Política

Arthur Lira cria ‘sistema de castas’ para distribuir R$ 11 bilhões em emendas a deputados

A votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, no final da semana passada, trouxe um susto e uma certeza. O susto veio com a aprovação de um fundo eleitoral que triplica os valores destinados aos partidos nas eleições do ano que vem.

Já a certeza é a de que, de todas as autoridades da República, nenhuma hoje tem tanto poder quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Além de ter nas mãos a prerrogativa de decidir pautar ou não um dos mais de 120 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro, Lira controla hoje a distribuição de R$ 11 bilhões em emendas parlamentares, mais do que o orçamento de sete ministérios, como o de Minas e Energia e o de Ciência e Tecnologia, e quatro vezes o orçamento do Meio Ambiente. E nem mesmo o governo consegue saber com precisão como essa bolada está sendo distribuída.

Os R$ 11 bilhões de Lira são o quinhão destinado à Câmara neste ano de uma inovação orçamentária conhecida como emendas de relator ou RP9 – no popular, o “orçamento secreto” revelado pela primeira vez pelo jornal O Estado de S.Paulo. Uma outra fatia de R$ 5,8 bilhões será distribuída no Senado.

Essas emendas são tratadas como secretas porque, ao contrário das regulares, em que os parlamentares carimbam os projetos que desejam patrocinar informando seus nomes ou o das bancadas de cada estado, nesta modalidade de emenda não é pública a informação sobre quem está enviando o dinheiro, nem quais são os critérios que determinam o quanto e onde os recursos serão gastos.

A única coisa que se sabe é que para conseguir ter acesso aos recursos na Câmara é preciso passar pelo crivo de Arthur Lira. Com a ajuda de um grupo restrito de assessores, quase todos egressos do gabinete do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), o presidente da Câmara controla o atendimento das demandas de líderes partidários de acordo com a fidelidade às causas do governo e a proximidade de cada grupo com ele próprio.

O modus operandi foi descrito à reportagem por ministros, líderes partidários, deputados, senadores e assessores ouvidos nos últimos dias conforme uma classificação que um deles classificou como semelhante a um “sistema de castas”.

Por esse critério, deputados da base (ou oposicionistas com canal privilegiado com Lira) são a casta menos aquinhoada. Conseguem liberar R$ 20 milhões para enviar para suas bases. Líderes partidários, casta intermediária, têm acesso a algo como R$ 80 milhões cada um. Mas, como se diz no Congresso, “há líderes e líderes”. Os mais próximos a Lira formam uma elite que têm direito a carimbar mais de R$ 100 milhões só para si.

O tamanho da bancada também pesa na distribuição dos recursos. Assim, por exemplo, bancadas grandes como a do PL (41 deputados) ou a do PSL (com 53) – desde que estejam fechados com o presidente da Casa – recebem mais. Quem recebe quanto, porém, é informação guardada a sete chaves.

Na semana passada, graças a uma publicação feita nas redes sociais pelo prefeito de Campestre, em Alagoas, foi possível descobrir que Lira enviou R$ 500 mil para a cidade gastar no serviço de saúde local como parte de sua cota nas emendas de relator. Ela está registrada no sistema do Ministério da Saúde, mas não aparece o nome do autor, só a cidade agraciada e o valor. Foi preciso cruzar a informação do post com a do sistema oficial para checar a origem do dinheiro, para saber que ele veio das emendas de relator.

Acontece que, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando pedidos de liberação de verba foram enviados aos ministérios por ofícios que discriminavam qual parlamentar era o “dono” daquela emenda, hoje os pedidos são concentrados nas mãos do relator do Orçamento, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), que registra tudo numa planilha que, no início do mês, já tinha 90 mil linhas.

Além disso, se no ano passado o ministro Luiz Eduardo Ramos, então na Secretaria de Governo, participava da peneira sobre quem seriam os “donos” do dinheiro empenhado via “orçamento secreto”, neste ano nem mesmo eles o Palácio do Planalto tem acesso à informação completa.

Lira nega ter todo esse poder. “Tem comissão do Orçamento, tem plenário, tem relator-geral, não é presidente da Casa quem define isso. O relator é quem envia aos ministérios. Você imagina que vou sair ligando de deputado para deputado?”, disse o presidente da Câmara. Mas ele também não explica quem faz esse trabalho.

