Saúde

Anvisa autoriza testes em humanos de soro anti-Covid do Butantan; entenda

Foto: Cecília Bastos/USP Imagem

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (25) a realização de testes em humanos do soro anti-Covid desenvolvido pelo Instituto Butantan. A aprovação se dá após dois meses do pedido de celeridade feito pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Em março, Doria reclamou da demora da Anvisa para aprovar o soro do Instituto Butantan que pode auxiliar no tratamento da Covid-19.

“O Instituto Butantan criou um Soro anti-Covid que pode acelerar recuperação e diminuir ocupação de leitos de UTI. Uma ótima notícia. A má notícia é que o Instituto enviou documentação e, mesmo sem riscos à saúde, a burocracia da Anvisa trava os testes. Falta senso de urgência”, escreveu.

De acordo com o Butantan, o dossiê com as informações sobre o desenvolvimento do soro foi enviado no começo deste mês, no dia 2. Na semana seguinte, no dia 10, foram enviados os documentos específicos com o desenho do estudo clínico.

Em nota, a Anvisa disse que solicitou mais informações, que já foram respondidas e analisadas. Técnicos da agência e do instituto se reunirão na tarde desta sexta-feira (19) para discutir informações faltantes.

Até o momento, o soro havia sido testado somente em animais. Com a aprovação, o Butantan já pode iniciar os testes em humamos. Os dados dos testes feitos em animais revelaram que a terapia pode amenizar quadros graves da doença provocada pelo coronavírus.

Como funciona o soro?

O soro funciona de forma parecida com o usado para tratar picadas de serpentes peçonhentas. O vírus inativado por um processo de radiação é inoculado em cavalos, que produzem anticorpos do tipo imunoglobulina G (IgG). O plasma do sangue dos animais, então, é extraído, tratado e envasado, da mesma maneira que é feito na produção dos outros soros do Butantan.

O funcionamento é diferente do da vacina, que pretende impedir que a pessoa adoeça. “O objetivo é já dar o anticorpo pronto para o indivíduo com a doença”, explica Ana Marisa Chudzinski Tavassi, diretora de inovação do Instituto Butantan. “Como o anticorpo já está pronto, tem uma resposta muito rápida. Você injeta o soro, as células da pessoa reconhecem e bloqueiam a entrada do vírus. Se ele não entrar nas células, não se multiplica, e a doença não se agrava”.

Tavassi conta que, em testes com hamsters, os animais que receberam uma dose única do soro tiveram “uma queda importante” na carga viral em um dia após a aplicação. Até cinco dias depois, eles viram uma preservação da estrutura do pulmão significativa em comparação com o grupo de roedores que não recebeu a injeção.

Ela relata também que foram feitos testes de segurança com camundongos e coelhos saudáveis, aplicando uma quantidade máxima de soro para verificar se haveria efeitos colaterais. “Fizemos exames para verificar tudo, inclusive a função hepática. Não houve nenhuma alteração, nada que chamasse a atenção”.

Os resultados dos testes pré-clínicos [que não são em humanos] foram muito importantes para ver que o soro tem efeito. Ele não é tóxico em animais saudáveis e, em animais com a doença, vimos efetivamente um resultado positivo”, disse.

O Butantan espera usar essa terapia em casos moderados a graves da doença. “Agora, temos a vacina, mas até todos serem vacinados, acredito que seja interessante que tenhamos algo que pode ajudar. É algo que vai poder ser usado mesmo quando a pandemia acabar”, afirmou Tavassi.

Terapias semelhantes

Na Argentina, um soro parecido, produzido com anticorpos de cavalos e vacas, recebeu autorização especial para uso em dezembro do ano passado. Em comunicado, o governo argentino disse que a terapia reduziu em 45% a mortalidade, em 24% os dias de internação na UTI e em 36% a necessidade de ventilação mecânica.

Nos Estados Unidos, coquetéis de anticorpos sintéticos das empresas Regeneron e Eli Lilly foram autorizados no ano passado e até integraram o tratamento do ex-presidente do país, Donald Trump, quando ele foi internado com Covid-19. Há outras empresas, como a AstraZeneca e a Vir Biotechnology, que estão testando terapias com a mesma tecnologia.

Nesses casos, os anticorpos que funcionam melhor contra a doença são selecionados e reproduzidos sinteticamente, criando um coquetel altamente especializado. No entanto, essa precisão tem preço alto: esse tratamento pode variar de US$ 15 mil a US$ 20 mil nos EUA.

