Saúde

Médico brasileiro de 28 anos voluntário para vacina de Oxford morre; laboratório não informa se ele recebeu imunizante


Profissional de saúde na Unifesp acompanha estudo da vacina da Universidade de Oxford Foto: Amanda Perobelli / REUTERS

Um voluntário brasileiro que participava dos testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade Oxford e pelo laboratório AstraZeneca morreu devido a complicações de Covid-19, na última quinta-feira. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi formalmente informada do fato nesta segunda-feira.

De acordo com a Anvisa, os desenvolvedores da vacina já compartilharam com a agência os dados da investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança sobre o caso. A Anvisa informou ao GLOBO que o caso está sob avaliação.

Segundo a Anvisa, o comitê sugeriu o prosseguimento dos estudos com a vacina. Não foi informado nem pelo laboratório nem pela Anvisa se o voluntário recebeu um placebo ou uma dose do imunizante.

Em nota, a Anvisa disse que “com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação”.

A Anvisa afirmou, ainda, que os dados de voluntários são mantidos em sigilo devido aos princípios de confidencialidade do estudo, destacando que “a Agência cumpriu, cumpre e cumprirá a sua missão institucional de proteger a saúde da população brasileira”.

Em nota, o responsável pelos testes no Rio de Janeiro, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) informa que “seguindo normas internacionais de pesquisa clínica e respeitando os critérios de confidencialidade dos dados médicos, não podemos confirmar publicamente a participação de nenhum voluntário no estudo clínico com a vacina de Oxford” .

O instituto ressalta, ainda, que “após a inclusão de mais de 20 mil participantes nos testes ao redor do mundo, todas as condições médicas registradas foram cuidadosamente avaliadas pelo comitê independente de segurança, pelas equipes de investigadores e autoridades regulatórias locais e internacionais. A análise rigorosa dos dados colhidos até o momento não trouxe qualquer dúvida com relação à segurança do estudo, recomenda-se sua continuidade. Vale lembrar que se trata de um estudo randomizado e cego, no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford. No Brasil, até o presente momento, já foram vacinados aproximadamente 8.000 voluntários.”

Sue Ann Costa Clemens, chefe do Instituto de Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) e pesquisadora do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, explica que pesquisas só devem ser interrompidas se houver alguma ocorrência inesperada, caso do voluntário britânico com suspeita de esclerose transversa. Na ocasião, o estudo foi mundialmente interrompido. E retomado, quando se constatou que não teve a ver com a vacina.

Segundo ela, contrair Covid-19 durante testes de uma vacina justamente contra a Covid-19 num momento de pandemia não é um evento inesperado e sim um fator de avaliação. O paciente pode não ter tomado a vacina e, sim, o placebo.

Médico estava na linha de frente do combate à pandemia

O voluntário que morreu era um médico, de 28 anos, que desde março estava na linha de frente do atendimento a doentes de Covid-19, em UTIs e emergências. Ele trabalhava num hospital privado e em outro da rede municipal, ambos na Zona Norte do Rio.

Ex-aluno de medicina e muito querido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 2019, ele era conhecido pela dedicação e o trabalho incansável. Nesta semana, a instituição postou em suas redes sociais uma homenagem em sua memória. Embora na linha de frente, amigos contam que estava sempre disposto a ajudar os outros e não perdia o bom humor. Era incansável.

Sua morte surpreendeu e chocou os mais próximos pois o médico, segundo eles, tinha boa saúde e não sofria de qualquer comorbidade. Ele teria recebido uma dose da vacina da AstraZeneca/Oxford no fim de julho. Adoeceu em setembro e seu quadro se agravou até vir a falecer.

Chamada AZD1222, a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford é feita com um adenovírus símio, geneticamente modificado. Este funciona como “transporte” para uma proteína do Sars-Cov-2, a chamada proteína espícula, ou S, que o coronavírus usa para invadir as células humanas.

Esse tipo de plataforma, considerado inovador e promissor, nunca foi usado antes em vacinas no mercado. Estudos com a mesma estratégia — e vírus diferentes — fracassaram contra o HIV.

A estratégia agora é usar o adenovírus, que também foi alterado para não se replicar, para “apresentar” o coronavírus ao sistema de defesa humano que, então, produziria anticorpos para atacar a proteína S. Porém, como não tem o coronavírus inteiro, a vacina não é capaz de causar a Covid-19, o que aumentaria a segurança.