Na prática, o orçamento secreto tornou o governo ainda mais dependente de Lira, que nos cálculos dos líderes partidários construiu uma rede de influência de cerca de 300 deputados (de um total de 513).

“O Lira aprova qualquer coisa na Câmara hoje”, disse um deputado que pediu para não ter seu nome divulgado.

Só nos últimos 20 dias, foram liberados R$ 1,2 bilhão, como parte do que se chamou na Câmara de “esforço para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias” – essa mesma que aumentou os valores para o Fundo Eleitoral no ano que vem. Apesar da votação a jato, feita horas após a apresentação do texto pelo relator, Juscelino Filho (DEM-MA), a lei passou na Câmara com 278 votos favoráveis, alguns inclusive da oposição.

Neste ano até agora, os empenhos de recursos via emenda de relator já superam R$ 3,3 bilhões.

Durante a votação da LDO, o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), propôs retirar essas emendas do Orçamento do ano que vem. “Isso não vai terminar bem, vai dar em escândalo. Estamos fazendo o alerta antes que isso ocorra”, disse Molon da tribuna da Câmara.

Seus colegas deram de ombros. Parece que, assim como Arthur Lira, eles também não têm do que reclamar.

Malu Gaspar – O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Fraudar eleições é isso, distribuir verbas parlamentares pra corrupção, e com o dinheiro da corrupção interferir nos resultados das eleições. Elegendo maus deputados que só lutam pra manter esse sistema que subtrai criminosamente dinheiro do povo, pra manter uns poucos como reis. Fraudar urnas eletrônicas jamais, todos os partidos podem acompanhar seus votos desde a sessão até o resultado do TSE. No sistema antigo sim, era fraude por cima de fraude, todo tem lembranças de fatos de fraudes.

  2. O bolsonaro apoiou o Lira porque sabia que este iria querer o que ele tinha a ofertar. Em troca nada passa contra o bolsonaro. Para completar, o Cunha (aquele dos 100 milhões de cunhas) irá juntar-se a trupe de bolsonaro. Para delírio dos bichos de chifres (milhões de Roberto Jefferson)

    1. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
      Vc?????
      Bom!!!
      Fica aí chupando o dedo, e idolatrando o seu ídolo ladrão de nove dedos.
      É so isso que cabe a vc, e mais nada.
      No máximo um PF e um pão com mortadela, pra vê se vc morde ao menos a língua e para de conversar merda.
      Kkkkkkkkkkkk
      Tá F… vc.
      Mito, Fábio, Lira até 2026.
      Xau nhonho, bjinhos nesses derrotados.

  3. Parabéns ao MINTOmaníaco das rachadinhas que apoiou Lira e gastou nosso dinheiro pra bancar a eleição dele! Ele até criou um novo “mensalão” afinal eh a nova política né?!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Projeto Toca Brasil celebra sucesso em Natal com show esgotado de Humberto Gessinger

O público potiguar confirmou sua paixão pelos clássicos dos Engenheiros do Hawaii. Os ingressos para o show “Acústicos Engenheiros do Hawaii”, que será apresentado por Humberto Gessinger no dia 12 de setembro, às 21h, no Teatro Riachuelo, estão oficialmente esgotados. A lotação completa foi alcançada quase um mês antes da data da show, consolidando o artista como um dos grandes nomes da música nacional com forte conexão com os fãs em Natal.

Com produção da Stallos Produções e FF Entretenimento, aceleração cultural da Viva Promoções e patrocínio via leis de incentivo à cultura, o espetáculo é viabilizado pela Prefeitura do Natal (Lei Djalma Maranhão, com incentivo da Unimed Natal, Villa Park Hotel e Espacial Autopeças) e pelo Governo do Estado do RN (Lei Câmara Cascudo, via Secult-RN e Fundação José Augusto, com incentivo do Supermercado Nordestão e CDA Distribuidora).

No palco, Gessinger revisita em formato intimista os consagrados álbuns Acústico MTV e Acústico Novos Horizontes, celebrando os 40 anos de carreira com um repertório repleto de sucessos que marcaram gerações, como “O Papa é Pop”, “Toda Forma de Poder”, “Era um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones”, “Refrão de Bolero” e “Piano Bar”.

