Saúde

Coronavírus: o modelo matemático que explica como evitar meio milhão de mortes na América Latina

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Rafael Lozano insiste que a mensagem importante aqui é: vidas podem ser salvas.

O renomado médico mexicano é diretor de sistemas de saúde do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, autor de um modelo que prediz como será a propagação da covid-19 em diversos países do mundo.

No fim de junho, foram acrescentados três cenários possíveis ao modelo matemático, que é uma das referências utilizadas pela Casa Branca para tomar decisões e traçar estratégias.

Os cenários levam em conta medidas adotadas por países ou regiões para projetar quantas pessoas serão infectadas ou morrerão da doença causada pelo novo coronavírus em 1º de outubro.

“Mais do que contar mortos, os cenários buscam quantificar quantas vidas podem ser salvas. Isso muda muito a mensagem”, afirma Lozano à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) por videochamada desde a cidade americana de Seattle.

A insistência de Lozano no enfoque otimista faz sentido. Em junho, América Latina e Caribe se tornaram o novo epicentro da pandemia, depois de China, Europa e EUA ocuparem esse posto.

Nos últimos 14 dias, o Brasil e outros países do subcontinente americano somaram 872 mil casos novos, pouco mais de um terço do total global (2,6 milhões), segundo dados do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças.

Se formos considerar as mortes por covid-19 registradas no fim de junho, morriam cerca de 5 mil pessoas no mundo por dia. A cada 10 mortes, 2 ocorriam no Brasil e 3 em outros países da América Latina e do Caribe.

Segundo cálculos do IHME, em 1º de outubro, a América Latina e o Caribe (contando o Caribe inglês) somarão 438 mil mortes.

Mais especificamente, o Brasil deve superar 166 mil mortes e o México 88 mil, enquanto outros seis países ultrapassarão a barreira das 10 mil mortes: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala e Peru.

E esses números nem são os projetados pelo cenário mais fatalista.

O modelo

O IHME não é o primeiro nem o único instituto medindo o curso da pandemia de covid-19 a partir do número de pessoas suscetíveis à doença, daquelas expostas ao vírus, de infectados e de recuperados.

Mas a equipe do instituto vai além e está em contato com governos da Colômbia, do Peru, do Brasil, do Chile e dos EUA, entre outros tomadores de decisão.

“A grande vantagem do modelo que estamos usando é que nos baseamos em uma série de variáveis que ajudam não apenas a estabelecer dados concretos como também em que momento haverá uma demanda maior por leitos hospitalares”, diz Lozano.

Para isso, são levados em consideração “elementos como o número de pessoas que circulam pelas ruas, quando as normas de distanciamento social entraram em vigor e o grau de aceitação destas normas, ou que proporção da população usa máscara.”

Gráfico mostra mortes semanais por covid-19 no Brasil e no mundo. Foto: BBC News Brasil

Além disso, leva em consideração outros determinantes “menos tradicionais” entre modelos matemáticos, segundo ele, como densidade demográfica, perfis de mortalidade no país ou padrões sazonais de pneumonia — que atualmente estão no auge no hemisfério Sul.

Mas talvez o mais interessante seja como seu gráfico interativo simplesmente mostra o efeito que diferentes decisões políticas e individuais têm na trajetória da pandemia.

Os 3 cenários

Lozano explica que, ao construir o modelo matemático, conversaram com governantes, equipes técnicas e encarregados de setores de saúde pública das partes mais distintas do mundo.

“Primeiro, eles queriam saber em que momento haverá uma pressão maior por leitos”, conta Lozano, tanto gerais quanto em unidades de terapia intensiva (UTI), e também por respiradores artificiais.

Depois, segundo Lozano, os países queriam entender quando é o momento de sair da mitigação da pandemia, do distanciamento social severo.

“E agora, estamos com o debate entre não fazer nada ou forçar muito a abertura, e é sempre bom para o político e a população em geral ter em vista esses cenários.”

O primeiro cenário é o “pessimista”. Ele supõe que as medidas de quarentena (obrigação de ficar em casa, fechamento de escolas e serviços não essenciais, proibição de eventos coletivos etc.) vão se flexibilizando de forma contínua e constante.

