Religião

Mais influente cardeal católico da Grã-Bretanha renuncia Reuters

O papa Bento 16 aceitou a renúncia do clérigo britânico mais influente da Igreja Católica, que renunciou um dia depois de negar acusações de comportamento inapropriado com outros padres.

O cardeal Keith O’Brien, conhecido por sua opinião franca sobre homossexualidade, havia sido denunciado ao Vaticano por acusações de comportamento inadequado que se estendeu pelos últimos 30 anos, de acordo com o jornal Observer.

O cardeal contestou as alegações contra ele.

REUTERS

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Religião

Igreja Católica 'parou há 200 anos', diz cardeal italiano

Soltou o verbo…… Carlo Maria Martini, que morreu na sexta-feira (31), afirmou em sua última entrevista que a cultura católica ‘envelheceu’ e que ‘ritos religiosos e vestimentas são pomposos’

Confira na íntegra a reportagem:

A Igreja Católica está “200 anos atrás” dos tempos atuais, nas palavras do cardeal italiano Carlo Maria Martini, que morreu na sexta-feira aos 85 anos. A opinião do religioso – que chegou a ser citado como cotado ao papado – foi dada durante a sua última entrevista, gravada em agosto e publicada pelo jornal  Corriere della Sera , de Milão.

“A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes e vazias e a burocracia eclesiástica está crescendo, os nossos ritos religiosos e vestimentas são pomposos”, afirmou o cardeal na entrevista, em que propôs uma mudança de direção radical.

Milhares de pessoas vêm prestando as suas últimas homenagens a Martini na catedral de Milão, onde ele foi arcebispo por mais de 20 anos, até se aposentar em 2002, já sofrendo do Mal de Parkinson.

Em sua última entrevista, o cardeal afirmou que muitos católicos perderam a confiança na Igreja Católica e defendeu, entre outras adaptações, uma postura mais generosa em relação aos divorciados. Além disso, ele pediu que a mudança comece no topo com uma “transformação radical, começando pelo papa e seus arcebispos”.

Escândalos sexuais

Martini tinha voltado à Itália recentemente, depois de passar os últimos anos se aprofundando em estudos bíblicos em Jerusalém. “Os escândalos sexuais envolvendo crianças nos obrigam a uma viagem de transformação”, disse Martini, referindo-se às várias acusações de pedofilia que surgiram contra líderes católicos nos últimos anos.

O popular cardeal jesuíta era considerado liberal em diversos aspectos e foi muito respeitado pelos papas João Paulo 2º e seu sucessor, Bento 16. Analistas dizem que ele ficou conhecido como crítico corajoso durante a sua passagem pela maior diocese da Europa.

Ele não se furtava a tocar em temas que muitos no Vaticano consideram tabu, entre eles, o uso de preservativos para combater a Aids na África e o papel das mulheres no clero.

Em 2008, ele chegou a criticar a proibição da Igreja à contracepção, afirmando que a postura possivelmente afastou muitos fieis. Dois anos antes, ele declarara publicamente acreditar que camisinhas são, em algumas situações, “o menor dos males”.

No entanto, é muito incomum que um integrante do alto escalão do clero critique abertamente a forma com que a Igreja põe seus ensinamentos em prática. Analistas afirmam que o papa agora tem pela frente uma decisão difícil: comparecer ou não ao funeral de Martini na segunda-feira – o que, para muitos, seria uma poderosa afirmação da unidade da Igreja Católica.

O atual pontífice é conhecido por não premiar líderes católicos que se atrevam a questionar a doutrina. A última entrevista do religioso foi dada no início de agosto a um jornalista e ao também jesuíta Georg Sporschill. O cardeal Martini foi um acadêmico e estudioso da bíblia respeitado, além de prolífico autor de livros populares sobre religião.

Com informações da BBC Brasil

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Jornalismo

Luto: Classe política potiguar lamenta morte de Dom Eugênio Sales

Através das redes sociais e de notas de pesar, a classe política potiguar externou o luto pelo morte do Cardeal Dom Eugênio Sales de Araújo. Dom Eugênio morreu, na noite desta segunda-feira (9), aos 91 anos, na capital fluminense onde atuava como arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, por causas naturais.

Garibaldi Alves Filho (Ministro da Previdência Social)

O Rio Grande do Norte, o Brasil e a Igreja Católica lamentam a morte do insigne norte-rio-grandense, Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales.

Associo-me aos católicos, aos brasileiros e aos meus conterrâneos do Rio Grande do Norte, e sentindo profundamente a perda de tão abnegado cristão e devotado patriota, testemunho a grandeza de seu espírito generoso e sempre atento aos reclamos da causa pública.

Quando fui Governador do Rio Grande do Norte, num esforço para alavancar com vigor o desenvolvimento do Estado, contei com a colaboração e a prestigiosa ação de Dom Eugênio junto às mais altas instâncias da República, com gestos de desprendimento pessoal e dedicação ao interesse público.

Seu importante e internacionalmente reconhecido trabalho social e apostólico começou em Natal, dele surgindo iniciativas desbravadoras, e que mais chamam a atenção por se terem concretizado bem antes do Concílio do Vaticano II, janela de novos ares e horizontes para a Igreja. Nesse sentido, não será excesso de conceito proclamar, já com o isento testemunho da História, que de Natal partiram ideias e práticas, doutrinas e métodos, hoje institucionalizados mundo afora.