A noite contará ainda com a participação do potiguar André Rangell, responsável pela abertura com seu trabalho autoral. O espetáculo integra o Projeto Toca Brasil, iniciativa que valoriza a diversidade da música brasileira e promove encontros entre artistas locais e grandes nomes da cena nacional.

SERVIÇO
Humberto Gessinger – Acústicos Engenheiros do Hawaii
Local: Teatro Riachuelo – Natal/RN
Data: 12 de setembro de 2025 (sexta-feira)
Horário: 21h
Ingressos: esgotados
Classificação: 16 anos (menores acompanhados dos pais ou responsável legal)
Acelerador Cultural: @vivapromocoes
Realização: @stallosproducoes | @ffentretenimento
Vendas: @uhuuoficial e bilheteria do teatro

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Juiz que liberou preso em flagrante com 200 kg de cocaína por considerar ‘pouca quantidade’ cita ‘equívoco’ e diz que usou ‘texto-modelo’; homem continua solto

Ao todo, 224 quilos de cocaína foram encontrados no veículo do homem — Foto: Divulgação

O juiz Marcelo Nalesso Salmaso citou nos autos do processo que houve um “equívoco” na decisão que liberou um homem preso em flagrante com 200 quilos de cocaína em Itu (SP), no dia 20 de agosto.

O magistrado alegou que o termo “pouca quantidade” (usado para se referir à droga apreendida) estava em um “texto-modelo”, que é utilizado para concessão de liberdade provisória em situações de tráfico.

Na nova movimentação do processo, publicada na segunda-feira (25), o juiz afirma que o “texto-modelo”, que continha o termo “pouca quantidade”, foi utilizado de forma equivocada e que, segundo ele mesmo reconheceu depois, não refletia a fundamentação dada verbalmente em audiência.

Apesar disso, a liberdade provisória do homem foi mantida. 

Salmaso reconhece a legalidade do flagrante, mas reforça, na nova decisão, que a prisão preventiva só pode ser decretada em caráter excepcional, quando presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal, o que não se verificava no caso. Por isso, o homem deve responder às acusações em liberdade, mas com medidas cautelares.

Como justificativa da decisão de liberar o suspeito, o magistrado destacou princípios constitucionais, como a presunção de inocência, e considerou que, embora a quantidade apreendida seja elevada, não havia elementos que indicassem que o suspeito integrava organização criminosa.

Mesmo com a correção, a liberdade provisória do suspeito foi mantida, mas algumas medidas cautelares foram adicionadas. Entre elas, a obrigação de comparecer a todos os atos processuais e a proibição de deixar a cidade sem autorização judicial, sob pena de decretação de prisão preventiva em caso de descumprimento.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Ibovespa bate recorde com Tarcísio à frente de Lula em pesquisa

Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em forte alta no início do pregão desta quinta-feira (28/8), impulsionado pela divulgação de uma pesquisa eleitoral que mostrou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma simulação de segundo turno em eventual disputa pelo Palácio do Planalto.

De acordo com um levantamento divulgado pela AtlasIntel, Tarcísio – apontado como o nome preferido por grande parte do mercado financeiro para as eleições de 2026 – teria 48,4% das intenções de voto em uma suposta disputa contra Lula, que ficaria com 46,6%.

A pesquisa também mostrou que a aprovação de Lula voltou a cair após um período de recuperação, indo de 50,2% para 47,9%. A desaprovação é de 51%, ante 49,7% do levantamento anterior.

Às 13h06, o Ibovespa disparava 1,68%, aos 141,5 mil pontos.

Na pontuação máxima do pregão até aqui, o indicador bateu 142.138,27 pontos, o novo recorde intradiário (durante o pregão).

Até então, a máxima histórica intradiária havia sido alcançada no dia 4 de julho deste ano, com 141.264 pontos.

Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

PESQUISA ATLASINTEL: Tarcísio tem 48,4% e Lula, 46,6%, em segundo turno em 2026

Fotos: Fernando Nascimento/Governo de SP e Ricardo Stuckert/PR/Divulgação

Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira, 28, aponta que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece numericamente à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno das eleições de 2026. O governador tem 48,4% das intenções de voto contra 46,6% do presidente, resultado que configura empate técnico no limite da margem de erro do instituto, de um ponto porcentual.

