Saúde

As ‘comorbidades silenciosas’ que podem levar pacientes com Covid-19 à morte

Foto: EPA/RAPHAEL ALVES

Em meio ao crescimento exponencial de infecções e mortes por Covid-19 no Brasil, uma característica presente em diversos casos mais graves preocupa os profissionais de saúde: as comorbidades desconhecidas pelos pacientes ou que não são tratadas adequadamente.

Segundo médicos ouvidos pela BBC News Brasil, são comuns casos de pacientes com doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão e tuberculose que desconhecem tais comorbidades até serem internados com Covid-19. Outra preocupação também é com aqueles que sabem da enfermidade, mas não fazem o tratamento adequado.

Para os profissionais da área, a situação representa um retrato da saúde dos brasileiros e traz à tona questões culturais nas quais a atenção primária não recebe o devido cuidado. Para muitos pacientes, médicos e unidades de saúde devem ser procurados apenas em casos de doença.

No contexto da Covid-19, comorbidades como diabetes, obesidade, hipertensão, tuberculose, entre outros, aumentam o risco de agravamento do quadro do paciente. Para aqueles que não tratavam as enfermidades previamente, a evolução da doença causada pelo novo coronavírus pode ser ainda pior. Segundo especialistas, muitos desses casos poderiam não ter uma evolução tão grave se a pessoa fizesse o tratamento adequado da doença pré-existente.

“A Covid-19 se tornou um novo momento para muitos pacientes descobrirem questões ocultas sobre a própria saúde, principalmente aqueles que não se cuidavam ou não tinham acesso ao serviço de saúde”, declara a médica Denize Ornelas, diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.

Ornelas frisa que um paciente com uma doença pré-existente que está controlada, por meio de tratamento, pode apresentar uma resposta melhor à Covid-19. Ela pontua que, em casos de pessoas que não têm a comorbidade controlada, muitas vezes o médico precisa aliar o tratamento contra a Covid-19 com medicamentos para a doença pré-existente. “Nesse caso, a atenção precisa ser ainda maior”, ressalta.

Uma das principais formas de atenção primária no Brasil é o programa Saúde da Família, criado nos anos 90 por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa atinge cerca de 65% da população. O projeto, porém, enfrenta dificuldades como a sobrecarga de equipes em algumas regiões e a falta de hábito entre os brasileiros, que nem sempre compreendem a importância das medidas preventivas relacionadas à saúde.

Doenças pré-existentes

O infectologista Alexandre Naime, chefe de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP), tem presenciado casos de pacientes com a Covid-19 que desconheciam as próprias comorbidades. Ele revela que é comum acompanhar pessoas com sobrepeso, mas que não acreditavam que façam parte do grupo de risco.

“Infelizmente, temos notado muitos pacientes com a Covid-19 que têm um IMC (Índice de Massa Corporal) que se enquadra na obesidade, mas não percebiam. Isso é preocupante. Estamos identificando muitas doenças, até então desconhecidas pelos pacientes, nas internações, como hipertensão e diabetes. São mazelas motivadas por hábitos ruins ou questões genéticas. Elas fazem com o que o paciente esteja no grupo de riscos da Covid-19”, diz Naime.

“Muitos não costumam buscar ou não conseguem acompanhamento médico antes da doença. Essas pessoas, normalmente, têm baixa percepção dos riscos de suas doenças, que incidem na população em geral. Nunca fizeram avaliação preventiva, nunca se preocuparam com o peso”, acrescenta o infectologista.

Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que obesidade, hipertensão e diabetes são as comorbidades desconhecidas, ou sem tratamento adequado, mais comuns entre pacientes com quadro grave de Covid-19 — elas também são as doenças crônicas mais comuns entre os brasileiros em geral, conforme o Ministério da Saúde.

Ainda segundo os especialistas, outras enfermidades como tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica e problemas cardíacos também podem estar entre as mazelas desconhecidas por pacientes infectados pelo Sars-Cov-2, nome oficial do novo coronavírus, que são internados em estado grave.

As doenças pré-existentes costumam ser descobertas em meio aos diversos exames feitos em pacientes internados com a Covid-19.