Especialistas dizem que existem, em tese, três possibilidades para explicar a morte do rapaz. A primeira é que ele pertencia ao grupo placebo, aquele que recebeu uma vacina de meningite e não o imunizante contra a Covid-19. Todos os voluntários sabem que estão sujeitos a isso. Ou seja, não foi em momento algum protegido e tinha conhecimento prévio dessa possibilidade.

Como os estudos são conduzidos no formato “duplo cego”, para garantir a idoneidade dos dados, nem pacientes nem cientistas sabem quem tomou o quê. Essas informações são mantidas em um sistema fechado. Só dessa forma é possível saber se, de fato, a vacina protegeu alguém.

Uma segunda possibilidade é que ele tenha tomado uma dose, mas esta não tenha sido suficiente para protegê-lo do desenvolvimento da Covid-19. Uma segunda dose estava sendo administrada nos voluntários justamente porque estudos mostraram que duas aplicações proporcionavam uma resposta mais robusta do sistema de defesa. Não está claro se o voluntário morto tomou uma segunda dose.

Uma terceira possibilidade é que ele não foi protegido e a Covid-19 tenha sido agravada por um fenômeno conhecido como amplificação dependente de anticorpos (ADE). Esse é um fenômeno que pode ocorrer em algumas infecções virais. Nele, anticorpos podem intensificar os efeitos da doença, ao invés de reduzí-los.

O caso mais conhecido de ADE ocorre com a dengue. A dengue hemorrágica, a forma grave e por vezes letal, acomete quem já teve dengue antes. É por isso que a vacina da dengue é recomendada apenas a quem já teve alguma vez a doença, que pode ser causada por quatro subtipos do vírus.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Lembrem -se que ele não tomou nenhuma vacina, tomou placebo. Então não podemos condenar a vacina de Oxford.

  2. Esse vírus tem baixíssima letalidade e, após alcançada a chamada "imunidade de rebanho", qualquer vacina será desnecessária. Por outra, essa pressa em conseguir uma vacina torna qualquer uma delas pouco confiável. Claro que uma de origem chinesa será ainda mais perigosa, por motivos óbvios. Afinal, esse vírus surgiu por lá em condições muito suspeitas e a China está se beneficiando economicamente dos efeitos dessa errônea política de enfrentamento adotada por alguns governantes. Além disso, os produtos chineses, em geral, são conhecidos por sua má qualidade e aquele país NUNCA demonstrou preocupação com a saúde de ninguêm. Não vejo motivo para crer em suas boas intenções.

    1. A foxconn chinesa basicamente é a produtora de chips de todos os eletrônicos de alto nível. O cara não sabe o be-a-bá e vem repetir asneiras da década de 90.

  3. Se tiver que escolher qual vacina tomar, com toda certeza, optarei pela vacina de Oxford.
    Quanto a vacina Chinesa eu não confio, portanto, não tomarei.

  4. Rapaz ñ sei nem se foi efeito colateral da vacina, mas se esta vacina fosse a chinesa, já teríamos no mínimo uns 100 comentário afirmando com total convicção que a causa da morte teria sido a vacina chinesa.

    1. Ele pode ter caído no braço do placebo, ou seja, tomou "água". E isso faz parte de estudos fase III.

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Geral

CPI do INSS analisa convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Lupi

Foto: Reprodução

A CPI do INSS prepara para esta quinta-feira (16) uma ofensiva que promete movimentar os bastidores políticos em Brasília. A comissão deve analisar uma série de requerimentos que incluem a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, além da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.

O nome de Frei Chico vem sendo mantido em segundo plano desde o início dos trabalhos, por um acordo entre os integrantes da comissão que priorizava dirigentes de instâncias superiores dos sindicatos investigados. Essa blindagem, no entanto, deve cair. O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), onde ele ocupa a vice-presidência, viu seus convênios e repasses crescerem mais de 500% entre 2020 e 2024 — período em que também explodiram os descontos não autorizados nas aposentadorias.

Relator da CPI, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) considera “indispensável” ouvir Frei Chico para esclarecer como o sindicato alcançou tal expansão. A convocação ganhou força após o silêncio de Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, durante depoimento na semana passada. Gaspar, inclusive, pediu a prisão preventiva de Milton, alegando que ele liderou um esquema milionário de fraudes previdenciárias ao longo da última década, com risco de fuga para o exterior.

