– Como faz parte do meu termo de colaboração, iniciei a receber em 1997, 1998. Foi uma iniciativa pessoal minha junto com representante da empresa. Descrevo no meu depoimento, vou reiterar o que está dito. Na forma mais ampla, em contato com outras pessoas, de forma mais institucionalizada, isso foi a partir de 2003, 2004 – disse o ex-gerente

Barusco fez acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato e concordou em devolver cerca de US$ 100 milhões que recebeu como propina.

O depoimento de Pedro Barusco ocorre no plenário 2. A advogada do delator, Beatriz Catta Preta, solicitou formalmente que o depoimento fosse secreto mas, após negociação, foi firmado um acordo para o depoimento ser aberto. Apenas questões pessoais deverão ser feitas a portas fechadas.

O ínício da sessão foi marcada pela discussão sobre a possibilidade de investigados participarem dos trabalhos da CPI.

– Essa CPI não pode começar em pizza. Não há condição de investigado investigar – disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Antes, o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) afirmou que não tem poder para substituir os membros investigados.

– Esse pedido deve ser feito aos líderes partidários – disse ele.

BARUSCO APONTA US$ 200 MILHÕES PARA O PT

Em sua delação premiada à Justiça, entre outras afirmações, Barusco declarou ter recedido, desde 1997, propina de empresas que mantinham contrato com a Petrobras; e que, a partir de 2003, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, passou a participar do esquema – segundo o delator, Vaccari teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas para o PT entre 2003 e 2013.

Barusco relatou ainda que seu ex-chefe, o então diretor de Serviços Renato Duque, pedia quinzenalmente R$ 50 mil em dinheiro de propina cobrada em contratos com a Petrobras e que continuou a recebê-las em conta no exterior, mesmo depois de ter deixado o posto, em 2012. Barusco disse que Duque não precisava exigir dos empresários o pagamento de propina, pois ele era endêmico na Petrobras e “fazia parte da relação”.

Ainda de acordo com Barusco, também era cobrada propina dos contratos que envolviam a Diretoria de Gás e Energia, que teve como diretores Ildo Sauer e Graça Foster.

A convocação de Barusco, como primeiro depoente da CPI, foi fruto de um acordo entre deputados da oposição e do governo. Depois dele, serão ouvidos os ex-presidentes da Petrobras Sergio Gabrielli e Graça Foster.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. De forma pessoal: entrava no bolsinho DELE (Pedro Barusco)
    De forma institucionalizada: entrava no bolsinho da INSTITUIÇÃO DELE (PT).
    É Profissional ….

  2. Isso Rodrigo, e de forma a financiar as campanhas do PT em 2004. Você leu bem direitinho.

  3. Deixa ver se entendi direito…
    "Recebeu propina de forma pessoal a partir de 1997 (governo Fernando Henrique)?"

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