Tavassi, do Butantan, explica que essa é uma das maiores vantagens do soro. “É muito mais barato o que estamos fazendo. É uma tecnologia que já dominamos, temos os laboratórios, a fábrica, a fazenda com os cavalos. É isso que está na nossa mão, sem ter que importar absolutamente nada”.

Ela explica que, além disso, usar uma terapia com anticorpos mais gerais pode ter efeitos positivos. “Nessa situação em que estamos vivendo, em que ainda não deu para saber tudo sobre o vírus e como ele funciona, talvez produzir anticorpos para várias partes do vírus seja interessante. Com as variantes, ter algo que seja mais polivalente pode ajudar”.

Quando fica pronto e como funcionam os testes em humanos?

A Anvisa concedeu autorização para testes do soro em humanos nesta terça-feira (25). Com isso, o Butantan já tem autorização para iniciar a testagem em humanos.

“A partir do momento que aprovar, estamos preparados para começar o ensaio. O Butantan já realizou outros testes clínicos, tem uma equipe, centros já preparados e treinados espalhados por vários cantos do país”, explica.

O ensaio clínico para um soro não é a mesma coisa que o de vacinas, com milhares de pessoas que têm de ser acompanhadas por um tempo longo. “Podemos fazer com uma quantidade menor de pessoas e tempo de observação mais curto, porque o soro tem que ter uma resposta rápida, temos que perceber imediatamente que a doença não evolui”.

Apesar da previsão otimista, Tavassi diz que as fases de testagem não podem ser apressadas. “Temos uma tradição enorme de produção de soros, mas esse é o desenvolvimento de um produto novo, tem de passar por todas as etapas. No final, é gente que vai ser tratada e tem que ter mais benefício do que possíveis reações. Se a gente chegar lá, damos um passo importante para o desenvolvimento científico e para a tecnologia nacional”.

CNN Brasil

 

Opinião dos leitores

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Segurança

Brasil sobe em ranking de crime organizado e entra no grupo de maior risco global

Foto: EFE/Marcelo Sayao

O Brasil piorou sua posição no Índice Global de Crime Organizado, divulgado nesta segunda-feira (10), saltando da 22ª para a 14ª colocação entre os países mais afetados por atividades criminosas. O levantamento, produzido pela Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC), analisa dados de 2021 a 2025 e mede tanto a força das organizações criminosas quanto a capacidade dos Estados de enfrentá-las.

Apesar da piora no nível de criminalidade, o país apresentou leve avanço na chamada “resiliência ao crime”, subindo da 94ª para a 86ª posição. Ainda assim, o Brasil segue no grupo de 66 nações classificadas como de alta criminalidade e baixa capacidade de resposta — segmento que inclui México, Rússia, Camboja e Etiópia. Mianmar aparece como o país com pior desempenho geral.

O relatório aponta mudanças significativas no ecossistema criminal global, com destaque para a expansão das drogas sintéticas e o fortalecimento do mercado de cocaína, impulsionado por cartéis sul-americanos conectados a redes internacionais. O documento também registra a descentralização dos laboratórios de drogas sintéticas, que conseguem se estabelecer próximos aos centros consumidores, reduzindo custos operacionais. Já crimes financeiros, cibercrimes e falsificação de produtos avançam em ritmo acelerado, favorecidos pela inflação global, disputas comerciais e inovação tecnológica.

Entre as tendências que moldam o cenário mundial estão o aumento da circulação de cocaína e drogas sintéticas, a ampliação de mercados ilícitos digitais, o crescimento da falsificação e a maior atuação de grupos com infiltração no Estado — considerados o tipo mais prevalente de organização criminosa. Segundo o estudo, em 80 dos 193 países avaliados, facções exercem influência severa sobre instituições governamentais.

Com informações do Poder 360

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Geral

Na COP30, Lula mira “negacionistas” e alfineta EUA de Trump

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Na abertura da COP30, em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a conferência marca “a COP da verdade” e defendeu que é hora de impor “uma nova derrota aos negacionistas”. No discurso, mirou grupos que desacreditam a ciência e atacam instituições, além de fazer um recado indireto a países que financiam conflitos, mas não aparecem para debater preservação ambiental — entre eles, os Estados Unidos, sob a gestão Donald Trump.