Além da convocação do irmão do presidente e da prisão do dirigente sindical, os parlamentares também devem votar requerimentos para quebrar os sigilos de Carlos Lupi. O ex-ministro estava à frente da Previdência quando a Polícia Federal deflagrou a operação Sem Desconto, que investiga o esquema de cobranças fraudulentas no INSS. Segundo opositores, Lupi teria sido informado das irregularidades em meados de 2023 e não tomou providências.

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), autor de um dos pedidos, acusa o ex-ministro de omissão. “Não houve qualquer ação efetiva de supervisão para coibir os descontos indevidos. Essa inércia abriu espaço para a continuidade das fraudes”, afirmou. A votação dos requerimentos deve acirrar a disputa política em torno da CPI, que vem atingindo figuras próximas ao Planalto.

Com informações do Estadão

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Geral

Correios gastam mais de R$ 1,3 milhão em viagens internacionais enquanto enfrentam crise financeira

Foto: Agência Brasil

Em meio a um rombo bilionário e planos para obter um socorro financeiro de R$ 20 bilhões da União, os Correios continuam acumulando despesas elevadas com viagens internacionais. Levantamento obtido pela coluna revela que a estatal desembolsou R$ 1.383.220,64 apenas com diárias de servidores no exterior desde o início da atual gestão federal, período em que voltou a registrar prejuízo.

Somente nos primeiros quatro meses de 2025, foram R$ 92,3 mil em gastos desse tipo. No ano anterior, o valor foi ainda mais expressivo: R$ 502,8 mil. Os registros indicam que viagens ao exterior continuaram sendo autorizadas mesmo diante da dificuldade da empresa em equilibrar suas contas.

O primeiro ano da atual gestão foi marcado por um ritmo intenso de deslocamentos internacionais. Em 2023, as diárias pagas somaram R$ 788 mil, sugerindo que servidores aproveitaram a retomada das viagens sem grandes restrições orçamentárias. Um dos casos que chamaram atenção foi a ida de um diretor à Flórida, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano — somente a passagem custou R$ 23 mil aos cofres públicos.

Os valores reais podem ser ainda maiores, já que as informações referentes a passagens aéreas estão desatualizadas desde fevereiro e não foram incluídas no levantamento. A ausência de transparência completa dificulta a avaliação do impacto total dessas despesas no orçamento da empresa.

Antes de retornar aos prejuízos, os Correios vinham operando com lucro. A reversão do cenário coincidiu com mudanças na legislação que regia as estatais e com a nomeação de novos dirigentes, em um momento em que a empresa tenta evitar um colapso financeiro sem precedentes.

Com informações do Diário do Poder

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Geral

Missa de sétimo dia de Candinha Bezerra será neste domingo (19)

A família convida parentes e amigos para a missa de sétimo dia em memória de Candinha Bezerra, que será realizada neste domingo (19), às 10h30, na Igreja do Colégio Maria Auxiliadora, em Natal.

Candinha, uma das figuras mais marcantes da cultura potiguar, faleceu no dia 13 de outubro, aos 81 anos. Compositora, professora de piano, artista plástica, fotógrafa e produtora cultural, deixou um legado de dedicação à valorização da cultura do Rio Grande do Norte.

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Geral

[VÍDEO] Imprudência: grupo trafega na contramão com patinetes e motociclista empina em avenida de Natal

Vídeo: Cedido

Um leitor do Blog do BG registrou, na madrugada desta quinta-feira (16), uma cena perigosa na Avenida Prudente de Morais, em Natal. Pelo menos seis pessoas foram flagradas trafegando na contramão utilizando patinetes elétricos, colocando em risco não apenas a própria segurança, mas também a dos demais motoristas que passavam pela via.

O flagrante aconteceu por volta de 00h30. Enquanto o grupo circulava irregularmente na faixa contrária, um motociclista aparece no vídeo empinando sua moto em plena avenida, aumentando ainda mais o risco de acidentes. A imprudência ocorreu em um trecho movimentado, conhecido por registrar grande fluxo de veículos mesmo durante a madrugada.