Segundo Lozano, “se as medidas preventivas forem flexibilizadas, estimamos para a região da América Latina e do Caribe que haverá cerca de 900 mil mortes em 1º de outubro”.

Gráfico com cenários para o  México na pandemia. Foto: BBC News Brasil

“Não há governo que possa aceitar esse tipo de cenário, mas não mostrá-lo é deixar de informar”, afirma o pesquisador.

Nos outros dois cenários, as projeções também se baseiam na ideia de que as medidas vão sendo relaxadas, mas aqui, se a taxa diária de mortes atinge a marca de 8 por 1 milhão de habitantes, o país volta a impor medidas de restrição de circulação por seis semanas.

A diferença desses dois cenários está na utilização ou não de máscaras.

Na projeção que o IHME chama de “tendência atual”, a população não usa máscaras de forma abrangente. Mesmo assim, como resultado, a estimativa de mortes por covid-19 para toda a região passa a ser 438 mil em 1º de outubro.

No terceiro cenário, em que, além da volta de medidas de distanciamento, o uso de máscara passa a ser generalizado, as mortes cairiam para 389 mil.

“É uma ação que mistura a responsabilidade dos indivíduos, toda vez que saímos para as ruas, com a dos governantes, que são os que estão gerando essas válvulas de escape para reabrir a economia”, diz Lozano.

Quais são as projeções para o Brasil?

O modelo matemático da Universidade de Washington aponta três perspectivas para o Brasil.

No cenário “pessimista”, em que a flexibilização do distanciamento social segue em frente mesmo quando a situação se agrava, o país atingiria a marca de 4,5 mil mortes por dia em 7 de setembro. Em comparação, o Brasil registra em 7 de julho uma média de quase mil mortes por dia.

Gráfico com cenários para o brasil na pandemia. Foto: BBC News Brasil

No cenário considerado como “tendência atual”, o país estaria em torno do patamar de 900 mortes por dia. E caso haja uma adoção abrangente de máscaras pela população, haveria cerca de 760 mortes por dia.

Em números absolutos, o modelo prevê 340 mil mortes no pior cenário, 166 mil na perspectiva de abre e fecha e 147 mil com uso abrangente de máscaras.

A Universidade de Washington também estima que, por causa da subnotificação, o número de casos novos diários de covid-19 é seis vezes maior que o oficial. Ou seja, segundo o modelo, 250 mil pessoas contraem atualmente o vírus no país por dia. Em comparação, os dados oficiais indicam uma média de 40 mil casos por dia.

Daqui a um mês, seriam 900 mil no pior cenário, cerca de 110 mil na tendência atual e quase 100 mil com uso abrangente de máscara.

O caso do Equador

Ao analisar os gráficos, os cenários parecem não oferecer soluções simples para os governos da região.

O exemplo mais dramático é o do Equador, onde o IHME projeta uma segunda onda a partir de agosto.

Segundo o modelo, se as medidas de flexibilização avançarem sem qualquer recuo, o país sul-americano passará das 4.781 mortes registradas em 6 de julho para mais de 21,3 mil em 1º de outubro. No cenário em que o distanciamento é readotado, morreriam 20,2 mil. Na projeção que considera uso abrangente de máscaras, as mortes totalizariam 19,5 mil.

“A epidemia no Equador é completamente diferente da epidemia no Brasil, no México e na Colômbia. É muito parecida com a europeia. Teve seu crescimento nos meses de março e abril e depois um platô por muitos meses”, explica Lozano.

Segundo ele, a pequena diferença entre os três cenários do Equador mostram que quando os níveis de propagação do vírus são muito elevados, as intervenções perdem sua eficácia.

Os bem-sucedidos Paraguai e Uruguai

Por outro lado, as projeções preveem um crescimento considerável de infecções e mortes em países que têm sido elogiados mundialmente por suas exitosas estratégias de contenção do coronavírus.

É o caso do Paraguai, que em 6 de julho tinha 20 mortes pela covid-19 e pode ter 271 mortes em 1º de outubro, segundo o IHME. Nos mesmos três meses, o Uruguai passaria de 28 para 340 mortes.

Em relação a esses dois países, Lozano afirma que a explicação dos números está na sazonalidade e na prevalência de pneumonias. “O inverno no Sul é dentro e fora de casa, e não apenas fora, como acontece nos países europeus. Isso faz uma enorme diferença.”

