Há pelo menos três anos os natalenses ouvem falar na Copa 2014. No primeiro semestre de 2009, comemoraram o anúncio oficial da indicação da capital potiguar como uma das sedes do Mundial de Futebol que voltará ao Brasil após 62 anos.
Da festa do anúncio, incluindo a apresentação de um projeto pra lá de moderno de um novo estádio, pouca coisa andou. Muito já se gastou em mídia, em seminários e outros eventos e até agora quase nada se vê de concreto – de concreto mesmo – nas ruas de Natal que lembre os preparativos para se receber o maior evento esportivo do mundo.
As obras de mobilidade urbana a cargo da Prefeitura do Natal e do Governo do Estado ainda não saíram do papel. As avenidas Prudente de Morais, Capitão-Mor Gouveia, Ayrton Senna, Engenheiro Roberto Freire e Via Costeira continuam do mesmo jeito.
Algumas estão na fase do projeto executivo. Outras à espera da liberação dos recursos. A Prefeitura continua com pendências financeiras e com dificuldades para receber o aval do Tesouro Nacional para contratar empréstimo junto à Caixa Econômica.
O curioso é que, enquanto vive problemas como o corte no fornecimento de energia por falta de pagamento, a Prefeitura acredita que o critério para liberação dos recursos para obras da Copa será político.
Enquanto isso, o estádio Machadão continua de pé. O gramado já foi retirado. O sistema de iluminação foi doado. Mas a estrutura de concreto que emoldura o bairro de Lagoa Nova continua de pé. A demolição, para a qual há menos de um mês o Estado sequer tinha licenciamento, deverá ocorrer em agosto, setembro ou algum mês vindouro.
E os natalenses veem aumentar, todos os dias, o clima de apreensão e a onda de rumores indicando que não é a Copa do Mundo vai desistir de Natal, mas Natal é que vai abdicar do direito de sediar alguns jogos da Copa.
Exagero? Talvez. Mas alimentado pela inércia, pela falta de providências concretas e pelo cenário de dificuldades vivido por Prefeitura e Governo do Estado.
A Copa do Mundo se tornará realidade em Natal?
Continuamos torcendo por isso. E aguardando a tomada de providências.
Desde o anúncio das 12 cidades-sede já se passaram dois anos. E faltam menos de 35 meses para junho de 2014. O tempo corre e não perdoa inércia de ninguém.
Além de tudo já exposto no texto, vale destacar a péssima qualidade do plano de mobilidade. Parece mais uma tese acadêmica do que um plano que Natal possa usufruir por vários anos.
Está na hora de toda a sociedade se mobilizar e evitar essa tragédia, pois se derrubar, outro com certeza não será construído.