O registro evidencia a falta de respeito às normas de trânsito e levanta preocupações sobre o uso irresponsável dos patinetes elétricos na capital potiguar.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), circular na contramão é infração gravíssima, passível de multa e penalidades. No caso dos patinetes, os usuários também devem seguir regras básicas de circulação, incluindo o respeito ao sentido da via e ao espaço dos veículos.

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Política

Lula envia Janja para Paris enquanto decreto polêmico dá poder à primeira-dama

Foto: Arquivo

Enquanto a oposição questiona decreto que dá mais poder à primeira-dama, Janja Lula da Silva embarca para Paris sem gastar um centavo do governo. A viagem de três dias, autorizada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, é para participar de seminário sobre transição energética e educação ambiental, conforme a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

No evento, Janja é apresentada como “Enviada Especial para Mulheres na COP30”, cargo criado pelo próprio governo. O episódio reacende a discussão sobre o decreto de agosto de 2025, que permite à primeira-dama acessar servidores do gabinete da Presidência e representar oficialmente o Executivo — mesmo sem ter sido eleita ou nomeada para cargo público.

Deputados da oposição já protocolaram projetos para derrubar o decreto. Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, criticou: “Ela não tem autorização legal para ter verba, funcionários ou representar o Executivo em qualquer atividade oficial”.

A ida a Paris, portanto, virou símbolo de um governo que expande o poder da primeira-dama em meio a críticas e questionamentos legais, levantando o debate sobre limites da função.

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Judiciário

VÍDEO: Ministros do STF blindam investigados do INSS e irritam deputados da oposição

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a irritar o Congresso. Ministros como André Mendonça e Luiz Fux têm concedido habeas corpus que permitem a investigados na CPMI do INSS simplesmente não responderem perguntas durante depoimentos. A medida tem gerado revolta, principalmente entre parlamentares da oposição, que se sentem boicotados na investigação.

Segundo a jornalista Neila Nara, do Contexto Metrópoles, “o Congresso, mais uma vez, está muito irritado com esse dedo do STF, essa influência direta na CPMI, que tem poder de investigação e de polícia e acaba prejudicada por essas decisões”.

Para o analista André Shalders, a irritação é compreensível, mas a situação segue regras consolidadas do próprio STF. “Os investigados têm o direito de ficar em silêncio e não produzir prova contra si mesmos. Recentemente, o Flávio Dino liberou o presidente do Sindinape, Milton Cavallo, a manter-se calado durante quase todo o depoimento”, explicou.

Apesar da frustração no Congresso, a jurisprudência do STF é antiga e bem definida. Shalders ressaltou: “A regra existe há muito tempo. Se está correta ou não é outra discussão, mas não dá para culpar os ministros por aplicá-la”.

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Geral

COP30 SOB SUSPEITA: TCU investiga contratos suspeitos com superfaturamento de até 1.000% e capital ‘maquiado’

Foto: Ricardo Stuckert

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação sobre contratos milionários ligados à organização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para Belém (PA). A Corte vai apurar se a contratação de duas empresas especializadas violou princípios básicos da administração pública, como isonomia, transparência e economia.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, o ministro Bruno Dantas autorizou ouvir a Secretaria Executiva da COP30, vinculada à Casa Civil, para esclarecer pontos do processo. O TCU também deu direito de resposta ao Consórcio Pronto RG, antes de qualquer conclusão.

A polêmica começou quando deputados federais questionaram a chamada “Licitação 11060/2025”, conduzida pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O certame resultou em dois contratos: o Consórcio Pronto RG receberá mais de R$ 67 milhões pela “Zona Verde”, e a DMDL Ltda, mais de R$ 182 milhões pela “Zona Azul”.

Os parlamentares apontam falhas graves no edital, como definição de preços e partilha de receitas só depois da contratação. Há indícios de superfaturamento de até 1.000% e possível subsídio cruzado, além de fraude na comprovação de capital social do Consórcio Pronto RG, que teria usado um adiantamento para aparentar capacidade financeira.

Dinheiro público à venda

A investigação do TCU ainda está em fase inicial, mas já levanta suspeitas de que bilhões de reais em dinheiro público podem estar sendo administrados de forma questionável na preparação de um evento internacional. A fiscalização será decisiva para evitar que os cofres do país sirvam de banco para interesses privados.