São seus, e de seu grupo pioneiro, os esforços de educação e politização do meio rural: a Rádio Rural e suas Escolas Radiofônicas foram inauguradas em agosto de 1958. O trabalho de sindicalização dos trabalhadores rurais começou em 1960, apesar de fortes reações.

Na mesma linha, e ainda nos anos cinquenta, a indústria da seca foi denunciada corajosamente pelo então Bispo Auxiliar de Natal: à Presidência da República fez chegar provas dos abusos contra os nordestinos vitimados pela Natureza e pela ambição e o saque dos recursos públicos.

Foi com tais atitudes de verdade e coerência, que se forjou uma vida toda voltada para o Bem. A cada dia têm surgido novos e surpreendentes depoimentos, revelando fatos antes desconhecidos, e protagonizados por Dom Eugênio. Ilustrativo o relato do historiador norte-americano Keneth Serbin, em seu “Diálogos na Sombra”: Dom Eugênio acolheu, desafiando a intolerância da ditadura, milhares de refugiados, perseguidos no Brasil e em outros países da América Latina, garantindo-lhes a liberdade e mesmo salvando-lhes a vida.

Transmito a minha solidariedade aos familiares de Dom Eugênio, em particular a Dom Heitor de Araujo Sales, seu irmão, também exemplo de cristão e humanista.

Ao homenagear Dom Eugênio Sales no instante em que nascem as saudades, presto homenagem à sua honrada memória, com o preito de gratidão de todos os norte-rio-grandenses

José Agripino Maia (Senador)

Henrique Eduardo Alves (Deputado federal)

 

João Maia (Deputado federal)

Rosalba Ciarlini (Governadora)

A morte de Dom Eugênio Sales mais que lamentada, deve ser sentida com o ânimo da esperança cristã; mais que lastimada, deve ser recebida com fé; mais que pranteada, deve ser rezada.

O Governo e o povo do Rio Grande do Norte se associam a todos os brasileiros de boa vontade nas homenagens prestadas a nosso ilustre conterrâneo, testemunhando todos os norte-rio-grandenses, a ponto de desafiarem mesmo a constatação evangélica, que Dom Eugênio, o Profeta de Acari, é, sim, honrado e muito honrado em sua terra (cf. Jo 4, 44).

Honrado na esperança de que sua vida continue frutificando paz e virtudes; honrado por sua fé inquebrantável em Deus, e por sua crença vigorosa na imensa força do bem e do abnegado serviço ao próximo, principalmente aos últimos e aos mais excluídos da ventura; honrado em nossa fervorosa oração pelo repouso eterno de seu boníssimo espírito, que, certamente, já está implorando ao Pai de todas as bênçãos proteção, justiça e progresso para seu povo.

Sua ação apostólica, iniciada em Natal, fez de Dom Eugênio um homem do século, exemplo a seguir e luz a atrair.

Viveu com a marca do Evangelho entranhada na alma e manifestada no gesto, na ação, em toda a vida, e por isso foi sinal de santa contradição (Lc 2, 34). E assim radicalmente servo do Evangelho, seguiu o Mestre até no paradoxo: “Não pensem que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas a espada” (Mt 10, 34).

Esta a perfeita identidade da ação apostólica de Dom Eugênio: nenhuma indulgência com a paz dos indolentes ou pusilânimes; nenhum recuo frente à injustiça; nenhuma submissão à insolência do mal. Como o Apóstolo, combateu o bom combate, manejou a espada, denunciando e pelejando com intrepidez, braço e palavra fortes, guiados, porém, pelo coração generoso do perdão e da reconciliação.

De luto oficialmente por três dias, o Estado convida a todos os norte-rio-grandenses a refletir acerca da vida e dos feitos de Dom Eugênio, vida e feitos que, enchem seus conterrâneos de justo e sagrado orgulho, são um clamor agudo a nos invadir a alma: a morte dos bons não mata o bem, e o bem que Dom Eugênio semeou há de ser para todos nós novas sementes a crescer sempre, cobrindo nossa terra e nossa gente com abundantes frutos de fraternidade, harmonia, justiça social e desenvolvimento.

Robinson Faria (Vice-governador)

Walter Alves (Deputado estadual)

Dibson Nasser (Deputado estadual)

Nélter Queiroz (Deputado estadual)

Micarla de Sousa (Prefeita de Natal)

Em nome da Prefeitura do Natal e da população natalense, a prefeita Micarla de Sousa apresenta votos de pesar à família de Sua Eminência cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro e lamenta, profundamente, o seu falecimento. Norte-riograndense de Acari, dom Eugênio Sales foi um dos mais importantes e influentes líderes da Igreja Católica, tendo realizado um grande trabalho de evangelização e conscientização social que projetou internacionalmente o Movimento de Natal e deixou marcas indeléveis na sociedade brasileira. A Campanha da Fraternidade, as Comunidades Eclesiais de Base e a educação de jovens e adultos por via radiofônica são exemplos do trabalho deste religioso que é considerado um dos maiores humanistas do seu tempo. Dom Eugênio honrou a Nossa Terra e a Igreja Católica e é digno das homenagens de todos os potiguares.

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