Para os médicos ouvidos pela BBC News Brasil, um dos principais motivos para que essas comorbidades não tenham sido descobertas previamente em diversos casos é porque são silenciosas. Desta forma, como muitos deixam de fazer exames preventivos, acabam descobrindo a mazela apenas quando sente alguma dificuldade.

“Nem todos têm acesso à atenção primária com facilidade no Brasil ou se preocupam em se prevenir. Por isso, é comum que descubram a doença apenas quando já está em estágio avançado, quando a saúde está descompensada. Isso tudo traz uma série de consequências, porque a pessoa não se cuida desde o princípio e isso pode aumentar riscos de infartos, derrames ou insuficiência cardíaca”, aponta o médico intensivista José Albani de Carvalho.

Albani, que também está na linha de frente dos casos do novo coronavírus, trabalha em diferentes unidades de terapia intensiva (UTI) de São Paulo. Ele acompanhou casos de pacientes graves com o novo coronavírus que descobriram que possuíam comorbidades durante a internação.

“Na realidade, a Covid-19 só torna essa situação (da falta de diagnósticos para doenças pré-existentes) mais evidente. Isso é uma situação crônica, principalmente nas classes de menor poder econômico. Países pobres ou em desenvolvimento costumam sofrer com essa baixa prevenção”, afirma Albani.

Saúde da família

O principal projeto no Brasil para a atenção primária é o programa Saúde da Família. O pesquisador Eduardo Melo, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, aponta que a iniciativa é um meio fundamental de acesso da população da periferia ao SUS.

“Essas unidades básicas de saúde (ligadas ao Saúde da Família) têm três grandes funções: acolher a demanda espontânea, como criança com febre ou uma pessoa gripada; fazer um cuidado continuado, no qual cria vínculos com os pacientes, porque acompanha as pessoas; e lidar com riscos e vulnerabilidades no plano coletivo, como captar e ajudar pessoas com maiores vulnerabilidades”, explica Melo.

“As equipes de saúde básica buscam descobrir precocemente pessoas com condições ou doenças crônicas, para prevenir essas doenças ou impedir o agravamento delas, por meio de acompanhamento. São unidades preparadas para tratar pessoas com tuberculose, por exemplo, e iniciar tratamento”, acrescenta.

As equipes das unidades básicas também costumam identificar grupos de riscos, pessoas que não costumam fazer exames e aquelas que possuem histórico familiar para possíveis doenças pré-existentes. “Com base nesse parâmetro, as equipes vão rastrear as pessoas. Mas claro, nem sempre consegue atender a todos”, diz Melo.

Em todo o país, há 43 mil equipes do Saúde da Família, formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde.

O programa costuma ter mais resultados em pequenos municípios. Em cidades maiores, por diversas vezes a iniciativa não tem equipe para cobrir toda a população. “A melhor alternativa é contratar mais equipes e expandir o funcionamento desses locais, pois muitos estão abertos de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Nem todos os pacientes podem procurar ajuda nesse período”, pontua o pesquisador.

Outro problema enfrentado no projeto, aponta Melo, é a questão cultural que aponta que médicos devem ser procurados somente em caso de doença.

“Um paciente internado tem pouca possibilidade de escolher o que os profissionais de saúde farão para ajudá-lo. Mas não é assim quando é um atendimento preventivo, pois o paciente está andando ao ar livre. Às vezes, existem questões culturais (sobre a busca por atendimento médico). A simples presença do Saúde da Família no lugar não vai mudar tudo. Isso impacta a vida das pessoas, mas não quer dizer que não haverá desafios e dificuldades”, declara.

Os homens costumam ser os que mais ignoram os cuidados com os problemas de saúde. “Há muitos que não se cuidam. É uma questão cultural”, afirma.

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, atendimentos considerados não essenciais estão sendo desmarcados nas unidades básicas de saúde. A atenção primária tem feito poucos procedimentos preventivos, pois o principal foco é o enfrentamento à Covid-19.

Em nota à BBC News Brasil, o Ministério da Saúde afirma que tem orientado os gestores locais de saúde que os atendimentos essenciais sejam mantidos e que os procedimentos eletivos, que não precisam de urgência, sejam adiados. A pasta pontua que uma das opções para continuidade dos atendimentos nas unidades básicas é a telemedicina, visitas domiciliares ou outras formas, desde que sejam adotadas as medidas de precaução adequadas.

O ministério diz que, para reforçar o atendimento médico da atenção primária, facilitou emergencialmente a adesão dos municípios ao programa Saúde na Hora, “possibilitando o aumento de repasses federais para 28 mil unidades de saúde menores reforçarem o atendimento durante a pandemia”. Assim, segundo a pasta, muitas unidades passaram a flexibilizar o atendimento para o público acessar os serviços ofertados nos postos de saúde.

“Vale reforçar que o Sistema Único de Saúde (SUS) é tripartite e funciona com a articulação das ações entre Governo Federal, Estados e Municípios. Sendo assim, cada esfera tem autonomia para tomar decisões que estão sob a sua gestão”, diz nota do Ministério da Saúde.

BBC

 

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Judiciário

Ministério da Justiça envia pedido de extradição de Ramagem aos EUA

Foto: Reprodução

O Ministério da Justiça comunicou nesta segunda-feira (22) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que já enviou ao Itamaraty o pedido de extradição do ex-deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A ordem de extradição foi determinada por Moraes, após Ramagem fugir para os Estados Unidos.

O ex-parlamentar foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por três dos cinco crimes que a Procuradoria-Geral da República imputou a ele na investigação da trama golpista.

A documentação necessária para o pedido de extradição foi organizada pelo MJSP e entregue ao Ministério das Relações Exteriores. Agora, cabe ao Itamaraty formalizar o pedido junto às autoridades norte-americanas.

Ramagem teve o mandato de deputado federal cassado pela Mesa Diretora da Câmara, na quinta-feira (18), justamente por conta da condenação do STF no processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

Nesta segunda, a esposa do ex-deputado, Rebeca Ramagem, anunciou nas redes sociais que o marido pretende lançar cursos on-line.

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Política

Flávio Bolsonaro abre agenda internacional ao lado de Netanyahu em Israel

Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro vai estrear sua agenda internacional como pré-candidato à Presidência participando da Conferência Anual de Combate ao Antissemitismo, entre os dias 26 e 27 de janeiro, em Jerusalém, Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu será o principal nome do evento, e Flávio será um dos oradores.

O ex-deputado Eduardo Bolsonaro, que foi cassado por faltas na Câmara na quinta-feira (18), também estará presente, embora esteja atualmente nos Estados Unidos. O evento reúne líderes e representantes que combatem o antissemitismo em escala global.

Flávio é o escolhido pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para representar o bolsonarismo nas eleições de 2026. A expectativa é que ele enfrente o presidente Lula (PT) no pleito nacional.

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Política

Decisão de Flávio Dino trava emendas e endurece resistência de senadores a Messias no STF

Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

A decisão do ministro Flávio Dino, do STF, de barrar parte de um projeto que liberava pagamentos de emendas parlamentares, deve complicar ainda mais a vida de Jorge Messias, indicado por Lula para o Supremo. O bloqueio vale para as chamadas “emendas de relator”.

Lideranças do Senado afirmaram que a suspensão reforça a resistência à indicação de Messias. Para caciques da Casa, a medida mostra que é necessária uma escolha mais alinhada com o Senado e com a política, como já havia defendido o presidente da Casa, Davi Alcolumbre.

O temor de senadores é que a entrada de Messias no STF fortaleça a chamada “bancada governista”, ligada a Flávio Dino, que tem colocado as emendas parlamentares em xeque. A preocupação é que decisões futuras do Supremo possam prejudicar o orçamento de parlamentares e o ritmo de investimentos nos estados.

Mesmo com a resistência, Lula garantiu manter a indicação. O presidente afirmou que enviará a mensagem oficial ao Senado ainda durante o recesso, para que Messias seja votado assim que a Casa retomar os trabalhos.

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Economia

Ibama apreende 2,3 toneladas de peixe ilegal e aplica R$ 122 mil em multas no RN

Foto: Divulgação/Ibama

O Ibama realizou neste mês a Operação Tuna no litoral do RN e apreendeu 2,3 toneladas de peixe ilegal. Além disso, aplicou multas que somam mais de R$ 122 mil, com foco em crimes ambientais ligados à pesca de atuns e espécies ameaçadas de extinção.

