Educação

Governo de SP vai retomar aulas

O governador João Doria vai anunciar nesta quinta-feira, 17, que as escolas públicas e particulares poderão continuar abertas mesmo se o Estado estiver na pior fase da pandemia, a etapa vermelha. Hoje, a educação só pode voltar na fase amarela, a que todas as regiões paulistas estão agora. Dessa forma, mesmo que a situação da transmissão do coronavírus e de hospitalizações fique mais grave em fevereiro, no retorno das férias, as escolas poderiam voltar com 35% dos alunos presencialmente, segundo o Estadão apurou.

A autorização será para que as escolas possam dar aulas regulares e não apenas atividades extracurriculares, como foi permitido até agora pela Prefeitura para a maioria das séries.

Na fase vermelha, apenas os serviços essenciais poderiam funcionar até então, como supermercados e farmácias. Com a mudança, o governo segue o que fizeram países europeus durante a segunda onda da pandemia. França, Alemanha, Reino Unido e Portugal, por exemplo, fecharam bares, restaurantes e parte do comércio, mas permitiram que as escolas continuassem funcionando. Nova York também reabriu as escolas poucos dias depois de fechá-las no mês passado após forte pressão de cientistas e de pais.

O governo agora deve permitir que 100% das crianças voltem presencialmente quando o Estado estiver na fase verde, 70% na fase amarela e 35% na vermelha. Até então, todos os alunos só poderiam ir à escola quando se chegasse à etapa azul, chamada de “novo normal”. Outra diferença é que o plano será regionalizado, ou seja, se uma região do Estado estiver na fase verde, ela pode abrir mais que outra na fase amarela, por exemplo. Antes, a educação tinha que ser flexibilizada da mesma forma no Estado todo.

Mesmo com a decisão do Estado, as prefeituras podem ser mais restritivas quanto à abertura das escolas nos municípios, como já ocorreu na capital. Mas o decreto paulista afirmará que as cidades devem publicar a razão da restrição maior na educação para que ela seja efetiva.

O movimento de valorizar as escolas como atividade essencial tem crescido no mundo nos últimos meses de pandemia, com o entendimento de que deixá-las fechadas por muito tempo causou enorme prejuízo às crianças e à sociedade. Ajudaram nessas novas decisões o fato de as pesquisas científicas publicadas demonstrarem baixas contaminação e transmissão em ambientes escolares.

Pesquisa feita por entidades de escolas particulares em São Paulo mostrou que 86% das escolas não tiveram nenhum caso de covid desde que foram abertas, em setembro. Grupos de pais e de pediatras têm também liderado movimentos para que as escolas sejam reabertas no início do ano letivo. Em entrevista ao Estadão, o especialista Daniel Becker disse que manter as escolas fechadas em 2021 é um “crime contra a infância”.

A educação foi autorizada a funcionar em setembro pelo governo, com 35% dos alunos presencialmente. Na capital, no entanto, a Prefeitura só permitiu a abertura em outubro, com 20% da capacidade e apenas em atividades extracurriculares, como continua até hoje. Apenas o ensino médio foi autorizado em novembro a voltar a ter aulas, de fato, presenciais.

O novo decreto paulista também autoriza a educação superior a funcionar na fase amarela com até 35% das matrículas e, na verde, com até 70%. Cursos superiores específicos da área médica têm o retorno autorizado em todas as fases do plano.

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, é um defensor da ideia de manter o ensino aberto e tem dito que eventuais casos de contaminação não são “culpa da escola”. Há relatos de festas entre os estudantes fora do ambiente escolar que, segundo ele, contribuem para a transmissão.

Em coletiva, o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, disse nessa quarta-feira que a Prefeitura pretende que as escolas voltem presencialmente em fevereiro, mas a decisão depende ainda da situação da pandemia. Este mês, o prefeito Bruno Covas não autorizou mais flexibilizações que eram esperadas para a educação.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Pedir PRIORIDADE na vacinação para PROFESSORES que estão recebendo seus salários em casa, sem dar uma aula de verdade, parece PIADA.
    PRIORIDADE deve ser para quem seguiu TRABALHANDO na pandemia, pegando ônibus lotado, atendento a população, enfrentando a labuta diária, e não para quem estava ganhando seus salários em casa, sem correr risco algum.
    Muitos outras categorias de trabalhadores que seguem trabalhando na pandemia merecem muito mais prioridade.

  2. O que me chama atenção sobre os comentários dos "Especialistas científicos" que criticam que as escolas permaneçam fechadas é que nenhum defende que os trabalhadores em educação (todos) sejam prioridade inicial na sequência da população que tomará a vacina.