Segundo Lozano, do IHME, “a narrativa sobre a pandemia deve começar em busca de esperança, de saídas”.

Para isso, ele acredita que é importante fornecer dados que permitam aos governos tomar medidas fundamentadas, mas também que as pessoas possam avaliar e decidir se devem ou não visitar seus avós ou encontrar seus amigos.

Descobrir qual é a prevalência de casos na área, se a reunião ocorrerá em um espaço aberto ou fechado e quanto tempo durará, por exemplo, “permite que um comportamento mais colaborativo reduza a propagação do vírus”, defende o médico mexicano.

“O que precisamos é melhorar nossos indicadores para que as pessoas possam avaliar a situação dia a dia e se sentirem confiantes em sair.”

Terra, com BBC

 

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Mundo

Usina nuclear de Fordow é atacada novamente no Irã, dizem jornais

Foto: Reprodução

A usina nuclear iraniana de Fordow foi alvo de ataques mais uma vez, informaram diversos veículos de notícias estatais iranianos nesta segunda-feira (23), citando o porta-voz da província de Qom, no centro do Irã, onde a usina está localizada.

A agência de notícias semioficial Tasnim atribuiu o ataque a Israel.

“Não haverá perigo ou ameaça aos cidadãos”, falou o porta-voz da província de Qom, segundo a agência de notícias ISNA.

Os Estados Unidos lançaram ataques contra três das principais instalações nucleares do regime iraniano, incluindo Fordow, na noite de sábado (21).

A instalação é uma das mais importantes do Irã, localizada no interior de uma montanha para protegê-la de ataques.

CNN

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Cidades

São João de Natal tem noite extra de shows na zona Oeste; veja programação

Foto: Demis Roussos

A Prefeitura do Natal anunciou a realização de mais uma noite de shows no polo zona Oeste, na Cidade da Esperança, nesta segunda-feira (23), a partir das 18h. A programação atende ao pedido da população e comerciantes depois que shows tiveram que ser suspensos na sexta-feira (21) e no sábado (22), devido às fortes chuvas que atingiram a capital potiguar.

Sob a mesma estrutura de segurança, acessibilidade e apoio oferecida ao longo do evento, o palco montado na Avenida Rio Grande do Sul receberá os artistas que não puderam se apresentar nos dias anteriores. Estão confirmados: JN Explode, Zé Hilton do Acordeon, Edyr Vaqueiro, Lucianno Brilhante.

A notícia foi recebida com entusiasmo por quem depende da festa para gerar renda. “Mais um dia de evento é a oportunidade que a gente esperava. Já tínhamos perdido as vendas da sexta e do sábado por causa da chuva. Agora temos como recuperar esse prejuízo. Já vou me organizar para deixar tudo pronto”, contou Jorge Nascimento, comerciante de espetinhos e morador da região.

A alegria também se estende ao público. “Eu achei que ia acabar hoje e fiquei triste. Agora, com mais um dia, dá pra aproveitar tudo de novo. Essa festa tá muito boa, pertinho de casa e a gente quer mais mesmo. Adorei saber”, comemorou Silvana Moura, moradora da Zona Oeste que esteve presente nos outros dias de programação.

O evento segue gratuito e aberto ao público. A organização reforça a importância da continuidade das doações de alimentos, que estão sendo direcionadas ao Banco de Alimentos de Natal e destinadas às pessoas em situação de vulnerabilidade, inclusive famílias atingidas pelas últimas chuvas.

Tribuna do Norte

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Geral

VÍDEO: Desvio na BR-304 provoca caos no trânsito entre Macaíba e Natal

Vídeo: Cedido

Um desvio da BR-304, na Grande Natal, tem se tornado um verdadeiro desafio para motoristas que seguem das cidades vizinhas em direção à capital potiguar. O trecho, criado para viabilizar as obras de construção de um viaduto, está tomado por buracos, causando lentidão e transtornos no tráfego.

Leitores do blog relatam “não ter outra opção” que não seja enfrentar mais de uma hora “na fila” do trânsito que se forma no local.

O desvio fica entre os municípios de Macaíba e Parnamirim, no sentido de quem vai para Natal. A quantidade de buracos é tamanha que os condutores relatam ser impossível cruzar o trecho sem cair em pelo menos um deles. A situação obriga motoristas vindos tanto pela BR-304 quanto pela BR-226 a reduzir drasticamente a velocidade, formando assim um grande congestionamento na via.

