Polícia

Família de sargento morto admite que ele sofria ameaças

O filho do policial militar da reserva, morto durante tentativa de assalto na noite de sexta-feira (17), confirmou que seu pai sofria ameaças. Ele não confirmou, porém, em quais circunstâncias seu pai teria sido ameaçado e quem seria o autor. Por temer represálias, o jovem pediu que sua identidade fosse preservada. O sargento da reserva, Jorge Pontes Damasceno, 54 anos, morreu no hospital Santa Catarina durante cirurgia para retirada da bala que lhe atingiu no estômago.

Questionado sobre o que Jorge Damasceno comentava em família sobre o trabalho que desempenhava como guarda patrimonial, o rapaz disse que o pai reclamava da violência. “Ele falava que o trabalho era assim, digamos, tinha muito vandalismo, alguns alunos furtavam, outros consumiam drogas”, comentou. A escola na qual Jorge Damasceno trabalhava, fica na zona Leste de Natal, numa área próxima a uma das regiões nas quais o tráfico de drogas é comum, conhecida como Guarita e Paço da Pátria.

Mesmo antes de Jorge Damasceno se aposentar, a família temia pela vida dele. “A gente sempre ficava apreensivo pelo simples fato dele ser policial. Todos os policiais estão nas ruas todos os dias combatendo o crime, mas correm o risco de perderem a própria vida”, disse o filho do policial morto. Ele afirmou, ainda, que a família espera que “este momento difícil passe, que os culpados sejam capturados e que a Justiça seja feita”.

Segundo o coronel Francisco Araújo Silva, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, já existem suspeitos para o crime. As identidades dos criminoso, porém, não serão reveladas para não atrapalhar as investigações da Polícia. As únicas informações até agora confirmadas pelo comandante geral são a que o sargento teria sido abordado por quatro homens que o surpreenderam na saída da escola e, após atirarem, fugiram num veículo de cor prata.

O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do RN, Roberto Campos, lamentou a falta de infraestrutura para o trabalho dos militares. “Nós temos presenciado uma falta de estrutura para os policiais da ativa. Para os companheiros que trabalham como guardas patrimoniais, a falta de estrutura é ainda maior”, destacou.

Roberto Campos ressaltou que os guardas patrimoniais trabalham sem a segurança mínima necessária. “Falta armamento ideal, apoio de guarnição, colete à prova de balas, rádio-comunicadores”, listou. O velório de Jorge Pontes Damasceno, de 54 anos, ocorreu durante esta sexta-feira e foi acompanhado por familiares, amigos e militares. Damasceno foi enterrado no final da tarde.

 

Fonte: G1

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