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Com início das Eliminatórias Sul-Americanas em setembro ameaçado, Conmebol e Fifa estudam alternativas

Sede da Conmebol, no Paraguai; entidade avalia alternativas para encaixar jogos das Eliminatórias no calendário — Foto: Divulgação

As Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 deveriam ter começado em março de 2020. A pandemia obrigou Fifa e Conmebol a empurrarem as duas primeiras rodadas para setembro. Agora até esta nova data sob ameaça. E as duas entidades estudam o que fazer.

O episódio desta terça-feira do podcast “Jogo em Casa”, do GloboEsporte.com, também trata do assunto (clique no player acima para ouvir).

Por enquanto, ninguém cogita mudar o formato do torneio. Fifa e Conmebol concordam que o ideal é manter a disputa por pontos corridos, com jogos de ida e volta entre os 10 países da América do Sul.

O problema é que esse formato demanda 18 datas, ou nove “datas-Fifa” – período de nove dias em que as seleções nacionais se reúnem e para os quais os clubes são obrigados a liberar seus jogadores. Na Europa, o futebol de clubes é interrompido para que os jogadores não desfalquem seus times enquanto as seleções jogam. No Brasil não é assim.

A ideia é que esse número de 18 jogos seja preservado. Com as janelas de março e setembro canceladas por causa do coronavírus, não há mais espaço no calendário original. Se o cronograma inicial for mantido, as Eliminatórias só terminariam em meados de 2022, depois até da data prevista para o Sorteio dos Grupos da Copa do Mundo.

As possíveis soluções para o problema seriam:

Aumentar as datas-Fifa para além dos nove dias atuais, e assim poder fazer três (ou mais) jogos, em vez dos dois atuais, em cada um desses períodos;

Criar novas datas-Fifa, nas épocas do ano em que as seleções não se reúnem (como dezembro, janeiro ou agosto, por exemplo).

Segundo o GloboEsporte.com apurou, a Fifa ofereceu para a Conmebol a possibilidade de aumentar as janelas para dez dias, e assim fazer três jogos em cada período. A ideia caiu bem na Europa, por exemplo, mas não na América do Sul.

A Conmebol argumentou que as viagens dentro do continente sul-americano são mais longas e há mais dificuldades de logística – menos voos diretos, mais necessidade de escalas – e outras alternativas passaram a ser discutidas.

No limite, uma mudança no calendário das Eliminatórias pode ter consequências até para a Copa do Mundo do Catar. Não para o Mundial propriamente dito, mas para o sorteio que define os grupos.

O evento estava inicialmente previsto para abril de 2022, logo depois da disputa das repescagens, que seriam em março. Se todo o calendário for empurrado para a frente, o sorteio corre risco de acontecer muito perto do início da Copa, que será em novembro e dezembro de 2022, e não no meio do ano, como historicamente acontece, por causa do calor do Oriente Médio.

Globo Esporte

 

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Com dívida que ultrapassa R$ 700 milhões, vivendo pior crise de sua história, Cruzeiro pensa em alternativas e planeja virar clube-empresa

Vittorio Medioli – CEO do Cruzeiro — Foto: TV Globo/Reprodução

Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, com uma dívida que ultrapassa R$ 700 milhões e sem dinheiro em caixa, o Cruzeiro atravessa a pior crise de sua história. A antiga diretoria renunciou, e um grupo de empresários assumiu o clube de forma interina. Eles têm se reunido nos últimos dias para “abrir a caixa preta” e pensar em soluções. E o atual CEO da Raposa, Vittorio Medioli, revelou que há planos para uma mudança de natureza comercial do Cruzeiro, que deve deixar de ser um clube recreativo e se transformar em um clube-empresa, uma Sociedade Anônima (S/A).

“Acredito que, em um prazo relativamente curto, em três anos, voltaremos a ter um clube competitivo, uma situação saneada. Mas não escapa de transformar o Cruzeiro em uma S/A, uma empresa. Aí passa a ter uma responsabilidade diferente” – Vittorio Medioli.

O empresário, vice-presidente e CEO do “núcleo dirigente transitório” do Cruzeiro, citou o projeto de lei que incentiva os clubes de futebol, que são em sua imensa maioria associação civil sem fins lucrativos, a migrarem para a Sociedade Anônima. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e tramita no Senado Federal. O primeiro clube a demonstrar interesse em ser favorecido pela lei é o Botafogo, em transição já aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube carioca.

– O clube é recreativo, e as coisas que aconteceram aqui são injustificáveis. Dentro de uma S/A, poderemos lançar um projeto de uma empresa que vai ser cotada na Bolsa. Não no primeiro ano. Primeiro, fazer com capital fechado. Depois, passar para capital aberto. Inclusive uma parte da dívida pode ser paga ou negociada em cima de participação acionária do novo Cruzeiro. Poderá manter a marca, o acervo histórico do Cruzeiro, mas há uma massa podre que cada vez é mais podre – disse o executivo celeste, ao GloboEsporte.com.

O modelo “clube-empresa” é visto pelos novos dirigentes do Cruzeiro como a saída para a arrecadação de receitas capazes de garantir o futuro do clube. Ou seja, a ideia é “congelar” as dívidas atuais para encher um novo cofre. Segundo Medioli, é a partir do Cruzeiro S/A que haverá novo programa de sócio-torcedor, fidelização da torcida, e até mesmo reestruturação patrimonial.

– E capitalizar uma nova empresa. Que irá se chamar, me parece que poderá se chamar “Cruzeiro” ou “Novo Cruzeiro”. Vamos manter a alma do antigo Palestra Itália e começar mais 100 anos de luta. É refundação, não há outra maneira. São pilhas de coisas que foram mal feitas.

“Nossa ideia é fazer uma S/A. Já se dispor a comprar ações no capital fechado. Depois abrir o capital na bolsa e acredito que é um lançamento para captar R$ 300 milhões, R$ 400 milhões. Mas não serão para pagar dívida, é para projeto longo”.]

Globo Esporte

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