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Geral

‘Simpatizantes do STF são silenciosos’ e ‘adversários, barulhentos’, diz Gilmar Mendes

Foto: Jefferson D. Modesto/Divulgação

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a Corte “tem simpatizantes, pessoas que reconhecem o papel do Tribunal, mas eles são silenciosos”. Por outro lado, segundo o ministro, os “adversários são barulhentos”.

O ministro deu a declaração durante entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo neste domingo, 22. Na ocasião, Gilmar Mendes falou sobre os seus 23 anos de atuação na Suprema Corte.

Questionado sobre a rejeição da população à Corte, o ministro disse que a sociedade reconhece o papel do STF, mas de forma silenciosa.

“Eu poderia estar contando a história da falência de uma corte, como vi na Hungria ou Turquia, onde colegas foram defenestrados dos tribunais”, afirmou. “Mas estou aqui contando a história de uma Corte que fez a democracia sobreviver.”

Gilmar Mendes disse que a Corte viveu “momentos de aplauso, como no mensalão, e de crítica, como na Lava Jato”, e que manteve “um padrão civilizatório” durante a pandemia.

“Com o negacionismo do governo Bolsonaro, o tribunal enfrentou isso”, disse. “Perdemos mais de 700 mil pessoas. Teríamos chegado a 1 milhão, talvez, sem a atuação do Tribunal.”

Gilmar Mendes diz se orgulhar da sua atuação na Lava Jato

O ministro afirmou que o seu enfrentamento à Operação Lava Jato é motivo de orgulho.

“Fui a primeira voz relevante que apontou que o rei estava nu”, ressaltou. “E fui o voto decisivo na suspeição de Sergio Moro na Segunda Turma. Houve muitas incompreensões. A mídia e a opinião pública apoiavam a Lava Jato.”

Demonstrando indiferença às críticas, o ministro citou a cantora Edith Piaf: “Non, je ne regrette rien – não tenho do que me arrepender”.

Eleições 2026

Gilmar Mendes também disse que “ninguém teve dúvida de quem ganhou [as eleições] em 2022” e que a “Justiça está preparada” para cuidar da próxima eleição.

“Estamos mais prontos para evitar abusos e retirar conteúdos falsos das redes”, afirmou.

Ministro nega censura em regulação das redes sociais

Ao falar sobre a regulação das redes sociais, Gilmar Mendes disse que “o ideal seria que o Congresso tivesse conseguido se dedicar a isso” e garantiu que o STF é contra a censura. Entretanto, afirmou que a Corte precisa ser mais severa “com o que não pode ser veiculado”.

“Pedofilia e incentivo à violência não podem fazer parte do repertório das redes”, disse.

Para Gilmar Mendes, a Inteligência Artificial pode ajudar no controle do que pode ou não ser publicado, de acordo com o entendimento do STF.

Revista Oeste

Opinião dos leitores

  1. Esses ministros iluminados vivem no mundo da lua, não tem a mínima noção do que a população pensa sobre eles.

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Geral

Farmácias começam a reter receita de canetas emagrecedoras nesta segunda-feira (23)

Foto: Reprodução/RECORD

A partir desta segunda-feira (23), farmácias e drogarias de todo o país passam a ser obrigadas a reter a receita médica na venda das chamadas canetas emagrecedoras, como Ozempic, Saxenda e Wegovy, medicamentos usados em tratamento contra obesidade e diabetes.

A nova exigência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem como objetivo conter o uso indiscriminado desses remédios.

Apesar de serem considerados medicamentos de tarja vermelha, o consumidor conseguia comprá-los sem prescrição médica. Com a nova regra, os farmacêuticos ficarão com o documento no ato da compra, visando um controle maior na comercialização dos produtos.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em abril, mas só passa a valer oficialmente a partir desta segunda. Por unanimidade, a agência entendeu que a retenção é necessária para aumentar o controle do uso desses medicamentos e proteger a saúde coletiva do “consumo irracional” dos emagrecedores.