Lula criticou o avanço da desinformação e disse que o negacionismo atual se alimenta de algoritmos, ódio e ataques à ciência. A fala ocorre em meio à ofensiva do governo para regular plataformas digitais, ponto de atrito com as big techs e com o Congresso. O Planalto vê a regulação como essencial antes das próximas eleições, temendo manipulação online e campanhas de desinformação.

O tema ganhou mais tensão após Trump acusar o Brasil de perseguir a liberdade de expressão ao discutir regras para redes sociais, durante o anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros importados, em julho. A resposta do governo agora aparece em um palco global, onde Lula tenta reforçar o papel do Brasil como articulador do debate climático.

Apesar das pressões internas, o projeto de regulação das plataformas segue travado no Legislativo, enfrentando forte resistência de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A discussão deve ganhar novo fôlego nos próximos meses, impulsionada pela vitrine internacional da COP30 e pelo tom mais duro adotado por Lula no evento.

Com informações do Metrópoles

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Política

Derrite recua e reforça papel da PF em relatório, mas ajustes ainda não convencem governo

Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP

O deputado Guilherme Derrite (PP-SP) revisou o relatório do PL Antifacção e ampliou a participação da Polícia Federal nas investigações contra organizações criminosas. A mudança veio após fortes críticas do governo, que considerou o parecer inicial restritivo ao limitar a entrada da PF em casos envolvendo facções. Na nova versão, o texto assegura que a corporação poderá atuar de forma cooperativa com as polícias estaduais sempre que houver conexão com suas competências constitucionais.

Derrite afirma ter reformulado o documento após receber sugestões de parlamentares, magistrados, integrantes do Ministério Público, advogados e agentes de segurança. Segundo ele, a revisão busca refletir a complexidade do enfrentamento ao crime organizado e fortalecer a integração institucional. Ainda assim, integrantes do Ministério da Justiça e da própria PF avaliaram que o recuo ficou aquém do esperado.

Entre as alterações incluídas no parecer estão a criação de uma figura penal autônoma para atos previstos no art. 2º-A da Lei de Organizações Criminosas, a implementação de bancos estaduais de dados interoperáveis com o Banco Nacional de membros de facções e a previsão de inelegibilidade para inscritos nesses cadastros. O texto também estabelece uma Ação Civil Autônoma de Perdimento de Bens, mecanismo voltado a atingir financeiramente milícias, paramilitares e outros grupos criminosos.

A principal mudança, porém, está na garantia de participação da PF em investigações de facções, milícias e grupos paramilitares, algo que no relatório original só ocorreria mediante solicitação explícita dos estados. Mesmo com o ajuste, o governo avalia que a proposta ainda não consolida o protagonismo federal esperado nas apurações de maior impacto nacional.

Com informações da CNN Brasil

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Geral

FURTOS NA COP30: computadores, celulares e drones somem de espaço social em Belém — e sem sinal de arrombamento

Foto: Divulgação

Nem a COP30 escapou da insegurança. Computadores, celulares e drones da Rede de Trabalho Amazônico foram furtados na madrugada da última quinta-feira (7), dentro da Embaixada dos Povos, em Belém (PA) — e o mais curioso: sem nenhum sinal de arrombamento.

O crime aconteceu em plena Conferência do Clima da ONU, sob Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Lula. A Polícia Civil do Pará investiga o caso.

Os equipamentos estavam em um espaço destinado a movimentos sociais, e entre os itens levados estavam até o celular oficial da entidade. Segundo a Rede, o local abriga representantes de mais de 400 organizações de pescadores, ribeirinhos e povos indígenas.

Testemunhas serão ouvidas e imagens de câmeras de segurança analisadas. Até agora, ninguém foi identificado ou preso.

Dias antes, dois jornalistas estrangeiros também foram assaltados no centro histórico da capital paraense — um cenário nada favorável para a cidade que recebe líderes e autoridades de todo o mundo.

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Judiciário

‘Não é pela conduta profissional, é por eu ser mulher’, diz Cármen Lúcia ao falar de ataques

Foto: Gustavo Moreno/STF

A ministra do STF, Cármen Lúcia, afirmou nesta segunda-feira (10) que as ofensas que recebe não têm relação com sua conduta profissional ou pessoal, mas simplesmente por ela ser mulher. A declaração foi feita durante o XVII Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.

“Os xingamentos que recebo dizem respeito às condições morais de uma mulher, não ao meu desempenho ou à minha conduta profissional”, disse Cármen, citando ataques sexistas e misóginos que já ouviu de políticos e outros setores do Judiciário.