Lula x Bolsonaro

O levantamento indica ainda que Lula empata numericamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ambos com 48,3%. O instituto ainda questionou em quem os entrevistados votariam se as eleições de 2022 fossem hoje e nesse caso, Bolsonaro estaria numericamente à frente do presidente: 45,4% a 44,6%. Já em relação a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), o petista aparece levemente à frente, com 48,8% contra 47,9%.

Nos demais cenários de segundo turno, Lula venceria com margem confortável. Contra o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), teria 46,9% das intenções de voto ante 41,1%. No embate com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), registraria 47,1% contra 40,9%.

O presidente também superaria o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), por 46,7% a 40,3%. Já contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), abriria a maior vantagem: 47,2% a 24,9%.

Já em uma disputa em que a principal adversária é Michelle, Lula mantém a dianteira com 44,2%, seguido pela ex-primeira-dama, que registra 29,7%. Na sequência, estão Zema (7,1%), Ratinho Jr. (5,2%) e Ciro (4,5%).

Foram entrevistadas 6.238 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 20 e 25 de agosto, de forma aleatória e online. A margem de erro é de um ponto porcentual, com nível de confiança de 95%.

Estadão Conteúdo

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Rio Grande do Norte tem 3,4 milhões de habitantes, aponta IBGE; veja as cidades mais populosas

Foto: Canindé Soares

O Rio Grande do Norte tem 3.455.236 habitantes, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população do RN cresceu 1,6% em relação a 2024.

O número leva em conta a população residente nos estados e municípios em 1º de julho de 2025. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União.

Natal é o município mais populoso do estado, com 784.249 moradores, o que representa quase um quarto de toda a população potiguar. Em seguida aparecem Mossoró (278.587) e Parnamirim (271.713). Os três municípios somados concentram mais de 1,3 milhão de habitantes.

Na sequência, aparecem São Gonçalo do Amarante (124.495) e Macaíba (87.056), que integram a Grande Natal e reforçam a concentração populacional da região metropolitana.

Entre os municípios médios, o destaque é para Ceará-Mirim (83.543) e Extremoz (68.584), ambos próximos da capital e que vêm mantendo crescimento populacional nos últimos anos. No interior, Caicó (63.338) é o mais populoso do Seridó.

Na outra ponta, Viçosa é o município menos populoso do estado, com 1.900 moradores. Outros com menos de 3 mil habitantes são Ipueira (2.090), João Dias (2.073) e Galinhos (2.159).

Os cinco mais populosos do RN

  • Natal – 784.249 habitantes
  • Mossoró – 278.587 habitantes
  • Parnamirim – 271.713 habitantes
  • São Gonçalo do Amarante – 124.495 habitantes
  • Macaíba – 87.056 habitantes

Os cinco menos populosos do RN

  • Viçosa – 1.900 habitantes
  • João Dias – 2.073 habitantes
  • Ipueira – 2.090 habitantes
  • Monte das Gameleiras – 2.345 habitantes
  • Bodó – 2.360 habitantes

O levantamento faz parte da atualização anual do IBGE, que detalha o número de habitantes em todos os estados e municípios do país. Os dados são usados como base para políticas públicas, distribuição de recursos e planejamento de serviços como saúde e educação.

g1-RN

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Combustíveis de postos alvos da megaoperação tinham até 90% de metanol; ANP permite só 0,5%

Foto: Fabio Tito/g1

Os combustíveis utilizados por alguns postos alvos da megaoperação realizada nesta quinta-feira (28) tinham até 90% de metanol, mas a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) só permite até 0,5% dessa substância na gasolina e etanol. O Metanol é um solvente, é tóxico, corrosivo e pode causar danos ao motor logo no primeiro tanque cheio.

Investigação realizada pelo Ministério Público de São Paulo identificou que o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) agia na importação irregular de produtos químicos para adulterar os combustíveis vendidos para consumidores. O setor estima impacto em cerca de 30% dos postos de combustíveis em todo o estado, em torno de 2.500 estabelecimentos.

Produto altamente inflamável e tóxico, o metanol era direcionado a postos e distribuidoras, nos quais acabava sendo utilizado para adulterar combustíveis, gerando lucros bilionários à organização criminosa.

