Política

Fux solicita reunião com Bolsonaro e deve pedir trégua nos “ataques” a ministros

Foto: Fellipe Sampaio – 10.set.2020 / SCO – STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, deve pedir nesta segunda-feira (12) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pare com os ataques direcionados a ministros da Corte, após a escalada das ofensivas nas últimas semanas.

Fux estava no Rio de Janeiro, onde passou o final de semana, mas chamou o presidente para uma conversa em seu gabinete no STF. A reunião, às 17h, consta na agenda de ambos. No entanto, a pauta do encontro não foi divulgada. A assessoria de imprensa do presidente do STF confirmou apenas que Fux chamou para audiência de cortesia para falar da relação entre os poderes.

No encontro, Fux pretende pedir a Bolsonaro trégua nos ataques e acusações contra ministros do STF. O presidente da Corte deve, ainda, defender na conversa que as instituições estejam focadas na vacinação em massa da população contra a Covid-19 e em vencer os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus.

Nas últimas semanas, o presidente da República atacou ministros do STF que integram o Tribunal Superior Eleitoral, voltou a levantar dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral e chegou a dizer que as eleições de 2022 poderiam não acontecer.

Bolsonaro retomou na semana passada as críticas ao ministro Luís Roberto Barroso, que preside o TSE, alvo frequente de acusações do presidente da República. Em entrevista a uma rádio, Bolsonaro acusou Barroso de querer “destruir a nossa democracia” e chamou o magistrado de um “péssimo ministro”.

Em nota, Fux disse, sem mencionar o presidente, que a liberdade de expressão deve conviver com respeito às instituições e que o STF rejeita posicionamentos que extrapolam a crítica construtiva e questionam indevidamente a idoneidade das juízas e dos juízes da Corte.

“O Supremo Tribunal Federal ressalta que a liberdade de expressão, assegurada pela Constituição a qualquer brasileiro, deve conviver com o respeito às instituições e à honra de seus integrantes, como decorrência imediata da harmonia e da independência entre os Poderes”, escreveu Fux na nota divulgada pela assessoria do STF.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. bolsonaristas, entendam de uma vez por todas que o judiciário não haje de ofício. Parem de ser manobrados ou puxa sacos, pq o país está afundando e vcs não aprendem.

  2. É o fim do mundo mesmo. Um Ministro do STF vai pedir para presidente da república parar com os ataques aos membros da corte. Isso é tão elementar, para quem tem educação, é claro, que chega a ser extravagante de tão sem noção que Bolsonaro é… É uma questão de civilidade! Atacar quem deveria ser parceiro dele e do Brasil, mas não… Assim como todos que correm contra a seita bolsonarista é xingado e avacalhado pelos seus seguidores extremistas!

    1. absurdo ne? como um bando de pilantras que nao cumprem constituição vai pedir pra um presidente parar de falar a verdade?
      Você é do tipo que adota corrupção com civilidade!!!

  3. E quem vai conter a sanha autoritária dos ministros do STF? Eles não poderiam atuar (chantagear) junto à parlamentares para tentar influir em voto auditável ou qualquer outro assunto da competência do Legislativo. Também não deveriam fazer oposição aberta ao presidente ou ao “bolsonarismo”, como estamos vendo já faz tempo. A atual composição do STF está desvirtuando a atuação daquela Corte e se portando como braço jurídico protetor da oposição ao governo. Ações MUITO estranhas, que podem gerar reações indesejáveis. O presidente já Disse isso várias vezes. Acreditem nele pois ele é uma pessoa verdadeira, espontânea.

  4. Nada disso.
    Só é pra parar o dia que o povo acabar, extinguir essa corte politiqueira.
    Acorda povão!!!!
    Onde já se viu, juizes da suprema corte reunidos, de conluio com presidentes de partidos políticos pra tratarem do voto auditado???
    Só aqui no Brasil mesmo.
    Bota pra torar Bolsonaro, vc veio pra mudar, não pra se juntar a esses camaradas.
    Tem que botar quente mesmo, o povo tá com o Sr.
    E está ON.
    Tamos juntos meu presidente.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Trégua entre Maia e Bolsonaro deve destravar reforma da Previdência e pacote anticrime

Foto: Jorge William / Agência O Globo

O aceno da trégua entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia , criou no governo a expectativa de que projetos importantes, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro , sejam destravados no Congresso. Para além do discurso de harmonia, o governo conseguiu avanços concretos em suas duas principais apostas no conturbado início de relação com o Legislativo.

A escolha do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), que teve o aval do Palácio do Planalto, como relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara foi um passo importante para que não haja atraso no andamento da proposta na Casa.

Líderes partidários avaliam que o fato de o escolhido ser do partido do presidente é sinal de envolvimento do governo com o projeto. Os líderes também minimizaram a possibilidade de a falta de experiência política — Freitas é deputado de primeiro mandato — ser um empecilho.

— É importante que o relator seja do PSL, partido do presidente. Eles precisam protagonizar também na questão da reforma. É uma cobrança que havia. É importante que façam o trabalho na CCJ — disse o líder do Cidadania (antigo PPS), Daniel Coelho (PE).

Com o relator designado, a reforma pode ter sua admissibilidade votada na CCJ. Depois disso, ela segue para a Comissão Especial, onde terá o mérito apreciado. A previsão é que o texto seja votado na CCJ no dia 17 de abril.

Ao mesmo tempo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que cancelou a participação numa audiência na CCJ na terça-feira alegando como um dos motivos a falta de um relator para a reforma, se aproximou do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Depois de almoçar com Maia na quinta-feira, Guedes disse que voltará à CCJ na próxima semana “mais tranquilo”.

— Vou mais tranquilo, certamente. Acredito que a reforma vai deslanchar. Tenho recebido muito apoio do presidente da Câmara desde o dia em que aterrissei em Brasília — disse Guedes, que admitiu que também cancelou a ida à CCJ por temor de levar “balaços” da própria base do governo.

Pacote de Moro

Em outro gesto de distensão da crise política, Maia prometeu que o prazo do grupo de trabalho criado para analisar o pacote anticrime de Moro será reduzido de 90 para 45 dias, segundo a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), presente ao encontro dos dois.

— Temos que deixar as divergências pessoais de lado, que, às vezes, nem são tão pessoais, são bobagens. Foi acertado um compromisso de o projeto tramitar na Câmara — declarou Moro.

Pautas bombas

Além disso, a trégua com Rodrigo Maia deve ajudar, na visão do governo, a sepultar a ameaça de novas derrotas do Planalto em votações no Congresso, após a aprovação, por ampla maioria, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tirou poder do governo sobre o Orçamento. A proposta ainda precisa ser aprovada no Senado.

Na quinta-feira, Bolsonaro reconheceu que há parlamentares queixosos de receber pouca atenção do Planalto, inclusive do próprio presidente. E explicou que tem tido dificuldade de atender a todos.

— Eu gostaria de atender mais políticos no Planalto, mas o dia só tem 24 horas. Eu tenho que cinco, seis horas dormir, por isso eu não atendo mais gente. Hoje está previsto mais gente, vou receber parlamentares.

Desta forma, o governo planeja desarticular um movimento de deputados para alterar a Medida Provisória que definiu a estrutura administrativa da gestão Bolsonaro, o que poderia mexer no número de ministérios.

O Globo

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *