De acordo com o jornal, o Ibama aguarda o resultado de amostras enviadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para confirmar a contaminação. A área em que ficam os animais foi interditada no mês passado pela Secretaria Estadual de Saúde, mas o Ibama obteve liminar na Justiça Federal para reabrir a área e manteve os funcionários trabalhando.
DESCOBERTA
Ainda segundo a reportagem, a descoberta da contaminação foi resultado de um trabalho de pesquisa realizado pela professora Débora Rochelly, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Ela pretendia avaliar as condições de saúde dos primatas que vivem em cativeiro. Recolheu amostras em cinco Centro de Triagem, de diferentes estados do País, e dois zoológicos. A pesquisadora decidiu, em seguida, examinar as condições de saúde dos funcionários que tomam conta dos animais.
A coordenadora do CETAS do Rio Grande do Norte, Evelise Costa, que participou da apresentação do trabalho de pesquisa da pesquisadora de Pernambuco, 89% dos primatas pesquisados apresentaram toxoplasmose e 49%, leptospirose, computados todos os locais examinados. No caso do Ibama-RN, um servidor apresentou leptospirose na fase aguda e quatro apresentam toxoplasmose. “O resultado coincidiu com um aumento no número de morte de animais”, lembrou Evelise.
Ainda segundo Evelise, que está entre os servidores infectados, a situação foi comunicada ao Ibama e novos exames foram realizados pelo Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Norte (Lacen), confirmando a contaminação de todos os casos. O Lacen repetiu os exames e on número de casos aumentou, de um para cinco, chegando, após novos exames, a oito casos confirmados de leptospirose. Todos os funcionários do Cetas estão infectados com leptospirose e cinco com toxoplasmose.
O POTI informa o seguinte:
“Após o último resultado, a Vigilância em Saúde da Sesap interditou o Cetas. Segundo o chefe de gabinete do Ibama, Luiz Bonilha, o órgão conseguiu uma liminar na Justiça Federal para reabrir o setor e os funcionários estão trabalhando. Ele informou que não tem data para o exame da Fiocruz chegar. O Ibama não está podendo receber mais animais, embora permanece cuidando dos que estão abrigados na sede. Evelise, que está entre as pessoas infectadas, disse que o Ibama recomendou procurar um médico particular até o resultado sair. Apesar da Sesap ter disponibilizado um infectologista, ele só poderia receber uma pessoa por semana, o que foi inviável”.
NOTA DO BLOG:
Que funcionários tenham contraído leptospirose e toxoplasmose por causa do contato com animais é um fato admissível e até compreensível.
Mas o que não dá para entender é a atitude dos dirigentes do ibama de exigir, diante de exames repetidos, que funcionários contaminados continuem trabalhando e o Centro de Triagem continue funcionando normalmente.
Os servidores infectados deveriam ter total assistência.
Ou será que a vida destes seres humanos vale, para o Ibama, menos que a vida dos animais ali abrigados?
O Ministério Público está a par desta situação e deste flagrante desrespeito à vida humana?CONTAMINAÇÃO NO IBAMA-RN REVELA DESRESPEITO AOS SERVIDORES
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