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Astrônomos encontram superTerra próxima ao centro da Via Láctea

Foto: Cornell University

Astrônomos da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, descobriram uma superTerra próxima ao centro da Via Láctea, segundo um estudo publicado na edição de maio do The Astronomical Journal. O planeta faz parte de um pequeno rol de astros cujo tamanho e a órbita são comparáveis ​​aos da Terra.

“Para se ter uma ideia da raridade da detecção, o tempo necessário para observar, devido à estrela hospedeira, foi de aproximadamente cinco dias, enquanto o planeta foi detectado apenas durante uma pequena análise de cinco horas”, contou Antonio Herrera Martin, líder da pesquisa, em comunicado. “Depois de confirmar que [a descoberta] foi realmente resultado [da detecção] de outro ‘corpo’ diferente da estrela, e não um erro instrumental, começamos a obter as características do sistema planeta-estrela.”

Usando o Sistema Solar como referência, os astrônomos calcularam que a estrela hospedeira da superTerra tem cerca de 10% da massa do nosso Sol, enquanto o planeta tem uma massa entre a da Terra e a de Netuno e órbita de 617 dias. Já a distância entre o astro e sua estrela é equivalente ao espaço que existe entre o Sol e a área situada entre Vênus e a Terra.

De acordo com Herrera Martin, o planeta foi descoberto usando uma técnica chamada microlente gravitacional, que é extremamente específica — apenas uma em 1 milhão de estrelas da nossa galáxia podem ser detectadas pelo método. “A gravidade combinada do planeta e sua estrela hospedeira fez com que a luz de uma estrela de fundo mais distante fosse aumentada de maneira particular”, explicou o especialista.

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Superterra “vizinha” do Sistema Solar pode abrigar vida microscópica

(ESO/M. Kornmesser/Wikimedia Commons)

Astrobiólogos acabam de ganhar um novo alvo para suas pesquisas: o planeta rochoso GJ 699 b. Mais conhecido como Barnard b, foi descoberto em novembro de 2018 e possui três vezes a massa da Terra. Orbita a Estrela de Barnard, o segundo sistema estelar mais próximo de nós, a só seis anos-luz de distância (apenas o sistema Alpha Centauri é mais próximo, a 4,37 anos-luz daqui). Pesquisadores da Universidade Villanova, nos Estados Unidos, publicaram um estudo que sugere a possibilidade de o planeta abrigar formas de vida primitivas, como bactérias e protozoários.

Em um encontro da American Astronomical Society (AAS) realizado na última quinta-feira (10), os astrofísicos Edward Guinan e Scott Engle apresentaram os resultados de sua pesquisa, realizada em parceria com Ignasi Ribas, diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha. Apesar das prováveis temperaturas frígidas de sua superfície, que podem chegar a -170º C, Barnard b pode ser o lar de organismos unicelulares, contanto que apresente um núcleo grande e quente de ferro e níquel, bem como atividade geotermal.

“O aquecimento geotérmico poderia alimentar ‘zonas de vida’ abaixo da superfície, parecidas com os lagos subterrâneos encontrados na Antártida”, explicou Guinan em um comunicado. “Nós notamos que a temperatura na superfície da lua gelada jupiteriana Europa é similar à de Barnard b, mas por conta do aquecimento de maré, Europa provavelmente tem oceanos líquidos abaixo de sua superfície congelada.”

“Aquecimento de maré” é um fenômeno que ocorre quando as camadas internas de um planeta (núcleo, manto etc.) atritam uma contra a outra sob influência de um corpo com grande atração gravitacional, como uma estrela próxima.

Ao contrário de nosso planeta, a Superterra em questão está localizada muito mais perto de sua estrela-mãe. A uma distância comparável com a que separa Mercúrio do Sol, Barnard b completa uma órbita a cada 233 dias. Isso ocorre porque a Estrela de Barnard é uma anã-vermelha (com temperatura na superfície entre 2,3 mil e 3,8 mil graus Celsius), bem menor e mais fria que o Sol, que é do tipo espectral G (entre 5,3 mil e 6 mil graus Celsius na superfície).

Nossa vizinha estelar também é muito mais velha, tem 9 bilhões de anos, quase o dobro da idade solar. Tempo de sobra para a vida evoluir — e prova de que há planetas como a Terra muito antigos na galáxia.

A pesquisa foi realizada com dados de fotometria de alta precisão da Estrela de Barnard coletados ao longo dos últimos 15 anos. Os cientistas esperam que os supertelescópios que entrarão em operação na próxima década consigam fotografar o exoplaneta, além de revelar pistas sobre sua atmosfera, superfície e habitabilidade. “O aspecto mais significativo da descoberta de Barnard b é que agora sabemos que os dois sistemas estelares mais próximos do Sol abrigam planetas”, disse o astrofísico Scott Engle.

Ele destaca que a constatação sustenta estudos anteriores baseados em dados do telescópio Kepler que estimam a quantidade de mundos na Via Láctea. “Essas pesquisas inferem que planetas são muito comuns pela galáxia, chegando à casa de dezenas de bilhões.” É tanto planeta que fica ainda mais difícil de engolir que possamos ser os únicos seres vivos por essas bandas cósmicas.

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