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Judiciário

Barroso passa mal no STF e é internado para exames em hospital de Brasília

Foto: Divulgação/STF

O ministro Luís Roberto Barroso passou mal na tarde desta quarta-feira (15) e precisou ser levado ao hospital Sírio-Libanês, em Brasília, para exames. Segundo informações do UOL, a suspeita é de uma virose. Barroso sofreu uma queda de pressão durante atividades no tribunal, mas não reclamou de dores.

Apesar do susto, o ministro segue oficialmente vinculado ao Supremo até sexta-feira (17). A aposentadoria, publicada hoje em edição extra do Diário Oficial da União, passa a valer no sábado. Até lá, ele ainda exerce suas funções normalmente.

Barroso decidiu antecipar sua aposentadoria, mesmo podendo permanecer no STF até 2033. A decisão ocorre após recentes sanções do governo Donald Trump contra integrantes do Judiciário e logo depois de concluir sua gestão como presidente do tribunal. Atualmente, Edson Fachin chefia o Supremo.

Sua aposentadoria antecipada do STF foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na noite desta quarta. Nomeado foi por Dilma Rousseff em 2013, Barroso, de 67 anos, abre espaço para que o presidente Lula (PT) indique seu substituto, sem prazo definido para a nomeação.

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Economia

Ações do Banco do Brasil despencam após presidente dos Correios abrir negociação de empréstimo bilionário

Foto: Reprodução

As ações do Banco do Brasil caíram com força nesta quarta-feira (15/10), ampliando as perdas da sessão anterior, enquanto o Ibovespa conseguia respirar leve. Por volta das 15h05, os papéis do BB recuavam 1,55%, cotados a R$ 20,38, chegando a tocar R$ 20,29 mais cedo – mínima do pregão até agora.

O motivo? Declarações de Emmanuel Rondon, presidente dos Correios, de que a estatal negocia um empréstimo de R$ 20 bilhões com um grupo de bancos, incluindo o próprio Banco do Brasil. A operação, que ainda precisa do aval do Conselho de Administração da empresa, contaria com garantia do Tesouro Nacional. A ideia é reforçar o caixa dos Correios para 2025 e 2026, depois de acumularem prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre.

O mercado reagiu mal. Além da preocupação com o empréstimo bilionário, os investidores estão de olho nas prévias consideradas negativas do balanço do Banco do Brasil, que será divulgado em 12 de novembro. A combinação de incertezas pesou nas negociações e deixou os papéis mais sensíveis a qualquer notícia sobre a estatal.

Os Correios ainda não detalharam como funcionaria o empréstimo do consórcio de bancos. Rondon afirmou que a proposta foi analisada nesta quarta e que o conselho tem até 24 de outubro para aprovar ou rejeitar a operação. Até lá, a volatilidade deve continuar, deixando acionistas em alerta.

Estatal puxa bolsa

Enquanto isso, o Ibovespa sobe 0,51%, mostrando que o resto do mercado está relativamente blindado, mas o Banco do Brasil sente o efeito direto das turbulências de uma estatal em crise, com reflexo imediato no bolso dos investidores.

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Judiciário

STF NA MIRA: Oposição protocola 41º pedido de impeachment contra Moraes e 7º contra Dino

Foto: Reprodução

Parlamentares de oposição protocolaram, nesta quarta-feira (15), dois novos pedidos de impeachment no Senado contra ministros do STF, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. É o 41º pedido contra Moraes e o 7º contra Dino, segundo levantamento da CNN Brasil com base em dados do Senado.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que assina o pedido contra Moraes junto com outros 90 deputados, acusa o ministro de cometer supostas ilegalidades reveladas pelo ex-assessor Eduardo Tagliaferro. “Os processos de Alexandre de Moraes, aqueles que ele conduz, são nulos de pleno direito e absolutamente viciados”, disse Van Hattem em coletiva.

Já o pedido contra Flávio Dino conta com o apoio de dez senadores. Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), a iniciativa é resultado de um processo cuidadoso. “Esse pedido de impeachment vem sendo construído há algum tempo, a gente não banaliza pedidos de impeachment”, afirmou.

No Brasil, qualquer cidadão ou parlamentar pode apresentar pedido de impeachment de ministros do STF, mas quem decide processar e julgar é o Senado Federal. Atualmente, a presidência da Casa é de Davi Alcolumbre (União-AP), que não tem mostrado disposição de levar adiante essas ações.

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