  3. Rapaz se tivesse como colocar em um ringue Bolsonaro e Doria eu seria o primeiro a compra o ingresso.

    1. O João Doria é um frouxo aquele senador major Olimpio o chamou para briga,mas ele ficou se tremendo com medo escondido atrás dos seguranças, esse João Doria só tem goga.

    2. Eu queria assistir um debate entre Lula e Fernandinho beira-mar. Em picaretagem Lula ganha.

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Educação

Programa Novos Caminhos, do MEC, abrirá 1,5 milhão de vagas em educação profissional; conheça

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

O Ministério da Educação (MEC) vai ofertar mais 1,5 milhão de vagas em educação profissional e tecnológica até 2023. O aumento das vagas faz parte do programa Novos Caminhos, lançado nesta terça-feira (8). Com o programa, as atuais 1,9 milhão de vagas passarão para 3,4 milhões em todo o país, representando um aumento de 80%. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, assinou quatro portarias para dar andamento ao programa.

Segundo o ministro, o objetivo é acabar com preconceitos em relação a cursos técnicos e melhorar a qualificação dos profissionais. “Um curso técnico bom permite ao jovem ter renda superior a alguém formado em curso superior, que não tem foco na realidade.”

Essas vagas deverão ser ofertadas tanto no ensino médio quanto para jovens e adultos que já estão fora da escola. A pasta pretende também articular a oferta dos cursos com a demanda do mercado de trabalho. “A educação tem que estar voltada para o mercado de trabalho, não pode dar as costas e ignorar as demandas do setor produtivo”, disse o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Ariosto Antunes Culau.

O programa prevê uma série de ações, que incluem mudanças na regulação da oferta de cursos técnicos, formação de professores e ampliação de cursos profissionais e técnicos. O novo programa se baseia em três eixos: Gestão e Resultados; Articulação e Fortalecimento, e Inovação e Empreendedorismo.

Formação de professores

A meta da pasta, além da abertura de novas vagas para estudantes é preparar 40 mil professores da rede pública até 2022 com aulas sobre atualização tecnológica, técnicas pedagógicas voltadas para a educação profissional, empreendedorismo e orientação vocacional e profissional. Serão abertas também 21 mil vagas para formação de professores de ciências e de matemática.

Deverão ainda ser reconhecidos mais de 11 mil diplomas de pessoas que concluíram a formação técnica na rede privada de ensino superior desde 2016, mas não tinham chancela da pasta por conta da ausência de ordenamento jurídico.

Pesquisa aplicada

O MEC pretende criar um escritório, que atuará na articulação entre os setores público e privado. Esse escritório deverá estimular a pesquisa aplicada, a inovação e a iniciação tecnológica. Serão lançados editais para estudantes, professores e pesquisadores com investimento total de R$ 60 milhões até 2022.

Além disso, a pasta anunciou a criação de cinco polos de inovação nos institutos federais voltados para empreendedorismo e pesquisas aplicadas.

Catálogo de cursos

A pasta vai atualizar o catálogo nacional de cursos técnicos, que orienta a oferta em todo o país. O catálogo vigente, segundo o MEC, foi atualizado em 2014, com base no cenário do Brasil em 2013. “[Vamos fazer a] identificação dos conhecimentos e habilidades, das novas profissões, que devem ser incorporadas ao catálogo”, disse o secretário Culau. Para a atualização, o setor produtivo deverá ser procurado para expor a atual demanda.

A pasta pretende também consolidar um novo marco regulatório para a oferta de cursos técnicos por instituições privadas de ensino superior.

Parceria com estados

Em parceria com os estados, a intenção é ofertar, até 2022, 2 mil vagas de mestrado profissional em redes estaduais.

Mais de 100 mil vagas voltadas para a qualificação profissional deverão ser ofertadas com recursos do Bolsa Formação, que estão, de acordo com o MEC, nas contas dos estados e do Distrito Federal. Para isso, serão repactuados R$ 550 milhões. Os entes federados poderão buscar parcerias com o Sistema S e com a rede federal.

Cenário internacional

De acordo com dados apresentados pelo MEC, o Brasil está distante da oferta de educação profissional e técnica de outros países. Enquanto no Brasil a oferta de ensino técnico chega a 8% das matrículas de ensino médio, no Reino Unido esse percentual é de 63%; na União Europeia, 48%; e, no Chile, 31%.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Esses petralhas……….
    Só sabem roubar, quando ver alguém alguma coisa, ficam desesperados.

    1. O seu ex presidente e ladrão de estimação é analfabeto, inclusive vc o adorava, Agora tá com essas declarações. Ômi…

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