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MEC aciona Polícia Federal para apurar ataques cibernéticos; “indícios fortes” de sabotagem no Prouni e Fies

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) está investigando indícios de sabotagem de serviços prestados e sistemas internos do Ministério da Educação. O ministro Abraham Weintraub anunciou nesta quinta-feira (8), em entrevista coletiva, que a pasta tem sofrido ataques cibernéticos há algumas semanas e que isso tem prejudicado alguns produtos oferecidos pelo portal na Internet.

“Não estamos acusando ninguém, mas há indícios fortes de sabotagem que nos levaram a acionar a Polícia Federal. Não é nosso papel investigar”, explicou Weintraub. Segundo ele, a população não será prejudicada pelos ataques. “Qualquer serviço que for suspenso terá prazo ampliado”, assegurou.

O Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) são os principais afetados pelo problema. Segundo técnicos do Ministério, os dois serviços estão intermitentes desde a última segunda-feira (5). Outro produto afetado é o Sistema Presença, utilizado para o pagamento dos benefícios do Bolsa Família. O MEC ainda detectou prejuízos no funcionamento do principal sistema de negócios da pasta, conhecido como SiMEC.

De acordo com a equipe da pasta, técnicos estão trabalhando para reestabelecer todo o funcionamento o mais rapidamente, mas não há prazo para que os serviços estejam totalmente normalizados.

Força de Segurança

Esta semana foi autorizada a presença do uso da Força Nacional de Segurança Pública nas imediações do prédio onde funciona o Ministério da Educação – o Bloco L da Esplanada dos Ministérios – nos dias 7, 12 e 13 de agosto.

De acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União, o prazo do apoio ainda poderá ser prorrogado se o MEC considerar necessário e apresentar um pedido oficial.

Em maio, o mesmo reforço de segurança foi garantido ao ministério para evitar prejuízos estruturais com os protestos de estudantes pelo fim do contingenciamento de verbas de universidades públicas. No período, a União Nacional dos Estudantes (UNE) anunciou manifestações em pelo menos 150 cidades.

Contingenciamento

Durante a coletiva, Abraham Weintraub foi questionado sobre possíveis cortes de recursos para algumas áreas atendidas pela pasta. Ele reafirmou que não haverá cortes e sim contingenciamento de verbas. A medida significa bloqueio de orçamento por um período para assegurar o equilíbrio de contas.

“Estamos administrando uma situação de crise estabelecida pelo governo passado”, afirmou.

Agência Brasil

 

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Saúde

Experimento alerta para perigos de ataques cibernéticos em implantes de microchips

NA SUÉCIA, MAIS DE 3 MIL PESSOAS IMPLANTARAM NAS MÃOS CHIPS QUE PERMITEM PAGAMENTOS OU LIBERAÇÃO DE CATRACAS (FOTO: BBC)

um congresso em Miami (EUA), há alguns anos, o engenheiro de segurança cibernética Barnaby Jack, da McAfee, fez uma demonstração digna de filme de James Bond. Remotamente, assumiu o controle de uma bomba eletrônica de insulina, do tipo usado por milhares de diabéticos, e a programou para administrar doses fatais. O usuário não perceberia nada.

O experimento tinha o objetivo de alertar o setor de medicina para os perigos na introdução de novas tecnologias, caso fabricantes não encarem segurança digital como prioridade. Já é realidade a categoria dos insideables — chips inseridos no organismo para registrar informações, coletar dados, recuperar funções ou capacitar o corpo a executar novas tarefas. Podem ser usados para outros fins: na Suécia, mais de 3 mil pessoas implantaram nas mãos chips que permitem pagamentos ou liberação de catracas.

Assim como o marca-passo se tornou um aparelho difundido, especialistas acreditam que os insideables serão comuns em menos de dez anos. Mas o setor de saúde nunca deu à cibersegurança a mesma atenção que dá o setor financeiro, por exemplo. Os bancos criaram áreas fortíssimas de segurança da informação e compliance porque sempre foram alvo de hackers e precisaram se proteger. Além do prejuízo financeiro que um hacker pode provocar, há o potencial prejuízo de imagem. Como uma instituição financeira deve oferecer credibilidade, uma invasão cibernética pode minar sua solidez de maneira irrecuperável.

A nova medicina, ou a chamada healthtech, pode ser alvo de dois tipos principais de ataques cibernéticos: terrorismo e acesso a dados. Há cerca de dois anos, começou a ser construído em Israel o primeiro hospital de cibersegurança do mundo. Fica em Beer Sheva, cidade ao sul do país, que vem se tornando o maior polo global de cibersegurança, com forte presença de empresas desse segmento, startups, universidades, fundos de venture capital e do governo israelense, incluindo unidades de inteligência.

Nesse hospital, os equipamentos são submetidos aos mais rigorosos testes de vulnerabilidade, para que se garanta que um aparelho de raios X, por exemplo, não possa ser hackeado, com o paciente recebendo doses inadequadas de radiação; ou para que se garanta que prontuários médicos estejam seguros e não possam ser acessados indevidamente.

O Ponemon Institute, empresa de pesquisa especializada em privacidade e segurança de dados, avaliou, em 2017, milhares de hospitais e fabricantes de equipamentos de saúde em diferentes países. Demonstrou que, embora cerca de 60% deles acreditassem estar vulneráveis a um ataque hacker, apenas 16% investiam recursos significativos para se prevenir contra essas ofensivas.

O investimento em cibersegurança não tem a mesma precisão que encontramos em outras tecnologias. Um sistema aberto nunca estará 100% seguro. Portanto, investir em cibersegurança requer experiência, que gera aprendizado constante. O setor de healthtech deve colocar o tema como prioridade e tratá-lo com a seriedade que ele exige.

Época Negócios

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