A ministra também criticou a desigualdade entre homens e mulheres no meio jurídico e no serviço público. Ela alertou que a violência contra a mulher é “um sintoma, e a doença aparece quando a violência se manifesta”, defendendo reflexão sobre como evitar a repetição desses comportamentos.

Cármen ainda ironizou críticas sobre sua aparência e cabelo branco. Ela afirmou que gosta de seu visual e não se enquadra no padrão alheio: “Eu queria não envelhecer, mas a outra opção não era boa… então deixa a minha cabeça branca, eu gosto tanto dela”.

 

 

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Geral

Empresário fica calado na CPMI do INSS e tem celular tomado no meio do depoimento

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O clima esquentou na CPMI do INSS nesta segunda-feira (10). O presidente da comissão, senador Carlos Viana mandou apreender o celular do empresário Igor Dias Delecrode, ex-dirigente da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (AASAP), uma das entidades investigadas no escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões.

A decisão foi tomada a pedido do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, e aprovada pelo colegiado. O celular foi lacrado e entregue à Polícia Legislativa para perícia. Gaspar ainda tentou que o empresário entregasse a senha do aparelho, mas o pedido foi negado por orientação da defesa.

Durante o depoimento, Igor Delecrode ficou em silêncio diante das perguntas de deputados e senadores. O empresário garantiu o direito de não responder após obter habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.

A CPMI apura um esquema de descontos ilegais aplicados em benefícios do INSS por associações e empresas de fachada, que teriam lucrado com fraudes em convênios e cobranças não autorizadas. Com o celular apreendido, os parlamentares esperam encontrar provas que possam destravar a investigação — que, até agora, tem esbarrado no silêncio dos investigados.

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Cultura

Entre amigos, música e espumante, Elmano Marques brinda o lançamento de “Vino, Divino Vino”

Foto: Divulgação/Canindé Soares

O pôr do sol às margens do Rio Potengi foi o cenário para celebrar o lançamento do box “Vino, Divino Vino”, obra do médico pneumologista e escritor enófilo Dr. Elmano Marques, no Museu da Rampa. O evento reuniu cerca de 600 amigos, entre médicos, empresários e apreciadores do vinho e das boas companhias, que foram abraçar o autor e garantir seu exemplar autografado.

A noite foi embalada pelo sax de Anderson Pessoa, pela voz de Jo Bay e pelo som do DJ Cláudio Braga, com o sabor da paella preparada na hora pela Raspa do Tacho e as borbulhas do espumante Miolo, em um encontro marcado pela emoção e pelo carinho.

Resultado de anos de dedicação à sua tradicional coluna sobre vinhos, “Vino, Divino Vino” reúne textos do Dr. Elmano em quatro volumes cuidadosamente compilados pela professora Ângela Almeida, responsável também pelas aquarelas e ilustrações das capas.

Foto: Divulgação/Canindé Soares

A coleção é um verdadeiro brinde à cultura e à arte de viver bem — uma leitura indispensável tanto para quem já aprecia o universo do vinho quanto para aqueles que desejam conhecê-lo mais de perto. Os livros estão disponíveis nas lojas da Art Wine, Gran Cru, Grand Vinho e Adega Farret.

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Política

Derrite desmonta projeto Antifacção, protege facções e dá fôlego ao crime organizado, diz governo Lula

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, subiu o tom contra o relator do PL Antifacção, deputado Guilherme Derrite, e disse que o parlamentar “destroçou” o projeto original do governo Lula. Segundo ele, o texto alternativo apresentado por Derrite enfraquece o combate às facções ao excluir grupos criminosos menores e retirar instrumentos que permitiam o bloqueio e a perda de bens de criminosos sem origem comprovada.

“Muitas facções ficam sem a possibilidade de serem investigadas. Esse é um dos erros mais graves”, afirmou Sarrubbo, em entrevista à Agência Brasil. Ele também criticou a exclusão da extinção de domínio, mecanismo usado em países europeus para confiscar patrimônio ilícito, mesmo se a operação for anulada. “Sem isso, o crime continua rico e o Estado, de mãos atadas”, disparou.

O secretário acusou Derrite de agir com pressa e falta de técnica jurídica, sem consultar o Ministério da Justiça, e alertou que o texto “coloca o Brasil em risco internacional” ao equiparar narcotráfico a terrorismo. Segundo ele, “lá fora, vão achar que o Brasil abriga grupos terroristas”. Sarrubbo também classificou como inconstitucional o artigo que condiciona a atuação conjunta da Polícia Federal e das polícias estaduais à autorização de governadores, o que, na prática, travaria operações integradas.