A fiscalização percorreu embarcações, indústrias e o comércio de pescado, tanto no atacado quanto no varejo. Entre as principais infrações estão o comércio de atum sem origem comprovada e a captura proibida de espécies em risco, como agulhão-branco, agulhão-negro, atum-azul, 36 tipos de tubarões, aves e tartarugas marinhas. No total, 52 espécies foram impactadas.

Estaleiros construindo embarcações de pesca sem licença ambiental também foram flagrados. As atividades desses locais foram suspensas e os responsáveis multados, já que barcos irregulares aumentam a pesca sem controle e prejudicam a conservação das espécies.

A operação ainda barrou a venda de ova de curimatã, estrelas-do-mar, corais e lagosta em período de defeso. Todo o pescado apreendido foi doado para entidades beneficentes, hospitais e forças militares. O Ibama reforça que a pesca de atuns é regulada pela Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns e Afins no Atlântico (ICCAT), e que a fiscalização é obrigatória para evitar a pesca excessiva.

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Geral

Arquidiocese de Natal divulga programação e horários de missas de Natal e Ano Novo no RN

Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi

A Arquidiocese de Natal divulgou nesta segunda-feira (22) a programação com os horários da missas de Natal e de Ano Novo em todo o Rio Grande do Norte.

Na Catedral Metropolitana, na quarta-feira, 24, serão celebradas três missas: às 11h, 16h30 e 20 horas. No dia 25, às 19h, haverá a celebração da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No dia 31, também serão realizadas três missas: 11h, 16h30 e 20 horas. No dia 01 de janeiro, a missa da solenidade de Maria Mãe de Deus será às 19 horas.

O arcebispo Dom João Santos Cardoso presidirá as missas das 20 horas, nos dias 24 e 31, bem como a do dia 25.

Missa no Campus da UFRN

Há vários anos, tradicionalmente na noite dos dias 24 e 31, acontece a celebração da missa, no anfiteatro do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Neste ano, ambas as celebrações acontecerão às 18 horas, presididas por Dom João Cardoso, transmitidas pela TV Universitária.

Horários nas paróquias

Confira abaixo os horários das celebrações do Natal e do Ano Novo nas demais paróquias da Arquidiocese:

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Geral

Consumo de cannabis triplicou entre meninas e mulheres no Brasil, aponta estudo

Foto: Contentdealer/Adobe Stock

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o consumo de cannabis entre meninas a partir de 14 anos e mulheres  mais do que triplicou no Brasil. Entre adolescentes, a proporção passou de 2,1% para 7,9%, e entre mulheres adultas, de 3% para 10,6%, entre 2012 e 2023.

16,6% dos brasileiros já usaram cannabis ou derivados

A maconha segue como a droga ilícita mais consumida no país. 16,6% dos brasileiros já usaram cannabis ou derivados ao menos uma vez na vida — cerca de 28 milhões de pessoas. O uso recente também cresceu: de 2,8% para 6% no último ano analisado.

O fumo é a principal forma de consumo (90%), principalmente da maconha prensada. Cerca de 10% usam comestíveis, 4% vaporizadores e 17% misturam a droga com tabaco. Substâncias canabinoides sintéticas foram relatadas por 5,4% dos usuários, índice que sobe para 11,6% entre menores de 17 anos.

Consumo é maior entre meninas

O levantamento também aponta uma inversão no padrão por sexo. Antes mais comum entre meninos, o consumo passou a ser maior entre meninas, enquanto o uso entre adolescentes do sexo masculino caiu quase 60% no período.

Entre jovens de 14 a 17 anos, cerca de 1 milhão já usou cannabis alguma vez, e 500 mil relataram consumo recente. O estudo indica maior vulnerabilidade nessa faixa: 7,4% buscaram atendimento de emergência por uso da droga, contra 2,7% entre adultos. Além disso, 68% dos adolescentes dizem querer parar de usar, mas 43% afirmam não conseguir.

Os dados fazem parte do 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), com 16.608 entrevistados em todo o país, realizado em 2022 e 2023, em parceria com o Ministério da Justiça e a Ipsos.

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Geral

PF aponta ‘Careca do INSS’ como dono oculto da CBPA, entidade de pescadores suspeita de descontos indevidos

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A Polícia Federal apontou o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, como dono oculto da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e da Aquicultura (CBPA).