A decisão vale para todos os medicamentos à base de semaglutida (caso do Ozempic e do Wegovy) e liraglutida (como o Saxenda), substâncias que passaram a ser consumidas em larga escala por pessoas interessadas em emagrecer, mesmo sem diagnóstico de obesidade ou diabetes.

Nos últimos anos, o uso dessas canetas injetáveis se espalhou pelas redes sociais, impulsionado por celebridades, influenciadores e vídeos que prometem resultados rápidos.

Com isso, aumentou a preocupação de especialistas sobre o uso sem acompanhamento médico, já que os medicamentos podem causar efeitos adversos e não são indicados para todos os perfis.

Efeitos colaterais

Entre os possíveis efeitos colaterais, estão náuseas, vômitos, dor abdominal, além de riscos mais graves, como pancreatite. A própria bula dos produtos alerta que o uso deve ser feito com prescrição e orientação médica, dentro de um plano de tratamento.

Além da retenção da receita, a nova regra também estabelece que os produtos passem a ser vendidos sob controle especial, com tarja preta ou vermelha, como já acontece com antibióticos e outros medicamentos sujeitos a regras mais rígidas.

56% de brasileiros utilizam Ozempic para perda de peso

Pesquisa do Instituto Datafolha realizada com 812 entrevistados em fevereiro de 2025 mostrou que 45% dos usuários de remédios como Ozempic já compraram esses medicamentos sem prescrição médica. Do percentual, 73% revelaram que não tiveram orientação médica, enquanto 25% passaram por algum profissional.

O levantamento também mostrou que 56% dos entrevistados utilizam o medicamento para perda de peso, sendo que desse percentual, 37% possuem IMC (Índice de Massa Corporal) considerado normal.

R7

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Mundo

Principal aeroporto de Israel começa a retomar voos

Foto: Wikimedia Commons

O aeroporto de Tel Aviv, principal terminal aéreo de Israel, retomou nesta segunda-feira (23) os voos internacionais de saída do país. O país esteve, por mais de uma semana, com o espaço aéreo fechado por causa do conflito com o Irã.

A operação está limitada a 50 passageiros por aeronave como medida de segurança. Vai possibilitar aos estrangeiros retidos em Israel que retornem a seus países pela 1ª vez desde o início do conflito, em 13 de junho. Por conta do número limitado de voos, será dada prioridade para casos humanitários, emergências médicas e situações de segurança nacional. Segundo informações do jornal Times of Israel, a medida permitirá que mais de 1.000 pessoas deixem o país nesta 2ª feira (23).

Conforme a ministra dos Transportes israelense, Miri Regev, a restrição do número de passageiros é uma forma de reduzir o tempo de permanência das aeronaves no solo, uma recomendação do Comando da Frente Interna de Israel. “Precisamos limitar o número de passageiros em aviões na pista durante esse período desafiador em que o aeroporto pode ser um alvo”, disse.

Regev afirmou que, até o fim de semana, será possível avaliar um aumento do número de voos de saída de acordo com a evolução da situação de segurança.

Desde 4ª feira (18.jun), companhias aéreas israelenses como El Al, Israir e Arkia realizam voos de repatriação, principalmente a partir da Europa e dos Estados Unidos. Por questões de segurança, esses voos são realizados durante o dia, já que o país tem sido alvo de ataques noturnos com mísseis disparados pelo Irã.

Israel fechou seu espaço aéreo em 13 de junho, quando deu início a uma ofensiva contra o programa nuclear iraniano. A decisão deixou cerca de 40.000 turistas estrangeiros retidos no país, com poucas alternativas de saída além das fronteiras terrestres com o Egito e a Jordânia ou pelo mar – rota que permaneceu aberta.

A partir desta 2ª feira (23.jun), os voos de saída operam exclusivamente pelo Terminal 3 do aeroporto Ben Gurion. O acesso está restrito a passageiros com bilhetes válidos, com exceções apenas para acompanhantes de menores ou pessoas com necessidades especiais. Os viajantes foram orientados a chegar com no máximo duas horas de antecedência, usando preferencialmente o transporte público. Quem optar pelo carro particular poderá apenas fazer desembarques rápidos. Segundo reportou o jornal israelense, as lojas duty free seguem fechadas, mas cafés e lanchonetes estão funcionando.