“O metanol tem restrição na ANP para conter 0,5% em combustíveis, por exemplo, na gasolina e etanol. Não obstante, fiscalizações do estado de São Paulo apontam alguns postos com até 90% de metanol, o que é extremamente arriscado para as pessoas, veículos e meio ambiente”, disse o promotor Yuri Fisberg, do Ministério Público de São Paulo, durante coletiva de imprensa.

Segundo os investigadores, um dos principais eixos da fraude passa pela importação irregular de metanol. O produto, que chega ao país pelo Porto de Paranaguá (PR), não era entregue aos destinatários indicados nas notas fiscais.

Metanol era importado clandestinamente

O MP identificou que, em vez disso, o metanol era desviado e transportado clandestinamente, com documentação fraudulenta e em desacordo com normas de segurança, o que coloca em risco motoristas, pedestres e o meio ambiente.

“O metanol é importado por Paranaguá em especial, e de Paranaguá deveria ir ou é formalmente destinado a químicas – por isso as buscas em outros estados. Em geral, são empresas químicas que são de fachada ou tem uma atuação paralela bastante significativa de desvio desse metanol que jamais chegou em Mato Grosso do Sul ou Mato Grosso, aportando nos nossos postos para adulteração de combustível”, disse o promotor.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

OPERAÇÃO TIPHON: Polícia Civil cumpre mandados de prisão contra grupo ligado à facção em José da Penha que usava menores para tráfico de drogas

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da 77ª Delegacia de Polícia de Luís Gomes, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (28/08), a Operação “TIPHON”, com o objetivo de desarticular uma associação supostamente ligada a uma facção atuante no estado e voltada para o tráfico de drogas na cidade de José da Penha, localizada no Alto Oeste potiguar.

As investigações apontaram que o grupo exercia o controle do tráfico de drogas na região, mantinha a distribuição de entorpecentes e buscava aliciar novos integrantes, especialmente jovens, para fortalecer a atividade ilícita. Há ainda indícios de que a organização atuava sob orientação de integrantes de facção, expandindo sua influência na região.

Menores utilizados no tráfico de drogas

Durante a ação, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão domiciliar. Um adolescente também foi apreendido em posse de 18 pedras de crack e três porções de cocaína, o que reforça a suspeita de que menores de idade vinham sendo utilizados na comercialização dos entorpecentes.

A operação contou com o apoio das equipes da 8ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) de Alexandria, 7ª DRP de Patu, 4ª DRP de Pau dos Ferros, além das Delegacias de Caraúbas, Apodi e Portalegre, demonstrando a integração das unidades da Polícia Civil na repressão ao crime organizado no interior do estado.

Nome da operação

O nome da operação faz referência a “Tiphon”, criatura da mitologia grega inimiga de Zeus, que derrotava seus adversários tornando-os incapazes de qualquer reação física. O paralelo simboliza o efeito devastador das drogas, que fragilizam o psicológico dos usuários e os tornam vulneráveis, evidenciando a necessidade do combate firme a quem financia e promove o comércio ilícito de entorpecentes.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Casa Vermelha também é ponto de vendas de produtos do MST

A Casa Vermelha, local recebeu emenda parlamentar da vereadora Brisa Bracchi (PT) para realização do evento Rolé Vermelho – Bolsonaro na Cadeia, também é ponto fixo de vendas de produtos do MST. O prédio está situado na Rua Princesa Isabel, 749, na Cidade Alta

Uma publicação do próprio MST nas redes sociais demonstra isso, citando o endereço da Casa Vermelha. O local também possui um CNPJ vinculado ao PSTU, conforme mostrou reportagem do jornalista Dinarte Assunção, no Blog do Dina.

Opinião dos leitores

  1. Por isso que Natália está tão calada, nem defesa de Brisa ela fez, que o MP procure que vai achar o rabo de Natália e Isolda nesse escândalo, se não achar também o de Fátima.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

BOMBA: Casa Vermelha, que recebeu emenda de Brisa, possui CNPJ vinculado a partido político


Foto: reprodução

Blog do Dina – por Dinarte Assunção

O imóvel em que funciona a Casa Vermelha, no centro do caso envolvendo o uso de emenda da vereadora Brisa Bracchi (PT) para evento contra Bolsonaro, está vinculado na Receita Federal à sede do PSTU em Natal. A descoberta adiciona uma camada dramática às acusações de que o uso da emenda de Brisa não teve conotação político-partidária, o que é vetado para uso desse tipo de recurso público. O equipamento também abrigou comitê de campanha da vereadora em 2024.