Segundo a investigação, ele atuava com Paulo Gabriel Negreiros e Tiago Schettini como “donos de fato” da entidade, suspeita de realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados do INSS sem autorização.

De acordo com a PF, a CBPA arrecadou cerca de R$ 99 milhões, com forte crescimento a partir de 2023. Parte dos recursos teria sido desviada para uma empresa ligada a Antunes.

As conclusões fazem parte da quinta fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em 18 de dezembro de 2025. A ação, autorizada pelo ministro André Mendonça, cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal.

Os investigados respondem por organização criminosa, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistemas oficiais e dilapidação patrimonial. A defesa de Antunes afirmou que não comentará o caso por ainda não ter acesso aos autos.

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Ações da Alpargatas despencam e empresa perde R$ 200 milhões em valor de mercado após polêmica política envolvendo a Havaianas

Foto: Divulgação

As ações da Alpargatas, dona da Havaianas, caem nesta segunda-feira (22) na B3 em meio à polêmica política envolvendo a nova campanha da marca. Por volta das 13h, os papéis recuavam 1,37%, após chegarem a cair cerca de 3% no início do pregão.

A queda representa perda de cerca de R$ 200 milhões em valor de mercado, segundo o UOL. A Alpargatas vale hoje cerca de R$ 7,3 bilhões na bolsa de valores brasileira, a B3.

A reação do mercado ocorre após críticas de políticos e grupos conservadores à campanha estrelada pela atriz Fernanda Torres. No vídeo, a atriz faz uma brincadeira com a expressão “pé direito” ao falar sobre o início de 2026.

A mensagem foi interpretada por críticos como um posicionamento político, o que levou a pedidos de boicote à marca nas redes sociais. Eduardo Bolsonaro afirmou considerar a Havaianas um símbolo nacional, mas criticou a escolha da atriz, que classificou como “de esquerda”.

Opinião dos leitores

  1. A direita não tem o menor pudor em prejudicar os outros. Com o intituto de esconder os escândalos do líder de bolsonaro no congresso (sóstenes) ela criou esse espantalho pra o gado ficar preso nesse assunto. Não importa quem vai se prejudicar, o importante é bolsonaro acima de todos.

  2. Em 2026 entre com o pé direito, a exemplo de jogador de futebol quando entra em campo, para evitar maus fluídos.

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Geral

Operação Zero Álcool prende 12 condutores embriagados no fim de semana na Grande Natal

Foto: CPRE/divulgação

A Operação Zero Álcool prendeu 12 motoristas por embriaguez ao volante neste fim de semana em Natal e na região metropolitana. A ação foi coordenada pelo Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE).

As prisões ocorreram em Macaíba (3), São Gonçalo do Amarante (2), Natal (3), Nísia Floresta (2) e Extremoz (2).

Todos os condutores apresentaram resultado superior a 0,33 mg/L no teste do bafômetro, índice que configura crime de trânsito.

Segundo o CPRE, as fiscalizações serão intensificadas durante as festas de fim de ano, com foco na redução de acidentes e na preservação de vidas.

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Geral

IOF impulsiona arrecadação recorde da Receita em novembro: R$ 226,75 bilhões

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Receita Federal arrecadou R$ 8,6 bilhões com o IOF em novembro, alta de 39,95% em relação ao mesmo mês de 2024. O crescimento é atribuído principalmente às operações de saída de moeda estrangeira e ao crédito para pessoas jurídicas, após mudanças recentes na legislação.

O desempenho do imposto contribuiu para o recorde de arrecadação federal em novembro, que somou R$ 226,75 bilhões. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, a arrecadação chegou a R$ 2,6 trilhões, com aumento real de 3,25%, o maior da série histórica para o período.

O aumento do IOF foi anunciado em maio, no primeiro relatório bimestral de 2025, como parte das medidas para cumprir a meta fiscal. Inicialmente, o governo previa arrecadar R$ 20 bilhões, mas, após ajustes no decreto e negociações com o Congresso, a estimativa caiu para cerca de R$ 12 bilhões.

Após o decreto ser derrubado pelo Congresso, o governo recorreu ao STF. Sem acordo entre os Poderes, o ministro Alexandre de Moraes restabeleceu a validade do aumento do IOF, excluindo apenas a cobrança sobre o risco sacado.

Opinião dos leitores

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