A empresa El Al anunciou voos para 8 destinos. Enquanto os passageiros que tiveram voos cancelados depois de 13 de junho poderão fazer a remarcação sem custos adicionais, para os demais casos, incluindo turistas e casos de emergência médica ou humanitária, a companhia fixou tarifas específicas: US$ 99 para Larnaca, US$ 149 para Atenas e US$ 299 para Roma, Paris e Londres. Voos para Nova York e Los Angeles têm tarifas de US$ 795. Para Bangkok, de US$ 695.

Já a companhia aérea Arkia disse que realizará 6 voos de repatriação com destinos como Larnaca, Atenas, Viena, Roma e Barcelona.

Ainda de acordo com as novas regras, quem adquirir bilhetes de ida a partir de agora só poderá comprar a volta com data mínima de 30 dias depois do embarque.

Segundo a ministra dos Transportes, dezenas de milhares de israelenses já retornaram ao país por terra, mar e ar, com voos de repatriação. “Mas estimamos que ainda há cerca de 84.000 que precisamos trazer para casa”, declarou.

Poder 360

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Geral

Nas redes, governo Lula critica isenção fiscal milionária concedida por ele mesmo

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Governo Federal utilizou suas redes sociais oficiais na última sexta-feira, 20, para publicar uma série de peças visuais em defesa do programa Bolsa Família e em crítica ao que classifica como privilégios fiscais concedidos a grandes empresas. No entanto, a peça incluiu, entre os exemplos criticados, uma medida aprovada e implementada pela própria administração federal.

A publicação, feita no perfil oficial do Governo Federal no Instagram, replicou uma arte originalmente criada pelo economista Presley Vasconcellos. Na imagem, o texto afirma: “Vamos falar da verdadeira preguiça?”, seguido da crítica: “Só entre 2024 e 2025, foram R$ 400 bilhões em renúncias e isenções. Dá R$ 4 milhões por empresa. E sabe o que exigem em troca? Nada.”

Entre as referências citadas na campanha está uma reportagem publicada pelo portal Metrópoles com o título “Americanas tem desconto de R$ 500 milhões para quitar dívida com União”, de autoria do repórter Fábio Matos.

O conteúdo revela que a varejista Americanas, em processo de recuperação judicial, firmou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), um dos órgãos de direção superior da Advocacia-Geral da União, para quitar dívidas fiscais junto ao Fisco federal.

O acordo firmado prevê “um desconto de mais de R$ 500 milhões em uma dívida total de cerca de R$ 865 milhões”. A negociação envolve a concessão de “desconto integral de juros e multas, limitado a 70% do valor da dívida”, como tributos previdenciários e não previdenciários.

Com a aplicação dos descontos, a Americanas utilizará depósitos judiciais vinculados, créditos de prejuízos fiscais e recursos próprios para quitar o saldo remanescente. Em nota ao mercado, a empresa informou que “todos os efeitos do acordo estarão devidamente refletidos nas demonstrações financeiras do segundo trimestre deste ano”.

Relação com o governo Lula envolve contradições na comunicação oficial

A empresa também destacou que o entendimento com a PGFN “traz benefícios econômicos adicionais para a companhia, uma vez que a manutenção das discussões implicaria em esforço financeiro para oferecimento e manutenção de garantias judiciais, honorários advocatícios e outros custos e despesas processuais”.

A crítica feita pela postagem, portanto, se refere a uma operação legal de transação tributária, prevista em lei, aprovada e operacionalizada por órgãos vinculados ao próprio Executivo. Trata-se de um mecanismo jurídico que permite a renegociação de dívidas com o fisco e que é utilizado por empresas em dificuldade financeira, especialmente em recuperação judicial.

O caso da Americanas ganhou notoriedade com a revelação, em janeiro de 2023, de “inconsistências contábeis” em seus balanços. À época, estimava-se um rombo de R$ 20 bilhões, valor posteriormente revisado para R$ 25 bilhões.

Em abril de 2025, o Ministério Público Federal denunciou 13 ex-executivos e ex-funcionários da empresa por crimes como associação criminosa, falsidade ideológica, manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.

Revista Oeste

Opinião dos leitores

  1. Eis aí, uma prova de que o Senhor Presidente da República está senil, condena atos dos seus governos anteriores, ou seja, as “isenções milionárias “. Querem prova maior?