O projeto foi incluído na pauta da Câmara pelo presidente Hugo Motta para votação nesta terça-feira (11), irritando governistas. Dentro do Ministério da Justiça, o parecer de Derrite é tratado como “escândalo jurídico”, e há quem diga que o relator “atirou no crime organizado e acertou o Estado de Direito”.

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Mundo

Filho do presidente da Colômbia é novamente indiciado por desvio de verbas e falsificação

Foto: Reprodução

O filho do presidente da Colômbia, Nicolás Petro, voltou a ser indiciado nesta segunda-feira (10) por uma nova série de crimes. O Ministério Público colombiano acusa o primogênito do esquerdista Gustavo Petro de peculato e falsificação de documentos ligados a um contrato firmado quando ele era deputado na Assembleia do Atlântico, entre 2020 e 2023.

Segundo os promotores, o acordo previa verbas públicas para idosos e crianças com deficiência, mas o dinheiro teria sido desviado pelo político de 39 anos. Nicolás já havia sido preso em 2023, mas foi solto para responder em liberdade condicional.

Essa não é a primeira encrenca do herdeiro de Petro. Ele também é investigado por enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido recursos de um ex-narcotraficante durante a campanha presidencial de 2022. As denúncias começaram após o depoimento explosivo da ex-esposa, que o entregou após uma separação turbulenta.

O filho do presidente chegou a admitir que recebeu dinheiro vivo, mas afirma que os valores nunca chegaram à campanha de Gustavo Petro. A defesa tenta agora anular a confissão, alegando que foi feita sob pressão de um promotor. Enquanto isso, a oposição colombiana pressiona e o escândalo cresce — mais uma dor de cabeça para o “governo do amor e da justiça social” de Petro.

Opinião dos leitores

  1. Fácil resolver, basta pedir emprestado o nosso tirano togado preferido que ele anula todas as condenações ,e transforma o vilão em vitima !!!

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Geral

1ª Anchieta em Ação une fé, solidariedade e serviços gratuitos no Dia Mundial dos Pobres

Foto: Divulgação

Neste dia 15 (sábado), a Paróquia de São José de Anchieta, sob a idealização do Padre Sávio, realizará a 1ª Anchieta em Ação, uma grande mobilização social e religiosa inspirada pelo Dia Mundial dos Pobres, instituído em 2016 pelo Papa Francisco, na Carta Apostólica Misericordia et Misera, ao término do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Com o objetivo de levar cuidado, escuta e dignidade aos mais necessitados, a iniciativa contará com profissionais de diversas áreas da saúde, medicina, odontologia, enfermagem, fisioterapia e serviço social, além de oferecer atendimentos de beleza e bem-estar, como corte de cabelo, maquiagem e cuidados com as unhas.

De acordo com o Padre Sávio, idealizador do momento, “Todas essas ações têm como objetivo promover dignidade e cuidado integral às pessoas atendidas, por meio de uma grande rede de solidariedade que reúne entidades públicas, privadas e organizações não governamentais parceiras,” informa.

A 1ª Anchieta em Ação transforma união em gesto de solidariedade e se torna uma verdadeira experiência de fé e serviço. De acordo com dados da organização, a realização desta ação social envolve mais de 2 mil pessoas, entre pessoas carentes e paroquianos voluntários.

Foto: Divulgação

Para o Padre Sávio, este é um momento de vivenciar concretamente o Evangelho: “Quando cuidamos do corpo e da alma dos nossos irmãos mais pobres, estamos tornando real a presença de Cristo entre nós. A Anchieta em Ação é um gesto de fé que se transforma em cuidado e esperança”.

O sacerdote também lembra que esse cuidado não deve acontecer apenas em um dia específico: “O Dia Mundial dos Pobres nos inspira, mas o compromisso com os que mais necessitam precisa ser constante, perene. Não podemos lembrar dos pobres apenas nesta data, devemos cuidar deles todos os dias da nossa vida, com atenção e amor”, orienta.

Mais do que uma ação social, a 1ª Anchieta em Ação é um testemunho de fé viva e comprometida, que traduz o espírito do Dia Mundial dos Pobres: reconhecer Cristo presente em cada irmão que sofre e precisa de amparo.

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