Tribuna do Norte
A mãe do ex-diretor do Ipem, Maria das Graças de Macedo Bernardo, saiu do Centro de Detenção Provisória feminino de Parnamirim no fim da tarde de ontem e foi recolhida para “prisão domiciliar”, segundo informações de seu advogado, André Castro. Maria das Graças teve a prisão preventiva decretada na última terça-feira acusada de tentar obstruir as investigações acerca da Operação Pecado Capital, que prendeu seus dois filhos, Rychardson e Rhandson de Macedo e mais três pessoas. Os dois continuam presos.
O pedido da defesa foi baseado na saúde de Maria das Graças e no papel de tutora do esposo, José Bernardo, também investigado na Operação Pecado Capital. Segundo André Castro, Maria das Graças tem pressão alta em níveis que inspiram cuidados. Além disso, ela é responsável por cuidar do marido, também por questões de saúde. “O juiz levou em consideração principalmente o fato de ela ser arrimo para o marido. Agora, ela ficará em prisão domiciliar”, explica André Castro.
Ao cumprir a prisão preventiva em sua residência, Maria das Graças estará impedida de sair de casa, a não ser em casos de extrema necessidade, que envolvam perigo para a própria vida ou para a vida de outros. Mesmo assim, caso seja necessário, a saída da prisão domiciliar deve ser comunicada e explicada ao juiz da 7ª Vara Criminal, José Armando Pontes.
A acusada dormiu em uma cela com cerca de 40 mulheres, segundo informações de fontes que preferiram não se identificar. No CDP feminino de Parnamirim, há três celas, uma delas preferencialmente utilizadas por mulheres mais idosas e gestantes. Esse foi o local utilizado por Maria das Graças para passar a noite. São dois banheiros para todas as detidas e as condições higiênicas, como em todas as prisões do Estado e do Brasil, precárias. Em sua maioria, as companheiras de cela são acusadas de tráfico de drogas. Não havia ninguém com alto nível de periculosidade. “As novatas dormem no chão, mas elas se ajudam. Uma empresta um “pedaço” de colchonete para a outra”, diz uma fonte.
O habeas corpus solicitado pela defesa não foi julgado pelo Tribunal de Justiça. O desembargador Rafael Godeiro, a quem o processo foi destinado por sorteio, pediu a manifestação do juiz de primeira instância, José Armando Pontes. O processo foi enviado ontem à tarde e o magistrado da 7ª Vara Criminal tem um prazo de 24 horas para se manifestar. Depois disso, o desembargador poderá decidir se ela irá responder as acusações do MPE em liberdade ou em prisão domiciliar.
Rychardson e Rhandson, por sua vez, também esperam uma decisão de primeira instância para possivelmente deixar o Quartel da Polícia Militar, onde estão presos desde o dia 12 de setembro. Um pedido de revogação foi feito pela defesa. O processo se encontra com o Ministério Público. Somente após o parecer dos promotores o juiz poderá julgar o pedido da defesa.
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