  2. Este individuo não tem a menor condição de continuar na presidência da republica, está decadente. Os que o nomearam são os responsáveis pelo caos que o País esta passando

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Geral

Itamaraty pede reforço nas buscas por brasileira que caiu em trilha de vulcão

Foto: Reprodução

O Itamaraty informou, na noite deste domingo (22), que pediu ao governo da Indonésia que reforce o trabalho de buscas da brasileira Juliana Marins, 26, que caiu em uma área de difícil acesso quando fazia uma trilha em direção ao vulcão Rinjani.

O pedido, segundo nota oficial do Itamaraty, foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro.

Também segundo o Itamaraty, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia começaram o terceiro dia de buscas no Rinjani, que tem 3.726 metros de altura e fica na ilha de Lombok, a 1.200 km de Jacarta.

Segundo informações recebidas pela equipe, a turista caiu de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão.

No domingo (22), a irmã de Juliana disse que o resgate havia sido interrompido e que a brasileira ficou sem mantimentos e agasalhos. Mariana Marins afirmou também que as buscas seriam retomadas nesta segunda.

“Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo”, diz nota do Itamaraty.

A embaixada do Brasil em Jacarta recebe das autoridades locais relatos sobre o andamento dos trabalhos.

Dois funcionários da embaixada irão até o local para acompanhar as tentativas de resgate, dificultadas no final de semana pelas condições meteorológicas, que atrapalham a visibilidade.

Neste domingo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou, no Instagram, que acompanha o caso com preocupação. Ela disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores para saber detalhes do ocorrido.

“No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve”, disse.

A trilha que era percorrida pela publicitária é uma das mais populares da Indonésia. O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.

Juliana começou o trajeto na sexta-feira (20). Ela faria a escalada até domingo.

Folha de S.Paulo

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Mundo

Comandante do exército iraniano diz que virá “forte resposta” aos EUA

Foto: Alexander Zemlianichenko/AP

O comandante-chefe do exército iraniano afirmou que haverá uma “forte resposta” aos ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas, em um videoclipe publicado por diversos veículos de comunicação estatais.

“Ao longo da nossa história, enfrentamos os Estados Unidos muitas vezes. Sempre que tentaram nos atacar, receberam uma resposta forte”, disse o Major-General Amir Hatami.

“Lutaremos; lutaremos pela felicidade. Tivemos muitos mártires, mas lutaremos com força e coragem. Vocês devem ter certeza da nossa força”, completou.

Hatami, um dos generais mais graduados do Irã, foi nomeado para o cargo há menos de uma semana, enquanto o Irã reorganizava sua liderança militar para preencher cargos deixados vagos após Israel matar várias figuras importantes em seus ataques recentes.

CNN

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Geral

INSS: comissão da Câmara busca PGR para investigar Lula

Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES

A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou um requerimento que solicita à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de investigação contra o presidente Lula. O pedido, porém, só será formalmente encaminhado se autorizado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O colegiado aponta possíveis “abusos na conduta” do chefe do Executivo, diante de declarações sobre a atuação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União no caso conhecido como “Farra do INSS”.

Segundo o texto, Lula teria feito declarações que “configuram possível interferência indevida em investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União”, o que poderia violar os princípios da “legalidade, moralidade e impessoalidade administrativa”.

O foco dos parlamentares é uma entrevista concedida por Lula em 3 de junho de 2025. Na ocasião, o presidente afirmou ter orientado a PF e a CGU a atuar com “muita cautela” para que não houvesse “crucificações” de entidades envolvidas na apuração.

Para os deputados, embora o discurso aparente prudência, ele “configura forma velada de constranger órgãos de controle a desacelerar, condicionar ou relativizar apurações em curso”.

“Farra do INSS”

A “Farra do INSS” foi revelada pelo Metrópoles e é investigada no âmbito da Operação Sem Desconto e envolve suspeitas de que entidades teriam realizado descontos indevidos em aposentadorias e pensões, com prejuízo estimado em até R$ 6,3 bilhões.

Uma das entidades sob investigação é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde atuou José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente.

Apesar de não ser investigado formalmente, o documento sustenta que a presença de Frei Chico no comando do sindicato “levanta sérias questões sobre possíveis conflitos de interesse”.

Metrópoles – Paulo Cappelli

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