Tribuna do Norte:
A Justiça determinou a realização de uma perícia contábil nas quatro empresas seqüestradas pela Justiça por conta da Operação Pecado Capital, atendendo a uma solicitação da defesa de Rychardson e Rhandson de Macedo Bernardo. O advogado Arsênio Pimentel, que defende o ex-diretor do Ipem e seus familiares, solicitou a perícia para esclarecer a origem dos recursos que sustentam e possibilitaram a criação das empresas Platinum Veículos, Piazzale Mall, Casa do Pão de Queijo (loja do Carrefour) e Supermercados É Show. Amanhã, a Operação Pecado Capital completa um mês.
Após 30 dias, apenas Rychardson e Rhandson continuam presos. Os demais (Daniel Vale Bezerra, Aécio Fernandes e Adriano Nogueira) foram soltos ainda na primeira semana, após o fim do prazo de prisão temporária. Os irmãos Macedo de Bernardo não ganharam liberdade apesar dos constantes pedidos da defesa, na primeira instância, no Tribunal de Justiça e em Brasília, no Superior Tribunal de Justiça. O processo principal, que decretou a indisponibilidade de bens e a prisão dos acusados, está no início, com as primeiras alegações e pedidos.
O pedido de perícia, nesse caso, é uma estratégia da defesa para desmontar a tese de lavagem de dinheiro. Em suma, o Ministério Público alega que as empresas foram criadas e são abastecidas com dinheiro de origem ilícita. Já a defesa pediu a perícia para tentar demonstrar a licitude dos recursos. Sobre esse assunto, a defesa já havia citado a existência de vários empréstimos e financiamentos. Essa seria a origem das empresas.
O juiz José Armando Pontes, 7ª Vara Criminal, determina, para elucidar essa questão que o perito envie, em 30 dias, “informações detalhadas quanto à situação contábil de cada uma das empresas sequestradas, respondendo se a empresa, ao tempo do sequestro, apresentava-se com plenas condições de saldar sua dívidas e de quitar seus empréstimos mediante atuação regular, devendo os peritos opinar, fundamentalmente, dentro de sua área de competência, e à luz da análise dos documentos a que tiverem acesso, pela viabilidade ou inviabilidade da continuação das atividades de cada empresa”.
As empresas continuam funcionando normalmente, com quatro administradores públicos nomeados pela Justiça. O sequestro das empresas faz parte da estratégia para apurar o envolvimento das empresas no suposto esquema. Mas também inspira cuidados. A Justiça precisa “devolver” as empresas, caso as alegações do MPE não sejam acatadas, da forma como “recebeu”.
Além do pedido de perícia, a defesa irá impetrar outro pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça. Até o fechamento dessa edição, o pedido não havia sido protocolado pelo STJ em seu site na internet.
Comente aqui