O prédio está situado na Rua Princesa Isabel, 749, na Cidade Alta, mas para complicar ainda mais a situação, o PSTU Natal funciona atualmente na Rua Santo Antônio, 697, na mesma região. Mudança de endereço de qualquer CNPJ obriga seus responsáveis a comunicarem o fato à Receita Federal. Nesse caso, o PSTU também pode acabar prejudicado, e Brisa vê o viés partidário na acusação que lhe foi feita ainda mais robustecido.

E numa dessas ironias do destino, o Blog do Dina também descobriu que o imóvel do número 749 da Rua Princesa Isabel foi casa de um argentino que pediu ao governo brasileiro anistia para não ser deportado em 1998. O pedido foi negado.

Procurado, o gabinete da vereadora Brisa Bracchi não respondeu imediatamente ao pedido de manifestação. O espaço segue aberto. Também enviamos mensagem para o contato registrado na Receita Federal atribuído ao PSTU. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.

A descoberta que embasa este material partiu de uma dúvida do blog: de quem é a Casa Vermelha? Ao tentar localizar um CNPJ, não obtivemos êxito, mas descobrimos que no mesmo endereço da Casa Vermelha, o banco de dados da Receita Federal já tinha um CNPJ associado, o da sede do PSTU Natal.

image 34

Desde que o caso envolvendo o uso de emenda pela vereadora Brisa Bracchi veio à público, as atenções levaram a Casa Vermelha a se recolher. Nessa quarta-feira, fiscais da secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo se depararam com o imóvel fechado.

Eles iriam fiscalizar as condições do imóvel a partir de denúncias encaminhadas ao órgão ambiental sobre a Casa Vermelha não dispor de alvará de funcionamento, obrigatória para um equipamento que realiza eventos. O alvará exige que o prédio tem que cumprir regras de acessibilidade e estar com licença do Corpo de Bombeiros, além de licenças ambientais e comprovação de alvará de construção.

A falta de qualquer dessas licenças impede a expedição de um alvará. A probabilidade do prédio pivô desse caso ter esse documento é improvável, já que o endereço associado não é compatível com nenhuma autorização de funcionamento recente concedida pela Semurb.

 

image 35
Casa Vermelha já conhece enredos de anistia e não terminam bem para os personagens

 

Muito antes de progressistas se reunirem no número 749 da Rua Princesa Isabel para celebrar Bolsonaro na Cadeia e dizer não à anistia, o imóvel já conhecia as entranhas desses pedidos. Em 1998, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, julgou o caso do argentino David Esteban Gallardo, então morador do equipamento onde hoje é a casa vermelha.

O argentino buscou regularizar sua situação no Brasil. Ele havia entrado no país como turista e permaneceu de forma irregular até ser notificado a deixar o território nacional. Ao recorrer à anistia oferecida pelo governo em 1998, teve o pedido negado pelo Judiciário, que entendeu não estarem preenchidos os requisitos legais.

O processo judicial, cujo relator foi o desembargador Castro Meira, revelou que Gallardo chegou a ser multado pela Polícia Federal no Rio Grande do Norte por trabalhar em situação irregular. Sua defesa alegava que a saída do país havia sido forçada por temor de deportação, e que, por isso, deveria ter direito à regularização. A divergência entre os julgadores acabou por destacar as diferentes interpretações sobre vigência e eficácia da lei de anistia.

A coincidência de endereços conecta episódios de natureza muito distinta com uma lição irônica: aqueles que se ligam ao número 748 da Rua Princesa Isabel terminam sem perdão.

Blog do Dina – por Dinarte Assunção

Opinião dos leitores

  1. Que vergonha para o PSTU, se misturou com essa quadrilha dos PTralhas/ Psol, onde só existe bandidos e ladrões. Fui durante muitos anos do PSTU, quando a sede era na Av. Rio Branco, e participei de muitas lutas pelos direitos dos trabalhadores e de toda sociedade, porém saí qdo comecei a perceber a gatunagem se espalhando no partido. VERGONHOSO

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *